quinta-feira, 27 de agosto de 2009

O PORTAL DA REDE BAHIA



Quinta, 27/8/2009
Paciente tem alta de hospital com coração novo
*Da Redação, com informações do BATVredacao@portalibahia.com.br
Anderson Adrian, 31 anos, comemora boa recuperação após cirurgia

Três mil setecentas e setenta e sete pessoas na Bahia ainda esperam por um órgão na fila de doações. Este ano, 187 doações foram feitas no estado. Um número considerado baixo, mas que ajudou a salvar a vida de pessoas como a do auxiliar administrativo Anderson Adrian, que nesta quarta-feira (26), deixou o Hospital Santa Izabel, em Salvador, com um coração novo.
Estado terá dois novos centros de transplantes. Estado realiza segundo implante de pele artificial
Anderson Adrian, de 31 anos, passou quase um mês no Hospital Santa Izabel se recuperando da cirurgia. Liberado hoje para voltar para casa, o paciente disse que já se sente muito melhor. 'Com tão pouco tempo de transplantado, eu já ando, eu já como, eu já faço atividades tal qual eu não conseguia fazer antes. Agora eu tenho a certeza de que tudo vai dar certo, já está dando', comenta confiante.
O jovem é o primeiro caso bem sucedido de transplante de coração depois que a Bahia passou 16 anos sem realizar esse tipo de cirurgia. Segundo o coordenador da Central de Transplantes do Estado, o maior problema era a falta de estrutura das unidades de saúde. Situação que, aos poucos, vem sendo mudada.
'O estado tem toda infraestrutura, os estabelecimentos hospitalares, para realizar todos os transplantes. Nós estamos realizando transplantes de coração, transplante de fígado, transplante de rim e transplante de córnea. Estamos começando transplante de medula no Hospital das Clínicas... até o final do ano, a gente pretende estar começando o transplante de medula. E o transpante de pâncreas, que vai ser realizado no Hospital Ana Nery. No próximo ano, a gente esperar começar com o transplante de pulmão, daí a gente vai realizar todos os transplantes hoje que são realizados em qualquer local do mundo', explica Eraldo Moura.
Em 2008, foram realizados 363 transplantes de órgãos no estado - um aumento de 27,82% em relação ao ano anterior. Este ano, até agora, foram 223 cirurgias.
O número poderia ser maior se mais pessoas doassem órgãos. Segundo a Central de Transplantes do Estado, a Bahia tem um potencial doador por dia, mas registra apenas três a quatro doações por mês. O grande problema ainda é a falta de conscientização. Cinquenta e cinco por cento das famílias baianas ainda negam a doação.
'O que reforça a necessidade de uma política de educação da população para que as pessoas entendam que a doação é um processo que tem como objetivo ajudar a própria sociedade', completa Eraldo Moura.
Três mil setecentas e setenta e sete pessoas na Bahia ainda esperam na fila por um órgão. Este ano, até agora foram 187 doações.
O Ministério da Saúde autorizou dois hospitais baianos a atuar como central de transplantes. A portaria publicada na Portaria do Diário Oficial da União credenciou o Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães e a Santa Casa de Misericórdia. Os dois em Itabuna..
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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

CORREIO 24 HORAS


Centros de transplantes trazem esperança para 3 mil baianos
Redação CORREIO
Mais de 3 mil pessoas estão na lista de espera para transplante de órgãos na Bahia, segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab). Para tentar diminuir a fila, o Ministério da Saúde autorizou na segunda-feira (24) a criação de dois novos centros especializados em busca ativa e retirada de múltiplos órgãos e tecidos no estado.
A portaria publicada no Diário Oficial da União determinou que a Santa Casa de Misericórdia de Itabuna e o hospital de Base Luis Eduardo Magalhães passem a realizar os procedimentos
O levantamento da Sesab indica que 3.777 pessoas aguardam a realização dos transplantes. São 970 para córnea, 201 para fígado, 2.603 para rins e três pessoas aguardam a doação de coração.
Até 18 de junho deste ano, foram registradas pela Sesab apenas 175 transplantes, sendo 21 de fígado, 47 de rins, 84 de córneas, 23 de múltiplos órgãos, e nenhum de coração
.
Segundo o Ministério, no ano passado foram registrados 363 operações. Os transplantes de córneas e de rins responderam, em 2008, por 90% do total desses procedimentos no estado.
Ainda de acordo o Ministério, equipes capacitadas nas novas unidades identificarão potenciais doadores, farão diagnóstico de morte cerebral e buscarão autorização dos familiares para a doação.
Brasil
Em todo o país, foram realizados 18.989 transplantes de diversas modalidades em 2008. O número representa um aumento de 9% em relação a 2007, quando foram feitos 17.428. Esse crescimento foi impulsionado justamente pela habilitação de novos centros, ao lado da quantidade maior de doadores vivos.
Atualmente, há 529 centros e 1.366 equipes autorizadas a realizar transplantes em todo o território nacional. Dessas, são 25 unidades e 40 equipes na Bahia. Além dos novos centros baianos o Ministério credenciou outras 10 unidades no país (Acre, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Ceará).Para saber quais os hospitais e clínicas que realizam os procedimentos de transplantes na Bahia, acesse o site da Sesab.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Farol Comunitário

