segunda-feira, 17 de julho de 2017

ATX-BA - AUDIÊNCIA PUBLICA DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS DO COMPONENTE ESPECIALIZADO NO ESTADO DA BAHIA

A ATX-BA (ASSOCIAÇÃO DE PACIENTES TRANSPLANTADOS DA BAHIA) CONVIDA  TODAS PATOLOGIAS PARA COMPARECEREM A REUNIÃO DIA 18/07/2017 PROMOVIDA PELO MINISTÉRIO PUBLICO DO ESTADO DA BAHIA.
CONVIDEM PAIA MÃES, PAIS, IRMÃOS, AMIGOS E TODAS PATOLOGIAS COMO: RENAIS CRÔNICOS, TRANSPLANTADOS, DIABÉTICOS, PORTADORES DE LÚPUS, FALCÊMICOS, E QUALQUER OUTRA PATOLOGIA DE SEU CONHECIMENTO PARA PARTICIPAR. VAMOS TRATAR DA FALTA CONSTANTE DE MEDICAMENTOS, TFD (TRATAMENTO FORA DE DOMICILIO)  E O QUE OCORRER. 

CONVITE ABAIXO.

Prezados Senhores,

  
Em atendimento ao quanto solicitado no e-mail abaixo, e conforme determinado por Dr. Rogério Queiroz, Coordenador deste Centro de Apoio, informamos que a Audiência Pública que discutirá o sistema de dispensação de medicamentos do Componente Especializado no Estado da Bahia, agendada para o dia 28/06, foi transferida para o dia 18 de agosto de 2017, no auditório do Ministério Público, em Nazaré (Av. Joana Angélica, 1312 – Nazaré).

 Em vista disso, solicitamos a especial gentileza de divulgar o evento entre as instituições interessadas e representantes dos movimentos sociais.

 Na oportunidade, informamos que foi agendada uma reunião preparatória para o dia 18 de julho de 2017, às 14h e 30 min, na sala de reuniões do CESAU – 404 (Av. Joana Angélica, 1312 - 4.º andar – Nazaré), razão pela qual solicitamos a participação dos representantes do Fórum de Patologias.

Obs.: Informamos que estamos com dificuldades para entrega dos convites nos endereços físicos dos representantes Estaduais do Fórum de Entidades de Patologias, que tem retornado pelo sistema de mensageiros deste órgão.
Por esta razão, solicitamos a gentileza de encaminhar uma relação atualizada dessas instituições, contendo nomes e endereços (inclusive eletrônico) dos respectivos representantes.
   
   
 Atenciosamente,

 Adriana Trindade
   
 MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DA BAHIA
 Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde - CESAU





José Osmar Medina Pestana: de torneiro a doutor
O nefrologista recebe em Harvard o maior reconhecimento da área pelo trabalho de transplantes na capital
Por Rachel Verano e Flora Monteiro
access_time1 jun 2017, 17h59 - Publicado em 23 nov 2012, 11h29

