sexta-feira, 5 de março de 2010

FAXAJU


Saúde

Publicado em: 04/03/2010 06:46:18
Transplantes de córnea registram crescimento de quase 80% em um ano

“Senti uma sensação de alívio, porque a deficiência visual é uma prisão, onde se vive num mundo adverso. Poder enxergar e ter a visão total é uma sensação de liberdade muito grande”.
A declaração é do fisioterapeuta Breno Santiago Almeida, 27 anos, ao descrever o sentimento que teve após se submeter, em março do ano passado, ao segundo transplante de córnea e poder se livrar definitivamente de um problema que começou a se agravar aos 13 anos de idade.



O fisioterapeuta, que fez a primeira cirurgia em 2004, quando se submeteu ao transplante da córnea do olho esquerdo, foi um dos beneficiados com a agilização do processo de captação, decorrente da implantação do Banco de Olhos de Sergipe, em janeiro de 2009. A unidade funciona no ambulatório de retorno do Centro de Acolhimento e Diagnóstico por Imagem (Cadi), localizado no Centro Administrativo Augusto Franco, bairro Capucho, zona oeste da capital.


Em 2008, quando o Banco de Olhos ainda não existia, foram realizados 59 transplantes de córnea no Estado. No ano passado, foram 102, o que representa um aumento de quase 80%. “Tivemos 66 doadores com a captação de 132 córneas, que nos permitiu realizar esses 102 transplantes”, explica Benito Fernandez, coordenador da Central de Transplantes de Órgãos e Tecidos de Sergipe (CNCDO/SE), unidade vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Diretoria de Gestão de Sistemas.


Segundo ele, das 132 córneas captadas, cerca de 70% a 80% foram de pacientes que morreram por parada cardiorrespiratória no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), onde há a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT). O não aproveitamento das outras 30 córneas se deu por diversos fatores. “Algumas foram de pacientes que apresentaram sorologia reagente a doenças infectocontagiosas, como hepatites B e C, enquanto em outras havia deficiências no tecido, com poucas células”, diz Fernandez.


Êxito

Os dados apresentados por Sergipe vão na contramão das estatísticas nacionais. No final de fevereiro, o Ministério da Saúde divulgou que, apesar dos investimentos em transplantes aumentarem 343% em oito anos, no último balanço as cirurgias de córnea (tecidos) apresentaram leve queda de 1,76%. Em 2008, foram realizados no país 12.951 transplantes desse tipo contra 12.723 em 2009.


Para a secretária de Estado da Saúde, Mônica Sampaio, maior que o impacto numérico causado pelos dados apresentados por Sergipe é a importância desses transplantes na vida das pessoas. “Ampliar a captação de doadores e fazer a Central de Transplantes aumentar a sua produção é garantir uma nova possibilidade de vida àqueles que sofrem devido às limitações físicas congênitas ou provocadas”, destacou.


Banco de Olhos

Antes da unidade começar a funcionar em Sergipe, o tempo médio entre a captação da córnea, avaliação, processamento e o transplante era de 12 dias. “Com o Banco de Olhos, esse tempo foi reduzido à metade”, informa o coordenador da CNCDO/SE, acrescentando que a equipe que atua 24 horas na unidade é formada por seis enfermeiros, dois médicos e um atendente


Até o final de 2008, as córneas captadas em Sergipe eram avaliadas e processadas no Banco de Olhos do Distrito Federal. “Isso demandava muito tempo e contribuía para a redução da qualidade do tecido a ser transplantado”, explica Benito Fernandez. Depois do óbito, as equipes da CNCDO ou da CIHDOTT têm até seis horas para a retirada da córnea e mais 12 horas para preservá-la, podendo utilizá-la até 14 dias depois.


Doação
Além dos investimentos do governo na área, o aumento do número de doações depende do envolvimento dos profissionais que atuam nos hospitais e dos familiares. “Graças à solidariedade de 66 famílias, ampliamos em quase 80% o número de cirurgias no ano passado, em comparação a 2008”, ressalta o coordenador da CNCDO.


Vinculada à Diretoria de Gestão de Sistemas da SES, a Central de Transplantes é responsável pelo cadastro de pacientes na fila de espera e pela distribuição dos órgãos captados. “A participação dos profissionais de saúde é vital para o processo de detecção do potencial doador, assim como da família, que é quem autoriza a doação”, destaca Benito Fernandez.
O fisioterapeuta Breno Santiago, desde que se submeteu ao primeiro transplante, passou cinco anos na fila de espera por um novo doador. “Em abril de 2004, houve uma inflamação na córnea esquerda, que chegou ao ponto de romper, e tive que fazer às pressas uma cirurgia de urgência”, recorda. Desde a infância, em consequência de um problema genético, ele sofria com a perda progressiva da visão, problema que se agravou aos 13 anos.
“Depois dessa cirurgia, a primeira vez que enxerguei algo nítido com o olho esquerdo foi um ano e quatro meses depois, mas entre três e quatro meses após o transplante já pude voltar a fazer simples atividades diárias, como até mesmo transitar de carro”, lembra. Segundo ele, a segunda cirurgia, realizada no olho direito no ano passado e que lhe permitiu abandonar de vez o tratamento com lentes de contato, foi menos traumática.

terça-feira, 2 de março de 2010

Notícias ATX-BA

Ao ler o livro “C sua vida mudasse”, o recomendo como pessoa e presidente da ATX-BA para todos portadores ou não de Hepatite C, pois, de acordo com Dr. Raymundo Paraná que fez o prefácio do livro no Brasil “Trata-se de um instrumento educativo para médicos e pacientes de qualquer especialidade, mas, sobretudo, oferece uma história apaixonante, cujo desfecho é recompensador” e vai além “A amplitude do que é descrito neste livro e as conseqüências em cada um que surgiram de um paciente portador de hepatite C reforçam em cada um de nós a redescoberta de valores como cidadania, a compaixão e o compromisso humanitário”.

Kennedy lança livro sobre hepatite C para pacientes em São Paulo

“C sua vida mudasse” é o resultado da convicção de que a defesa de uma causa pode resultar em boas políticas na área de saúde. Neste livro, Christopher Kennedy Lawford, sobrinho do ex-presidente americano J.F. Kennedy e portador de hepatite C, e a médica Diana Sylvestre, presidente da Califórnia Hepatitis Alliance, dialogam com o leitor e contam as próprias experiências, discutindo os medos e as frustrações, o estigma social e outras dúvidas que surgem após o diagnóstico dessa doença crônica, trazendo informações médicas sobre os riscos, os exames médicos necessários, os tratamentos, etc. Ambos mostram como encarar as dificuldades e divulgar esses esclarecimentos, oferecendo esperança aos pacientes, amigos e familiares.

O lançamento do livro foi no dia 04 de dezembro 2009, onde Christopher Kennedy Lawford, sobrinho do ex-presidente norte-americano John F. Kennedy, lançou o livro “C sua vida mudasse” para pacientes e representantes de ONGs relacionadas, às 8h, no Hotel Renaissance, em São Paulo.

Promovido pelo Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite, o evento discutiu a recente incorporação do Programa epatites Virais pelo Ministério da Saúde, além de atualizar os pacientes sobre os tratamentos disponíveis em apresentação do Dr. Raymundo Paraná, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, e mostrar como a saga contra a doença motivou Christopher Kennedy a combater a falta de informação sobre a hepatite C. No Brasil, a doença atinge mais de 3 milhões de pessoas.

Assim como os pacientes brasileiros, Christopher Kennedy encarou seu próprio medo, o preconceito das pessoas, as escolhas e conquistou o sucesso com o tratamento. O livro, cuja versão original é registrada sob o título “Healing Hepatitis C”, intercala capítulos com relatos da história pessoal com detalhes sobre a luta contra a hepatite C ao lado de capítulos pontuados pela médica Diana Sylvestre, que traz o lado do especialista no trato com o vírus – ainda desconhecido à época do diagnóstico.

Na ocasião, pacientes e representantes de ONGs discutiram como a hepatite C deve ser encarada pelos próprios pacientes e sociedade. Para Christopher, ter hepatite C não é motivo de vergonha, e o diagnóstico pode salvar uma vida. “Você não precisa morrer de hepatite C se não quiser”, afirma Christopher no livro.

O evento contou ainda com o apoio da Aliança Independente de Grupos de Apoio, AIGA (da qual a ATX-BA faz parte), Sociedade Brasileira de Hepatologia, Fórum de Patologias do Estado de São Paulo (FOPESP), Hotel Renaissance e Roche Brasil.

Sobre Christopher Kennedy Lawford: Christopher é filho da irmã do ex-presidente americano John F. Kennedy, Patrícia, com o ator Peter Lawford. Nascido na Califórnia cresceu em meio à vida de Hollywood e ao mundo da política. Bacharel em Artes pela Tufts University e em Direito pela Boston College Law School, Christopher possui mestrado em Psicologia Clínica pela Harvard Medical School e trabalhou mais de 15 anos em Hollywood como ator, advogado, executivo e produtor. Também atuou como executivo do The Democratic National Committee, no The Community Action for Legal Services Agency, e no escritório do senador Edward M. Kennedy, além de trabalhar em campanhas políticas. Atualmente, Chris trabalha com ações sem fins lucrativos na Fundação Joseph P. Kennedy Jr., The Special Olympics e The Center on Addiction and Substance Abuse na Universidade de Columbia. Ele também atua como consultor público do Caron Treatment Centers e é disseminador internacional em campanhas sobre Hepatite C.

Márcia Chaves
ATX-BA

segunda-feira, 1 de março de 2010

Vida e Saúde

segunda-feira, 1 de março de 2010, 12:32 Online

Brasil avança na área de transplantes de órgão, diz associação
Segundo a ABTO, há Estados brasileiros com números comparáveis ao dos melhores países do mundo
Agência Brasil

Arquivo AE
Questão da morte encefálica ainda é uma das principais barreiras para os transplantes

BRASÍLIA - O Brasil está progredindo na área de transplante de órgãos e hoje é reconhecido internacionalmente pelo trabalho que desenvolve, segundo o presidente da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), Ben-Hur Ferraz Neto.

Doação de órgãos no Brasil cresce 26% em 2009

"Hoje, o país é reconhecido internacionalmente pela sua participação nessa área. Há estados com números comparáveis ao dos melhores países do mundo", disse, em entrevista à Rádio Nacional. "Uma das coisas boas desse programa é que ele é subsidiado, na sua totalidade, pelo Sistema Único de Saúde (SUS)."

Apesar do progresso, ressaltou o presidente da ABTO, há um longo caminho a percorrer, já que algumas regiões ainda encontram dificuldades para realizar os transplantes. "A gente está no caminho certo. No entanto, ainda tem muita coisa a ser feita. A gente tem diferenças regionais muito grandes. Há regiões onde é muito difícil o serviço de transplante de órgãos."

De acordo com Ferraz, muitas pessoas ainda têm resistência em autorizar a doação de órgãos por achar que a morte encefálica é algo reversível ou por pensar que o parente pode estar em de coma ou em estado vegetativo.