Saúde
Saúde autoriza mais um centro de transplantes em MG
segunda-feira, 24 agosto, 2009 19:17
Unidade contribuirá para o aumento no número de atendimentos no Brasil. Em 2008, foram realizados 18.989 procedimentos em todo o país.
O Ministério da Saúde autorizou um novo centro especializado em busca ativa e retirada de múltiplos órgãos e tecidos em Minas Gerais. Portaria publicada no Diário Oficial da União credencia a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto a realizar os procedimentos. Equipes capacitadas identificarão potenciais doadores, farão diagnóstico de morte cerebral e buscarão autorização dos familiares para a doação.
Minas Gerais tem o segundo maior número de transplantes no Brasil, atrás apenas de São Paulo. Em MG, foram realizados 2.084 procedimentos em 2008, contra 1.548 em 2007, um crescimento de 34,63%. No estado, os órgãos mais transplantados no ano passado foram córneas e rins, que respondem por 91% do total dessas operações.
Em todo o Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 18.989 transplantes de diversas modalidades em 2008, 9% a mais que em 2007. Esse crescimento foi impulsionado justamente pela habilitação de novos centros, ao lado da quantidade maior de doadores vivos. Atualmente, há 529 centros e 1.366 equipes autorizadas a realizar transplantes em todo o território nacional. Dessas, são 64 unidades e 174 equipes em Minas Gerais.
No mesmo dia em que os centros mineiros foram credenciados, outras 11 unidades — distribuídas nos estados do Acre, Bahia, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Ceará — foram autorizadas em procedimentos como transplante de córneas, fígado, rins e pâncreas, além de busca ativa e retirada de múltiplos órgãos e tecidos. Agência Saúde.

domingo, 23 de agosto de 2009

ABTO - RBT 2009


EDITORIAL ANO DE 2009
ESTAMOS NO RUMO CERTO
A excelente notícia é o aumento de 20% na taxa de doadores efetivos nesse semestre atingindo 8,6 por milhão de população (pmp) em relação ao ano passado (7,2 pmp), e é importante destacar que o crescimento foi obtido em 14 estados. Seis estados e o Distrito Federal venceram a barreira dos 10 doadores pmp. São Paulo (16,9 pmp) e Santa Catarina (16,8 pmp) ultrapassaram o objetivo previsto para esse ano (15 pmp), enquanto que o Rio Grande do Sul, que tinha a mesma projeção, novamente apresentou queda (11,2 pmp) e deve reestruturar-se para retornar a sua posição de destaque de anos anteriores.
A ABTO está a disposição para apoiar os cinco estados que ainda não obtiveram nenhum doador (Amazonas, Amapá, Roraima, Rondônia e Tocantins).

Observamos que 54% das equipes cadastradas para transplante de órgãos, não realizaram nenhum transplante nesse semestre, sendo essa constatação mais significativa com as equipes e transplante de pâncreas (74%), pulmão (73%) e coração (64%). A proposição da ABTO é que esse fato deve analisado no recadastramento que é realizado a cada dois anos.
Comparado com o ano de 2008, o número de transplantes cardíacos foi igual, houve diminuição no número de transplantes de pulmão (6%), de pâncreas (5%) e de córneas (2%) e aumento no número de transplantes de rim (9%) e de fígado (14%). A taxa de transplantes hepáticos atingiu a marca de sete pmp e a renal aproximou-se dos 22 pmp.
No transplante renal houve uma redução de 3% com doador vivo (42%) e um aumento de 20% com doador falecido (58%), confirmando uma tendência observada nos últimos três anos. A taxa de transplantes com doador vivo não parente cônjuge (11,3%) não se alterou e a taxa com outros doadores não parentes (6,6%) caiu 6%, o que é bom. São Paulo (42,8 pmp) e Santa Catarina (38,6 pmp) foram os destaques no transplante renal.
Com doador vivo, apenas São Paulo (19,1 pmp) e Paraná (18,2 pmp) realizaram mais do que 15 transplantes pmp, que é objetivo a ser alcançado com esse doador no país.
Com doador falecido, Santa Catarina obteve 30,7 transplantes pmp e São Paulo 23,6 pmp. Com o crescimento que obteve nesse semestre, São Paulo foi responsável por 43% dos transplantes renais do país, entretanto, a taxa de aproveitamento dos rins, no transplante isolado ou com pâncreas (25,9 pmp) foi baixa (77%), inferior a de fígado (88%) nesse estado.
A taxa de transplante hepático com doador vivo vem apresentando uma queda desde 2002 (22%), sendo primeira vez, desde então, inferior a 10% (9,6%), e 64% desses foram realizados em crianças, sendo 50% menores de cinco anos. Rio de Janeiro (31,3%) e Paraná (21,6%) apresentaram as maiores taxas com doador vivo. A taxa de transplante hepático com doador vivo não parente não cônjuge (12%) foi superior a do transplante renal. O transplante hepático com doador falecido aumentou 14,8%, tendo-se destacado São Paulo (14,9 pmp), seguido por Santa Catarina (11.9 pmp), Ceará (9,6 pmp) e Pernambuco (9,5 pmp). Em São Paulo foram realizados 52% dos transplantes de fígado no país.
Os transplantes pulmonares, como de hábito, realizados praticamente apenas no Rio Grande o Sul (3,1 pmp) e em São Paulo (0,3 pmp), enquanto que nos transplantes cardíacos, Ceará (2,6 pmp) e Paraná (2,5 pmp) receberam a companhia de São Paulo (2,5 pmp).
As taxas de transplante de córneas do Distrito Federal (144 pmp) e de São Paulo (143 pmp) são muito superiores a necessidade estimada (90 pmp), a qual é obtida por Pernambuco (96 pmp). O destaque negativo é o Rio de Janeiro (6,7 pmp), seguido pela Bahia (15 pmp) e Pará (17 pmp).
Em conclusão, crescemos 53% em dois anos, desde o apagão dos transplantes de julho de 2007 (5,6 doadores pmp), principalmente com medidas organizacionais e educacionais com atuação da ABTO, de centrais estaduais, de OPOs, de hospitais, da mídia e de ONGs. Entretanto, o caminho é longo e essas medidas devem ser aprimoradas
e acompanhadas de medidas de financiamento e de aprimoramento na legislação.
Valter Duro Garcia
Editor RBT

