sexta-feira, 29 de maio de 2009
28/05/2009 09:00
Sem transplante de pele, queimados não chegam à recuperação plena
Jacqueline Lopes
Alessandra Carvalho
Presença da mãe faz parte do processo de cura de criança vítima de queimaduras
Vítima da combustão do álcool, Lorrane, 5, teve queimaduras de 3º e 4º graus por todo o corpo. Está há 27 dias internada no setor de queimados da Santa Casa de Campo Grande. A criança é um dos 16 pacientes do 2º andar, no setor onde ficam as vítimas de traumas térmicos.
O histórico da menina é de recuperação. As marcas no corpo poderão acompanhá-la, mas tecnologias para transplantes de pele já existem. Porém, não em Campo Grande.
“Se tiver condições de levar minha filha para fora e for para o bem dela eu faço de tudo”, diz a mãe, a servente industrial Viviane Aparecida Xavier da Silva, 26.
Um dos desafios no tratamento das crianças em fase de crescimento é de que forma recuperar a pele destruída pelo fogo para que o órgão acompanhe a evolução do corpo.
A Santa Casa tem condições de retirar pele, córnea, rim, coração e osso de doadores, mas ainda falta estrutura para transplantar a ‘própria roupa natural’ do ser humano: a pele.
Hoje, a referência no Brasil em transplante de pele é São Paulo. Aliás, segundo o médico cirurgião intensivista da Comissão de Captação de Órgãos da Santa Casa, Luiz Alberto Kanamura, a capital paulista tem sido referência em todos os tipos de transplantes
Caso Lorrane
Há 27 dias no local, a menina de Dourados recebe medicamentos à base de morfina, antiinflamatórios, curativos e carinho, tanto da equipe especializada como da mãe.
Lorrane dorme muito, talvez assim o tempo passa rápido. Viviane prefere se concentrar no restabelecimento da saúde da filha. Enquanto a criança pega no sono e segura a mão dela, a mãe conta como foi o acidente.
Viviane trabalha todos os dias até meia-noite. Os filhos têm 5, 8 e 10 meses e ficam com a avó materna, na casa onde moram as crianças e a mãe.
O acidente aconteceu num fim da tarde. Um vizinho tinha varrido o quintal e posto fogo no lixo. Um amiguinho de Lorrane, irmão do garoto que ateou fogo nos entulhos, jogou o resto do álcool na menina que brincava no quintal de vestidinho.
Quando a menina se aproximou do fogo, o álcool da sua roupa respondeu imediatamente ao contato. Ela foi tomada pelas labaredas, a avó correu para socorrê-la e jogou água no corpo da menina.
Chorando muito, Lorrane foi levada pela avó para o hospital. A mãe deixou o trabalho e ficou com a criança que no mesmo dia foi trazida para a Santa Casa.
Na enfermaria, com o corpo todo enfaixado, com exceção do rostinho e parte da cabeça, a menininha dorme e chora quando não vê a mãe por perto.
Viviane não sabe do paradeiro do marido, tem licença médica de dois meses, deixou os outros filhos em Dourados e diz que irá até o fim para garantir a recuperação da filha.
quinta-feira, 28 de maio de 2009
*Da Redação
redacao@portalibahia.com.br
Uma menina de onze anos é a primeira criança baiana a fazer transplante de rim no estado. Esse tipo de cirurgia voltou a ser feito na Bahia no ano passado, mas só em adulto.
Antes, qualquer transplante infantil em pacientes baianos era realizado no sul e no sudeste do país. Essa história mudou segunda-feira (25), quando a pequena Vitória ganhou a chance de brincar como uma criança comum.
No Hospital Ana Nery, dentro da UTI infantil, Vitória já voltou a sorrir. Há 48 horas, a menina de onze anos, entrou para a história da medicina na Bahia.
O transplante era necessário porque os rins da menina já não funcionavam mais. Ela precisava filtrar o sangue através de hemodiálise. Um processo que durou três anos, mas que foi resolvido em apenas três horas de cirurgia.
Primeiro os médicos usaram o tecido do intestino da criança para criar uma bexiga. Vitória havia nascido sem o órgão. Depois eles transplantaram um rim doado pela mãe. “Estou feliz porque salvei minha filha”, conta Ana Nascimento, mãe de Vitória.
“A criança está bem humorada e o apetite dela está normal. Há uma previsão para alta em curto prazo, em torno de 48h a 72h”, afirma o cirurgião Nilo Batista.
Hoje, Vitória aproveitou para mandar recado para o resto da família, que ficou em Madre de Deus, no interior da Bahia. “Daqui eu vou chegar aí para brincar”, diz Vitória.
A equipe médica espera fazer mais quatro transplantes de rim em crianças na Bahia até o fim do ano. A cirurgia e o tratamento são pagos pelo Sus.
terça-feira, 26 de maio de 2009
Doador de órgãos agora tem diploma
Campanha do Foro Central e da OAB estimula a adoção do gesto solidário
O ato é simbólico, mas o debate desencadeado é real. A campanha Doar É Legal, lançada ontem em Porto Alegre, busca captar doadores de órgãos no Estado. Cada pessoa que manifestar sua disposição de doar após a morte órgãos e tecidos recebe um diploma que pretende servir para tenta levar o assunto para dentro de casa.
O cadastramento simbólico pode ser feito até sexta-feira, das 8h30min às 18h30min no saguão do Foro Central de Porto Alegre (Rua Márcio Veras Vidor, 10, bairro Praia de Belas). Ao apresentar um documento de identidade a um servidor do foro, o doador tem seu nome escrito em um diploma criado para a campanha.
A iniciativa é do Foro Central e da seccional gaúcha da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RS), em parceria com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) e Hemocentro.
– Sou doadora porque há muita gente que precisa. Na minha família ninguém nunca precisou, mas ninguém está livre de passar por isso – afirmou a operadora de caixa Vanessa Gonçalves, 24 anos, logo depois de retirar seu diploma no foro.
O presidente da ABTO, Valter Garcia, também coordenador de Transplantes da Santa Casa da Capital, disse que a divulgação da doação de órgãos é sempre significativa para se reduzir a fila de espera por um órgão, que hoje tem quase 3 mil pessoas.
ZERO HORA
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segunda-feira, 25 de maio de 2009
ESTADÃO DE HOJE/Vida&
Domingo, 24 de Maio de 2009
Roberto Godoy
A pesquisa está sendo desenvolvida na Faculdade de Medicina (Famerp), em São José do Rio Preto (450 km de SP), com envolvimento de equipes da Unesp, da USP e de uma empresa de biomedicina, a Braile Biomédica. "Houve até uma certa emoção", segundo o coordenador do programa, professor Mário Abbud Filho, chefe do Departamento de Nefrologia e Transplantes.