"É importante que as pessoas entendam que a morte encefálica é uma morte como outra qualquer. O diagnóstico da morte encefálica é extremamente rigoroso. A legislação brasileira é uma das mais rigorosas do mundo. Não há nenhuma possibilidade de haver erro nesse diagnóstico."

Segundo o médico, um doador em morte encefálica pode salvar mais de dez pessoas. Ele lembrou que somente a família pode autorizar a doação de órgãos.
estadao.com.br

Correio Brazilienze

Brasil avança na área de transplantes de órgão, diz presidente de associação
Agência Brasil
Publicação: 28/02/2010 15:33

O Brasil está progredindo na área de transplante de órgãos e hoje é reconhecido internacionalmente pelo trabalho que desenvolve, segundo o presidente da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), Ben-Hur Ferraz Neto.
“Hoje, o país é reconhecido internacionalmente pela sua participação nessa área. Há estados com números comparáveis ao dos melhores países do mundo”, disse, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional. “Uma das coisas boas desse programa é que ele é subsidiado, na sua totalidade, pelo Sistema Único de Saúde [SUS].”

Apesar do progresso, ressaltou o presidente da ABTO, há um longo caminho a percorrer, já que algumas regiões ainda encontram dificuldades para realizar os transplantes. “A gente está no caminho certo. No entanto, ainda tem muita coisa a ser feita. A gente tem diferenças regionais muito grandes. Há regiões onde é muito difícil o serviço de transplante de órgãos.”

De acordo com Ferraz, muitas pessoas ainda têm resistência em autorizar a doação de órgãos por achar que a morte encefálica é algo reversível ou por pensar que o parente pode estar em de coma ou em estado vegetativo.

“É importante que as pessoas entendam que a morte encefálica é uma morte como outra qualquer. O diagnóstico da morte encefálica é extremamente rigoroso. A legislação brasileira é uma das mais rigorosas do mundo. Não há nenhuma possibilidade de haver erro nesse diagnóstico.”

Segundo o médico, um doador em morte encefálica pode salvar mais de dez pessoas. Ele lembrou que somente a família pode autorizar a doação de órgãos.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

A Tarde On Line

BRASIL
24/02/2010 às 09:33

SUS oferece mais similar que genérico, diz pesquisa
Agência Estado

Pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública alerta para o fato de que em um grupo de unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) havia mais oferta de medicamentos similares do que de genéricos. O estudo, que avaliou a disponibilidade de genéricos também em uma amostra de farmácias privadas, estimou ainda que os genéricos à venda competiam, em preço, entre si e com os medicamentos similares - e não com as drogas que copiam os medicamentos de referência, o que contraria política do setor.

O trabalho, inédito, foi realizado em maio de 2007 e verificou a disponibilidade de 28 genéricos em 182 farmácias públicas e privadas de 25 municípios de todas as regiões brasileiras. É considerado um retrato da realidade nacional, mas não é representativo para o País, segundo destacaram pesquisadores da escola, entidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que por sua vez é vinculada ao Ministério da Saúde.

De acordo com o estudo, publicado na revista Cadernos de Saúde Pública, os genéricos estão presentes em 21% dos estabelecimentos públicos pesquisados. Já os similares foram achados em 30% dessas farmácias. Para a maioria das drogas buscadas, a oferta disponível em estabelecimentos públicos foi menor do que 10%. Das 28 drogas, 10 não foram achadas na forma genérica em nenhuma das regiões. O genérico do medicamento albendazol, contra parasitas intestinais, foi o mais encontrado.

"É digno de nota comentar que o setor público (...) deveria observar a lei 9.787 (dos genéricos), que reafirma, junto às demais resoluções relacionadas, estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, as diferenças adotadas pelo País entre genéricos e similares. Sendo assim, medicamentos diferentes não poderiam competir para abastecimento (...)", anotou o grupo de profissionais da escola, liderado pela farmacêutica Elaine Silva Miranda, pesquisadora visitante da Fiocruz.

A pesquisadora, procurada ontem por meio da assessoria de imprensa, não quis comentar os resultados. Também a Anvisa informou que não falaria sobre o trabalho, do qual participou também um funcionário da agência. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

http://www.atarde.com.br/brasil/noticia.jsf?id=1394925

Yahoo Notícias

THE NEW YORK TIMES


Nova modalidade de cirurgia: órgãos transplantados fazem sua parte e desaparecem
Sex, 26 Fev, 03h35


Jonathan Nunez tinha 8 meses de idade quando um transplante de fígado salvou sua vida.
Três anos depois, seu corpo rejeitou o transplante, atacando-o de forma tão violenta que o órgão foi desgastado e desapareceu, mal deixando rastro.

Esse resultado, aparentemente um desastre, era exatamente o que os médicos esperavam. Eles tinham, propositadamente, interrompido o remédio anti-rejeição de Jonathan porque ele já não precisava mais do órgão transplantado.

Seu próprio fígado tinha se regenerado - exatamente como esperado.

Jonathan, um garotinho de 4 anos com um sorriso tímido e apaixonado por dinossauros, faz parte de um pequeno grupos de crianças nos Estados Unidos que passaram por um tipo bastante incomum de cirurgia de transplante, uma operação que - para as poucas pessoas elegíveis - oferece uma vantagem tremenda: uma vida normal, livre de remédios anti-rejeição, que suprimem o sistema imunológico e aumentam o risco de infecções, câncer e outros problemas.

Normalmente, pacientes de transplante devem tomar essas drogas poderosas por toda a vida.

Em transplantes dentro do padrão, o órgão doente é completamente removido e um novo é colocado em seu lugar.

A diferença na operação de Jonathan e outras crianças é que apenas uma parte do fígado do paciente é removida, e é substituída por uma parte do fígado do doador.
Primeiro, para evitar a rejeição, o paciente toma as drogas usuais.
Depois, os médicos observam e esperam.

O fígado tem uma capacidade extraordinária de se regenerar, especialmente em crianças, e a esperança é que, enquanto o transplante faz sua parte, o que resta do próprio fígado do paciente se regenera e começa a funcionar novamente.

O processo pode levar um ano ou mais; no caso de Jonathan, levou três anos.

Se o fígado se regenera e cresce o suficiente, os médicos começam a interromper os remédios anti-rejeição.

O sistema imunológico do paciente se reativa e, na maioria dos casos, destrói gradualmente o órgão transplantado, que já não é mais necessário.

A vida volta ao normal, livre do compromisso diário de tomar pílulas e arcar com seus riscos e custos.

"Acho que precisamos promover essa ideia", disse Dr. Tomoaki Kato, cirurgião de Jonathan.
Ele trabalha no NewYork-Presbyterian Hospital/Columbia University Medical Center, mas realizou o transplante de Jonathan em 2006 no Hospital Memorial Jackson/Universidade de Miami. "Grande parte da comunidade que trabalha com transplante está focada em libertar os pacientes da imunossupressão, e essa é uma forma de fazê-lo", acrescentou.

Porém, apenas uma fração mínima dos pacientes de transplante são candidatos à operação: certas crianças com insuficiência hepática aguda - provavelmente menos de 100 por ano nos Estados Unidos, onde 525 pessoas com menos de 18 anos se submeteram a transplantes no ano passado.

A operação é difícil. Ela é mais longa e mais arriscada do que o transplante padrão, e os cirurgiões alertam que os pacientes devem ser cuidadosamente selecionados, pois nem todos podem resistir à cirurgia.

A operação foi realizada pela primeira vez na Europa no início da década de 1990 e mais tarde nos Estados Unidos. No entanto, os resultados foram confusos - o fígado nem sempre se regenerou - e a cirurgia nunca foi realmente aceita (em jornais médicos, o procedimento é chamado de transplante auxiliar parcial ortotópico de fígado).

Kato afirmou que os resultados podem ter sido insatisfatórios porque as primeiras tentativas foram feitas com adultos. "Acho que o segredo são as crianças", disse ele.

Os melhores candidatos são crianças com insuficiência hepática aguda, uma condição mortal na qual o fígado para de funcionar de repente, muitas vezes por motivos desconhecidos.

Embora o fígado possa ser capaz de se recuperar, ele não o faz de forma rápida o suficiente para evitar danos cerebrais e morte pelas toxinas acumuladas.

A única forma de salvar a vida de alguém com essa condição é realizando um transplante de fígado - ou metade dele.

Esses transplantes parciais não funcionam nos casos de doenças hepáticas crônicas que causam cicatrizes, pois isso impede que o fígado se regenere.

Kato realizou a cirurgia em sete crianças, entre 8 meses (Jonathan) e 8 anos de idade, no Jackson Memorial.

Até o momento, o próprio fígado do paciente se recuperou em seis das sete crianças, e elas não precisam mais tomar drogas anti-rejeição, disse Kato. Ele espera que a necessidade dos remédios logo seja extinta para a sétima criança.

Em quatro delas, ele contou que o órgão transplantado "se derreteu" completamente sozinho, mas em dois outros casos, incluindo o de Jonathan, foi necessário remover um remanescente ou limpar uma infecção. O primeiro caso desse tipo de transplante realizado por Kato foi em 1997.

A criança passou três meses na UTI. "Não achamos que foi um sucesso", disse ele. Porém, depois de dois anos o fígado se recuperou completamente. "Isso nos fez acreditar que valia a pena", afirmou Kato.

Outros cirurgiões também já tentaram o processo. Dr. Alan Langnas, diretor de transplante de fígado do Nebraska Medical Center, afirmou ter realizado a cirurgia em cerca de dez pacientes, a maioria crianças, nos últimos 15 anos.

Em alguns casos, ele contou, o fígado do paciente não se regenerou. Pelo menos um caso exigiu um segundo transplante. "Acho que o sucesso sempre foi um pouco confuso", disse Langnas.
"Depende da seleção do paciente e do quão bem seu fígado natural se recupera. Mas é uma opção importante para alguns pacientes".

Dr. Simon Horslen, diretor medico de transplante de fígado e intestino do Hospital Infantil de Seattle, que estava no centro de Nebraska quando as operações foram realizadas ali, disse: "Nas mãos certas, é uma técnica maravilhosa." Cirurgiões do Kings College, em Londres, também realizaram a cirurgia nos últimos 20 anos, em 20 crianças, de 1 a 16 anos de idade.

Dezessete delas sobreviveram. Uma precisou de um segundo transplante, mas em 14 crianças seu próprio fígado se regenerou. Até o momento, 11 puderam interromper a medicação anti-rejeição.

Num artigo recente publicado num jornal médico, a equipe do Kings College afirmou que a operação deve ser considerada para crianças que precisam de transplante devido a uma insuficiência hepática aguda.

Entretanto, Dr. J. Michael Millis, chefe de transplantes do Centro Médico da Universidade de Chicago, disse: "Esse procedimento não tem tido muito sucesso na maioria dos casos que tentamos". Ele acrescentou: "Até mesmo na série de Kato, o tempo de operação é quase duas vezes maior, então os pacientes devem passar o dobro de tempo na sala de cirurgia, e acho que esse é o verdadeiro tendão de Aquiles" (um transplante de fígado geralmente leva cerca de seis horas).