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Diário do Nordeste

ESTE ANO NO CEARÁ
Doze pessoas morreram na fila por um fígado

Apesar da limitação de doadores, o HU é o 3º em transplantes no País e o 1º do Norte e Nordeste, com 48 cirurgias este ano. Embora os americanos sofram com a falta de fígados para transplante, os hospitais conseguem captar muito mais órgãos do que no Brasil. "Lá, são cerca de 25 a 30 doadores por milhão de habitantes por ano. No Brasil, apenas seis. No Ceará são nove, acima da média nacional", revela Huygens Garcia.Atualmente, 138 pacientes estão na fila de transplante de fígado no Ceará.
Nesses casos, o tempo é o maior inimigo, principalmente quando o diagnóstico é hepatite fulminante. "Se o paciente não receber o fígado em uma semana, a taxa de mortalidade é de 100%", explica o especialista em transplantes.
A doação do fígado de um paciente que teve morte encefálica no Instituto Dr. José Frota (IJF) fez a diferença entre na vida de uma adolescente de 14 anos. Acometida de hepatite fulminante, ela estava internada no Hospital Infantil Albert Sabin. "O caso da garota (ele não revelou o nome da paciente) não depende de fila, foi prioridade regional. O transplante de urgência ocorreu com sucesso".Para ele, só existe uma maneira de aumentar o número de transplantes no Brasil, mediante uma maior quantidade de doadores por morte encefálica. "Precisamos conscientizar as famílias sobre a morte cerebral. Uma vez constatada, é irreversível. E doar seria um gesto de nobreza que beneficiaria muitas pessoas que necessitam de um fígado, rins, córneas, coração, por exemplo", enfatiza.
O Hospital Walter Cantídio realizou o primeiro transplante de fígado em maio de 2002. No acumulado até o primeiro semestre de 2009, foram 381 transplantes. Este ano, 48, com a possibilidade de chegar a 90 procedimentos, 17 a mais do que no ano passado, quando o HU realizou 73 transplantes, podendo encerrar o ano com um aumento de 23,29% nas cirurgias do tipo no Ceará. "O serviço de transplante de fígado funciona os 365 dias do ano, sempre que há um doador disponível", conclui Garcia.
Na fila por um fígado desde maio de 2007, ele conta que descobriu que tinha hepatite C há cinco anos. Começou o tratamento em Mossoró, mas veio para Fortaleza há 3 meses para aguardar o doador que vai mudar sua vida, garante eleEle é portador de hepatite B desde 2004. Já fez vários tratamentos e passou por internações. O quadro piorou e o transplante era a solução. Realizado em março deste ano, ele está curado. As internações ficaram no passado
PROTAGONISTAS
Pacientes relatam o drama de aguardar por um doador
João de Deus Silva, músico
Este ano, 12 pessoas morreram no Ceará na fila de espera por um transplante de fígado. Em 2008, a falta de doadores resultou no óbito de 42 pacientes que precisavam de um fígado novo para sobreviver, de acordo com o chefe do Serviço de Transplantes de Fígado do Hospital Universitário (HU) Walter Cantídio, Huygens Garcia.
Evandro Maia, transplantado
A tragédia das famílias que perderam os parentes na fila de espera para um transplante não é um problema isolado do Estado, mas reflete "o baixo número de doadores de órgãos no Brasil em relação aos países do primeiro mundo, como os Estados Unidos", lamenta o médico cirurgião do aparelho digestivo.
SUELEM CAMINHA REPÓRTER


sábado, 15 de agosto de 2009

AGÊNCIA CÂMARA


14/8/2009 17h45

Aconteceu
CCJ aprova consolidação das leis de saúde
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou na terça-feira (11) a consolidação da legislação da saúde.
O relator, deputado Colbert Martins (PMDB-BA), apresentou parecer favorável ao Projeto de Lei 4247/08, do senador Tião Viana (PT-AC) – que no Senado tramitou com o número 619/07 –; ao PL 3343/08, da deputada Rita Camata, que tramita apensado ao primeiro; e ao substitutivo do deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA).
As propostas seguem para análise do Plenário.
O projeto de Rita Camata, aprovado pelo Grupo de Trabalho da Consolidação das Leis, baseou-se no do Senado, com pequenas alterações, e recebeu substitutivo de Aleluia, também com alteração de detalhes.
A proposta do Senado colocava-se como uma consolidação da legislação sanitária. Para Rita Camata, "legislação federal em saúde" é mais abrangente e invoca instantaneamente o conteúdo ali consolidado, além de obedecer nota técnica do Ministério da Saúde na qual se argumenta que o termo seria mais preciso e evitaria duplo sentido.
Os textos agrupam em um único documento legal as normas legais sobre o tema. Além de consolidar leis, propõem a revogação de normas ou dispositivos em desuso ou que foram revogados por leis posteriores. Também pedem a revogação de decretos-lei e leis que foram incorporados no código. No entanto, por serem propostas de consolidação, não podem fazer qualquer modificação nas normas existentes.
Crianças e idosos
O projeto do senador Tião Vianna, que optou por chamá-lo de "consolidação da legislação sanitária", não inclui os dispositivos relativos à saúde de crianças e idosos porque o autor acredita que isso poderia mutilar as leis nas quais estão inseridos. Com relação à regulamentação dos profissionais da área, o senador afirmou que ela fica melhor encaixada na consolidação das leis do trabalho.
Já em sua proposta, a deputada Rita Camata afirmou que a primeira preocupação foi verificar quais os diplomas legais que deveriam permanecer ou ser acrescentados à proposta do Senado. Assim, concluiu que deveriam ser retirados da proposta diversos dispositivos que tratam de datas, dos eventos e dos símbolos relacionados à saúde e também aqueles que regulam as profissões da área da saúde.
A parlamentar também incluiu em sua proposta cinco normas que não foram tratadas pelo texto do Senado. Foram agregadas a Lei 10.223/01, que obriga planos de saúde a arcar com a cirurgia plástica reparadora de mama nos casos de mutilação decorrente de tratamento de câncer; a 10.449/02, que trata da venda de camisinhas; a 10.778/03, que obriga a notificação de caso de violência contra a mulher; a 11.521/07, sobre a retirada de órgãos para transplantes; e a 11.633/07, que garante o acesso a informação sobre doação de cordão umbilical e placentário.
A autora também incluiu remissões aos dispositivos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – Lei 8.069/90) e do Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03) que tratam de saúde.
Substitutivo
O relator do projeto no Grupo de Trabalho da Consolidação das Leis, José Carlos Aleluia, recebeu 24 sugestões, sendo que duas delas traziam aprimoramentos do texto feitos pela própria autora. O relator também acatou sugestão de inclusão da Lei 11.664/08, que trata de ações de prevenção, detecção, tratamento e o seguimento dos cânceres do colo uterino e de mama, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Reportagem - Vania Alves Edição – Marcos Rossi e-mail:agencia@camara.gov.br



