terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

DOBRA O NÚMERO DE TRANSPLANTES NO BRASIL

Brasil Dobra o número de transplantes, mas 69 mil ainda aguardam na fila
São Paulo
/ Agênciaseditoria@ilustrado.com.br
O número de transplantes realizados anualmente no Brasil mais do que dobrou em dez anos.
Só no ano passado, foram feitos 5.373 procedimentos – contra 2.362 realizados em 1998.
Os números fazem parte do último relatório divulgado pela ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos). Em dez anos, foram feitos 45.955 transplantes de órgãos no país. Apesar do avanço, o Brasil está longe de atender a todos os que precisam de um novo órgão. A cada ano, a lista de espera aumenta. São quase 69 mil pessoas na fila.
Em 2001, já eram mais de 43,5 mil.De acordo com o vice-presidente da ABTO, o cirurgião Ben-Hur Ferraz Neto, o aumento da fila ocorre porque a cada ano mais pessoas buscam o tratamento por meio de transplantes. "O Brasil é vítima do próprio sucesso. Há dez anos, o sistema não era tão desenvolvido como é hoje. Por isso há uma procura e uma indicação maior por esse serviço".
Para o presidente da ONG Adote do Rio, Rafael Paim Cunha Santos, estudos mostram que essa tendência ocorre porque a velocidade de crescimento da lista -que, além dos atuais pacientes, recebe novas inscrições a cada dia- é maior do que a de transplantes.Paim, no entanto, diz que há uma evolução. "Não digo que já se possa comemorar, mas toda evolução é bem vista. Se a gente comparar com o que acontece em outros países que incentivam a doação, no entanto, o Brasil ainda está longe", afirma. "A média de doadores por milhão chega a ser cinco vezes maior em um país como a Espanha. Há muito espaço para melhorar", diz.
Entre os problemas atuais, ele destaca a subnotificação dos casos de morte encefálica e a ausência de neurologistas nos hospitais.
Em 2008, a taxa de doações, segundo a ABTO, cresceu 15%. O número de doadores por milhão de habitantes chegou a 7,2. A meta, para este ano, é elevar o índice para 8,5.
Segundo a ABTO, enquanto no Piauí há 0,3 doador por milhão de habitantes, em Santa Catarina o índice chega a 16,7 – é a primeira vez em que um Estado consegue superar o índice de 15 doadores por milhão. A maioria dos transplantes realizados no país é de rim. Foram 3.780 em 2008 – um recorde. Há, porém, cerca de 34 mil à espera de um rim, hoje. Os transplantes de córnea também ultrapassaram a marca de 2.000 (mas são hoje 26 mil pessoas na fila).
No final do ano passado, o Ministério da Saúde anunciou um pacote para aumentar ainda mais o número de transplantes e aperfeiçoar o sistema no país. O cadastro de pacientes pela internet e o acompanhamento do andamento da fila pela rede foram algumas das medidas divulgadas.

Estado atinge índices históricos em captação de órgãos para transplantes.
24 de Fevereiro de 2009

RECORDE
Não é de hoje que o Estado de Santa Catarina vem se destacando nos transplantes de órgãos e, no ano que passou, atingiu mais uma marca histórica em termos de doações.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), pela primeira vez um estado ultrapassou a barreira dos 15 doadores por milhão de população (pmp).
Santa Catarina ficou em primeiro lugar nacional em número de doadores por milhão de habitantes com a marca de 16,7 pmp, seguido de Rio Grande do Sul (12,2 pmp) e São Paulo (12,0 pmp).

A média nacional fechou em 7,2 pmp. Parte destas estatísticas é resultado do comprometimento de equipes multidisciplinares como a d o Hospital Santa Isabel, em Blumenau, que é uma referência estadual tanto na captação como no implante de órgãos.
Mais informações: (47) 3321.1139 – Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do Hospital Santa Isabel.