Operações longas exigem que os pacientes recebam uma quantidade maior de líquido intravenoso, algo que as crianças com insuficiência hepática geralmente não toleram, disse Millis, explicando que o líquido causa um inchaço no cérebro que pode matá-las. "Há uma década espero que as crianças possam fazer isso", disse.

"Quando consigo um fígado adequado, elas já estão doentes demais. Elas têm que entrar e sair da sala de cirurgia e voltar para a UTI o mais rápido possível, com o mínimo de líquido".

Langnas tem preocupações similares. "Às vezes, essas crianças estão tão doentes que, literalmente, elas têm horas ou um dia de vida", disse ele. "Nessas circunstâncias, não queremos correr riscos".

Jonathan Nunez, cuja família vive em Miami, tinha um caso clássico de insuficiência hepática aguda. Aos 8 meses, ele era perfeitamente feliz e saudável, mas de repente passou a ficar ranzinza e sonolento. Ele chorava demais, comia pouco e começou a vomitar. O menino ficou amarelo, seu estômago e suas pernas incharam. O diagnóstico era insuficiência hepática aguda, causa desconhecida.

A única esperança era um transplante. No Jackson Memorial, Kato sugeriu um transplante parcial. A mãe de Jonathan, Yailin Nunez, afirmou que ela e o marido imediatamente concordaram, porque a cirurgia oferecia pelo menos uma chance de que Jonathan pudesse levar uma vida normal, sem imunossupressores.

Crianças com insuficiência hepática aguda estão no topo da lista, e Jonathan recebeu um transplante um dia depois de entrar na fila de espera. Ele teve uma recuperação bastante difícil, mais do que a maioria dos pacientes de Kato.

Episódios severos de rejeição exigiram altas doses de esteróides. Outras complicações o fizeram entrar e sair do hospital durante três meses. O menino ficou estável, mas seu próprio fígado não parecia estar se regenerando; certo momento, ele até encolheu.

Yailin Nunez jamais desistiu de ter esperanças, mas depois de dois anos Kato começou a duvidar que o fígado de Jonathan algum dia se recuperaria. O médico cogitou removê-lo para evitar problemas. Aí o fígado começou a crescer.

No último mês de setembro, o fígado de Jonathan já era grande o suficiente para funcionar sozinho. Ele já não precisava mais de transplante.

Os médicos começaram a diminuir as doses das drogas anti-rejeição e o sistema imunológico de Jonathan se encarregou do resto. Em setembro, o órgão transplantado estava visível em exames de tomografia computadorizada.

Em novembro, tinha desaparecido. Entretanto, o órgão transplantado tinha se atrofiado tão rapidamente que um local onde tinha se conectado ao intestino delgado não teve a chance de se fechar adequadamente. Um abscesso se formou, causando febres e deixando Jonathan bastante doente.

Ele precisou tomar antibiótico e passar por um procedimento para drenar a infecção. Dois meses depois, no dia 28 de janeiro, no NewYork-Presbyterian Morgan Stanley Children's Hospital, Kato operou o menino para remover completamente o abscesso.

Poucos dias depois, Jonathan e sua família voltaram para casa, em Miami. "No final de tudo, estou tão feliz", disse Yailin Nunez. "Sinto que tenho tanta sorte porque o fígado do meu filho se regenerou.

As complicações foram uma luta, e não saber o que causou a insuficiência hepática do meu filho me assombra até hoje. Mas ele pode levar uma vida normal, sem imunossupressores. Isso é o que importa. Há esperança mesmo quando se recebe notícias devastadoras".

"Quando funciona, é ótimo", disse Langnas. "Em Seattle, estão considerando o procedimento", afirmou Horslen.

© 2010 New York Times News Service Tradução: Gabriela d'Ávila


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Correio Braziliense

Cientistas descobrem o local exato do nascimento das células-tronco adultas hematopoéticas

O achado pode viabilizar uma espécie de autotransplante, diminuindo as chances de complicações Paloma Oliveto

Publicação: 23/02/2010 07:00 Atualização: 23/02/2010 12:54

Uma descoberta de cientistas norte-americanos pode significar, no futuro, a cura para doenças que atacam o plasma, como leucemia, diabetes tipo 2, mielomas múltiplos (tumores que atingem a medula óssea), linfomas e anemia falciforme. Pela primeira vez, eles conseguiram localizar a região onde os vertebrados produzem células-tronco adultas hematopoéticas (CTH), que têm apresentado os melhores resultados, até agora, nas terapias contra doenças autoimunes. Essas estruturas são aquelas com capacidade de se autorrenovar e se diferenciar em diversos tipos de células sanguíneas e do sistema imunológico Hoje, o grande problema para os pacientes é a dificuldade de encontrar doadores compatíveis, o que, muitas vezes, inviabiliza o transplante.

Com o experimento realizado no câmpus de San Diego da Universidade da Califórnia, a rejeição estaria descartada, já que as células-tronco poderiam ser retiradas do próprio indivíduo. Publicada na edição online da revista Nature, a pesquisa é apontada como o primeiro passo para o desenvolvimento de terapias mais seguras e efetivas.

Embora alguns cientistas já desconfiassem que as CTH seriam formadas na aorta dorsal, o processo do nascimento e desenvolvimento das células jamais havia sido observado. Para constatar que realmente é nessa região que elas surgem, os pesquisadores utilizaram o embrião de um peixe-zebra. Por ser bastante transparente, a estrutura permite uma boa visualização — a equipe conseguiu, inclusive, filmar o momento em que as CTH se desenvolvem. “Um grande número de estudos conflituosos já havia proposto diferentes locais de origem, o que deixava a questão controversa. Usando luz fosforescente sobre o tecido dos embriões do peixe-zebra, porém, conseguimos identificar o local exato do crescimento das células-tronco hematopoéticas , que ocorre diretamente na aorta dorsal”, disse ao Correio David Traver, professor de biologia e principal autor do estudo.

De acordo com ele, se for possível gerar CTHs saudáveis dos pacientes doentes e então transplantá-las para suas próprias medulas ósseas, muitas complicações poderiam ser evitadas. “Nossa descoberta é um passo importante para atingir esse objetivo, porque fornece um melhor entendimento sobre como as células-tronco hematopoéticas se tornam o que são. Com isso, será possível induzir as células-tronco pluripotentes, aquelas capazes em se transformar em qualquer tecido, a se transformarem em CTHs, algo que, atualmente, não acontece”, explica. “Em outras palavras, estamos um passo mais próximos de entender como gerar clinicamente as CTHs para uso terapêutico, a partir das células pluripotentes.”

Uma das grandes vantagens de uma terapia à base das próprias células do indivíduo é evitar a rejeição. Os transplantes atuais dependem da infusão das células-tronco de um doador na medula óssea do paciente, para gerar novas células saudáveis. Porém, o procedimento é frequentemente arriscado e pode resultar em complicações fatais, em parte, devido à “doença do transplante contra o hospedeiro”, que ocorre quando há rejeição, e os linfócitos T atacam os tecidos da pessoa que recebe as células.

Mais avanços
Outra pesquisa publicada neste mês no jornal da Federação Norte-americana das Sociedades para Biologia Experimental poderá combater também a rejeição do transplante de medula óssea. Usando células de ratos, cientistas dos Estados Unidos e do Irã descobriram uma nova estratégia para fazer os transplantes de células-tronco embrionárias menos suscetíveis à rejeição pelo sistema imunológico do receptor. A tecnologia consiste na fusão de células da medula com as embrionárias. Uma vez juntas, as células híbridas contêm o DNA tanto do doador quanto do receptor, aumentando a esperança de que não seja necessário o uso de medicações fortes para evitar que o organismo do paciente considere a doação um corpo estranho.

“Nosso estudo mostrou que as células transplantadas da medula óssea podem se fundir não apenas com as semelhantes, mas também com as não hematopoéticas, sugerindo que, se pudermos entender melhor o processo dessa fusão, talvez consigamos tratar várias doenças com as células-tronco da medula óssea do próprio paciente”, disse, no estudo, o pesquisador Nicholas Zavazava, da Universidade de Iowa. Ele lembra porém que, apesar de serem extremamente promissores para as futuras terapias com células-tronco embrionárias, os resultados podem demorar um longo tempo para serem colocados na prática.

O professor e os demais pesquisadores envolvidos usaram duas distensões musculares retiradas de ratos. Uma do doador e outra do receptor. Quando as células-tronco da medula óssea foram transplantadas, eles verificaram que, no organismo do camundongo que recebeu as estruturas, havia três diferentes tipos de células: a do doador, a do receptor e as fundidas, cujo DNA era composto por ambos os ratos. Os cientistas, então, descobriram que essas células podem se fundir com diferentes tipos, incluindo as dos rins, do coração, do fígado e do intestino. Embora seja preciso mais trabalho para determinar as utilidades clínicas da experiência, a descoberta aumenta a possibilidade de as células-tronco embrionárias se fundirem para transplantar órgãos de forma a evitar a rejeição. Outra possibilidade é fundi-las a órgãos em falência para ajudá-los a se regenerar.

“Diferentemente de máquinas, nas quais uma mesma peça pode ser usada para diferentes modelos e funções, os seres humanos são personalizados, e nosso sistema imune faz o controle de qualidade”, diz Gerald Weissmann, no editorial da publicação. “Como resultado, as partes do corpo ou os órgãos transplantados precisam ser muito parecidos com o padrão imunológico do receptor. Essa pesquisa usa células-tronco da medula óssea para fundi-las com tecidos do paciente, de forma que nada do que for transplantado possa seja rejeitado pelo sistema imunológico”, elogiou, no texto.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), vinculado ao Ministério da Saúde, neste ano deverão surgir 9.580 novos casos de leucemia no Brasil. Em dezembro de 2008, o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) conseguiu cadastrar 960 mil doadores mas, apesar de crescente, o número é considerado insuficiente para atender a todos os pacientes que precisam do transplante, principalmente pelo fato de a probabilidade de se achar um doador transplante, principalmente pelo fato de a probabilidade de se achar um doador compatível no Brasil ser de um em 100 em mil.

Veja como funcionam as células-tronco

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

ABTO - RBT

Registro Brasileiro de Transplantes
Veículo Oficial da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos
Ano XV - no 4 - Janeiro/Dezembro 2009
RBT • ABTO
Jan/DEZ 2009



EDITORIAL Ano de 2009


O ano de 2009 foi positivo em termos de doação e transplante no país, tanto que as metas propostas – de 8,5 doadores efetivos por milhão de população (pmp), de 4.000 transplantes de rim e de 1.300 de fígado – foram superadas. Terminamos o ano com 1.658 doadores (8,7 pmp)
e com 4.259 transplantes renais e 1.322 hepáticos. Esses são os melhores resultados já obtidos no país e nos permitem antever que podemos alcançar em 2010 o nosso objetivo de 10 doadores pmp, de 4.800 transplantes renais e de 1.500 transplantes hepáticos, desde que se mantenha o empenho de todos os setores envolvidos.