sexta-feira, 14 de agosto de 2009

DIÁRIO DA SAÚDE

13/08/2009
Terapia com células-tronco tenta recuperar visão de pacientes
CNPq
Recuperação da visão
A descoberta de células do organismo humano com capacidade de se multiplicar e de formar novas células especializadas tem trazido esperança para portadores de doenças crônico-degenerativas para as quais não se dispõe de terapias eficazes.
Entre as pesquisas desenvolvidas nesta área está o tratamento com células-tronco que poderá recuperar a visão de portadores da retinose pigmentar, uma doença genética que causa degeneração da retina e perda gradual da visão, provocando cegueira irreversível. No Brasil estima-se que existem aproximadamente 40 mil portadores desta doença.
Esta pesquisa vem sendo conduzida pelo médico e pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq/MCT), Júlio César Voltarelli, em parceria com os oftalmologistas Rubens Siqueira, Rodrigo Jorge e André Messias, da Universidade de São Paulo (USP).
Células-tronco contra cegueira
De acordo com o oftalmologista Rubens Siqueira, as células-tronco utilizadas nesta pesquisa são derivadas da medula óssea do próprio paciente, ou seja, um transplante autólogo, portanto sem o risco de rejeição.
Cinco voluntários que apresentavam menos de 10% de visão já receberam uma injeção de células-tronco, implantadas na cavidade vítrea do globo ocular. "Estamos com grande esperança que esta terapia para doença degenerativa da retina dê certo. Existem duas possibilidades de sucesso: a primeira é a terapia impedir que a doença continue evoluindo evitando que o paciente caminhe para a cegueira. Se isto for possível já será um avanço considerável. A segunda possibilidade é de o tratamento resgatar funcionalmente a retina, ou seja, proporcionar uma melhora visual o que seria o ideal", afirma Rubens.
Terapia celular
A coleta é realizada pelo hematologista especializado em terapia celular e consiste na retirada de uma pequena quantidade da medula óssea do paciente, através de punção por agulha no osso da bacia.
O material coletado do paciente é então processado no laboratório de terapia celular, para separação das células-tronco.
Cerca de cinco horas após a punção, as células são injetadas no olho do paciente, com anestesia local. Não há necessidade de internação e caso o voluntário sinta muito desconforto, pode ser feito um curativo local.
Estudo experimental
Segundo Siqueira, atualmente responsável pela observação e segurança do procedimento nos pacientes voluntários, é importante ressaltar que se trata de um estudo experimental que visa avaliar a segurança.
"Até o momento nenhum paciente mostrou qualquer complicação. Estamos avaliando também o comportamento funcional da retina. Já observamos respostas positivas nos exames de campo visual e no eletrorretinograma, que é um exame no qual avalia o funcionamento da retina através de potenciais elétricos. Estes achados apesar de serem ainda discretos mostraram sinais de que estamos no caminho certo", afirma o oftalmologista.
Ética em pesquisas
O acompanhamento ocorrerá mensalmente durante um ano. Se os exames mostrarem que estas células voltaram a funcionar, os resultados serão enviados ao Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e o órgão decidirá se haverá ou não continuação da pesquisa.
"As pessoas interessadas neste tratamento estão muito esperançosas. Acreditamos que no próximo ano já teremos informações importantes provenientes destes resultados iniciais e de mais pacientes. A estimativa é que se tudo correr bem, entre 1 a 2 anos poderemos começar a propor como uma opção terapêutica", afirma Siqueira.
O pesquisador afirmou ainda que caso haja sucesso nos resultados, será possível que o tratamento com células-tronco possa ser aplicado também no combate a outras doenças de fundo de olho, como a retinopatia diabética e a degeneração macular relacionada à idade.Fonte:
Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Alagoas 24 Horas

