sexta-feira, 16 de novembro de 2012

ATX-BA - informando - ABTO


Continuamos mantendo a rota

EDITORIAL


Estamos  próximos  da  metade  do  tempo  planejado  de  10 anos, até 2017,  os objetivos propostos em 2007 estão sendo atingidos.  Comparado  com  o  ano  anterior,  obtivemos  um aumento de 15% na taxa de notificação (43,6 pmp), de 21% na taxa de doadores efetivos (12,9 pmp), de 16% na taxa de doadores efetivos com órgãos transplantados (12,3 pmp) e de 5% na taxa de efetivação da doação. (29,7%).


Houve um crescimento de 9,4% na taxa de transplantes renais (28,5 pmp) e de 10,5% na taxa de transplantes hepáticos e uma queda de 13,1% na de transplante de pâncreas. Deve- se comemorar o aumento expressivo da taxa de transplantes cardíacos (39%) e pulmonares (34%), ressaltando, entretanto, que  esses  números  estão  muito  abaixo  do  esperado  em relação a taxa de doadores do país e a necessidade estimada de transplantes.

Os transplantes de córneas cresceram 6,8% (82,1pmp) e estão muito próximos de atingirem a necessidade estimada (90 a 95 pmp), a chamada ”fila zero. Cinco estados e o Distrito Federal já realizam mais transplantes que a necessidade: DF (188 pmp), GO (161 pmp), SP (140 pmp), PE (119 pmp), PR (102 pmp) e ES (92 pmp). A lista de espera, de acordo com o crescimento no número de transplantes, vem caindo sendo atualmente de 6.451 pacientes.

Um aspecto que deve ser melhor avaliado é o número de pacientes em lista de espera para transplante de órgãos. A diminuição dos pacientes em lista para o transplante de rim, atualmente de 20.005, não deve ser creditada ao aumento dos transplantes (ainda insuficiente), mas a talvez um pequeno ingresso em lista (no RS grande dificuldade dos pacientes do SUS marcarem consulta de investigação para ingresso em lista de espera por problemas burocráticos) e por inativação por  vários  motivos dos  pacientes  em  lista  de  espera  (soro vencido, recusas de transplante, etc).   O número esperado em lista de espera para o transplante renal seria em torno de 30.000 a 35.0000.   também uma diminuição no número de pacientes em  lista de espera para transplante hepático (1.351) e um persistentemente pequeno número de pacientes em lista de espera para transplante de coração (192) e de pulmão (152).


Em  relação  a  taxa  de  doadores  efetivos  destacaram-se  SC (25,6 pmp), CE (22,1 pmp), DF (20,8 pmp) e SP (19,1 pmp), seguidos pelo RS (17,0 pmp), RN (15,6 pmp), ES (15,2 pmp) e RJ (15,0 pmp).   A negativa familiar foi responsável por 27,4% das causas de não efetivação da doação, mas 45% das famílias entrevistadas  recusaram a doação (1.178 de 2.617), sendo as taxas mais elevadas observadas no MA (80%), AC ( 75%), PB (67%), MS (60%) e BA (60%), sugerindo que se deveria trabalhar de  forma  mais  aprofundada  esse  tema  nesses  estados.    A morte  encefálica  não  pode  ser  confirmada  em  522  casos (8%), sendo os estados com maior dificuldade RO (50%), AC (48%), PB (32%) e ES (32%), também nesses estados se deveria atuar mais nesse aspecto. a parada cardíaca, que ocorreu em   895 casos (14%), com maior frequência no MS (45%) e em GO (45%), não está apenas relacionada a  problemas de manutenção  do  potencial  doador,  mas  também  a  demora no diagnóstico de ME ou outras situações.  Também se está utilizando doadores mais idosos, em torno de 14% tinham acima de 60 anos de idade.
No transplante renal destacaram-se RS (50,5 pmp), SP (47,7 pmp) e PR (41 pmp). O RS é o único estado que realiza mais do 40 transplantes pmp com doador falecido (42,1 pmp), graças ao projeto de receber rins não utilizados em outros estados, enquanto que PR (15,8 pmp) e SP (14,4 pmp) são ainda os únicos estados que realizam mais do que 10 transplantes renais com doador vivo pmp.  A queda no número de transplantes com  doador  vivo  persiste,  sendo  responsável  por  apenas 26,7% dos transplantes renais, quando era em torno de 50% há cinco ou seis anos. A taxa de doador vivo não parente e não cônjuge, está caindo (5,1%).
No transplante hepático, a taxa com doador vivo foi de 7,9%, e está diminuindo de forma mais lenta que no  transplante renal., sendo realizado de forma consistente, apenas em SP (2,2 pmp), RJ (1,2 pmp) e PR (0,8  pmp). Destacaram-se CE (20,2 pmp), SC (18,1 pmp), PE (15,9 pmp) e DF (15,6 pmp) nessa modalidade de transplante.

O transplante cardíaco foi realizado em nove estados e o DF (6,7 pmp) e o CE (3,6 pmp) apresentaram o melhor desempenho, enquanto que o transplante pulmonar foi realizado em somente três estados, RS (2,9 pmp), SP (0,8 pmp) e CE (0,5 pmp).

Apenas sete estados realizaram transplante de pâncreas, sendo PR (2 pmp) e SP (2 pmp) os mais ativos, seguidos por MG (1,4 pmp) e CE (1,4 pmp). O transplante simultâneo de rim e pâncreas foi a modalidade mais empregada (76,4%), seguido do transplante de pâncreas após rim (16,2%) e do transplante isolado de pâncreas (7,4%).

Portanto, apesar de dificuldades como portarias de imunossupressãoo não condizentes com a realidade atual, dificuldades burocráticas para o ingresso de pacientes do SUS em lista de espera, em pelo menos um estado, que devem ser revertidas, as novidades são positivas com reajustes nos valores de remoção de órgãos e de transplantes (falta o reajuste do ambulatório, há 14 anos com o mesmo valor) e com as tutorias e os resultados obtidos refletem o trabalho das equipes de transplante, das  coordenações hospitalares e OPOs, das Centrais Estaduais, da Central Nacional e do SNT, com a atuação da ABTO. Entretanto, o desafio é grande e não podemos baixar a guarda.
Dretoria e Conselho da ABTO

 

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