segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Diário de Pernambuco

10/10/2010

12h40
Esclarecimento
Menores de 18 podem se vacinar contra hepatite B sem autorização

Jovens com menos de 18 anos de idade não precisam da autorização dos pais para tomar a vacina contra hepatite B em campanha realizada na escola. É o que prevê uma nota técnica do Ministério da Saúde com orientação ao serviços de saúde e instituições de ensino que promovam campanha de imunização contra a doença.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê que o adolescente pode ser imunizado, quando procurar o serviço por iniciativa própria e desde que receba esclarecimento sobre a vacina. “Os adolescentes são responsáveis por seu atos quando a procura se faz de forma espontânea, desde que devidamente orientados pelos profissionais de saúde sobre o procedimento, sua importância e riscos”, diz a nota. A recomendação é que a escola avise os pais da data e hora da vacinação.

Segundo o Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), Aids e Hepatites Virais do ministério, a nota técnica visa a facilitar o acesso dos jovens à vacina. Outra recomendação é que o jovem esteja com a caderneta de vacinação em mãos para que o profissional de saúde possa atualizá-la. Mas a falta do cartão não impede o profissional de aplicar a vacina, inclusive nos casos em que a criança e o adolescente estão sob a guarda do Estado ou quando não é possível saber o histórico vacinal.

O Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do ministério informou não ter levantamento do número de escolas em que já foram feitas campanhas desse tipo, pois são iniciativas das equipes de saúde em âmbito regional.

A transmissão da hepatite B pode ocorrer pela relação sexual sem camisinha, da mãe infectada para o filho e ao compartilhar seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha, material para colocar piercing e fazer tatuagem e demais objetos que furam ou cortam. A maioria dos casos de hepatite B não apresenta sintomas. No entanto, os mais frequentes são: cansaço, tontura, enjoo, vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. O tempo entre a infecção e o surgimento dos primeiros sinais varia de um a seis meses.

O ministério aponta a vacina como uma das formas mais eficazes de prevenir a doença. É necessário tomar três doses para que a pessoa fique imune à doença. As doses são oferecidas nos postos de saúde.
Da Agência Brasil

Gazetaweb

SAÚDE
09.10.2010

10h15
Novo exame não invasivo substitui biópsia no fígado

Procedimento permite investigar com mais precisão o grau de fibrose no fígado
Folha.com

Um novo equipamento poderá substituir biópsias de fígado, em especial nos casos de hepatites. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) acaba de dar o aval para sua importação.

O exame, cujo nome é elastografia hepática transitória, permite diagnosticar a fibrose no fígado (grau de cicatrização do órgão) com mais precisão do que a biópsia.

A formação dessas cicatrizes decorre de agressões por doenças crônicas, por exemplo as hepatites.

O exame capta as imagens do fígado por ultrassom, e também transmite uma onda de baixa frequência.

A vibração se propaga e mede a elasticidade do tecido hepático. Quanto mais endurecido, mais veloz é a propagação da onda. O resultado sai em cinco minutos.

Avaliar o grau de fibrose é crucial no tratamento de doenças do fígado. É isso o que vai determinar uso de um ou outro medicamento.

"É um avanço enorme. É possível que o exame substitua a biópsia hepática, não somente no diagnóstico, mas no acompanhamento das hepatites crônicas em futuro próximo", diz o médico hepatologista Hoel Sette Júnior, pesquisador do hospital Oswaldo Cruz.

A biópsia é um procedimento invasivo que requer hospitalização. Ela é feita com a inserção de uma agulha para a retirada de um pedaço de tecido, o que aumenta o risco de sangramentos.

Além disso, o fragmento colhido em biópsia pode não ser adequado para análise que depende da interpretação do patologista.

CUSTO
Ainda não se sabe quanto custará uma elastografia, mas os especialistas acreditam que o valor deverá ser menor do que o da biópsia.

Exames convencionais de imagem, como tomografia e ressonância magnética, são mais utilizados só nas fases avançadas da doença.

"Acho que a grande indicação é para pacientes com hepatite C que já estão diagnosticados. Pode ser útil para acompanhar o tratamento", diz Raymundo Paraná, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia.

As estimativas oficiais apontam três milhões de brasileiros infectados pela hepatite C - mas os médicos afirmam que essa população é subestimada. Quase a metade dos transplantes de fígado está relacionada à doença.

Embora a maioria das pesquisas tenham sido feitas com portadores de hepatites, o exame vem sendo estudado para outras doenças.

O aparelho também poderá ser útil nos casos de cirrose por excesso de álcool ou nos pacientes que passaram por transplante hepático.

Desenvolvido na França, o equipamento já vem sendo usado na Europa e está em processo de aprovação pelo FDA (órgão americano que regulamenta remédios).

No entanto, a elastografia não vai significar o fim das biópsias de fígado, porque em alguns casos ela não pode ser feita: "Quando há acúmulo de água na barriga ou excesso de gordura no fígado, o exame não se aplica", ilustra a médica gastroenterologista Bianca Della Guardia, do Hospital Israelita Albert Einstein.

O aparelho já está disponível em algumas clínicas e hospitais do país -até aqui era usado apenas para pesquisa, em várias instituições.