12 de agosto de 2009
Aposentado alagoano vive com dois corações
O escriturário alagoano aposentado Gilberto Ramalho Xavier, 62, tem agora dois corações. Ele recebeu o segundo na madrugada de ontem (11), em transplante realizado pelo cirurgião-cardíaco José Wanderley Neto e sua equipe, na Santa Casa de Misericórdia de Maceió.
Gilberto Xavier, que é casado e pai de dois filhos, sofria de miocardiopatia isquêmica, adquirida em consequência de um enfarte do miocárdio, e estava na fila de transplante há mais de um ano – período bem superior à média, que é de seis meses.
A técnica utilizada, de implantação de um segundo coração, é cientificamente chamada de heterotópica e foi, segundo José Wanderley Neto, a única opção para salvar o paciente. É que o coração doado, que pertencia a uma mulher de menor estatura e peso, sozinho não cumpriria sua função de bombear o sangue.
Por ser menor, o coração doado não tinha indicação de ser transplantado no sr. Gilberto Xavier na forma convencional e iria para outro paciente na fila de transplante em Sergipe. Por isso optamos pelo transplante heterotópico, em que implantamos o coração doado para trabalhar junto com o coração remanescente, que, mesmo com problema, vai ajudar a consolidar o bombeamento do sangue – disse José Wanderley Neto.
Segundo ele, o quadro de saúde do transplantado é bom. “Ele está tendo evolução dentro do esperado”, disse. A previsão de alta é para entre duas a três semanas.
Este foi o quinto transplante cardíaco heterotópico realizado em Alagoas – o primeiro foi em setembro de 1999 - e consolida nacionalmente o domínio da técnica pelo cirurgião José Wanderley Neto e sua equipe. A literatura médica registra apenas 15 transplantes do gênero no país.
Sobrevivente
O aposentado Gilberto Xavier foi o candidato que mais sobreviveu na fila de transplante cardíaco em Alagoas. Foram exatos 16 meses. A média é de seis meses, em razão de que na quase totalidade dos casos são pacientes em condições muito desfavoráveis e as doações não são em quantidade suficiente, além de que muitas vezes quando ocorrem o órgão não é compatível.
Seu drama começou no final de 2007, quando sofreu um enfarte do miocárdio que destruiu parte do coração. Em casos assim, a área lesionada passa a se dilatar, tornando o coração pesado e lento para cumprir sua função.
Em janeiro de 2008 passou por uma cirurgia cardíaca para revascularização do miocárdio, com a colocação de duas pontes de safena e ressecção (retirada) de parte do coração, para dar condições de bombear normalmente o sangue.
Apesar desses esforços – disse José Wanderley Neto – a operação não foi suficiente para lhe dar uma boa condição de vida. A área afetada do coração voltou a se dilatar e contribuir para destruir as áreas ainda sadias. A indicação então era de transplante.
Mas a cirurgia foi de grande importância, pois restabeleceu o fluxo sanguíneo na região cardíaca e contribuiu para dar condições mínimas de funcionamento do coração até o aparecimento de um doador.
Na esperança de que o prazo da doação pudesse ser abreviado, Gilberto Xavier viajou a São Paulo e se inscreveu na fila de candidatos a transplante cardíaco do Instituto do Coração (Incor). Semanas após, reavaliou a decisão: concluiu que suas chances seriam maiores em Alagoas e retornou, cadastrando-se na Central de Transplante em abril.
Enquanto a doação não vinha, o aposentado se internou múltiplas vezes com insuficiência cardíaca no Instituto de Doenças do Coração da Santa Casa, num quadro de crescente agravamento.
A doação
O coração tão esperado por Gilberto Xavier chegou na noite de segunda-feira (10). Pertencia a uma mulher de 51 anos de idade, natural do município de Jacaré dos Homens, que morreu no Hospital do Açúcar em consequência de um aneurisma cerebral. A doação foi autorizada por sua família.
De imediato a equipe da Central de Transplantes do Estado mobilizou o cirurgião-cardíaco José Wanderley Neto e sua equipe e, após os testes que confirmaram compatibilidade entre doadora e receptor, os procedimentos de transplante foram iniciados.
O coração foi retirado da paciente, com morte cerebral declarada horas antes, e levado até a Santa Casa para o transplante, que começou às 3h e acabou às 8h de terça-feira.
Fonte: Assessoria
l

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Jornal Agora

Rio Grande, 12 de Agosto de 2009, Quarta-Feira.
Projeto de lei prevê ampliar informações aos doadores de órgãos

A afixação de cartazes, faixas ou qualquer outro meio de divulgação que informe sobre a doação de órgãos e tecidos em estabelecimentos de saúde pode passar a ser obrigatória, com a aprovação de um projeto de lei de autoria do deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS).

O PL 5686/2009 foi protocolado pelo parlamentar gaúcho, no dia 5 de agosto, e tem o objetivo de informar e incentivar a população a fazer as doação de órgãos, medula óssea, córneas, pele, sangue e outros tecidos.

O projeto estabelece que os referidos instrumentos informem que uma doação de órgãos pode salvar até sete vidas, possuam exemplos de pessoas que receberam órgãos e seus respectivos benefícios, os procedimentos para o cadastro dos doadores, telefone da Central de Transplantes do Estado onde estiver localizado o estabelecimento e locais de coleta.