Obtivemos um crescimento de 26% na taxa de doação, devido ao aumento de 16% na taxa de efetivação, que passou de 22% para 25,5% (ainda distante do nosso objetivo de 40%) e um aumento de 8% na taxa de notificação, que passou de 32,5 pmp para 34,2 pmp (também, ainda longe da meta prevista para 2017 de 50 notificações pmp).


Em relação à taxa de doação nos Estados, observamos duas situações que merecem uma análise um pouco mais detalhada, a dos Estados populosos com baixa taxa de doação e a dos Estados da região Norte. A primeira situação é a de Minas Gerais (7,4 doadores pmp), Rio de Janeiro (4,4 doadores pmp) e Bahia (3,8 doadores pmp), que juntos têm 25% da população do Brasil. Se estes tivessem obtido a taxa de doação do país (8,7 pmp), teríamos 9,6 doadores pmp, próximos da meta para 2010 (10 pmp). Um esforço concentrado nesses Estados pode ser uma estratégia interessante para esse ano.
A segunda situação e, seguramente, a mais trágica, é a da região Norte. Seus sete Estados concentram 40% do território nacional, 8,1% da população e uma taxa de doação ínfima (1 pmp). Somente o Acre e o Pará utilizam doadores falecidos, demonstrando a necessidade urgente de se desenvolver projetos de incentivo à doação e ao transplante nessa região, como uma estratégia, até, humanitária.


O fato a ser comemorado é que em apenas quatro Estados houve queda na doação (MG, RJ, RN e RS), em um houve estagnação (AL) e nos demais 16 Estados e no DF houve crescimento – destacando-se Santa Catarina que se aproxima dos 20 doadores pmp (19,8).

Os transplantes renais apresentaram um crescimento de 12% às custas do transplante com doador falecido, que aumentou 24,2%. Enquanto que o transplante renal com doador vivo diminuiu 2,4%. E essa queda foi de 10,7% no doador vivo não parente, que passou de 6,9% para 6,3%. Pela primeira vez, 60% dos transplantes renais foram obtidos de doador falecido.
Como nos últimos anos, a taxa de aproveitamento dos rins de doador falecido foi de 80%. São Paulo (42,8 pmp) e Santa Catarina (42,5 pmp) ultrapassaram os 40 transplantes renais pmp nesse ano.


Os transplantes hepáticos cresceram 12,4% às custas dos transplantes com doador falecido, que aumentaram 14%. Embora o número de transplantes com doador vivo tenha permanecido inalterado, pela primeira vez nos últimos nove anos a taxa ficou abaixo dos 10% (9,2%). Houve uma queda na taxa de aproveitamento do fígado, que passou de 84% em 2008 para 72% em 2009. Santa Catarina (16,2 pmp) e São Paulo (16,2 pmp) obtiveram taxa superior a 15 transplantes hepáticos pmp.


O número de transplantes cardíacos permaneceu inalterado, com uma taxa muito baixa no país (1,1 pmp). O aproveitamento do coração caiu de 15% em 2008 para 12% nesse ano. Apenas Ceará (3 pmp) e Distrito Federal (2,9 pmp) realizaram mais do que 2,5 transplantes cardíacos pmp. Já os transplantes pulmonares apresentaram um crescimento de 11,1%, mas o número é muito baixo: apenas 59 transplantes em 2009 (0,3 pmp). O aproveitamento dos pulmões é de somente 4% e apenas o Rio Grande do Sul (3,7 pmp) realizou mais que um transplante pmp.


Os transplantes de pâncreas vêm apresentando uma pequena queda desde 2004, tendo sido de 8,1% nesse ano. O aproveitamento do pâncreas caiu de 13% em 2008 para 10% dos doadores em 2009. Os transplantes de pâncreas isolado foram responsáveis por 10% e os transplantes de pâncreas após rim por 15% dos transplantes de pâncreas no país. Todos foram realizados em São Paulo (3,9 pmp).


Uma recomendação final: não se deve utilizar a taxa de doadores por milhão de população para as cidades. Essa medida deve ser apenas para Estados, regiões ou países. Pois, nas capitais a taxa
será invariavelmente mais alta – a população atendida pelos hospitais das capitais é maior que a população real.
Apenas como exemplo nesse ano, se utilizássemos esse indicador, que NÃO deve ser empregado, em Florianópolis teríamos 63,1 doadores pmp, Porto Alegre 38,5 pmp, Belo Horizonte 36,5 pmp, Fortaleza 32,5 pmp e São Paulo 30,3 pmp.


Vamos desde o início de 2010 aprimorar as medidas educacionais e organizacionais para que possamos novamente cumprir as metas propostas.
Bom ano a todos!
Valter Duro Garcia
Editor do RBT

Último Segundo

Muda o perfil do doador de órgãos do País
23/02 - 15:48 Fernanda Aranda, iG São Paulo

O País registrou recorde de doações de órgãos no ano passado e junto com os números nasceu um novo perfil de doador. Antes, o ponto de partida para salvar a vida de quem precisava de um novo coração, rim, pulmão ou fígado era mais bem mais trágico do que o atual.

As vidas salvas por um transplante iniciavam, em maioria, com um acidente de carro, um tiro, a queda de motocicleta ou outra morte violenta que transformava jovens com menos de 30 anos em doadores de órgãos. Agora, segundo dados divulgados hoje pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), o quadro prevalente é outro.


Pela primeira vez, a faixa etária majoritária dos doadores do país ficou entre 41 e 60 anos (grupo que somou 41% nos dados), um pouco à frente da parcela entre 18 e 41 anos (40%). Também está diferente o motivo que prevaleceu nas causas de morte encefálica – as doações só podem ser feitas nestes casos, quando o cérebro para de funcionar, mas outros órgãos não. Os traumatismos, que já foram maioria, deram lugar para os acidentes vasculares cerebrais (AVC) – 48% contra 41%.

A identificação de que os doadores estão mais velhos e são, na maioria, vítimas de doenças crônicas abre espaço para que as mulheres ocupem mais espaço nos estatísticas de doadores. Hoje, o sexo masculino responde por 59% e o feminino por 41%. A diferença é explicada porque, com a violência predominante entre os motivos de doação, elas ficam atrás nos números, já que eles – afirma o Ministério da Saúde – são mais suscetíveis aos assaltos, acidentes de trânsito e brigas. Com o aumento do AVC nos casos, a tendência é de equilíbrio de gêneros. E este novo perfil é comemorado pelos grupos de transplante, que só conseguem alterar o destino de seus pacientes quando um órgão compatível aparece.

Na avaliação de Ben-Hur Ferraz Neto, novo presidente da ABTO e médico da área no Hospital Albert Einstein, o novo cenário faz com que as doações de órgãos não precisem ser fundamentadas apenas nas sequelas da violência urbana, as grandes fábricas de traumas. “É uma boa notícia para toda sociedade. No mundo ideal, não teríamos uma doação originada em um trauma”, afirma.

Novos desafios para novos doadores

Saber da mudança de característica dos 1.658 doadores que no ano passado foram a ponte para a realização de 5.998 transplantes (aumento de 26% em relação a 2008) impõe novos desafios a este tipo de cirurgia. Alfredo Inácio Fiorelli, responsável pelos transplantes do Instituto do Coração (Incor), lembra que quanto mais velho o doador maior é o cuidado necessário para o aproveitamento dos órgãos.

Maria Cristina Ribeiro de Castro, da área de transplantes do Hospital das Clínicas reitera que “é necessário um trabalho mais investigativo por parte da equipe médica para identificar um potencial doador” quando a origem da morte encefálica não é um trauma. “A vítima de violência urbana entra no hospital já com todas as evidências de que poderá doar seus órgãos. Já no caso de um AVC, é preciso um acompanhamento mais próximo”, completou.

Menos recusa familiar

Ainda que o perfil de doadores esteja mudando, “uma tendência já mundial agora acompanhada pelo Brasil” – nas palavras de Rosana Nothen, coordenadora do Sistema Nacional de Transplante do Ministério da Saúde – muitas histórias de transplantados cruzam com a de doadores em momentos de extrema violência. Um dos exemplos foi o da menina Eloá Pimentel, de 15 anos. Em outubro de 2008, ela foi assassinada pelo namorado após ser mantida em cárcere privado por quase três dias dentro de sua casa na grande São Paulo. Todo o sequestro foi acompanhado pela imprensa. Depois, a mídia noticiou que a morte da menina foi o início da “nova vida” de três pessoas que receberam seu coração, pâncreas e rim.

Para os especialistas em transplante, a prevalência de histórias como esta mostram que os médicos e equipes que atuam na captação de órgãos precisam ser treinados e estar preparados para abordar os parentes de potenciais doadores que chegam aos hospitais. É a forma de falar que pode reverter o índice atual de 21% de recusa familiar dentre os casos de insucesso da doação.

“Não importa se a morte encefálica foi motivada por um AVC ou um acidente de carro. É preciso saber acolher a família e capacitar os profissionais dos hospitais, saber dialogar”, afirma Ben-Hur, o presidente da ABTO. “Se a família não confia no sistema de saúde, não vai confiar na doação”, completa Alfredo Fiorelli, da área de transplante do Incor.


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Diário de Pernambuco

Doação de órgãos bate recorde
Em Alta // Foram 1.658, ou 8,7 doadores por milhão da população. Isso representa crescimento de 26% em relação a 2008

São Paulo - O Brasil registrou em 2009 número recorde de doadores de órgãos. Foram 1.658, ou 8,7 doadores por milhão da população (ppm). Isso representa um crescimento de 26% em relação ao ano anterior (7,2 ppm) e supera a meta da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), que era de 8,5 ppm.

O número de transplantes de rim - órgão cuja fila de espera é a mais longa no país - também superou a meta. Foram 4.259 cirurgias, 12,5% a mais que em 2008. Os resultados, segundo a ABTO, são os melhores já alcançados. O balanço completo dos transplantes realizados em 2009 será divulgado pela entidade na terça-feira.

"Se for mantido o empenho de todos os setores envolvidos, podemos alcançar em 2010 a meta de 10 doadores por milhão e de 4.800 transplantes renais", afirma o presidente da ABTO, Ben-Hur Ferraz Neto. Ele atribui o avanço no número de doadores ao trabalho de capacitação que vem sendo realizado com os profissionais de saúde, principalmente com os médicos que fazem a identificação de possíveis doadores e o intermédio com a família.

Mas o crescimento ainda é pequeno para atender a demanda de mais de 60 mil brasileiros que esperam por um órgão. Na Espanha, por exemplo, o número de doadores chega a 36 ppp. Nos Estados Unidos é 26. "No Brasil as distorções regionais são imensas. Os estados de São Paulo e Santa Catarina têm índices de países desenvolvidos. Já na Região Norte, apenas Acre e Pará tiveram doadores falecidos em 2009", conta Ferraz Neto. Santa Catarina registrou o índice de 19,8 doadores ppm e São Paulo saltou de 12,2, em 2008, para 17,5 - alta de 43%. Em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul houve queda.

