quarta-feira, 13 de maio de 2009

TRANSPLANTE OSSEO

13/05/2009 - 13:00
Agência Estado

Livro alerta para artrite infantil rara que pode causar deformidades

Agência Estado
Por Clarissa Thomé

São Paulo - Divulgar o transplante de ossos e tecidos passou a ser encarado como missão pela jornalista Larissa Jansen, 31 anos. Diagnosticada aos 7 anos com artrite idiopática juvenil (AIJ) - doença que atinge as articulações, causa dor, edemas e limita movimentos - ela narra sua experiência em Diário de um Transplante Ósseo - Na Real Dois, que distribui gratuitamente. Não há dados epidemiológicos sobre a doença no Brasil, mas na América do Norte e na Europa a incidência chega a 1 com a doença a cada 1 mil crianças.

A artrite idiopática juvenil é responsável por 5% das operações no Centro de Cirurgia do Quadril do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia. É a forma de artrite crônica mais comum na infância, que deve ser diagnosticada e tratada rapidamente ou pode levar à incapacidade funcional e causar deformidades, diz a presidente do Departamento de Reumatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, Sheila Knupp. Ela acompanhou 450 pacientes em 20 anos no serviço de reumatologia do Instituto de Pediatria e Puericultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Larissa conta na obra a rotina em consultórios, a espera pelo doador, a demora para ter leito em hospital público. A AIJ afeta principalmente mulheres com menos de 16 anos e tem causa desconhecida (por isso o termo idiopático). Pode afetar várias articulações. Ela desenvolveu a forma mais grave da doença, a AIJ poliarticular sistêmica, que atinge mais de quatro articulações e pode afetar outros órgãos, como coração e fígado. Se hoje anti-inflamatórios e imunomoduladores de última geração ajudam a estabilizar o paciente, 25 anos atrás a realidade era outra. As inflamações provocaram perda óssea e Larissa passou por cirurgia para colocação de prótese nos quadris, aos 16 anos, quando a deformação não permitia que ela andasse.

Viveu dez anos de "trégua", até ser informada que precisava voltar à mesa de operação. Dessa vez, para um transplante ósseo. Larissa descobriu que ela não precisava de um doador compatível. "As pessoas doam coração porque sabem que vão salvar vidas. Doar ossos é doar qualidade de vida", defende. O caso de Larissa é extremo. Sheila Knupp lembra que o diagnóstico precoce e o tratamento correto permitem que a criança leve vida normal. "Muita gente acha que criança não tem reumatismo. Os pais devem levar a sério se o filho estiver mancando, reclamar de dor. Pode ser o início da artrite."

Clarissa Thomé

Quarta 13 de Maio de 2009 - O Sollo
Saúde autoriza novo centro de transplante na Bahia

Unidade contribuirá para o aumento no número de atendimentos no Brasil. Em 2008, foram realizados 363 procedimentos no estado

O Ministério da Saúde autorizou nesta quinta-feira, 7 de maio, um novo centro especializado em retirada e transplante de tecido ocular humano na Bahia. Portaria publicada no Diário Oficial da União credencia o Hospital dos Olhos da Conquista a realizar o procedimento.

A unidade contribuirá para o aumento no número de atendimentos na Bahia e no Brasil (veja quadro). Atualmente, há 937 hospitais e 1.282 equipes habilitadas para realizar transplantes em todo o país. Na Bahia, são 32 centros e 39 equipes transplantadoras cadastradas.

Dados do Ministério da Saúde mostram que, o estado realizou 363 transplantes de diversas modalidades em 2008, 28% a mais que no ano anterior. Em todo o país, foram 18.989 transplantes em 2008. O número representa um aumento de 9% em relação a 2007, quando foram feitos 17.428. Foi justamente a habilitação de novos centros, ao lado da quantidade maior de doadores vivos, que impulsionou o crescimento do número de atendimentos no Brasil.

No mesmo dia em que o centro baiano foi credenciado, o Ministério da Saúde autorizou o Hospital do Olho, em São Paulo, a realizar retirada e transplante de tecido ocular humano. Já a Associação Hospitalar de Proteção à Infância e a Rede de Assistência a Saúde Metropolitana, ambas no Paraná, foram habilitadas a realizar busca ativa e retirada de múltiplos órgãos e tecidos. A Bahia realizou 284 transplantes em 2007 e 363 em 2008.
Fonte: Agência Saúde