Para o caso específico de doação de medula óssea, o material deve alertar que, para cadastrar-se como doador, basta doar 10 ml de sangue no hemocentro. Também deve informar sobre o armazenamento de dados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), exemplos de pessoas beneficiadas e o telefone do hemocentro mais próximo.
Beto Albuquerque destaca que a intenção é informar pessoas com potencial para serem doadores e lembra que as despesas para a implantação da lei poderão ser custeadas pela iniciativa privada. “O objetivo deste projeto é fornecer as informações necessárias para o incentivo à doação de órgãos e tecidos dentro dos próprios estabelecimentos de saúde, tanto públicos como privados. Campanhas de esclarecimento são uma necessidade para o aumento do número de doadores, a fim de que o sofrimento das pessoas que fazem parte de uma lista de espera por doação possa ser minimizado”, conclui o parlamentar.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

REDE NOTÍCIA

Com surto de hepatite A em regiões de Goiás, especialista recomenda vacinação das crianças
10 agosto, 2009 por
A vacina contra Hepatite A é indicada para todas as idades a partir de 1 ano de vida. Mesmo após o contato com o vírus, chance de acerto é de 80%. Para diminuir índice de prevalência da doença, especialista diz que são necessárias medidas para melhorar as condições sanitárias básicas, além de campanhas educativas.
O surto de Hepatite A em algumas regiões de Goiás próximas ao Distrito Federal, como na cidade de Luziânia, poderia ser controlado no curto prazo com a vacinação universal das crianças da região. Essa é a opinião da médica Mônica Álvares da Silva, especialista em pediatria, imunologia e alergia, diretora da SBIm/DF (Associação Brasileira de Imunizações – Regional Distrito Federal) e diretora médica da Clínica de Vacinas Imunocentro.
“Para o recente surto de Hepatite A no entorno do Distrito Federal, o ideal é que se faça a vacinação universal da população daquelas regiões. A vacina, apesar de não fazer parte do calendário de rotina de toda a população brasileira, é padronizada pelo Ministério da Saúde para situações de alto risco, como é o caso de Luziânia”, explica a especialista.
A vacina contra Hepatite A é indicada para pessoas com mais de um ano de vida. “É segura e efetiva e confere proteção de longa duração. Além disso, após a vacinação, existe rápida produção de altos títulos de anticorpos protetores, permitindo o controle de surtos da doença”.
O Distrito Federal, por sua vez, conta atualmente com diversos “bolsões de Hepatite A”, como na região de Estrutural, Arapuã, Planaltina, Santa Maria, Riacho Fundo, entre outras áreas. A explicação para isso é a convivência lado-a-lado de regiões de alta e baixa endemicidades. Muitas pessoas, por exemplo, trabalham nas regiões de baixa endemicidade e residem naquelas de alta endemicidade, levando a doença para dentro das casas de famílias, escolas, restaurantes e lanchonetes.
Para a diretora médica do Imunocentro, o fato de a população estar vulnerável à Hepatite A contribui para que pessoas em idades mais avançadas da vida acabem contraindo a doença e desenvolvendo-a de forma grave, com maior índice de complicações. “Isto nos mostra a grande importância de se indicar a vacina a toda a população susceptível, sendo ideal a vacinação universal das crianças brasileiras”. A especialista faz outro alerta: caso a pessoa não tenha se vacinado e tenha contato com o vírus, deve receber a vacina o mais precocemente possível, pois ainda é possível conseguir a proteção contra o vírus.
A experiência clínica de diversos casos no mundo, e que fazem parte da literatura médica, mostra a vantagem em se vacinar uma pessoa mesmo após ter tido contato com o vírus. “Trata-se de uma doença que possui um longo período de incubação (pode chegar a 50 dias). Como a resposta na produção de anticorpos induzida pela vacina é muito rápida, muitas vezes há tempo hábil destes anticorpos impedirem que a doença venha a se manifestar. No entanto, há casos em que a pessoa acaba desenvolvendo a doença, mesmo após a vacinação”.
De acordo com o novo Manual do Ministério da Saúde, a vacina deve ser aplicada até oito dias após o contato com o vírus, com uma chance de acerto de 80%. A vacina contra Hepatite A é indicada para pessoas de todas as faixas etárias, a partir de 1 ano de idade, desde que não tenham desenvolvido a doença. São necessárias duas doses, com um intervalo mínimo de seis meses entre elas, não havendo necessidade de reforço posterior. Ocasionalmente, podem ocorrer reações adversas, geralmente de leve intensidade e transitórias. A vacina é contra-indicada para pessoas com histórico de reação anafilática grave a algum componente da vacina.
Doenças X Infraestrutura
A Hepatite A é uma doença que tem relação direta com o poder aquisitivo da população e com as condições sanitárias básicas e de higiene. Não à toa a prevalência de Hepatite A em uma região é utilizada, de forma indireta, como parâmetro para definição de índice de desenvolvimento sócio-econômico da população. No longo prazo, explica a doutora, o controle da doença pode ser conseguido com medidas para a melhoria das condições de infraestrutura, como fornecimento de água potável, tratamento de esgoto e coleta de lixo, além de campanhas educativas sobre medidas básicas de higiene, como lavar as mãos após o uso do banheiro, por exemplo.
Desinformação é um agravante
A Hepatite A é uma doença que atinge um órgão de extrema importância para o nosso organismo, sendo caracterizada pela inflamação do fígado. Apesar de poder manifestar-se de forma benigna, é uma doença que tem uma duração prolongada, com uma média de 30 a 60 dias de sintomas, podendo durar bem mais. É também uma doença que pode ter complicações graves, evoluindo de forma fatal.
A falta de informação sobre a gravidade da Hepatite A, e de suas complicações, é a principal razão para a disseminação da doença. “Uma grande parte da população brasileira desconhece a existência da vacina contra Hepatite A. E, após contraírem a doença, queixa-se de nunca ter sido orientada por seus médicos a receber a vacina”, afirma a Mônica Álvares da Silva.
Segundo Lucia Bricks, diretora médica da Sanofi Pasteur, divisão de vacinas da Sanofi Aventis, a Hepatite A é responsável por até 40% dos casos de transplante de fígado em crianças menores de 15 anos no sul do País e, mesmo entre as famílias de alta renda, ainda existe muita desinformação sobre os riscos da doença e benefícios da vacinação. “A experiência de países onde a vacina foi introduzida no calendário de rotina mostrou que em menos de dois anos, existe beneficio não apenas para as crianças vacinadas, mas para toda a comunidade”, conta Lucia Bricks.
Para ela, a maior preocupação dos profissionais da área da Saúde em relação à Hepatite A é controlar a doença e mudar o quadro que hoje existe de elevada prevalência na população. “É preciso uma série de ações em diversas frentes, desde a melhoria das condições sanitárias básicas da população, até a promoção de campanhas educativas de amplo alcance na mídia, nas escolas, restaurantes e lanchonetes, órgãos públicos e empresas privadas. A melhor medida é sempre a prevenção da doença. No caso da Hepatite A, é preciso adotar a vacinação universal da criança brasileira, conforme orientação da OMS para países com realidade semelhante à nossa”.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