Doações em 2009: 1.658. Equivale a 8,7 doadores ppm
Doações em 2008: 7,2 doadores ppm
Meta para 2010: 10 ppm
Ppm= por milhão da população

Fonte: Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Agência Câmara

18/02/2010 10:29
Projeto aperfeiçoa sistema de captação de órgãos para transplante

Tramita na Câmara o Projeto de Lei 6686/09, do Senado, que torna obrigatória a criação, no âmbito do Sistema Nacional de Transplantes, de organizações de procura de órgãos ou tecidos para transplantes, de caráter intra ou inter-hospitalar, com a finalidade de identificar potenciais doadores
.

Conforme o projeto, essas organizações serão responsáveis pelo monitoramento das unidades notificadoras de doadores, de estabelecimentos públicos ou privados, existentes em determinada área geográfica e terão sua estrutura, composição e atividades definidas em regulamento.

Para a captação de córneas, poderão ser criadas organizações de procura de córneas, que deverão proceder à busca ativa de doadores com parada cardíaca irreversível, providenciar os exames sorológicos indicados, captar, preparar, avaliar e preservar as córneas, entre outras atribuições definidas em regulamento.

O objetivo das medidas propostas, segundo seu autor, senador Osmar Dias (PDT-PR), é dar mais efetividade ao Sistema Nacional de Transplantes, pelo aprimoramento da captação de órgãos e tecidos.

Atualmente, quando se identifica um potencial doador em unidade de terapia intensiva ou pronto-socorro, é obrigatória a notificação à Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos (CNCDO), descentralizada em Organização de Procura de Órgãos (OPO). O projeto propõe a criação das comissões para zelar pelo cumprimento dessa obrigação.

Além disso, o projeto estabelece que as doações em caso de doador vivo, para transplantes em cônjuge ou parentes consangüíneos até o quarto grau, obedecerão às diretrizes estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina.

As diretrizes a serem observadas em caso de utilização de órgão sólido ou parte de órgão proveniente de doador vivo têm se aperfeiçoado ao longo do tempo. As novas regras atingem hoje também as doações inter vivos de doadores não aparentados. Atualmente, esse tipo de procedimento precisa ser autorizado pela Justiça.

De acordo com o novo regulamento, o transplante precisará passar pelo crivo de uma comissão de ética formada por funcionários do hospital onde será realizado o procedimento. Só com a aprovação dessa comissão é que o caso segue para análise judicial.

Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Reportagem - Rejane Xavier
Edição – Wilson Silveira

Agência Câmara de Notícias

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Diário da Saúde

10/02/2010
Após transplante de medula, pacientes voltam a fazer planos para o futuro
Paulo Roberto Andrade - Agência USP
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O tratamento com células-tronco é agressivo: os médicos retiram as células-tronco da medula óssea e aplicam uma carga intensa de quimioterápicos para destruir a medula que não funciona adequadamente, reimplantando depois as células-tronco. [Imagem: Ag.USP]



Esclerose múltipla

Pacientes com esclerose múltipla voltam a sonhar com um futuro promissor e retomam antigos projetos após o transplante de medula óssea.

Essa é a constatação do psicólogo Fabio Augusto Bronzi Guimarães que avaliou a qualidade de vida desses pacientes antes e depois do tratamento realizado com células-tronco.

Guimarães explica que a esclerose múltipla é uma doença autoimune, em que o sistema imunológico passa a ter uma hiperatividade, atacando o sistema nervoso central.

"A doença causa inúmeros problemas em quase todas as funções motoras. É uma doença crônica e debilitante", esclarece. O tratamento convencional é feito com imunossupressores e imunomoduladores principalmente. Em casos mais graves, o tratamento não surte os efeitos esperados e a doença evolui.

Vida ativa

O estudo, desenvolvido no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP), revelou a recuperação de uma vida ativa em pacientes que estavam limitados pela doença, afastados do trabalho e dependentes de outras pessoas.

A pesquisa, concluída em dezembro último, teve como objetivo avaliar a qualidade de vida em pacientes que fizeram o transplante de células-tronco hematopoiéticas (produzidas pela medula óssea).

Eles foram entrevistados em três momentos: no pré-transplante, no pós-transplante imediato (30 dias após) e no pós-transplante tardio (um ano após). "A qualidade de vida é um bom indicador do impacto que a esclerose múltipla causa na vida da pessoa, assim como o impacto do tratamento para o paciente", ressalta o psicólogo.

Tratamento com células-tronco

O tratamento com células-tronco é agressivo. Primeiro, os médicos retiram as células-tronco da medula óssea e aplicam uma carga intensa de quimioterápicos, para destruir a medula que não funciona adequadamente. Por último, faz-se o transplante das células-tronco saudáveis, para que a nova medula funcione normalmente.

Guimarães utilizou uma amostra de 34 pacientes, todos internados no HCFMRP, aplicando um método híbrido de pesquisa, sendo uma parte quantitativa e outra qualitativa. As informações foram coletadas por meio de perguntas feitas diretamente aos pacientes, e não por meio de prontuários e entrevistas com médicos responsáveis, tendo, portanto, um caráter mais subjetivo.

Pesquisa qualitativa

Foi traçado um histórico da doença e os pacientes indagados sobre as expectativas com o transplante e o futuro. "As questões eram relativas ao antes e depois do adoecer, às mudanças após o surgimento da esclerose, ao tratamento com células-tronco, às fontes de apoio do paciente, mudanças percebidas após o transplante, às expectativas e planos para o futuro, entre outras", destaca Guimarães.

As entrevistas revelaram que, após o transplante, a maioria de pacientes reconheceu a evolução da saúde com o tratamento, conseguindo realizar pequenas tarefas do cotidiano. Uma minoria, porém, se demonstrou insatisfeita, pois tinham uma grande expectativa de melhora, mesmo com algumas evoluções e cessação de sintomas.

Diminuição da importância da religião

Nas entrevistas tardias (após um ano), Guimarães constatou que a maioria dos pacientes passou a sonhar novamente com um futuro mais promissor e retomaram antigos projetos. "As relações com familiares e amigos ficaram mais fáceis após o transplante, muitas amizades afastadas foram retomadas", conta.

Um fato curioso observado pelo psicólogo foi uma queda da importância da religião na vida dessas pessoas. "Conforme o tratamento avança e a saúde apresenta melhoras, as pessoas ficam mais distantes das crenças nas quais se apegavam antes do transplante", destaca.

Pesquisa quantitativa

O pesquisador utilizou um questionário internacional (SF-36) que avalia a qualidade de vida relacionada à saúde. Por ser um instrumento genérico, os formulários permitiram comparações com outros estudos do gênero.

"Fizemos uma comparação estatística entre os três momentos (o pré-transplante, o pós-transplante imediato e o pós tardio)", explica o pesquisador. O questionário abordou dois enfoques: a parte física do paciente, com perguntas sobre capacidade funcional, dor e estado geral de saúde; e questões mentais, como aspectos sociais, vitalidade, aspectos emocionais e saúde mental.

Antes do transplante, os resultados apontaram aspectos físicos bastante prejudicados e a saúde mental mais preservada, com pacientes esperançosos com o tratamento. No período pós-transplante imediato, não houve grandes alterações. E no período tardio foi verificada uma melhora significativa em todos os aspectos da qualidade de vida, demonstrando uma percepção de melhora desses pacientes.

Fonte:
Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br




quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Diário do Nordeste

Cidade
Cidade TRANSPLANTES (2/2/2010)

Doadores efetivos aumentam 26,6%
2/2/2010


No primeiro mês de 2010, o total de doações efetivas (aquelas que possibilitaram transplantes a partir do diagnóstico de morte cerebral) chegaram a 15. No mesmo período do ano passado, foram 11. Isso representa um aumento de 26,6%. A boa nova levou também a um acréscimo no número de transplantes. Em 2009, foram 72. Este ano, 80. As informações são da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (Sesa).

De acordo com os dados, o balanço positivo do primeiro mês do ano foi puxado, principalmente, por córnea e fígado. No segundo caso, 13 pessoas saíram da fila de espera por um fígado, enquanto que, em janeiro de 2009, oito pessoas receberam o órgão saudável. Com relação às córneas, foram 44 transplantes, superando os 39 realizados no ano passado.

Ranking

Os números fortalecem a posição do Ceará em relação ao Brasil. O Estado ocupa a quarta posição no ranking. Foram 11,5 doadores por um milhão de habitantes. Em primeiro lugar está Santa Catarina, com 17,1; seguido por São Paulo, com 16,6; e Rio Grande do Sul, com 12,1.

Os números colocam o Ceará na liderança em transplantes no Nordeste. Só para se ter uma ideia da diferença, Pernambuco, em segundo lugar, obteve apenas 8,4 por milhão de habitantes. Em terceira posição, a
Bahia, com 3,6.

Portal Nacional de Seguros - SEGS

Como o brasil pode melhorAR O Cenário dos Transplantes .
Ter, 02 de Fevereiro de 2010 16:39
Isadora Hofstaetter

NOTÍCIAS - Saude

Hoje, no Brasil, são mais de 63 mil pessoas na fila de espera de transplantes. Dentre os estados brasileiros, Santa Catarina é o melhor colocado quando se fala em aproveitamento de doadores efetivos: apresenta taxa de 17 doadores efetivos para cada milhão de população.

Doador efetivo é aquele cujos órgãos serão realmente transplantados e, para tal resultado, é preciso investir em diagnóstico. “Investindo em diagnóstico e com a criação de um cargo responsável por coordenar e unir os responsáveis pela efetivação do transplante, é possível conseguir atingir meta parecida com os índices europeus”, explica Marcelo Mion, biólogo da Biometrix Diagnóstica, empresa que pesquisa e comercializa produtos voltados para diagnósticos médicos.

Todo ano no Brasil aproximadamente 13 mil pessoas têm morte encefálica. São todos, a princípio, potenciais doadores, mas a falta de um diagnóstico preciso da morte encefálica e a demora na notificação de órgãos disponíveis às centrais de transplantes acaba transformando esse número em apenas 1,8 mil doações efetivas de rins, por exemplo”, completa. Exames simples podem auxiliar no desenvolvimento diagnóstico e melhorar os índices de transplantes no país.

domingo, 31 de janeiro de 2010

ATX-BA - Notícias

Sociedade Brasileira de Hepatologia
Av. Brigadeiro Faria Lima 2391 – Conj. 102 – Jd. Paulistano
São Paulo – SP – 01452-000
www.sbhepatologia.org.br


Salvador, 29 de janeiro de 2010.

Aos Colegas da Sociedade Brasileira de Hepatologia.


Prezados Colegas,


Temos a honra de informar que a Sociedade Brasileira de Hepatologia se engaja num projeto de capacitação para Biópsia Hepática a ser realizado ainda este ano no Brasil em conjunto com o programa Nacional de Hepatites Virais da Secretaria de Vigilância a Saúde do Ministério da Saúde.