Abbud não sabe o que "os brotos ou botões" de rim surgidos poderão gerar. Ele duvida que, mesmo a longo prazo, possa haver um novo órgão, completo e funcional, decorrente do trabalho. "Mas estão presentes túbulos e glomérulos, partes essenciais dos rins que poderão, sim, permitir, em um tempo que não pode ser estimado, a produção de componentes do órgão com as quais será possível recuperá-lo e restaurá-lo", afirma. Os sinais são bons. Os glomérulos, por exemplo, compõem a primeira estrutura de filtragem do sistema.
A aventura científica teve início bem antes disso, em 2005, "quando surgiu a proposta de apurar, com segurança, qual seria a interferência da aplicação de células-tronco em rins cronicamente doentes", explica Abbud. Foi montada a infraestrutura e formado um grupo enxuto, que envolve 12 especialistas, biólogos e médicos.
O grupo induziu uma espécie de enfarte nos rins das cobaias, ratos de laboratório nos quais a insuficiência renal crônica atinge então índices muito altos. Os primeiros resultados "foram estimulantes", relata a bióloga Heloisa Caldas, responsável pelos estudos experimentais do Litex - Laboratório de Imunologia e Transplante Experimental. De fato. Depois de extraídas da medula óssea, as células-tronco eram injetadas diretamente sobre o órgão doente. Na maioria dos casos "ficou clara a desaceleração da deficiência e observada significativa recuperação", explica o médico Abbud.
São usados dois tipos de célula: mononucleares e mesenquimais (mais informações nesta pág.). "Desse ponto em diante foram observados outros resultados positivos, como o menor número de mortes no limite de 120 dias no lote que recebeu infusões de mononucleares", diz a pesquisadora Heloisa Caldas.
Qual seria a medida padrão a ser aplicada? Quantas injeções seriam necessárias? O procedimento era o correto? "As dúvidas, debatidas pelo grupo, levaram a ampliação do experimento", explica Abbud. As células-tronco passaram a ser implantadas depois de passar duas semanas em cultivo e sobre a base de um biomaterial, a serosa porcina, uma membrana que reveste o intestino do porco. "Funcionou como uma espécie de tampão, que impedia o eventual refluxo da cultura", diz o médico. A avaliação histológica revelou, 90 dias mais tarde, os primeiros sinais, ainda pouco definidos, dos novos tecidos renais.
Um segundo suporte biológico, a base de pericárdio (tecido que envolve o coração) bovino, entrou no processo, com pouco mais de sofisticação: o suporte biológico, fornecido pelo Instituto de Química da USP, em São Carlos, passou a ser liofilizado - processo de secagem radical e de eliminação de substâncias voláteis. As cobaias injetadas com as células mononucleares repetiram o desempenho anterior, de retardar o avanço da doença. As que receberam lotes mesenquimais "apresentaram claramente novos brotos de rins, baço e pâncreas", frisa Mário Abbud.
O ensaio foi repetido e obteve resultados semelhantes todas as vezes, cinco ratos com tecido linfoide do baço, outros dois também com tecido renal e de pâncreas. As próximas etapas "serão muitas e vão exigir de três a cinco anos de trabalho", destaca a bióloga Kawasaki. O comunicado à comunidade científica foi feito em Salvador, no dia 7, durante o Congresso Internacional TTS New Key Leader Meeting, promovido pela Sociedade de Transplante.
A boa sorte tem peso na pesquisa. Um procedimento de alta complexidade, a expressão gênica (ExG), o estudo da constituição genética total de um determinado material biológico - "é com ele que saberemos se cada segmento é o que parece ser" - consumiria muito tempo. Acontece que na Universidade Harvard há um cientista brasileiro, amigo de Abbud. E é lá que atua Douglas Melton, talvez o mais avançado especialista na área de ExG. Se tudo correr bem, o grupo de São José do Rio Preto poderá mandar para Harvard o material produzido e uma bióloga para aprender as técnicas. Por aqui, os testes prosseguem, provavelmente com uso de chimpanzés e a indução de doença renal em índices mais favoráveis, menos graves.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TRANSPLANTES
PORTAL CAPARAÓ Doação de órgãos e transplantes são temas de curso na Faculdade do Futuro |
Profissionais da área de saúde, acadêmicos de Enfermagem, Farmácia e de Ciências Biológicas da Faculdade do Futuro participaram durante esta segunda e terça-feira do curso de Formação de Coordenadores Educacionais de Transplantes. Promovida pela instituição de ensino superior e a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), a ação quer fomentar mais doações de órgãos e conscientizar a sociedade da importância de políticas públicas sobre transplantes. Durante os dois dias de cursos, o responsável pela capacitação dos multiplicadores foi o Presidente da ABTO, o médico Valter Garcia. Um dos maiores especialistas no assunto no mundo e principal responsável pela divulgação do tema doação de órgãos e transplantes pelo país. Para ele, o panorama da doação de órgãos evoluiu muito no Brasil nos últimos dez anos. Ele considera que ainda é preciso dobrar os números atuais. "Nós melhoramos muito, mas ainda tem bastante gente na fila. Para se ter uma idéia, passamos de 6,2 doadores por milhãopara 7,0. Aumentou 15 ou 16%. Planejamos chegar daqui a dez anos a 20 doadores por milhão, o que significa um aumento de 12 a 15%. Hoje os EUA têm 24 doadores por milhão. A maioria dos países europeus tem de 15 a 25, mas a Espanha já passou dos 30, o que nos mostra que o nosso caminho é muito longo". Para ele, a iniciativa de promover o curso em Manhuaçu ajuda a vencer esses obstáculos. Durante a palestra, Vargas mostrou muitos mitos que ainda prevalecem na sociedade sobre a questão da doação de órgãos e os transplantes. Falou sobre religião e o papel da mídia. Com os dois dias de curso, garante que todos os profissionais participantes saem capacitados para informar as pessoas e com uma bagagem de conhecimento muito ampla. DESAFIOS Valter Garcia mostrou que dos quatro desafios da doação de órgãos no Brasil, dois pilares já estão bem resolvidos. "O sistema público financia 95% dos transplantes. É o maior sistema público de transplantes do mundo. A outra questão é do ponto de vista legal. Temos a lei de 1997, aprimorada em 2001, que controla todo o processo de transplante. Nesses dois itens estamos muito bem", detalha o médico palestrante. Do ponto de vista de conscientização, Vargas mostra que o país ainda é dividido. Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo lideram em números de doações. Enquanto as outras regiões estão muito atrás. Os dois pilares ainda deficientes são a educação da sociedade e a estrutura organizacional de saúde. "Temos que melhorar a organização do sistema. Nesses três estados, o sistema está relativamente bem organizado. Possuem neurologistas e equipamentos para diagnosticar e documentar a morte encefálica. Há condições de fazer a sorologia do doador em três ou quatro horas e há equipes 24 horas disponíveis para buscar o órgão em qualquer lugar, mas em muitos estados isso ainda não funciona bem, então se perdem doadores". Na questão da conscientização, o professor elogiou a iniciativa do curso em Manhuaçu e disse que esse é o caminho da mudança: "Devemos trabalhar muito para melhorar essa logística e também com relação à educação em diferentes níveis: com os profissionais de saúde, nas ONGs, na mídia e em faculdades, como aqui em Manhuaçu. Todo mundo tem que entender o que é morte encefálica, qual é a opinião da sua religião sobre os transplantes, como é que fica o corpo após a doação, como são alocados esses órgãos". A coordenadora do curso de Enfermagem, Tatiana Vasquez, considerou o curso muito esclarecedor. "Nossos alunos serão grandes multiplicadores desse conhecimento. Fiquei muito feliz com a forma como ele abordou o tema, quebrando muitos mitos e fortalecendo a consciência de todo o público participante". Carlos Henrique Cruz - 20/05/09 - 08:15 - |
terça-feira, 19 de maio de 2009
Noticias Dia Mundial da Hepatite
Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite
e-mail: hepato@hepato.com - Internet: www.hepato.com
World Hepatitis
Alliance
Carlos Varaldo
Grupo Otimismo
Hepatites
GAZETA
DE PIRACICABA
Cidade
Doença silenciosa
Chapéu Chapéu Hepatite C, a mais grave, pode demorar 20 anos para apresentar os primeiros sintomas
ADRIANA FEREZIM
Especial para a Gazeta
Comemorado hoje, 19 de maio, o Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais, foi criado pela Organização Mundial de Saúde para alertar e informar sobre essa doença, que compromete o fígado e raramente apresenta sintomas. Por esse motivo, a maioria das pessoas não sabe que tem o vírus e quando descobre, cerca de 20 anos após a contaminação, o órgão já apresenta sinais de insuficiência, cirrose e câncer hepático.
Atualmente, são conhecidos cinco tipos da doença, denominados de A, B, C, D e E. De acordo com a ONG Grupo Otimismo, mundialmente, os tipos B e C da doença atingem 520 milhões de pessoas, número 13 vezes maior que a epidemia de Aids. "Só no Brasil, cerca de quatro milhões de pessoas podem estar infectadas com o vírus da hepatite C e dois milhões com o vírus B. No entanto, mais de 95% ainda desconhecem que estão doentes e podem conviver com sérias complicações hepáticas".
O Ministério da Saúde esclarece que, em 2008, foram notificados 9.993 casos de hepatite B e de 10.665 de hepatite C. Neste ano, até o início de maio já foram registrados 4.779 casos de hepatite B e 2.839 de hepatite C.
Em Piracicaba, no primeiro trimestre deste ano, foram registrados oito casos de hepatite no Centro de Doenças Infecto Contagiosas (Cedic). Desses, dois são do tipo B, o restante é da C, a mais grave, porque em cada dez casos, oito se tornam crônicos (evoluem para cirrose e câncer do fígado) e a taxa de cura é de 50%, informa a médica Waleska Valéria Lobo Farias Germano, infectologista do Cedic Piracicaba e do Hospital Emílio Ribas, de São Paulo.
Em 2007, o Cedic registrou 54 casos de hepatite, sendo 13 da B e 41 da C. No ano passado, foram 94 pessoas diagnosticadas, sendo 14 com o tipo B, 78 com a C e dois casos que tinham os dois vírus, o B e o C.
O Cedic solicita que as pessoas que tiverem sido diagnosticadas com hepatite B ou C, na década entre 1990 e 2000, que procurem a unidade, na rua do Trabalho, porque um novo medicamento está disponível.
IDADE. O MS revela que uma análise dos casos confirmados no Sistema de informação de Agravos de Notificação (Sinan), entre 1999 e 2008, indica o predomínio de casos da hepatite C no Brasil na faixa etária entre 30 e 69 anos. Na pesquisa de pacientes com hepatite B, ocorre maior número de casos em pessoas com idade entre 20 e 59 anos.
A médica do Cedic alerta que estão no grupo de risco de ter a doença do tipo B ou C, sem saber, pessoas que até 1993 receberam transfusão de sangue, foram tratadas com seringas de vidro e agulhas de metal na infância e hoje têm mais de 40 anos, uso de alicate compartilhado e sem esterilização adequada em manicures, uso de equipamentos também infectados em dentistas e relações sexuais sem proteção (infectatos por esse motivo são mais raros na C e mais comuns no tipo B), usuários de drogas injetáveis ou aspiradas, tatuagens, piercings, pessoas que fazem hemodiálise, entre outros, inclusive profissionais de saúde, que podem se ferir no trabalho.
Mas as pessoas que não se enquadram nesses perfis também estão suscetíveis à infecção. "Em uma parcela dos pacientes não é detectada a origem da contaminação. É preciso ficar atento e fazer exames de rotina. O que faz o diagnóstico da hepatite é um exame de sangue específico. As pessoas, se suspeitarem que podem estar contaminadas, devem lembrar ao médico sobre a doença e solicitar que ele indique o exame", orienta Waleska.
O vírus da hepatite B é muito resistente. "Fora do organismo ele consegue sobreviver por quase cinco dias. Não é como o HIV, o vírus da Aids, que fora do corpo humano morre em aproximadamente dez minutos", disse.
Para todas as hepatites há tratamento e chance de cura. Para a hepatite B existe vacina disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). A vacinação é atualmente feita em bebês e está disponível para jovens até 19 anos gratuitamente.
A médica explica que 90% das pessoas com hepatite B conseguem a cura e 10% se torna crônica, levando a insuficiência hepática e evoluindo para cirrose e câncer de fígado. Nesses dois últimos casos o único tratamento é o transplante do órgão. A expectativa de vida em pacientes crônicos, em qualquer tipo de hepatite, pode variar de 10 a 20 anos.
Dados do Ministério da Saúde indicam que foram realizados no país, em 2008, 1.110 transplantes de fígado, mas informou que não é possível informar quantos foram realizados em virtude de pacientes com hepatite.
A Secretaria de Estado da Saúde informou que há atualmente 76 pacientes em tratamento de hepatite C em Piracicaba e 213 na região. Com hepatite B, há 20 pessoas na cidade e 38 na região recebendo gratuitamente os medicamentos que são de alto custo. "O tempo de tratamento varia de acordo com o que o médico achar necessário. No caso da hepatite C, existe um protocolo do MS e do Estado que, estipula o recebimento do medicamento por até um ano", informou a assessoria de imprensa.