Medina e Joseph E (Divulgação)
Na última semana, além das doze horas diárias que costuma trabalhar sem intervalo no Hospital do Rim e Hipertensão, na Vila Clementino, o nefrologista José Osmar Medina Pestana tinha uma missão pessoal inadiável para encaixar na agenda: enquadrar, em uma moldura imponente, uma placa recém chegada pelo correio, vinda diretamente de Boston, nos Estados Unidos.
A encomenda sacramentou o maior feito da vida desse médico de 59 anos, nascido em Ipaussu, uma cidadezinha paulista de pouco mais de 10.000 habitantes, na divisa com o Paraná: assinada de próprio punho pelo doutor Joseph E. Murray, autor do primeiro transplante de rins do mundo, em 1954 (e uma das maiores autoridades no assunto ainda hoje, aos 93 anos de idade), ela destacava seu nome como o professor convidado do ano da Universidade Harvard, prêmio concedido pela instituição americana aos maiores expoentes da medicina moderna do planeta. Com o feito, Medina entrou para a história como o único brasileiro a receber a distinção.
“É o maior presente que um médico pode sonhar receber”, diz ele. “Passei quatro dias dando palestras aos melhores professores do mundo”. Grande para ser acomodada na mala, a placa chegou ao Brasil dias depois. Após agraciar sumidades como o americano Thomas Starze e o inglês sir Roy Yorke Calne recentemente, a Escola de Medicina de Harvard elegeu o doutor Medina como o grande laureado de 2012 por um fato que, curiosamente, muitos brasileiros ainda desconhecem: o maior e mais bem-sucedido programa de transplante de rins do mundo, criado em 1983 em São Paulo e dirigido por ele no hospital ligado à Unifesp.
Quando Medina assumiu a coordenação do projeto, eram realizadas quatro cirurgias anualmente. Logo no primeiro ano, o número saltou para 32 transplantes. Desde então, o crescimento foi meteórico e os procedimentos somam, hoje, mais de 12.000 (a média atual é de 1.000 por ano). Detalhe: o próprio Medina esteve envolvido em cerca de 10.000 deles. “Ele é o embaixador brasileiro no que diz respeito ao tema e minha grande fonte de inspiração”, afirma o médico Ben-Hur Ferraz Neto, conselheiro da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos e diretor do programa de transplante de fígado do Hospital Beneficência Portuguesa.
Hospital do Rim
“Medina provou que é possível conquistar o mundo com trabalho e determinação”, completa Leonardo Borges, coordenador do Serviço de Procura de Órgãos e Tecidos do Hospital das Clínicas e da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Trabalho e determinação foram, de fato, palavras-chave não apenas na carreira como também na vida de Medina. Filho de uma costureira e de um pedreiro analfabeto, pais de outros quatro filhos, ele sonhava ser médico desde criança, mas suas ambições pareciam, naquela época, muito distantes da realidade.
Aos 11 anos, o primogênito da família foi matriculado pela mãe em um curso profissionalizante e, aos 15, formou-se torneiro mecânico. Quando conseguiu o primeiro emprego como técnico, na concessionária de energia de Ipaussu, a família comemorou com festa. “Era a melhor empresa da cidade”, lembra-se. “Meus parentes achavam que minha vida estava resolvida, que meu futuro ali seria brilhante. ” Qual não foi o susto quando, aos 18 anos, Medina pediu demissão sem olhar para trás e se mudou, de carona, para São Paulo, onde nunca havia pisado, com o objetivo de fazer um cursinho pré vestibular. “Foi a primeira vez que entrei em um carro particular”, revela.
Durante um ano, morou em uma pensão dividindo o quarto com três colegas, e trabalhou fabricando parafusos para a indústria automobilística até juntar dinheiro para custear os estudos. “Eu era contemporâneo do Lula”, diz Medina. “Enquanto ele trabalhava em São Bernardo e ganhava fama como sindicalista, eu fazia exatamente a mesma coisa na Vila Olímpia”.
O resto do enredo segue com ares de roteiro de cinema: Medina teve aula com professores como Drauzio Varella, decorou as apostilas, estudou em média seis horas por dia e passou de primeira no vestibular da então chamada Escola Paulista de Medicina (hoje Unifesp). Um mês antes de as aulas começarem, foi contratado como plantonista do laboratório de nefrologia da universidade, no qual não raro amanhecia em colchonetes improvisados. Aos poucos, foi conquistando os professores e, assim que terminou a residência, recebeu um convite para coordenar o tal programa de transplantes que mudaria sua vida.
“Eu não desenhei minha carreira, ela simplesmente foi acontecendo”, afirma ele, que ainda faria dois pós-doutorados de peso no exterior, um em Cleveland, nos Estados Unidos, e outro em Oxford, na Inglaterra. Dito e feito. Hoje o neto de imigrantes portugueses e italianos que vieram tentar a sorte no Brasil é a maior referência do país em transplantes. Durante décadas, até bem pouco tempo atrás, ia religiosamente à sua Ipaussu pelo menos uma vez por mês trabalhar como voluntário no hospital local, para onde carregava os dois filhos como auxiliares: Mariana, de 23 anos, formada em administração de empresas pela FGV, e Roberto, dois anos mais novo, aluno do 5º ano de medicina na Santa Casa. “Ele é um incentivo profissional para os futuros médicos brasileiros”, afirma o cirurgião Fabio Jatene, diretor-geral do Incor.
“Fiz questão de passar todos os meus valores para eles”, diz Medina, que “adotou” dezenas de outros “filhos” nos últimos anos. São os alunos que entraram na Unifesp pelo sistema de cotas, a quem dedica três horas toda semana para bater papo e dar dicas e conselhos sobre o futuro — entre outras coisas, fala sobre a importância de estudar idiomas. “Já enviei 22 deles para estágios na Europa, nos Estados Unidos e em alguns países da América Latina nos últimos seis anos. Acabaram com as minhas milhas”, conta, enquanto faz planos de onde pendurar sua placa de Harvard.