Trata-se de uma aspiração antiga da nossa Sociedade na gestão do Dr. Galizzi. Este projeto foi retomando nesta gestão e submetido ao Fundo Nacional de Saúde. Após avaliação de mérito, recebeu aprovação para que o seu desenvolvimento seja realizado de forma tripartite envolvendo a Sociedade Brasileira de Hepatologia, UFBA e o Ministério da Saúde.

Assim sendo, deveremos iniciar o programa de capacitação em 02 etapas. Numa 1ª etapa, os alunos deverão realizar a biópsia em modelos experimentais (porcos) no Hospital Universitário Veterinário da UNIDERM em Campo Grande-MS. Posteriormente, serão realizadas Biópsias Hepáticas, em planejamento regional, com colegas que participam do curso.

Peço que todos os centros de referência de todo o país identifiquem colegas que trabalham, preferencialmente, no serviço público de saúde e que tenham interesse em adquirir a capacitação para realização do procedimento através da via transcutânea.

É importante que tenhamos a inclusão de jovens médicos neste projeto (residentes, estagiários, etc.), uma vez que objetivamos um efeito multiplicador.

Identificados os colegas potencialmente interessados em fazer parte deste projeto de capacitação, peço que o nome dos mesmos com os seus email e telefones sejam encaminhados a nossa secretaria da SBH, através do email sbh001@terra.com.br.

O período de recrutamento e seleção para participação do curso dar-se á na última semana do mês de fevereiro até a primeira quinzena do mês de março. Por isso, solicitamos urgência na identificação desses colegas.

Muito cordialmente,


Raymundo Paraná Mário Pessoa
Presidente Vice Presidente







quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

ATX-BA - Notícias

GRUPO OTIMISMO DE APOIO AO PORTADOR DE HEPATITE
ONG - Registro n°.: 176.655 - RCPJ-RJ - CNPJ: 06.294.240/0001-22
Rio de Janeiro - RJ - Brasil
e-mail: hepato@hepato.com Internet: www.hepato.com

27/01/2010


Hepatite C - Tratamentos pelo SUS previstos para 2010
Uma analise dos dados

Realizando uma analise dos últimos três anos na quantidade de pacientes tratados de hepatite C atendidos no sistema público de saúde no Brasil, o SUS, e, confrontando os dados com a previsão de entrega de medicamentos para o primeiro trimestre de 2010 é perfeitamente possível projetar os dados e assim poder estimar o que acontecerá no ano de 2010 no atendimento aos infectados com hepatite C.

Caso seja cumprida a previsão de tratamentos que estão sendo ofertados, o ano de 2010 permitirá que aproximadamente 11.555 pacientes recebam tratamento com interferon peguilado e 1.860 pacientes sejam tratados com o interferon convencional, representando uma promessa de aumento entre 7% e 10% no número de pacientes beneficiados em relação ao ano de 2009. Os dados apresentados são referentes pura e exclusivamente a pacientes tratados gratuitamente no SUS, não incluindo tratamentos particulares, estimados em aproximadamente 4.000 tratamentos por ano.

A tabela seguinte mostra a quantidade prevista de medicamentos distribuída a cada estado para o primeiro trimestre do ano de 2010, na coluna a seguir o número de pacientes que estarão em tratamento com cada interferon e, como forma de checar a informação, na última coluna e informado o número de cápsulas de ribavirina que estarão sendo distribuídas.

PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2010 - MEDICAMENTOS DISTRIBUIDOS

CONSIDERAÇÕES E COMENTÁRIOS SOBRE A INTERPRETAÇÃO DA TABELA:

1 - Poderão acontecer variações nas quantidades devido à falta de requisição ou de prestação de contas de algumas secretarias estaduais da saúde, mas elas pouco afetarão o resultado final, já que os seis principais estados, representando 86% do consumo apresentam dados corretos. Não será a desculpa de estados que tratam uma meia dúzia de pacientes, vir a reclamar que na realidade estão tratando uma dúzia, pois isso em nada altera o quadro geral.

2 - Cinco estados, pela ordem, São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná realizarão 8.115 tratamentos no primeiro trimestre, representando 83,35% do total de pacientes em tratamento no Brasil. São Paulo consegue tratar 52,4% do total de pacientes do Brasil.

3 - Em contraste, doze estados somente conseguem oferecer tratamento a 292 pacientes, representando 3% do total de tratamentos, sendo que a população esses estados representam 17% da população brasileira. Os estados: Alagoas, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima, Rondônia, Sergipe e Tocantins.

4 - A população dos cinco estados que mais tratam pacientes e de 99 milhões de pessoas. Um em cada 12.200 habitantes da região recebe tratamento para hepatite C. Na região dos 12 estados que menos tratam a população e de 31.800.000. Um em cada 126.190 habitantes recebe tratamento.

5 - A desigualdade no acesso ao tratamento e de 10 para 1 ao se comparar as duas regiões analisadas nos parágrafos anteriores.

COMENTÁRIOS GERAIS

A estatística permite realizar as seguintes colocações:

1 - Serão tratados em 2010, utilizando interferon peguilado e ribavirina, aproximadamente 11.555 pacientes. O custo com medicamentos para 40 semanas de tratamento (considerando as interrupções) e de R$. 14.700,00 por tratamento, representando uma despesa anual de 170 milhões de reais.

2 - Utilizando interferon convencional e ribavirina serão tratados em 2010 aproximadamente 1.860 pacientes. O custo com medicamentos para 24 semanas de tratamento e de R$. 1.600,00 por tratamento, representando uma despesa anual de três milhões de reais.

3 - A despesa total do ministério da saúde com medicamentos para tratamento da hepatite C representará aproximadamente 173 milhões de reais.

4 - A hepatite C atinge seis vezes mais brasileiros que o HIV/AIDS, sendo estimado que existam no Brasil 600 mil infectados com HIV e entre 3 e 4 milhões de infectados com hepatite C.

5 - O tratamento do HIV (AIDS) custa ao governo R$. 3.220,00 reais por ano para cada paciente. Aproximadamente 200.000 pacientes estão em tratamento, representando uma despesa com medicamentos de aproximadamente 644 milhões de reais.

6 - O orçamento total para atendimento da epidemia de HIV/AIDS, considerando medicamentos, atendimento, exames, ações de governo, publicidade, convênios e capacitação e superior aos 2 bilhões de reais. Isso representa que estão previstos no orçamento de 2010 aproximadamente três mil e trezentos reais para cada um dos 600 mil infectados para enfrentar o grave problema que a AIDS representa.

7 - Ao considerar o orçamento para atender a epidemia de hepatite C, tão ou mais grave que a epidemia de AIDS, incluindo além dos 173 milhões de medicamentos os valores gastos com atendimento, exames, ações de governo, publicidade, convênios e capacitação, a despesa total e estimada em aproximadamente 350 milhões de reais. Existindo em media 3,5 milhões de infectados, estão previstos no orçamento da saúde R$. 100,00 para cada infectado.

8 - É necessário e urgente aumentar o número de pacientes atendidos, pois se continuarmos a tratar uma media de 13.500 pacientes a cada ano, para atender os entre 3 e 4 milhões de brasileiros que estão vivendo infectados pela hepatite C, serão necessários mais de 250 anos caso todos necessitem ser tratados.

Finalizando, fica no ar uma pergunta para a qual nunca tive resposta: Por que a AIDS recebe 33 vezes mais recursos e atenção que a hepatite C do governo federal?

Em tempo: A pesquisa nos dados não constitui uma critica ao ministério da saúde, pelo contrario, tentam ajudar na interpretação e compreensão da grave situação da hepatite C, servindo como um alerta sobre a necessidade de se dar maior atenção a epidemia.

Fico feliz de observar que se tudo o planejado para 2010 for realizado, teremos um aumento na quantidade de tratamentos oferecidos entre 7 e 10% em relação ao ano de 2009. Não é um grande avanço, mas ante a falta de centros de tratamento para hepatite C (os existentes estão totalmente lotados, até trabalhando acima da capacidade) e o passo que pode ser dado neste momento.

Carlos Varaldo
Grupo Otimismo

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Jornal Agora

Adesão à campanha de doação de órgãos pode ser feita pela Internet


O novo site do TJ (www.tjrs.jus.br) proporciona a expedição de certidão para pessoa que deseja expressar a vontade de ser doador de órgãos. Basta preencher um formulário virtual (confira link abaixo) e, após a confirmação, a certidão será gerada. O documento não tem validade jurídica, mas pode ser impresso e divulgado para amigos e familiares.
Segundo o coordenador da campanha “Doar é Legal”, Carlos Eduardo Richinniti, diretor do Foro da Capital, a entrega da certidão é um ato simbólico para que a intenção do doador seja conhecida pela família, colaborando para reverter o quadro de sofrimento pelo qual passam milhares de gaúchos.
“Este é um projeto nosso, do Poder Judiciário Gaúcho, que, por sua credibilidade, tem muito a contribuir nesta importante questão ligada à doação de órgãos. Os resultados já obtidos atestam isso. Por essa razão, convido os colegas a participarem e divulgarem a proposta, simples que é, mas que pode salvar vidas, dos outros, de um familiar ou, quem sabe, nossa própria vida”.
Campanha anterior, realizada no Foro Central, expediu certificado simbólico em papel, que registrava a manifestação do participante em ser doador de órgãos.
Desde maio de 2009, quando a campanha começou, cerca de três mil certidões foram expedidas nos Foros de Porto Alegre, Erechim e Bento Gonçalves. O documento serve para que familiares não tenham dúvidas sobre o interesse do falecido em ser doador.
A campanha de âmbito nacional é promovida em parceria pela Direção do Foro da Capital, OAB/RS, Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, Hemocentro e ONG Via Vida.



Projeto Doar é Legal

O Projeto Doar é Legal é uma iniciativa do Poder Judiciário do Rio Grande do Sul, que tem por objetivo conscientizar as pessoas da importância de doar órgãos.
Se você quiser manifestar sua vontade de ser doador, preencha os campos abaixo. Será expedida uma certidão - sem validade jurídica - atestando essa vontade. Imprima-a e mostre a seus familiares e amigos para que eles saibam da sua intenção.

Sim, eu gostaria de manifestar vontade de ser doador de órgãos!
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sábado, 23 de janeiro de 2010

Jornal da Cidade de Bauru - JCNET

23/01/2010
‘Insuficiência cardíaca só será suprida com coração artificial’
Tisa Moraes

Embora cientistas de todo o mundo já venham desenvolvendo corações artificiais para aumentar a sobrevida de pacientes que aguardam na fila de transplantes, somente a descoberta de um coração artificial de qualidade quase idêntica a do natural poderá suprir a demanda crescente pelo órgão. Para o cardiologista do hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, José Pedro da Silva, que esteve em Bauru ontem para receber uma homenagem, este é o principal desafio da cardiologia na atualidade.