CRIANÇAS. O tipo A é mais comum em crianças e tem transmissão fecal e oral, geralmente por verduras mal-lavadas e água sem tratamento adequado, segundo a médica Waleska. É comum surtos em creches e, nesses casos, o governo oferece vacinação, caso contrário a vacina é oferecida na rede privada.
"A hepatite A apresenta como sintomas: febre não muito alta, em torno de 38,5 graus, dor abdominal e muscular, seguido de náusea, falta de apetite, e icterícia (cor amarelada observada nos olhos e também na pele)".
A luta e a dor de uma família
Na adolescência um jovem se machucou jogando futebol. O quadro clínico se complicou e ele precisou de transfusão de sangue. Vinte e três anos depois ele descobriu que tinha cirrose por causa do vírus da hepatite C. Morreu há pouco mais de um mês, aos 41 anos, deixando a esposa e filhas. A família pediu para não ser identificada, mas concedeu entrevista à Gazeta, como forma de alertar as pessoas sobre a doença.
"A hepatite C foi descoberta há três anos. Os sintomas começaram com perda de peso, dores abdominais e icterícia (pele amarelada). Foram diagnosticadas a cirrose e a hepatite C. Ele fez o tratamento e o vírus negativou. Um ano depois, a doença voltou e novo tratamento foi efetuado. Mais uma vez o estado clínico se normalizou, tanto que ele nem entrou na fila do transplante de fígado", relata a esposa.
Ele fazia o monitoramento da doença quando adoeceu e em um mês morreu.
"Ele teve uma crise da hepatite, com dor de cabeça, voltou a icterícia e febre. O quadro evoluiu para insuficiência múltipla. Foi de repente", conta.
Ela critica a falta de esclarecimento, de uma campanha ampla por parte do governo, para que as pessoas se previnam, façam o tratamento antes da doença comprometer o fígado. "Conheço jovens que descobriram ser portadores do vírus da hepatite C quando foram doar sangue. Nesses casos, o tratamento resolveu. O transplante é mais caro, o afastamento da pessoa do trabalho, enquanto está tomando os medicamentos também. Acompanhei meu marido, amparei ele nos momentos das reações do medicamento. Senti sua dor e apesar de toda luta, a doença venceu".
NÚMERO
94 pessoas foram notificadas com a hepatite B e C em Piracicaba, em 2008
Palestra alerta sobre a doença
A advogada Tania Penteado Bragado, 47, descobriu em 1998, em um exame de rotina, que estava com uma alteração no fígado. O problema foi investigado e ela foi diagnosticada com hepatite C. Fez dois tratamentos e vai completar quatro anos que negativou o vírus no organismo. Para chegar até essa boa notícia, o caminho foi difícil, de muito sofrimento e perseverança.
Ela contraiu a doença por transfusão de sangue, 17 anos antes de descobrir que tinha o vírus. "Aos 19 anos, sofri um acidente de carro e precisei de oito litros de sangue", fala.
Ela conta que depois de descobrir ser portadora do vírus HCV, começou uma série de procedimentos para iniciar o tratamento. "Primeiro precisei fazer uma biópsia do fígado, mas por causa das cirurgias do acidente, quando a equipe médica foi realizar o exame, tive hemorragia interna".
Ela não pode fazer esse exame, que é uma das exigências do protocolo da doença para o SUS fornecer o medicamento, que é de alto custo. "Como não pude fazer a biópsia, fiquei fora do padrão. Entrei com mandato de segurança e obtive os remédios".
Para se ter uma ideia do custo, em 2006, o tratamento, dos dois medicamentos indicados para o tratamento da hepatite C, custava o equivalente a R$ 8.000/mês.
REAÇÕES. Tania perdeu muito peso, teve queda de cabelo (quase ficou careca) e muita irritabilidade, dores musculares e náuseas. "Tudo isso é provocado pelo medicamento. É importante a compreensão e o apoio da família nesse momento", explica.
Negativou o vírus, mas, após três anos, a doença voltou. Deram-lhe 10 anos de vida.
Um médico, do Hospital São Paulo, com quem tinha contato, indicou um medicamento novo, que acabara de ser lançado. "Tive de conseguir o remédio por mandato de segurança. Fiz todo o tratamento, passei novamente por todas as reações e hoje estou aqui e disposta a informar e alertar a todas as pessoas sobre a doença".
A advogada tem feito palestras sobre sua experiência e para divulgar a hepatite C. "As pessoas precisam saber que não devem tirar a cutícula, não devem compartilhar a escova de dentes, aparelhos de barbear ou depilar. Minha luta hoje é alertar que existem milhares de pessoas com a doença, sem saber, e que os doentes não devem ter preconceito, porque ela não transmite no contato, no beijo, no abraço", afirma.
No período em que estava com a doença e não sabia, Tania se casou e teve dois filhos. "Corri o risco de transmitir o vírus a eles. Graças a Deus eles não têm nada".
Tania se coloca a disposição das pessoas que estiverem em tratamento e necessitarem de apoio. Telefone: 3422-2187.
segunda-feira, 18 de maio de 2009
COMUNICADO
DIA MUNDIAL DA HEPATITE
A Associação de Pacientes Transplantados da Bahia (ATX-BA) para comemorar o "Dia Mundial da Hepatite", estará realizando uma Campanha Educativa sobre Hepatite - distribuição de material informativo prevenção, diagnóstico e tratamento da Hepatite em vários locais da Catedral da Igreja Universal do Reino da Deus (IURD) com a participação de jovens que compõe a Força Jovem da IURD.
Data da realização: 19.05.2009
Local: Catedral da IURD em Salvador.
Endereço: Av. Antônio Carlos Magalhães,4278 - Iguatemi Salvador - Bahia
Será realizado durante o turno matutino e vespertino. Os voluntários ficarão em pontos estratégicos e circulando.
domingo, 17 de maio de 2009
REVISTA ISTO É
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Tráfico de órgãos comércio clandestino que vende até cadáver inteiro O enfermeiro A.L. teve o órgão de um de seus familiares supostamente roubado em um hospital municipal em São Paulo. A.L. denunciou o caso à polícia e hoje vive com medo de ser perseguido. Por isso, não permite ser fotografado e se esconde atrás de suas iniciais. Ele viveu um drama típico de roteiro de cinema. Mas sua história é real. Faz parte de um escândalo que foge ao controle das autoridades brasileiras. Os fatos: passava pouco mais das 5h da madrugada de 14 de maio de 2008 quando o enfermeiro, acompanhado de sua tia M.R.S., entrou no necrotério do Hospital Municipal do Tatuapé, para o reconhecimento e preparação do corpo de sua avó Adelina Ribeiro dos Santos, falecida naquele centro médico, horas antes, em decorrência de necrose de alças intestinais, septicemia e falência múltipla dos órgãos. Próximo ao local, A.L. observou que a sala estava com a porta entreaberta e que lá dentro, além de dois cadáveres expostos em duas mesas lado a lado, outras duas pessoas vestidas com jalecos brancos movimentavam os corpos. Ao chegar perto, o enfermeiro constatou que a equipe médica, que estava no local, e que não era do quadro de funcionários do hospital, retirava o globo ocular de sua avó. "Na hora que olhei para minha avó, vi que seus órgãos estavam sendo roubados", conta. "Ela não era doadora. Mesmo se fosse, morreu de infecção generalizada e seus órgãos não podiam ser transplantados", lembra. De imediato, A.L. mandou que as duas mulheres parassem o que faziam, chamou a polícia e não deixou que ninguém abandonasse o local.
