domingo, 15 de fevereiro de 2009

Doação de Órgãos

Doação de Órgãos
Doe órgaos! A vida pode continuar
!


O Ministério da Saúde determina que todos os hospitais públicos, privados e filatrópicos, com mais de 80 leitos, constituam uma "Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes".

A equipe de profissionais da Comissão do Hospital Tacchini atua desde 2002, tendo já realizado inúmeras captações de órgãos, com apoio permanente da comunidade local e regional, além da participação intensa de todos os colaboradores e médicos do Corpo Clínico do Hospital Tacchini.

Tirando suas dúvidas


1. Como posso me tornar um doador de órgãos?
O passo principal para você se tornar um doador é conversar com a sua família e deixar bem claro o seu desejo. Não é necessário deixar nada por escrito. Porém, os familiares devem se comprometer a autorizar a doação por escrito após a morte. A doação de órgãos é um ato pelo qual você manifesta a vontade de que, a partir do momento da constatação da morte encefálica ou da parada cardio-respiratória, uma ou mais partes do seu corpo (órgãos ou tecidos), em condições de serem aproveitadas para transplante, possam ajudar outras pessoas.Há duas situações para ser um doador: aquela em que o doador morre da parada cardio-respiratória (o coração para de bater), é o doador de córneas e ossos; e a morte encefálica, é o doador para múltiplos órgaos.


2. Quais os requisitos para ser considerado um doador?
Ter identificação e registro hospitalar;
Ter a causa da morte estabelecida e conhecida;
Não apresentar hipotermia (temperatura do corpo inferior a 35ºC), hipotensão arterial ou estar sob efeitos de drogas depressoras do Sistema Nervoso Central;
Passar por dois exames neurológicos que avaliem o estado do tronco cerebral. Esses exames devem ser realizados por dois médicos não participantes das equipes de captação e de transplante;
Submeter-se a exame complementar que demonstre morte encefálica, caracterizada pela ausência de fluxo sangüíneo em quantidade necessária no cérebro, além de inatividade elétrica e metabólica cerebral;
Estar comprovada a morte encefálica. Situação bem diferente do coma, quando as células do cérebro estão vivas, respirando e se alimentando, mesmo que com dificuldade ou um pouco debilitadas.
Observação: Após diagnosticada a morte encefálica, o médico do paciente, da Unidade de Terapia Intensiva ou da equipe de captação de órgãos deve informar de forma clara e objetiva que a pessoa está morta e que, nesta situação, os órgãos podem ser doados para transplante.


3. O que é morte encefálica?
É a morte do cérebro, incluindo tronco cerebral que desempenha funções vitais como o controle da respiração. Quando isso ocorre, a parada cardíaca é inevitável. Embora ainda haja batimentos cardíacos, a pessoa com morte cerebral não pode respirar sem os aparelhos e o coração não baterá por mais de algumas poucas horas. Por isso, a morte encefálica já caracteriza a morte do indivíduo. Não podemos nos confundir com coma. Todo o processo pode ser acompanhado por um médico de confiança da família do doador. É fundamental que os órgãos sejam aproveitados para a doação enquanto ainda há circulação sangüínea irrigando-os, ou seja, antes que o coração deixe de bater e os aparelhos não possam mais manter a respiração do paciente. Mas se o coração parar, só poderão ser doadas as córneas.


4. Quero ser um doador de órgãos. O que eu posso doar?
a) CÓRNEAS - retiradas do doador até seis horas depois da parada cardíaca e mantidas fora do corpo por até sete dias.

b) CORAÇÃO - retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por no máximo seis horas.

c) PULMÕES - retirados do doador antes da parada cardíaca e mantidos fora do corpo por no máximo seis horas.

d) RINS - retirados do doador até 30 minutos após a parada cardíaca e mantidos fora do corpo até 48 horas.

e) FÍGADO - retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por no máximo 24 horas.

f) PÂNCREAS - retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por no máximo 24 horas.

g) OSSOS - retirados do doador até seis horas depois da parada cardíaca e mantidos fora do corpo por até cinco anos.

h) MEDULA ÓSSEA - se compatível, feita por meio de aspiração óssea ou coleta de sangue.

i) PELE.

h) VALVAS CARDÍACAS.