O médico explica que a melhoria no tratamento de pessoas infartadas gerou um grande contingente de pacientes com insuficiência cardíaca. “Antes, quando a pessoa sofria um infarto, geralmente morria. Hoje, ela continua viva e perde somente uma parte das funções do coração. Como esse número de pacientes vem aumentando a cada ano, o transplante com o uso do órgão natural vai se transformar em uma gota no oceano”, acredita o médico, considerado uma das autoridades em cirurgia cardíaca no País.

Para Silva, a urgência em descobrir o coração artificial ideal não se dá em razão da indisponibilidade de doadores, mas sim pela ausência de boa logística para viabilizar a retirada e o transporte do coração de pessoas com morte cerebral diagnosticada. “Cerca de 70% das famílias concordam com a doação. E não há falta de doadores, porque jovens morrem todos os dias com a violência e o desrespeito às regras de trânsito. O que ocorre é que esses órgãos dificilmente conseguem chegar a quem precisa”, comenta, ressaltando que o coração de pessoas com idade mais avançada não podem ser utilizados para transplante.

Ele conta que os cerca de 200 transplantes realizados anualmente no Brasil poderiam chegar a 800, se as condições logísticas fossem melhor determinadas. No entanto, ele acredita que, no futuro, haverá redução da violência entre os jovens e, consequentemente, menor número de doadores.

“O ideal é que a pessoa possa ter uma bomba artificial no peito e viver sem problemas por muitos anos. Já conseguimos fazer com que pessoas ficassem por até quatro anos com um coração artificial, mas esse tempo ainda não é o ideal, se comparado à performance do coração natural”, comenta.

Pesquisa e tecnologia

Atualmente, o trabalho de Silva tem se voltado a cirurgias de recuperação de válvulas cardíacas e de cardiopatias congênitas complexas em crianças. No entanto, ele conta que chegou a se dedicar ao estudo para o desenvolvimento de um coração artificial definitivo.

Enquanto o aparelho não é aperfeiçoado, ele lembra que permanece o desafio de conseguir criar mecanismos para evitar a rejeição do órgão natural transplantado. “Por enquanto, o coração natural é o mais eficiente. A vida média dos pacientes depois da cirurgia é de 12 anos.”

De qualquer maneira, Silva aponta o desenvolvimento da tecnologia como um grande aliado da medicina, já que propiciou a melhoria das condições cirúrgicas de um órgão tão delicado como o coração. “Há 15 anos, as cirurgias cardíacas em geral tinham de ser feitas em 35 minutos. Agora, com utilização de certos compostos químicos que surgiram, é possível realizar cirurgias muito mais complexas, inclusive em crianças, e depois o coração volta a bater normalmente”, aponta.

Segundo o médico, nesse intervalo de tempo, a mortalidade pós-cirúrgica reduziu de 10% para 0,5%.

Carreira

O cardiologista José Pedro da Silva veio a Bauru ontem para receber uma homenagem oferecida pelo Preve Objetivo. Chefe da equipe da cirurgia cardíaca do Hospital Beneficência Portuguesa, na Capital, ele é foi o primeiro médico da América Latina a realizar transplante de coração e pulmões simultaneamente.

Também tornou-se referência no tratamento da síndrome da hipoplasia do coração esquerdo em crianças, doença congênita que altera a anatomia do lado esquerdo do coração. E foi pioneiro ao implantar um coração em um paciente preservando o órgão original no organismo.

O convite para a visita a Bauru foi feito pelo presidente do grupo Preve Objetivo, Gerson Trevizani, o Duda, amigo e paciente do cardiologista. Em novembro de 2009, Duda teve de se submeter a uma cirurgia para corrigir um aneurisma da aorta torácica, em São Paulo, realizada por Silva.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Correio Braziliense

METAS OFICIAIS »
Planos nacionais do mundo da fantasia
Lançar programas com objetivos irreais não é novidade. Se dependesse do que fica apenas no papel, por exemplo, o Brasil já não teria analfabetos e as doações de órgãos para transplante não teriam caído
Lucas Figueiredo

Publicação: 17/01/2010 10:00 Atualização: 17/01/2010 10:12

A recente polêmica que envolveu o Plano Nacional de Direitos Humanos traz à tona uma discussão: as propostas dos planos nacionais são mesmo realistas? A julgar por alguns programas elaborados nos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, a resposta é: nem sempre. Se as metas e os objetivos de alguns planos nacionais tivessem saído do papel, o Brasil hoje não teria analfabetos, haveria quase o dobro de turistas estrangeiros passeando por aqui e todas as nossas escolas seriam modernas. Veja a seguir como é o Brasil de fantasia dos planos nacionais.

Educação
No Brasil de fantasia concebido pelo governo FHC, não há analfabetos no país desde o final do ano passado. Essa era a meta estabelecida, por lei, no Plano Nacional de Educação, de 2001.
No Brasil real, a coisa é bem diferente. Segundo dados do IBGE de 2008, o número de jovens e adultos analfabetos ultrapassa 19 milhões – ou seja, 10% da população do país. Entre os países da América Latina e do Caribe, o Brasil amarga o nono lugar no ranking de analfabetismo.

Deixar de ter analfabetos não era a única previsão furada do Plano Nacional de Educação de FHC. Pelo programa tucano, todas as escolas de ensino infantil e fundamental do país, sem exceção, estariam funcionando, desde 2006, sob padrões europeus. Teriam sistema de segurança, mobiliário apropriado para crianças com necessidades especiais, visão para a área externa, material pedagógico apropriado e espaço para a prática de esportes, entre outras melhorias.

O governo FHC também estabeleceu metas irreais para as escolas de ensino médio. Pelo plano tucano, desde 2006, os professores de todos os estabelecimentos de ensino médio do país teriam diploma de ensino superior.

Cultura
Em 2008, depois de cinco anos de discussão interna, o governo Lula lançou as diretrizes do Plano Nacional de Cultura. Na apresentação, o então ministro da Cultura, Gilberto Gil, e o então presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), ressaltaram o aspecto democrático do programa, segundo eles, “escrito por milhares de mãos”. “Vivemos tempos de aprofundamento de nossa democracia e qualificação de políticas públicas”, afirmaram Gil e Chinaglia. Lendo o plano, porém, percebe-se um viés intervencionista: o governo queria interferir na programação das TV comerciais.

O plano partia de um diagnóstico verdadeiro (“A diversidade cultural ainda não é satisfatoriamente representada nos meios de comunicação do país.”) para propor uma intervenção: “(...) o Estado deve adotar iniciativas voltadas à expansão das estruturas de difusão e à regionalização dos conteúdos veiculados”. Se tudo tivesse caminhado conforme o planejado, as TV comerciais hoje teriam “cotas de programação” de temas regionais e culturais.

A interferência na programação das TV comerciais também estava prevista no Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Elaborado no ano passado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos, o plano sugeria a criação, ainda em 2009, de uma comissão encarregada do “controle social junto às redes de TV, programas de auditório e humorísticos a fim de coibir as discriminações por gênero, orientação sexual, identidade de gênero, sexo, etnia, geracional e deficiência”. Era o governo impondo que o humor fosse politicamente correto.

Turismo
Em abril de 2003, quando ainda não tinha completado quatro meses de governo, o presidente Lula baixou o Plano Nacional de Turismo, que vinha sendo elaborado pelo seu antecessor, Fernando Henrique. A meta do plano era ousada: em 2007, num cenário de “condições ótimas de mercado”, o Brasil teria 9 milhões de turistas estrangeiros, que gerariam US$ 8 bilhões em divisas. Caso as condições de mercado fossem apenas “boas”, a previsão caía: 7,5 milhões de turistas estrangeiros e receita de US$ 7,1 milhões.

As metas do plano não passaram perto da realidade. Em 2007, o Brasil teve 5 milhões de turistas estrangeiros, que deixaram aqui US$ 4,9 bilhões. Ou seja, o governo conseguiu realizar apenas dois terços de sua meta menos otimista.

E não se pode dizer que as tais “condições de mercado” tenham conspirado contra o país naquele período. Em 2008, quando o Brasil repetiu o resultado do ano anterior (5 milhões de turistas estrangeiros), outros países da América Latina tiveram resultado comparativamente bem melhor. A Argentina recebeu um número de turistas quase igual ao do Brasil: 4,6 milhões. Países pequenos e de infraestrutura limitada também tiveram resultados significados. A República Dominicana, por exemplo, teve 3,9 milhões de turistas estrangeiros, equivalente a 78% do resultado brasileiro. Já o México registrou 22 milhões e turistas estrangeiros, número quase quatro vezes e meia maior que o do Brasil.

Saúde
No final de 2004, o governo Lula baixou, por meio de uma portaria, o Plano Nacional de Saúde. Uma das metas era aumentar as doações de órgãos em 30% a cada ano, até 2007. Como em 2004 foram registrados 7,6 doadores para cada grupo de 1 milhão de habitantes, esse número deveria ter crescido para 16,7 em 2007
. No entanto, no Brasil real, o que se verificou foi uma queda drástica nas doações. De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), a relação de doadores para cada grupo de 1 milhão de habitantes caiu seguidamente em 2005 (6,4 doadores para cada grupo de 1 milhão de habitantes), 2006 (5,8) e 2007 (5,4).

Outra meta fantasiosa do Plano Nacional de Saúde de Lula era a implantação, até 2007, da fábrica de fracionamento de plasma, para produção de medicamentos para hemofílicos. Até hoje, contudo, a Hemobrás, como a estatal foi batizada, não produziu um único frasco de hemoderivado.
As obras civis da fábrica, que ficará em Goiana (Pernambuco), deverão ficar prontas somente em junho de 2012, segundo informação da própria Hemobrás. A fábrica deverá entrar em funcionamento no segundo semestre de 2014 – um atraso de sete anos em relação ao previsto no plano. Até lá, o país continuará gastando R$ 800 milhões por ano para importar os medicamentos.

sábado, 16 de janeiro de 2010

TOTAL MARKETING

Enviado por: Young & Rubicam em 07/01/2009.
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Madonna e a doação de órgãos no Brasil

Ação da Santa Casa, assinada pela Y&R, compara a fila para entrar no primeiro show da turnê "Sticky & Sweet" com a lista de espera por transplantes do Brasil


Como parte dos esforços para conscientizar a população sobre a importância de doar órgãos, a Y&R acaba de colocar no ar mais uma ação criada para o Serviço de Captação de Órgãos e Tecidos, da Santa Casa de São Paulo. A instituição depende da ajuda de voluntários para reduzir a fila de espera por transplantes no Brasil, atualmente com mais de 60 mil pessoas.

Com foco no público jovem, o filme já está disponível no YouTube e mostra imagens de milhares de pessoas, nos portões do estádio do Morumbi, aguardando o início do primeiro show da turnê "Sticky & Sweet" da Madonna em São Paulo, na quinta-feira, 18 de dezembro. A câmera mostra lentamente a extensão da fila que se formou algumas horas antes do espetáculo e encerra com o lettering: “Para quem está esperando um transplante, isso não é nada. Seja um doador.”



quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Ciência e Saúde

ciência e saúde / planos de saúdeCELULAR RSS O Portal de Notícias da Globo

12/01/10 - 13h10 - Atualizado em 12/01/10 - 16h49

Novos procedimentos não aumentarão valor do reajuste dos planos, diz ANS
Novo rol de procedimentos inclui transplante de medula óssea.
Regras valem a partir de 7 de junho deste ano.