Na verdade, o enfermeiro já havia ouvido a acusação de que aquele mesmo hospital público tinha sido denunciado, em 2007, pelo Conselho de Enfermagem de São Paulo, ao Ministério da Saúde, como um local onde ocorriam retiradas ilegais de córneas. "Foi um erro, uma troca acidental. Assumimos isso diante da polícia", admite Edil Vidal de Souza, superintendente do Banco de Olhos. O Ministério Público de São Paulo não concordou que tudo se resumiu a uma falha de procedimento. "A remoção do globo ocular do corpo de Adelina desobedeceu, de forma intencional, todas as normas vigentes", diz o promotor Roberto Porto. "Não há como alegar engano na identificação dos corpos", completa. Agora, passado um ano, a Justiça paulista, de forma inédita, aceitou a denúncia dos promotores do Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) contra o Banco de Olhos pela prática de crime de retirada de órgãos sem a autorização da família e marcou o julgamento para novembro. "A doação é louvável e importantíssima para salvar outras vidas, mas o governo tem de criar controles mais rígidos para fiscalizar as captações de órgãos", entende Porto. Segundo a direção do Hospital do Tatuapé, eles só cedem o espaço físico ao Banco de Olhos e nada têm a ver com a captação de órgãos. | ||||
Tráfico de órgãos Estas irregularidades não são exclusividade do Estado de São Paulo. A freira Maria Elilda Santos que coordena a ONG Organ Traffic, ligada à Igreja Católica, que combate o tráfico de órgãos no Brasil e na África, já tinha alertado as autoridades brasileiras sobre a atuação desse suposto esquema criminoso. "Nenhum doador sabe se de fato seus órgãos foram para quem está na fila de transplante", diz Elilda. Pior: ela desconfia das estatísticas oficiais. Em 2008, foram feitos 17.428 transplantes. No entanto, segundo a Organ Traffic, sem nenhum controle, porque as equipes agem por conta própria em hospitais e necrotérios, como no caso da avó de A.L. No Brasil, existem 1.282 equipes habilitadas em 937 hospitais para realizar tais procedimentos. O mais grave é que o MP paulista descobriu que muitos desses funcionários recebem comissão para conseguir os órgãos. "São quadrilhas que se escondem atrás do nome de captadores e agem sem escrúpulos para cumprir uma demanda", diz Elilda. A freira, que denunciou o drama de A.L. à Organização dos Estados Americanos (OEA), e o promotor Porto entendem que deve ser feito um acompanhamento da retirada dos órgãos por agentes públicos. Em 2007, o Ministério da Saúde fez um acordo com o Conselho Federal de Enfermagem de só permitir o procedimento de extração de córneas com a supervisão de um enfermeiro. Organizações como a de Elilda, amparadas em números da ONU, calculam que a máfia do tráfico de órgãos movimenta no mundo entre US$ 7 milhões e US$ 12 milhões ao ano. Nesse mercado existe até uma tabela de preços que orienta a comercialização de partes do corpo humano entre os países. Um coração vale R$ 100 mil, um rim R$ 80 mil e as córneas chegam a custar R$ 20 mil. Vende-se de tudo. "Há ofertas de fígado, pulmão e até do cadáver inteiro", denuncia Elilda. "Na maioria dos casos, os traficantes comercializam na internet", conta.
As investigações mostraram que a tentativa de golpe teve a colaboração do papiloscopista do Instituo Médico Legal de Curitiba, João Alcione Cavalli, que assina os atestados de óbito. Depois da prisão, descobriu-se que o médico supostamente se envolveu na venda de outros cinco corpos. A investigação continua. Porém, esses não são os únicos casos que envolvem o IML da capital paranaense, que está sob intervenção do próprio governo estadual. |
sexta-feira, 15 de maio de 2009
O Dia Mundial da Hepatite não pertence a nenhum grupo ou associação, ele é um movimento de uma aliança onde todos são iguais, sem proprietários ou donos. Resumindo, é uma campanha institucional de saúde pública.
Após doze meses de trabalho foi formada a WHA - World Hepatitis Alliance uma união das ONGs com endereço legal em Genebra. Tudo surge porque existiam vários dias diferentes para promover a divulgação das hepatites, o qual confundia a população. A maioria dos países realizava atividades no mês de maio, movimento que teve seu início em 2000 no Brasil. Mais tarde, alguns países da Europa, associados da ELPA iniciaram o movimento no mês de outubro.
Como isto começou a provocar muita confusão, Charles Gore, do The Hepatitis C Trust, de Londres (a única associação da Inglaterra que lida com hepatite C a nível nacional) teve a idéia de unificar as datas e realizar um dia que não somente fora mundial. Queria que também tivesse o apoio da OMS e a participação do maior número de associações de pacientes.Para tal realizou contatos com seis entidades que apresentavam maior visibilidade em cada uma de suas regiões geográficas, ou seja:
América do Norte - NASTAD - National Alliance Of State & Territorial AIDS Diretor - Representada por Cris Taylor - Gerente do Programa de Hepatite Viral;
Europa - ELPA - European Liver Patients Association - Representada por Nadine-Yannick Piorkowsky;
Ásia - China Foundatión for Hepatitis Prevention and Control - Representada por Wang Zhao;
África - SOS HEPATITE - Association Nationale dê Hépathopathies - Representada por Bouallag Abdelhamid;
Oceania - Hepatitis Austrália - Representada por Helen Tyrrel;
América Latina - Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite - Representado por Carlos Varaldo.
Foi dado início a uma série de reuniões, virtuais e presenciais, todas elas com participação da OMS representada por Jeffrey Victor Lazarus (CDS-SHA) a qual incentiva o movimento. Como primeiro passo, foi acordado por consenso instituir o dia mundial das hepatites em 19 de Maio, a ser iniciado em 2008, com o objetivo de dar visibilidade suficiente para que na Assembléia Geral da OMS de 2009 o Dia Mundial da Hepatite seja incluído na pauta da reunião para sua aprovação.