CARREIRA DE MESTRE
■ Idade: 59 anos
■ Natural de: Ipaussu, na divisa de São Paulo com o Paraná
■ Formação: técnico ginasial em mecânica, médico e doutor pela Unifesp, com pós-doutorado na Cleveland Clinic, nos Estados Unidos, e na Oxford University, na Inglaterra
■ Cargo atual: diretor superintendente do Hospital do Rim e Hipertensão (que tem 143 leitos, dos quais 76% são públicos) e chefe do maior programa de transplantes de rins do mundo, com 1.000 cirurgias por ano.

Fonte: http://vejasp.abril.com.br/cidades/de-torneiro-a-doutor/

segunda-feira, 3 de julho de 2017

ATX-BA: SURTO DE HEPATITE A



Alerta para surto de hepatite A de transmissão sexual em Europa, Ásia, EUA, Chile e Brasil.
Dra. Silvia Figueiredo Costa
NOTIFICAÇÃO 
27 de junho de 2017

Surtos de hepatite A por transmissão sexual entre homens que fazem sexo com homens (HSH) são descritos deste a década de 70. Entretanto, em 2017 houve aumento do número de surtos de hepatite A reportados no mundo com grande proporção de pacientes comprometidos em Europa, Ásia, EUA, Chile e Brasil.

Entre junho de 2016 e meados de maio de 2017 houve aumento de casos de hepatite A  principalmente em HSH em vários países de baixa endemicidade na região da Europa e nas Américas (Chile e Estados Unidos da América).

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) publicados em junho de 2017 reportaram surto em 15 países (Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Holanda, Noruega, Portugal, Eslovênia, Espanha, Suécia e Reino Unido) totalizando 1173 casos a partir de 16 de maio de 2017.

No Chile, a partir de maio de 2017 foram relatados 706 casos de hepatite A. Nos Estados Unidos, o departamento de saúde da cidade de Nova York registrou um aumento dos casos de hepatite A entre HSH quem não relataram viagens internacionais. E no Brasil, em São Paulo, houve aumento expressivo de casos de hepatite A, de um total de 68 casos em 2016 para 138 em 2017.  Este aumento de casos é um problema de saúde pública, devido à atual disponibilidade limitada de vacina contra hepatite A no mundo.
O vírus
A hepatite A é uma infecção causada pelo vírus da hepatite A (VHA), um vírus RNA de 27 nm classificado como um picornavírus. Ele pode causar um quadro de infecção sintomática ou assintomática após um período de incubação médio de 28 dias (intervalo: 15 - 50 dias) . A hepatite A é altamente contagiosa, é transmitida pela via fecal-oral, por meio do contato pessoa a pessoa ou do consumo de água ou comida contaminada. A melhor maneira de prevenir a hepatite A é por meio da vacinação contra o vírus.
Transmissão
A transmissão do VHA é fecal-oral de pessoa para pessoa. Ela se dá mais frequentemente entre contatos estreitos, especialmente entre familiares, e pode ocorrer por meio do contato sexual. Casos esporádicos e surtos de fonte comum também podem acontecer devido a exposição à água ou alimentos contaminados com fezes. A maioria dos surtos de origem hídrica está associada à água contaminada com esgoto ou inadequadamente tratada. Em ocasiões raras a infecção pelo VHA foi transmitida por transfusão de sangue ou por produtos derivados de sangue coletados de doadores durante uma fase virêmica da infecção.
Quem está em risco?
Qualquer um que não tenha sido vacinado pode se infectar com o vírus da hepatite A. Em áreas onde o vírus tem alta endemicidade, como no Brasil, a maioria das infecções de hepatite A ocorre durante a infância. Os principais fatores de risco para hepatite A incluem:
  • Falta de saneamento
  • Falta de água potável
  • Uso de drogas recreativas
  • Ser parceiro sexual de alguém com infecção aguda da hepatite A
  • Viajar para áreas de alta endemicidade sem ser imunizado