Patrícia Kappen
Do G1, no Rio
Cresce procura por terapia alternativa na rede pública de saúde Gastos com saúde foram ‘vilões’ da inflação para a terceira idade em 2009 STF adia decisão de ação que pode deixar 250 mil servidores sem plano de saúde Justiça considera abusivo reajuste de plano de saúde por faixa etária.

O presidente em exercício da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Alfredo Cardoso, afirmou nesta terça-feira (12) que o novo rol de procedimentos obrigatórios dos planos de saúde não aumentará o valor do reajuste anual de planos de saúde induviduais. Segundo ele, o reajuste não vai incluir previsão de gastos extras com a inclusão das 70 novas coberturas médicas e odontológicas anunciadas nesta terça, já que o reajuste será anunciado em maio, e o novo rol entra em vigor no dia 7 de junho, após sua divulgação.

Alfredo lembrou que em 2008, quando a agência divulgou novos procedimentos obrigatórios que entraram em vigor em maio, o reajuste foi de 6,76%, sendo 1% referente ao rol divulgado naquele ano. No entanto, em 2008, foram anunciados 150 novos procedimentos, mais do que o dobro do anunciado nesta terça.

Planos novos e planos velhos

As mudanças anunciadas atendem cerca de 44 milhões de pessoas que tem planos de saúde contratados a partir de 2 de janeiro de 1999.

O secretário executivo da ANS, Alfredo Scaff, disse que para planos antigos, feitos antes de 99, o que vale é o que está no contrato firmado com as operadoras. Segundo ele, atualmente 8 milhões de pessoas possuem o plano antigo, mas a recomendação é para que elas adaptem o contrato, ou migrem para planos novos.

As mudanças foram discutidas em um grupo de 60 pessoas, incluindo representantes de operadoras e profissionais de saúde. A resolução, segundo Scaff, revê e revoga algumas normas antigas.

A proposta elaborada pelo grupo foi então para consulta pública, onde recebeu, segundo a ANS, mais de oito mil contribuições, a maior parte delas vindas de consumidores.

Transplantes

Um dos novos procedimentos obrigatórios a partir de junho que foi incluida na resolução normativa da ANS é o transplante de medula óssea feito por doação de outra pessoa viva. A principal indicação deste transplante é para o tratamento de leucemia. Os planos de saúde passarão a ter de cobrir o transplante para todos os seus beneficiários.
Segundo a gerente-geral da ANS, Martha Oliveira, antes os planos eram obrigados a cobrir transplantes apenas quando eram feitos de forma autóloga (quando um transplante é feito da pessoa para a mesma pessoa). Além dos transplantes autólogos, os planos cobriam também transplantes de rim e de córnea com doações de terceiros.
A inclusão apenas do transplante de medula foi explicada por Marta. "O problema hoje é a captação de órgãos. Então não adianta incorporar outros transplantes se não há captação de órgãos".
Marta disse que a cobertura do plano tem que incluir todas as consultas e procedimentos hospitalares que tiverem a ver com o transplante. O que não está coberto é o medicamento domiciliar.



sábado, 9 de janeiro de 2010

A Tarde On line


CIDADES
30/12/2009 às 19:13 ATUALIZADA EM: 30/12/2009 às 20:39

João Sereno: “Tinha nas mãos uma ferramenta de trabalho e não sabia”
Danile Rebouças - A TARDE

Thiago Texeira l Ag. A TARDE


João emociona-se quando lembra de sua história: “Hoje vivo intensamente”

A voz é poética, repleta de simpatia. O espírito é jovem, de uma pessoa disposta a viver cada segundo. Ivan Ferreira da Silva, mais conhecido como João Sereno, saiu de Juazeiro, no norte da Bahia, para o mundo. Ele está com 48 anos, tem quatro filhos. Mora em Salvador e Juazeiro, e tem o palco como a segunda casa. Mais do que músico que canta belezas nordestinas, João Sereno é um vitorioso. Fez um transplante de rim e aprendeu a valorizar as coisas simples, tendo sempre a música como ponto de apoio.

Ele recorda com alegria do tempo de criança, quando cantava nas ruas de Juazeiro e aos 11 anos virou atração de circo. Tocava com um violão que era maior do que ele – contraste que chamou a atenção dos circenses. João aprendeu sozinho a lidar com o instrumento de corda e começou a tocar em conjuntos musicais. “Mas era um curtidor, não queria saber de nada”, diz.

O valor ao instrumento foi dar somente no período que chama de escuridão da sua vida. Foi quando se viu internado no hospital, sem conseguir urinar por causa de um problema renal. No primeiro diagnóstico, não acreditou, ignorou o fato. Somente após sofrer um derrame no olho esquerdo, aos 28 anos, tomou consciência que precisava se tratar.

Do interior veio para a capital. Passou a fazer hemodiálise. Emagreceu mais de 20 quilos. Viu a renda da família reduzir. Seu avô, o mestre de caldeiraria José Ferreira (Zé Sereno), que lhe criava, vendeu os terrenos para manter o tratamento do neto. João morou com a mãe e sua esposa da época, até que toda a família se viu obrigada a vir para a capital com a suspeita de seu avô que estaria com câncer.

Nesse período de “aperto e desespero”, João resolveu dar rumo à sua vida e fazer da música profissão. “Vi que tinha nas mãos uma ferramenta de trabalho e não sabia”, diz. Foi no Bar Avarandado, no Engenho Velho da Federação, onde começou. Chegou e se ofereceu para tocar. Após mostrar seu som, foi aceito. A partir daí não parou mais. Até mesmo para a hemodiálise levava a viola e animava os colegas.

João fez hemodiálise por quatro anos quando descobriu que sua irmã tinha o rim compatível com o seu e estava disposta a lhe doar. A cirurgia foi um sucesso. “No início da hemodiálise, percebia que ele ficava muito triste, depois a música o fez ver que podia fazer as coisas que gostava mesmo doente. Ele ficou feliz demais quando lhe disse que faria a doação”, lembra a irmã Suzana Ferreira.

Hoje, João vive da música e a encara com mais responsabilidade. Emociona-se quando lembra de sua história e agradece a Deus por tudo que passou e aprendeu nesse período. “Era difícil eu olhar para o céu, hoje eu o contemplo. Vivo intensamente, com mais detalhes. Acho que todos devem fazer isso e aproveitar o máximo cada momento”, diz.

Música - João Sereno dá um show de valorização da cultura nordestina nos palcos. É também compositor. Toca violão, guitarra e o que mais for preciso: baixo, cavaquinho, triângulo, percussão. Tem parcerias com Adelmário Coelho, Virgílio, Zelito Miranda, Dominguinhos, entre outros. Tem cinco discos: Sem rótulo (gravado enquanto ainda fazia hemodiálise), Fazendo forró, Intenso, João Sereno e convidados e Somgon. Já tocou na França e na Itália, além de rodar pelo Brasil.

Atualmente, João investe em novo ritmo musical, o SomGon. Trata-se de um som advindo de um foguedo popular. “No foguedo é uma ou duas violas e dois pandeiros que fazem o som. Eu acrescentei a guitarra, baixo e bateria, dando uma batida nova, batizada de SomGon”, explica. E acrescenta: “Descobri que nasci para fazer música”.




http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=1325583

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O POVOonline

Pacientes renais transplantados

Associação reclama de falta de remédio

07 Jan 2010 - 00h51min


O medicamento Micofenolato Sódico (Myfortic, no nome comercial) esteve em falta durante a última semana no Hospital Geral de Fortaleza (HGF). O comprimido é tomado diariamente por pacientes transplantados para evitar que o organismo rejeite o órgão, e não é vendido nas farmácias. A reclamação é da Associação Cearense dos Renais e Transplantados (Acret), que tem cerca de 75 associados e enviou ofícios ao gabinete do governador e ao Ministério Público informando que o atraso na entrega de remédios imunosupressores ocorreu três vezes só no ano passado.

A Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) reconheceu que o Micofenolato Sódico esteve em falta por dois dias, em agosto de 2009, além de outros imunosupressores terem sido entregues com atraso; mas informou que os estoques já estão normalizados. ``O HGF recebeu 36 mil comprimidos do Micofenolato Sódico. O medicamento não está em falta. O que pode acontecer são atrasos curtos, de um ou dois dias, mas a reposição é constante``, disse o secretário executivo Arruda Bastos, sem especificar a data em que o lote chegou ao hospital.

O presidente da Acret, Agnel Conde Neto, afirmou que foi ao HGF no fim da tarde da última terça-feira (5), e foi informado que o remédio estava faltando. O POVO entrou em contato com a farmácia do hospital, por telefone, no fim da manhã de ontem (6). A funcionária explicou que o medicamento tinha ``acabado de chegar``. Agnel afirmou que vai pedir ao Ministério Público uma auditoria junto à Coordenadoria de Assistência Farmacêutica da Sesa (Coasf).

``Meu filho toma o remédio duas vezes por dia, há 14 anos, desde que fez o transplante de rim. Ele precisa ser tomado durante toda a vida, pro paciente não perder o órgão recebido``, relatou Agnel Conde. O filho Alfredo Conde recebe a cada mês uma caixa com 60 comprimidos, para um mês de tratamento. Agnel ressalta a dificuldade dos pacientes que moram no Interior e precisam viajar a Fortaleza para buscar o remédio, mas não soube informar quantos pacientes estariam aguardando a entrega.

O secretário garantiu que a programação está sendo corrigida e disse que não houve queixas de outras instituições. Ele esclarece que os medicamentos de alto custo estão sujeitos a atrasos, devido às especificidades das compras: alguns são importados, e as compras por licitação devem obedecer aos prazos.

E-MAIS

> O secretário executivo Arruda Bastos admitiu que podem ocorrer ``problemas na distribuição`` dos medicamentos para transplantados.

> Ele explica que até o ano passado era utilizado o Micofenolato Mofetil, substituído pelo Micofenolato Sódico por melhor aceitação clínica. ``Por isso o estoque (do segundo) ainda não estava programado para a demanda. O atraso pode ser devido ao período de fim de ano``.

> Arruda afirmou que a Sesa estuda meios de fazer a distribuição dos medicamentos por meio das secretarias municipais da Saúde, para que os pacientes não precisem viajar à Capital.

> Em 2009, a Sesa empregou R$ 211,416 milhões na compra de medicamentos, sendo mais de 54% desse valor usado na compra dos medicamentos excepcionais.

> Segundo o chefe do setor de transplantes do HGF, o cirurgião Ronaldo Esmeraldo, o paciente transplantado deve tomar o medicamento pelo resto da vida, para não perder o enxerto (órgão transplantado).

> Caso deixe de tomar os comprimidos, o paciente pode sentir os efeitos a partir de 15 dias, quando começam as alterações na função do órgão.