Inicialmente cada convidado procurou o apoio das associações de sua região e aqui na América Latina 54 ONGs e 9 associações médicas responderam aderindo ao movimento e autorizando a representação sugerida.
Para se tentar garantir o impacto/sucesso precisaríamos empregar uma agência de relações públicas capaz de planejar e programar uma campanha mundial. Assim, o segundo passo foi selecionar uma agência com experiência em campanhas mundiais de saúde. Varias agências submeteram suas credenciais e as cinco mais experientes foram convidadas para apresentar propostas. Por consenso, Fleishman-Hillard foi considerada a agência que apresentou o melhor projeto. Fleishman - Hillard International Communications é a empresa líder mundial em relações públicas e faz parte do Omnicom Group Inc.
No dia 2 de novembro de 2007, em Boston, o projeto foi oficialmente aprovado por seis fabricantes de medicamentos os quais se dispuseram a financiar os 12 principais eventos, informando às filiais de todo o mundo para que apóiem os movimentos locais organizados por associações de pacientes. Em 12 cidades do mundo, incluindo o Brasil, serão realizados 12 grandes eventos. Todas as cidades do resto do mundo receberão apoio e material para que as associações locais possam realizar seu movimento.
Nessa reunião foi colocado por exigência dos patrocinadores que deveríamos formar uma entidade para administrar os recursos e realizar a devida prestação de contas. Para tal formamos a WHA - World Hepatitis Alliance com registro em Genebra, mas que será administrada desde Londres, pela Hepatitis C Trust devido a que esta ONG possui uma excelente estrutura administrativa. Isto, também, foi decidido por consenso.
Assim, o presidente indicado é Charles Gore, presidente do Hepatitis C Trust, não representando nenhuma região. Ante a impossibilidade diante do tempo, provisoriamente durante os dois primeiros anos foi decidido que os seis representantes das regiões geográficas seriam instituídos como vice-diretores, ficando ainda a representante do ELPA como Tesoureiro.
Uma campanha de eventos mundiais esta sendo desenvolvida para informar a população e encorajar ações dos governos. O tema da campanha é "Sou em número 12?" mostrando que no mundo, uma de cada doze pessoas se encontra infectada com as hepatites B ou C.
Outro braço da campanha incorpora uma relação de 12 compromissos a serem assumidos pelos governos locais (seis universais e seis específicos de cada país) para serem implementados até o ano 2012, os quais serão acordados previamente com o ministério para uma redação final. Conjuntamente um "Atlas das Hepatites" mostrará dados globais e locais sobre as hepatite B e C, partindo inicialmente das informações da OMS e acrescentando informações locais com o correr do tempo.
Para sustentar o braço científico das informações está sendo formado o "Painel de Saúde Pública" da "WHA - World Hepatite Alliance" presidido pelo Dr. Baruch Blumberg, Premio Nobel de Medicina, grupo que trabalhará como um comitê consultivo que abasteça referências para a Aliança.
A Associação de Pacientes Transplantados da Bahia (ATX-BA) para comemorar o "Dia Mundial da Hepatite"estará realizando uma Campanha Educativa sobre Hepatite com distribuição de material informativo sobre prevenção, diagnóstico e tratamento da Hepatite em vários locais da Catedral da Igreja Universal do Reino da Deus (IURD) com a participação de jovens que compõe a Força Jovem da IURD.
Data da realização: 19.05.2009
Local: Catedral da IURD em Salvador.Endereço: Av. Antônio Carlos Magalhães,4278 - Iguatemi Salvador - Bahia
Será realizado durante o turno matutino e vespertino. Os voluntários ficarão em pontos estratégicos e circulando.
quarta-feira, 13 de maio de 2009
TRANSPLANTE OSSEO
Livro alerta para artrite infantil rara que pode causar deformidades
São Paulo - Divulgar o transplante de ossos e tecidos passou a ser encarado como missão pela jornalista Larissa Jansen, 31 anos. Diagnosticada aos 7 anos com artrite idiopática juvenil (AIJ) - doença que atinge as articulações, causa dor, edemas e limita movimentos - ela narra sua experiência em Diário de um Transplante Ósseo - Na Real Dois, que distribui gratuitamente. Não há dados epidemiológicos sobre a doença no Brasil, mas na América do Norte e na Europa a incidência chega a 1 com a doença a cada 1 mil crianças.
A artrite idiopática juvenil é responsável por 5% das operações no Centro de Cirurgia do Quadril do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia. É a forma de artrite crônica mais comum na infância, que deve ser diagnosticada e tratada rapidamente ou pode levar à incapacidade funcional e causar deformidades, diz a presidente do Departamento de Reumatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, Sheila Knupp. Ela acompanhou 450 pacientes em 20 anos no serviço de reumatologia do Instituto de Pediatria e Puericultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Larissa conta na obra a rotina em consultórios, a espera pelo doador, a demora para ter leito em hospital público. A AIJ afeta principalmente mulheres com menos de 16 anos e tem causa desconhecida (por isso o termo idiopático). Pode afetar várias articulações. Ela desenvolveu a forma mais grave da doença, a AIJ poliarticular sistêmica, que atinge mais de quatro articulações e pode afetar outros órgãos, como coração e fígado. Se hoje anti-inflamatórios e imunomoduladores de última geração ajudam a estabilizar o paciente, 25 anos atrás a realidade era outra. As inflamações provocaram perda óssea e Larissa passou por cirurgia para colocação de prótese nos quadris, aos 16 anos, quando a deformação não permitia que ela andasse.
Viveu dez anos de "trégua", até ser informada que precisava voltar à mesa de operação. Dessa vez, para um transplante ósseo. Larissa descobriu que ela não precisava de um doador compatível. "As pessoas doam coração porque sabem que vão salvar vidas. Doar ossos é doar qualidade de vida", defende. O caso de Larissa é extremo. Sheila Knupp lembra que o diagnóstico precoce e o tratamento correto permitem que a criança leve vida normal. "Muita gente acha que criança não tem reumatismo. Os pais devem levar a sério se o filho estiver mancando, reclamar de dor. Pode ser o início da artrite."
Clarissa Thomé
Quarta 13 de Maio de 2009 - O Sollo
Saúde autoriza novo centro de transplante na Bahia
Unidade contribuirá para o aumento no número de atendimentos no Brasil. Em 2008, foram realizados 363 procedimentos no estado
O Ministério da Saúde autorizou nesta quinta-feira, 7 de maio, um novo centro especializado em retirada e transplante de tecido ocular humano na Bahia. Portaria publicada no Diário Oficial da União credencia o Hospital dos Olhos da Conquista a realizar o procedimento.
