A campanha terá doação de sangue e medula óssea na Praça do Ferreira, na sexta-feira, 25. E a "Caminhada pela vida", na Avenida Beira-Mar, no domingo, 27, às 8 horas
19 Set 2009 - 10h25min
A afixação de cartazes, faixas ou qualquer outro meio de divulgação que informe sobre a doação de órgãos e tecidos em estabelecimentos de saúde pode passar a ser obrigatória, com a aprovação de um projeto de lei de autoria do deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS).
As células-tronco são conhecidas pelo grande potencial de multiplicação e pela capacidade de se diferenciar em qualquer outra célula - tanto do coração como do fígado, por exemplo.
Entre os destaques do centro está a estrutura para cultura de célula, que vai permitir que os pesquisadores “cultivem” as amostras. Antes, o transplante das células-tronco-colhidas, por exemplo, da médula óssea - tinha que ser feito imediatamente no órgão lesionado. “Agora, temos tecnologia que permite cultivar as células- tronco emelhorar a capacidade dessa célula, tornando a terapia mais eficaz”, explicou a coordenadora do centro baiano de biotecnologia e terapia celular, Milena Soares, pontuando que, além de terapiacelular, o centro possui estrutura para desenvolvimento de medicamentos.
Segundo Soares, já foram iniciados estudos em cães e gatos com lesões na médula que, após o tratamento, tiveram ganho de movimento. “Para ampliarmos os estudos para pacientes paraplégicos, dependemos dessa estrutura do centro, ou seja, adequada para a cultura das células- troncos”.
Os pesquisadores baianos não trabalham com células-tronco embrionárias - que, como diz o próprio nome, são retiradas de embriões humanos. 'Apostamos no potencial terapêutico da célula-tronco adulta. Dos oito centros de terapia celular que estão sendo estruturados pelo Ministério da Saúde, dois serão dedicados à célula-tronco embrionária, em São Paulo e no Rio de Janeiro”, afirmou Soares.
O centro baiano vai funcionar no Hospital São Rafael, no bairro de Pau da Lima.
Tempo
Em geral, as células- tronco adultas são retiradas da medula óssea do próprio paciente - o que anula o risco de rejeição. Elas são capazes de originar alguns tecidos e ajudam na recuperação delesões. Mas,para aplicarem humanos a cura guardada no próprio organismo, serão necessários anos de pesquisa e desenvolvimento.“São várias etapas para concluir um estudo e o resultado varia de doença para doença. Fica difícil precisar quando acontecerá a aplicação do tratamento para fins terapêuticos” explicou Soares.
Mesmo sem prazo, o anúncio deixa esperançosos pacientes e especialistas. “A terapia celular traz esperança para qualquer doente. Éumaárea estratégica,que pode beneficiar do paciente dependente da insulina ao doente de Chagas”, reforça o diretor da Fiocruz Bahia, Mitermayer Galvão.
A Fiocruz desenvolve desde 2001 pesquisas em terapia celular no Hospital Santa Isabel. O ideal, segundo os pesquisadores, seria utilizar as células dos próprios pacientes para a recuperação de um órgão lesado, sem a necessidade de transplante. Mas já seria um benefício retardar lesões e ganhar tempo para a espera por um transplante, por exemplo.
Para a presidente da Associação de Pacientes Transplantados da Bahia, Márcia Chaves, mais núcleos e centros de pesquisa envolvidos aumentam as chances de descobrir um tratamento menos invasivo. “Assistimos a uma nova evolução após os transplantes: a busca pela cura através de nossas próprias células”. Para a construção do centro, foram investidos R$4,5milhões. Juntos,governo do estado e Fiocruz aplicaram R$5 milhões - outros R$3 milhões são aguardados como aporte do Ministério da Saúde.(Notícia publicada na edição de 12/07/2009 do CORREIO)
BA está entre estados que menos doam órgãos | |
18/06/2009 - 22h49m | |
*Da Redação, com informações do BATV redacao@portalibahia.com.br Quatro mil pessoas na Bahia esperam na fila por um transplante de órgão. O número de doadores no estado está entre os menores do país. Mas a solidariedade de duas famílias acabou beneficiando catorze pessoas e permitiu que fosse realizado nesta quinta-feira (18), o primeiro transplante duplo de rim e fígado da Bahia. A morte de Elisaldo, aos 47 anos, pegou a família de surpresa. Mas apesar da dor, a mulher e o filho mais velho do motorista decidiram doar os órgãos de Elisaldo, que morreu por complicações decorrentes de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). "Um pouquinho dele eu sei que vai estar vivo em outra pessoa", declara a dona de casa Cássia Viana. Foram retirados os rins, as córneas, o fígado e as válvulas do coração de Elisaldo. A família de uma senhora de 56 anos, que morreu nesta semana, também autorizou a doação dos órgãos da paciente. Ela doou rins e fígado e possibilitou a realização do primeiro transplante duplo da Bahia. De acordo com a Central de Transplantes da Secretaria Estadual da Saúde, só com essas duas doações, feitas nesta semana, catorze pessoas que estão na fila do transplante podem ser beneficiadas. "Não só a população, mas muitos profissionais de saúde ainda não entendem esse processo de doação de transplantes", declara Eraldo Moura, coordenador do Sistema de Transplantes. Em 2008, foram realizadas 363 cirurgias desse tipo. Neste ano, 152 transplantes foram feitos até agora. |