REDE NOTÍCIA

Célula-tronco reduz mortalidade em vítima de infarto
10 agosto, 2009 por
Um grupo pioneiro de pesquisadores da Universidade de Düsseldorf, na Alemanha, realizou um estudo pioneiro sobre transplante de células-tronco após infarto, que acompanhou os pacientes por um período extenso. O trabalho, publicado no “Journal of the American College of Cardiology”, mostrou uma melhora na função cardíaca e a diminuição da mortalidade a longo prazo.
Todos os 124 pacientes haviam sofrido um infarto e foram submetidos a angioplastia (implantação de stents para desobstruir vasos). Os voluntários puderam escolher se queriam ou não receber também um transplante de células da medula óssea. Metade dos pacientes não quis passar pelo tratamento e foram considerados o grupo controle.
O transplante, feito com células do próprio paciente, foi realizado sete dias após o infarto, em média. Os resultados após cinco anos mostram que a função cardíaca melhorou de 51,6% para 56,9% nos que receberam as células. Nos demais pacientes, ao contrário, a função caiu para 46,9%. No grupo transplantado, houve apenas uma morte, contra sete entre os demais pacientes.
De acordo com o pediatra Carlos Alexandre Ayoub, do Centro de Criogenia Brasil, a formação de neovasos por meio das aplicações de células-tronco já está comprovada em muitas pesquisas. “A cada dia surgem novas técnicas e aplicações para as células-tronco. Por isso a importância das pesquisas científicas realizadas em diversos países, inclusive o Brasil”, afirma Ayoub.
Segundo os pesquisadores alemães, também foi possível notar que a melhora na qualidade de vida dos voluntários que receberam as células se manteve durante os cinco anos do estudo. Atualmente, mais de 300 doenças estão em fase final de testes.
No futuro espera-se reconstituir órgãos inteiros com células-tronco, não dependendo mais de transplante. “É por isso que cada vez mais casais buscam coletar e armazenar as células-tronco do cordão umbilical de seus bebês”, explica o médico Carlos Ayoub.
Centro de Criogenia Brasil

TRIBUNA DO INTERIOR

Osmar Dias 09/08/09
Redação

Uma lei pela vida

A doação de órgãos e tecidos é um ato solidário que salva a vida de muitos brasileiros. A campanha lançada no ano passado pelo Ministério da Saúde, intitulada “Tempo é Vida”, aliada à solidariedade do povo brasileiro, refletiram no aumento do número de doadores da ordem de 20% do ano passado para cá, mas a fila à espera por transplantes no Brasil ainda chega perto de 70 mil pessoas.

A estimativa da Associação Brasileira de Transplantes (ABTO) é a de que só será possível equilibrar a demanda daqui a 10 anos e a necessidade é a de duplicar o número de transplantes nesse período.
Para fazer valer a solidariedade de quem doa e salvar a vida de muitos que estão na fila por transplantes foi que apresentei no Senado Federal projeto de lei que moderniza a legislação de transplantes de órgãos no Brasil. Minha proposta é a de tornar obrigatório para hospitais com mais de 80 leitos, ou que disponham de unidades de emergência ou de tratamento intensivo, a manter uma Comissão de Captação e Doação de Órgãos.
Isso é necessário porque muitas vezes não faltam doadores, mas equipes médicas especializadas para fazer a coleta dos órgãos e tecidos para dar agilidade aos transplantes e salvar mais pessoas.
Segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) o maior problema reside no sistema de captação e distribuição de órgãos e, principalmente, na estrutura precária e falta de organização dos hospitais brasileiros. A ABTO aponta que o índice de óbitos na fila de espera por transplantes é de 40%. Os órgãos que lideram a busca por doações são os rins, depois córnea e fígado.
O Projeto de Lei (PLS 347/07) que apresentei estabelece que a comissão deve ser composta por profissionais do quadro da instituição e ter por finalidade identificar possíveis doadores de órgãos, tecidos ou partes do corpo para fins de transplante ou tratamento entre os pacientes internados, fazer contato com seus familiares com o objetivo de obter autorização para doação, manter os meios de comunicação permanente com as centrais de notificação, captação e distribuição de órgãos da unidade federada em que se localizam e outros definidos pela autoridade sanitária.
Defendo a modernização da lei de transplantes para salvar vidas. É uma questão de saúde pública que pode trazer a felicidade de volta a muitas famílias que hoje correm contra o tempo esperando a oportunidade de viver.
Osmar Dias é líder do PDT no Senado Federal

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Nova forma de biópsia
Tecnologia de ponta Método criado pela USP usa laser para checagem de fígado para transplante ganha o mundo