A unidade contribuirá para o aumento no número de atendimentos na Bahia e no Brasil (veja quadro). Atualmente, há 937 hospitais e 1.282 equipes habilitadas para realizar transplantes em todo o país. Na Bahia, são 32 centros e 39 equipes transplantadoras cadastradas.
Dados do Ministério da Saúde mostram que, o estado realizou 363 transplantes de diversas modalidades em 2008, 28% a mais que no ano anterior. Em todo o país, foram 18.989 transplantes em 2008. O número representa um aumento de 9% em relação a 2007, quando foram feitos 17.428. Foi justamente a habilitação de novos centros, ao lado da quantidade maior de doadores vivos, que impulsionou o crescimento do número de atendimentos no Brasil.
No mesmo dia em que o centro baiano foi credenciado, o Ministério da Saúde autorizou o Hospital do Olho, em São Paulo, a realizar retirada e transplante de tecido ocular humano. Já a Associação Hospitalar de Proteção à Infância e a Rede de Assistência a Saúde Metropolitana, ambas no Paraná, foram habilitadas a realizar busca ativa e retirada de múltiplos órgãos e tecidos. A Bahia realizou 284 transplantes em 2007 e 363 em 2008.
Fonte: Agência Saúde
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Postagem
Nova técnica aumenta chances de transplante dos rins nos Estados Unidos
Substância ajuda organismo a tolerar órgão que não era compatível. Dados iniciais indicam que estratégia é relativamente segura.
"Eles disseram que de maneira nenhuma eu poderia me submeter a um transplante, pois o rim seria imediatamente rejeitado, dado os altos níveis de anticorpos", lembrou Kohanzadeh, hoje com 32 anos, moradora de San Diego.
Então, ela pesquisou na internet e descobriu que especialistas em transplante do Centro Médico Cedars-Sinai, em Los Angles, estavam desenvolvendo uma estratégia para diminuir os níveis de anticorpos em pacientes como ela. O procedimento consiste na aplicação de altas doses da droga IVIG antes da cirurgia. A IVIG (imunoglobulina intravenosa) é derivada de um conjunto de amostras de sangue de centenas de doadores. Introduzida há cerca de 30 anos, ela tem sido usada no tratamento de uma série de distúrbios do sistema imunológico.
Kohanzadeh começou esse protocolo, conhecido como dessensibilização, no Cedars-Sinai, em 2006. Ela recebeu o rim da mãe logo depois, e o órgão continua a funcionar de forma satisfatória. Até hoje, o Cedars-Sinai realizou mais de duzentos transplantes de rim depois da dessensibilização com a IVIG.
O número de americanos que sofrem de doença renal crônica, impulsionada por altos índices de hipertensão e diabetes, tem aumentado acentuadamente nos últimos anos. Assim como o número de doenças renais em estágio terminal, que somente podem ser tratadas com diálise ou transplante. Quase 80 mil americanos estão em listas de espera para receber um novo rim, segundo a National Kidney Foundation.
Transplantes preferenciais
Apesar das melhorias nas tecnologias de diálise, os transplantes continuam sendo o tratamento preferencial, com melhores resultados de longo prazo e qualidade de vida.
A Hopkins e a Mayo, ao contrário do Cedars-Sinai, conta com a plasmaferese, um processo de limpeza do sangue, capaz de eliminar os anticorpos perigosos, geralmente seguida de pequenas doses de IVIG. A plasmaferese é usada somente em casos nos quais os pacientes contam com um doador vivo. O Cedars-Sinai também aceita pacientes altamente sensíveis sem doadores vivos para prepará-los com o IVIG antes do transplante de um doador morto.
Ambas as abordagens se mostraram eficazes em estudos de pequena escala e em práticas clínicas. Os três centros rotineiramente recebem reembolso do Medicare, que cobre a maioria dos transplantes de rim, não importando a idade do paciente. Os protocolos de dessensibilização – também usados para evitar a rejeição do órgão devido à incompatibilidade de tipo sanguíneo, outro grande problema para potenciais recebedores – podem custar dezenas de milhares de dólares a mais em relação aos transplantes convencionais, além de serem de complexa administração.
Ainda assim, apesar desses pacientes tenderem a ter maiores possibilidades de complicações no curto prazo, o índice geral de sobrevivência, no período de um ano, é só um pouco menor do que os índices de 90-95%, números ligados aos pacientes submetidos a transplantes convencionais. Pesquisadores dos centros Cedars-Sinai, Hopkins e Mayo também estudam se substâncias adicionais, dosagens e cronogramas de tratamento diferentes, além de outras estratégias, podem aumentar o índice de sucesso, ao prevenir que os anticorpos retornem.
Popularidade crescente
As técnicas estão ganhando popularidade. Entre os cerca de 250 centros de transplante nos Estados Unidos, alguns começaram a oferecer seus próprios protocolos de dessensibilização. Outros estão monitorando de perto pesquisas e avanços clínicos.
"Esse é um tipo de estratégia com boas perspectivas de sucesso", disse a Dra. Amy L. Friedman, cirurgiã de transplantes do Centro Médico SUNY, em Syracuse, e membro do conselho administrativo da Associação Americana de Pacientes Renais. "Os resultados desses grupos são realmente impressionantes. Estamos prestes a considerar o uso desses procedimentos".
Dr. Robert Montgomery, diretor de transplantes da Johns Hopkins, disse que alguns pacientes encontraram o centro depois de receberem a indicação sobre onde pacientes altamente sensíveis poderiam receber um transplante. Pelo fato de tantos pacientes estarem há muito tempo em diálise, ou terem perdido a chance de realizar um transplante de rim anteriormente, eles apresentam desafios especiais. "Se você tem um paciente na diálise há vinte anos, que desenvolveu um monte de condições co-mórbidas, e o coloca num desses protocolos novos, é uma proposição muito mais difícil do que realizar o primeiro transplante numa pessoa com trinta anos de idade", disse Montgomery.
O primeiro centro de transplante de Kohanzadeh, o California Pacific Medical Center, em São Francisco, não a indicou para dessensibilização, mas recomendou outro exame PRA depois de alguns meses, para verificar se os níveis diminuiriam naturalmente.
Dr. Steven Katznelson, vice-presidente do departamento de transplante do California Pacific, defendeu a recomendação. Kohanzadeh assinou um termo de abdicação de privacidade, a fim de que o médico pudesse discutir seu caso. Ele acrescentou que os protocolos de dessensibilização ainda eram novos há três anos e que o hospital, desde então, indicou dezenas de pacientes com problemas similares ao Cedars-Sinai.