5. Para doar córneas é preciso estar em morte encefálica?
Não somente. As córneas podem ser retiradas até 6 hs após a parada do coração. O limite de idade é de 2 a 80 anos.

6. Quem não pode doar?
Pacientes portadores de insuficiência orgânica que comprometa o funcionamento dos órgãos e tecidos doados, como insuficiência renal, hepática, cardíaca, pulmonar, pancreática e medular.
Portadores de doenças contagiosas transmissíveis por transplante, como soropositivos para HIV, doença de Chagas, hepatite B e C, além de todas as demais contra-indicações utilizadas para a doação de sangue e hemoderivados.
Pacientes com infecção generalizada ou insuficiência de múltiplos órgãos e sistemas.
Pessoas com tumores malignos - com exceção daqueles restritos ao sistema nervoso central, carcinoma basocelular e câncer de útero - e doenças degenerativas crônicas.


7. Quem recebe os órgãos e/ou tecidos doados?
Quando é reconhecido um doador efetivo, a central de transplantes é comunicada, pois apenas ela tem acesso aos cadastros técnicos com informações de quem está na fila esperando um órgão. Além da ordem da lista, a escolha do receptor será definida pelos exames de compatibilidade entre o doador e o receptor. Por isso, nem sempre o primeiro da fila é o próximo a receber o órgão.


8. Como garantir que meus órgãos não serão vendidos?
As centrais de transplantes das secretarias estaduais de saúde controlam todo o processo, desde a retirada dos órgãos até a indicação do receptor. Assim, as centrais de transplantes controlam o destino de todos os órgãos doados e retirados.


9. A retirada dos órgãos deforma o corpo?
Não. A diferença não dá para perceber. Aparentemente o corpo fica igualzinho. Aliás, a lei é clara quanto a isso: os hospitais autorizados a retirar os órgãos têm que recuperar a mesma aparência que o doador tinha antes da retirada. Para quem doa não faz diferença, mas para quem recebe sim!


10. Quem arca com os custos de doação?
Todas as despesas são pagas pelo Sistema Único de Saúde. (SUS)


11. Posso doar meus órgãos em vida?
Sim. Também existe a doação de órgãos ainda vivo. O médico poderá avaliar a história clínica da pessoa e as doenças anteriores. A compatibilidade sangüínea é primordial em todos os casos. Há também testes especiais para selecionar o doador que apresenta maior chance de sucesso. Os doadores vivos são aqueles que doam um órgão duplo como o rim, uma parte do fígado, pâncreas ou pulmão, ou um tecido como a medula óssea, para que se possa ser transplantado em alguém de sua família ou amigo. Este tipo de doação só acontece se não representar nenhum problema de saúde para a pessoa que doa. Para doar órgãos em vida é necessário:

Ser um cidadão juridicamente capaz; Estar em condições de doar o órgão ou tecido sem comprometer a saúde e aptidões vitais;
Apresentar condições adequadas de saúde, avaliadas por um médico que afaste a possibilidade de existir doenças que comprometam a saúde durante e após a doação;
Querer doar um órgão ou tecido que seja duplo, como o rim, e não impeça o organismo do doador continuar funcionando;
Ter um receptor com indicação terapêutica indispensável de transplante;
Ser parente de até quarto grau ou cônjuge.

No caso de não parentes, a doação só poderá ser feita com autorização judicial.


12. Que órgãos e tecidos podem ser doados em vida:
Rim
Medula Óssea (se compatível, feita por meio de aspiração óssea ou coleta de sangue)
Fígado (apenas parte dele, em torno de 70%)
Pulmão (apenas parte dele, em situações excepcionais)


Fontes: www.abto.org.br - www.saude.gov.br