DANIELLE CASTRO
A biópsia ótica, método desenvolvido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto para agilizar a checagem de fígados para transplante, deve se tornar procedimento padrão no Hospital das Clínicas da cidade a partir do ano que vem.
O trabalho pioneiro de checagem de órgão sem cortes (feito com a ajuda de um laser) tem chamado a atenção da comunidade científica no exterior e ganhou destaque na revista Liver International, uma das mais importantes da área.
Duas etapas do estudo já foram aceitas pela publicação, sendo que as revelações dos testes em animais saem na edição de agosto. Além disso, os convites para divulgar a tecnologia têm aumentado: só neste ano o trabalho foi apresentado nos EUA e na Espanha, sendo que ainda neste semestre será levado à China.
O pesquisador e gastrocirurgião Gustavo Ribeiro de Oliveira, que iniciou o projeto do laser em 2002, disse que a proposta era descobrir uma tecnologia que viabilizasse um laudo objetivo sobre a quantidade de gordura no fígado do doador. "A gordura é um a critério decisivo para um transplante, pois o excesso pode inviabilizar o órgão. Hoje, essa avaliação é feita no 'olho', contando com a experiência do cirurgião, mas isso pode ter erro", disse Oliveira.
O resultado é dado a partir da reação do contato da luz do laser com o tecido do fígado e foi inspirado nos diagnósticos de câncer de pele e cáries, que também usam essa tecnologia. O custo para implantação do laser é baixo, de acordo com o gastrocirurgião, e tem como vantagem o resultado em tempo real, que evita a perda de órgãos durante a espera por uma biópsia tradicional.
O cirurgião e doutorando Rodrigo Borges Correa, que tem conduzido desde 2005 os testes em humanos, disse que ao longo do estudo o equipamento também evoluiu, permitindo mais facilidade de instalação e transporte. "Hoje levamos só o nootebook e, além da gordura, identificamos com o laser se o órgão teve algum sofrimento por doença ou falta de oxigênio, o que influencia na qualidade e no sucesso da doação", disse Corrêa.
Parceria entre RP e São Carlos
O laser usado pelo Grupo Integrado de Transplante de Fígado do HC de Ribeirão Preto foi desenvolvido por meio de uma parceria como o Instituto de Física da USP de São Carlos. A previsão é de que futuramente o feixe de luz possa ser usado para atestar a qualidade de qualquer tecido candidato a transplante. O teste em humanos foi feito com 40 pacientes e os resultados da biópsia ótica teve 70% de equivalência com os dados obtidos por exames físico (observação) e cirúrgico (biópsia tradicional).
A avaliação é feita em três momentos: dentro do corpo do doador, logo após o transporte e no corpo do receptor. Os resultados serão qualificados na próxima semana e defendidos em janeiro pelo cirurgião Rodrigo Correa. Só em 2009, o HC de Ribeirão Preto realizou 23 transplantes de fígado. A fila de espera desse órgão é de 120 pacientes ordenados conforme a gravidade do caso. (DC)

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

DIARIO DO NORDESTE

DIARIO DO NORDESTE
PROPORCIONAL À POPULAÇÃO
Ceará é o 1º em transplante de coração no Brasil


No primeiro semestre de 2009, o Ceará registrou 2,6 doadores por milhão de pessoas, superando São Paulo.
O Ceará está dando exemplo em doação de órgãos e realização de transplantes no Brasil.
No primeiro semestre deste ano, o Estado se destaca como o que mais efetivou transplantes de coração proporcionalmente à população e como terceiro em números absolutos de cirurgias do tipo.
Dos procedimentos em geral, a quantidade de transplantes realizados aumentou 20,6% no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Na prática, o número de operações passou de 310 para 374 de um ano para o outro.
Os dados são da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).
Nacionalmente, o Estado é o que mais doa. No primeiros seis meses de 2009, o Ceará registrou 2,6 doadores por milhão de pessoas. São Paulo e Paraná ficaram com índice de 2,5.
Em número absolutos, as posições se invertem. São Paulo fica à frente, com 53 transplantes de coração realizados; Paraná com 13 e Ceará com 11. Os dados são de janeiro a julho. Até ontem, o Estado contava com 13 cirurgias.No primeiro trimestre deste ano, a média nacional de doadores era de oito por um milhão de pessoas. No mesmo período, o Ceará apresentava índice maior, de 10,1, na mesma proporção. No ranking nacional, o Estado ocupava a 8ª posição entre os estados.
Contabilizando-se o semestre, porém, houve melhora significativa, pois o Ceará passou para a 4ª posição, com 11,7 doadores por milhão de habitantes. A meta para 2011 é atingir o índice 12, como informa a assistente social da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) do Estado, Rosângela Gaspar Cavalcante.“Se conseguirmos manter esse ritmo, antes do fim do ano poderemos chegar ainda mais perto da meta”, vislumbra. O índice de 11,7 coloca o Ceará atrás apenas de São Paulo, Santa Catarina e Acre, sendo que esse último se destaca devido à população pequena.O fato de o Ceará ter passado à frente de estados como Rio Grande do Sul e Paraná revela um avanço no setor e mostra características próprias do cearense. “Nossa população é muito solidária, está atendendo bem ao apelo de salvar vidas. O trabalho dos profissionais nos hospitais de referência do Estado é de dedicação total”, enfatiza.Para incrementar o serviço, são feitas capacitações.
No ano passado, houve dois cursos de formação de coordenadores educacionais de transplante.
Hospital de Messejana
O resultado da pesquisa da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos não foi surpresa para o coordenador da Unidade de Transplantes Cardíacos e Insuficiência Cardíaca do Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, cardiologista João David de Souza.Ele atribui essas conquistas ao trabalho realizado nos últimos 12 anos no Estado para incentivar a doação de órgãos e coloca o hospital entre os três maiores do Brasil em termos de transplantes cardíacos.No caso específico do Hospital de Messejana, no primeiro semestre deste ano foram realizados 11 transplantes do coração. “Ontem, fizemos mais quatro, totalizando 15 transplantes este ano”.
Marta Bruno e Suelem Caminha Repórteres