Apesar do sucesso, cirurgiões de transplantes estão preocupados com um novo e rigoroso esforço do Medicare para rever operações e resultados em todos os centros de transplante do país, iniciado após o amplamente divulgado relato de falhas em alguns centros de transplante, há vários anos.
Dr. Stanley Jordan, diretor de transplantes do Cedars-Sinai, afirmou que essas revisões precisariam levar em consideração fatores mitigantes, como altos níveis de PRA, que podem afetar o resultado dos pacientes. Caso não levem, alertou Jordan, eles podem desmotivar os centros de transplantes a introduzir protocolos de tratamentos mais complicados e aceitar pacientes mais problemáticos. "A sensação, em muitos centros", disse ele, "é que não queremos receber pacientes incapazes de trazer bons resultados e que nos trariam problemas."
Fonte: g1.com
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segunda-feira, 4 de maio de 2009
Neste mês, com o apoio da Propeg, da Mídia Bus, da Fundação de Neurologia e Neurocirurgia e da Vereadora Tia Eron, iniciamos uma Campanha de Doação de Órgãos e Tecidos, veiculada desde o dia 24.04 em 40 ônibus, por período de 30 dias.
A Propeg venceu a disputa da regional Norte e Nordeste do Prêmio Abril Publicidade 2008 com esta campanha para a Associação de Pacientes Transplantados da Bahia (ATX-BA).
Criada por Ana Luisa Almeida e Lílian Cavalcanti, e dirigida pela própria Ana Luisa e por Ariston Quadros, a campanha Olho, Pulmão e Coração lembrava a importância da doação de órgãos. Objetos usados e antigos formam um pulmão, um coração, um olho em cada peça e o mote: “Você sempre doou o que não lhe servia mais. Faça o mesmo com seus órgãos”.
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Conhecendo as reais intenções dos responsáveis pela saúde.
Real intenção do Exm° Senhor Ministro da Saúde Dr. José Gomes Temporão
Real intenção do Exm° Senhor Secretario de Saúde do Rio Grande do Sul e Presidente do CONASS, Dr. Osmar Terra
FINALIZANDO: Apoiado no ensinamento romano de que diz, "O direito não assiste a quem dorme", e neste caso o "dorme" tem dois sentidos, o literal é o subjetivo de que, "dorme" quem não sabe o que está se passando. É preciso "acordar" o cidadão que corre o risco de ter seus direitos de cidadania subtraídos na audiência do STF que acaba na próxima quinta-feira.
Neste caso o melhor caminho para acordar este enorme Brasil é, para tal, todos aqueles que queiram um Brasil melhor devem escrever a jornais, rádios e TVs, pode ser a seção CARTAS DOS LEITORES ou ao Editor, mas se todos escrevem com certeza a imprensa vai ficar defendendo os pacientes e não os maus gestores. Dessa forma os Ministros do STF, Juízes e Desembargadores ficarem sabendo da sórdida manobra do executivo contra os doentes. Carlos Varaldo Grupo Otimismo. O Grupo Otimismo e afiliado a AIGA - ALIANÇA INDEPENDENTE DOS GRUPOS DE APOIO - www.aigabrasil.org
Fórum das ONG/Aids
Enviada pelo Grupo Otimismo
CARTA ABERTA À POPULAÇÃO E AOS MINISTROS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
PELA NÃO RESTRIÇÃO DO ACESSO À JUSTIÇA!
PELA NÃO LIMITAÇÃO DO DIREITO À SAÚDE!
Nós, organizações da sociedade civil, usuários e cidadãos, estamos hoje em praça pública para defender o direito à saúde e exigir a dignidade que a Constituição nos assegura.
Neste momento, o Supremo Tribunal Federal (STF) está realizando, em Brasília, audiência pública para discutir as diversas ações judiciais que obrigam o SUS a fornecer medicamentos, insumos e procedimentos médicos não cobertos pelo sistema público.
O resultado da audiência poderá ser a edição de uma Súmula Vinculante sobre o tema, que deve interferir nas decisões de primeira e segunda instâncias no País.
Queremos aqui alertar: existe um movimento, que chegou ao STF, daqueles que desejam coibir nosso direito de acionar a Justiça e aqueles que afirmam que o SUS só deve cobrir o que for "financeiramente possível".
A população brasileira não pode ser responsabilizada pelas falhas dos gestores dos SUS. O problema é a ausência do Estado e não a existência das ações judiciais. O Poder Judiciário é imprescindível para garantir o direito à saúde nos muitos casos de omissão governamental.
ALERTAMOS A POPULAÇÃO, E CLAMAMOS AOS MINISTROS DO STF, QUE DECIDAM PELA AMPLIAÇÃO E NÃO PELA RESTRIÇÃO DO ACESSO À JUSTIÇA E À SAÚDE NO PAÍS. PARA ISSO ESCLARECEMOS:
1. Não é verdade que as ações judiciais são caso de polícia, como fazem divulgar vários gestores. Não é verdade que todos os pacientes, advogados e juízes estão a serviço de interesses de laboratórios e empresas da saúde.
2. Nós só entramos com ação na Justiça quando há urgência, necessidade de saúde e até mesmo risco de morte dos pacientes. As nossas ações são baseadas na Constituição Federal, que elege a vida e a saúde como bens maiores e inegociáveis.
3. A ação judicial depende de uma prescrição do médico, que deve ser responsável pelos seus atos e pela saúde do paciente.
4. A ação judicial ocorre quando o SUS demora muito a incorporar um medicamento ou procedimento. Essa demora muitas vezes acontece no registro junto à ANVISA na introdução nas listas oficiais do SUS, na compra ou na distribuição. Há também casos de medicamentos experimentados em ensaios clínicos no Brasil, cujos detentores de patentes não solicitam o registro na ANVISA.
5. Nós defendemos a padronização, pelo SUS, dos medicamentos de alta complexidade, a exemplo dos antiretrovirais. Nós também defendemos a prescrição responsável.
6. Nós condenamos as pressões e as condutas antiéticas da indústria farmacêutica e de equipamentos.
7. Nós defendemos que as eventuais distorções sejam prevenidas e punidas pelas autoridades competentes.
8. Nós defendemos medidas administrativas das secretarias de saúde para evitar ações judiciais, analisando cada prescrição e se antecipando à distribuição pelo SUS, desde que não sejam realizadas com morosidade.
9. Nós lutamos pela ampliação do acesso, inclusive lançando mão da quebra de patentes e da produção de genéricos.
10. E, principalmente, nós defendemos a destinação de mais recursos para o Sistema Único de Saúde por meio da regulamentação da Emenda Constitucional 29.
MINISTROS DO STF:
Decidam pelo nosso direito de continuar buscando na Justiça a garantia da saúde e da vida!
Fórum das ONG/Aids do Estado de São Paulo
São Paulo, 29 de abril de 2009.