Patogênese
O VHA replica no fígado, é excretado na bile e eliminado nas fezes. O pico de infectividade ocorre durante o período de duas semanas antes do início da icterícia ou da elevação das enzimas hepáticas, quando a concentração de vírus nas fezes é maior. A concentração de vírus nas fezes declina depois que aparece a icterícia. A viremia ocorre logo após a infecção, e persiste durante o período de elevação de enzimas hepáticas, mas em concentrações várias ordens de magnitude menor do que nas fezes.
Sintomas
A hepatite A é uma doença autolimitada, que não resulta em infecção crônica. Mais de 80% dos adultos com hepatite A têm sintomas, mas a maioria das crianças é assintomática. A hepatite A geralmente tem um início abrupto que pode incluir febre, mal-estar, anorexia, náuseas, desconforto abdominal, colúria  e icterícia. Em crianças com idades inferiores a seis anos, 70% das infecções são assintomáticas. Se a doença ocorre, é normalmente não acompanhada por icterícia. Entre adultos a infecção geralmente é sintomática, com icterícia ocorrendo em mais de 70% dos pacientes. Em menos e 1% dos infectados a doença pode evoluir para a forma grave de hepatite fulminante.
Os sinais e sintomas geralmente duram menos de dois meses, apesar de 10% a 15% dos indivíduos sintomáticos apresentarem sintomas que podem prolongar recidivante, durando até seis meses. A taxa de letalidade global entre os casos relatados por meio do sistema nacional de vigilância de doenças notificáveis é de aproximadamente 0,3% a 0,6%, mas atinge 1,8% entre adultos com idade maior que 50 anos. Pessoas com doença hepática crônica têm maior risco de desenvolver insuficiência hepática aguda. Anticorpos produzidos em resposta a hepatite A protegem contra reinfecção.
Diagnóstico

Hepatite A não pode ser diferenciada de outros tipos de hepatite viral apenas com base nas características clínicas ou epidemiológicas. O HAV RNA pode ser detectado no sangue e fezes da maioria das pessoas durante a fase aguda da infecção. Métodos de amplificação em cadeia da polimerase (PCR) podem ser usados para detectar a viremia. No entanto, apenas um número limitado de laboratórios de pesquisa tem capacidade de usar esses métodos.

Testes sorológicos para detectar a imunoglobulina M (IgM), anticorpos para as proteínas do capsídeo do HAV (IgM anti-HAV) são necessários para confirmar um diagnóstico de infecção aguda de HAV. Na maioria das pessoas, o IgM anti-HAV torna-se detectável de cinco a 10 dias antes do início dos sintomas. O IgG anti-HAV, que aparece mais cedo no curso da infecção, continua a ser detectável por tempo de vida da pessoa e oferece proteção ao longo da vida contra a doença.
Prevenção

Segundo a OMS , países com baixa endemicidade devem recomendar a vacinação de hepatite A para grupos de alto risco, tais como os viajantes para áreas endêmicas, homens que fazem sexo com homens, usuários de drogas, e pacientes com doença hepática crônica. Em casos de HSH o principal fator de risco está relacionado à transmissão sexual – contato sexual particularmente oral-anal. A maioria dos países com surtos recomendou rotineiramente a vacina contra hepatite A para mulheres que fazem sexo com mulheres.
  • A vacinação contra a hepatite A deve ser incluída como parte de um pacote completo de serviços para prevenir e controle das hepatites virais, incluindo a educação para a saúde e medidas para controle de surto.
  • Alguns países podem considerar uma agenda de dose única de vacina para hepatite A no caso de controle de surtos, especialmente quando a disponibilidade da vacina é escassa.
  •  Medidas de saúde pública devem ser dirigidas a grupos com risco aumentado de hepatite A e de complicações graves da infecção.
  • A informação deverá incluir o aconselhamento sobre prevenção –  vacinação, higiene, segurança alimentar e medidas de sexo seguras.
Em países com endemicidade intermediária, a vacinação da hepatite A pode ser considerada para toda a população, enquanto em países com alta endemicidade, as infecções são comuns, mas a doença é incomum, portanto, a vacina não é recomendada.
No Brasil os casos de hepatite A devem ser notificados para a secretaria de saúde de cada estado.

http://portugues.medscape.com/verartigo/6501326?src=soc_fb_share#vp_2hepatite