segunda-feira, 10 de agosto de 2009

REDE NOTÍCIA

Célula-tronco reduz mortalidade em vítima de infarto
10 agosto, 2009 por
Um grupo pioneiro de pesquisadores da Universidade de Düsseldorf, na Alemanha, realizou um estudo pioneiro sobre transplante de células-tronco após infarto, que acompanhou os pacientes por um período extenso. O trabalho, publicado no “Journal of the American College of Cardiology”, mostrou uma melhora na função cardíaca e a diminuição da mortalidade a longo prazo.
Todos os 124 pacientes haviam sofrido um infarto e foram submetidos a angioplastia (implantação de stents para desobstruir vasos). Os voluntários puderam escolher se queriam ou não receber também um transplante de células da medula óssea. Metade dos pacientes não quis passar pelo tratamento e foram considerados o grupo controle.
O transplante, feito com células do próprio paciente, foi realizado sete dias após o infarto, em média. Os resultados após cinco anos mostram que a função cardíaca melhorou de 51,6% para 56,9% nos que receberam as células. Nos demais pacientes, ao contrário, a função caiu para 46,9%. No grupo transplantado, houve apenas uma morte, contra sete entre os demais pacientes.
De acordo com o pediatra Carlos Alexandre Ayoub, do Centro de Criogenia Brasil, a formação de neovasos por meio das aplicações de células-tronco já está comprovada em muitas pesquisas. “A cada dia surgem novas técnicas e aplicações para as células-tronco. Por isso a importância das pesquisas científicas realizadas em diversos países, inclusive o Brasil”, afirma Ayoub.
Segundo os pesquisadores alemães, também foi possível notar que a melhora na qualidade de vida dos voluntários que receberam as células se manteve durante os cinco anos do estudo. Atualmente, mais de 300 doenças estão em fase final de testes.
No futuro espera-se reconstituir órgãos inteiros com células-tronco, não dependendo mais de transplante. “É por isso que cada vez mais casais buscam coletar e armazenar as células-tronco do cordão umbilical de seus bebês”, explica o médico Carlos Ayoub.
Centro de Criogenia Brasil

TRIBUNA DO INTERIOR

Osmar Dias 09/08/09
Redação

Uma lei pela vida

A doação de órgãos e tecidos é um ato solidário que salva a vida de muitos brasileiros. A campanha lançada no ano passado pelo Ministério da Saúde, intitulada “Tempo é Vida”, aliada à solidariedade do povo brasileiro, refletiram no aumento do número de doadores da ordem de 20% do ano passado para cá, mas a fila à espera por transplantes no Brasil ainda chega perto de 70 mil pessoas.

A estimativa da Associação Brasileira de Transplantes (ABTO) é a de que só será possível equilibrar a demanda daqui a 10 anos e a necessidade é a de duplicar o número de transplantes nesse período.
Para fazer valer a solidariedade de quem doa e salvar a vida de muitos que estão na fila por transplantes foi que apresentei no Senado Federal projeto de lei que moderniza a legislação de transplantes de órgãos no Brasil. Minha proposta é a de tornar obrigatório para hospitais com mais de 80 leitos, ou que disponham de unidades de emergência ou de tratamento intensivo, a manter uma Comissão de Captação e Doação de Órgãos.
Isso é necessário porque muitas vezes não faltam doadores, mas equipes médicas especializadas para fazer a coleta dos órgãos e tecidos para dar agilidade aos transplantes e salvar mais pessoas.
Segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) o maior problema reside no sistema de captação e distribuição de órgãos e, principalmente, na estrutura precária e falta de organização dos hospitais brasileiros. A ABTO aponta que o índice de óbitos na fila de espera por transplantes é de 40%. Os órgãos que lideram a busca por doações são os rins, depois córnea e fígado.
O Projeto de Lei (PLS 347/07) que apresentei estabelece que a comissão deve ser composta por profissionais do quadro da instituição e ter por finalidade identificar possíveis doadores de órgãos, tecidos ou partes do corpo para fins de transplante ou tratamento entre os pacientes internados, fazer contato com seus familiares com o objetivo de obter autorização para doação, manter os meios de comunicação permanente com as centrais de notificação, captação e distribuição de órgãos da unidade federada em que se localizam e outros definidos pela autoridade sanitária.
Defendo a modernização da lei de transplantes para salvar vidas. É uma questão de saúde pública que pode trazer a felicidade de volta a muitas famílias que hoje correm contra o tempo esperando a oportunidade de viver.
Osmar Dias é líder do PDT no Senado Federal