sexta-feira, 16 de novembro de 2012

ATX-BA - UTILIDADE PÚBLICA - DIA MUNDIAL DA DIABETE


O Dia Mundial do Diabetes foi comemorado na quarta-feira  (14.11) e, para marcar a data e alertar sobre a importância da prevenção e do tratamento da doença, uma série de eventos foram programados. No Rio, por exemplo, o Cristo Redentor foi iluminado de azul, a cor que representa mundialmente a data.
DiabeteNet.Com.Br
Informações sobre a doença
Dra. Denise Franco - Endocrinologista
Diabetes Mellitus é um distúrbio metabólico decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade desta de agir adequadamente. A insulina é o hormônio produzido nas células Beta das ilhotas de Langerhans do pâncreas, que possibilita a entrada de glicose (nossa fonte de energia) dentro das células, sua falta promove o aumento do nível de glicose no sangue (hiperglicemia) alterando também o metabolismo das proteínas e gorduras.
O Diabetes Mellitus é um dos maiores problemas de saúde pública, a incidência do DM tipo I, faixa etária de 0 a 15 anos, é de 7,8% da população e do tipo II, faixa etária de 30 a 69 anos, a incidência é de 7,6 % e vem aumentando de forma explosiva, sendo que metade desses portadores não sabem que tem a doença.

Acometem pessoas de qualquer idade. Os riscos são maiores em pessoas com excesso de peso e histórico familiar de diabetes
Tipos de Diabetes

O Diabetes é classificado em dois tipos mais freqüentes:
Diabetes Tipo 1: Surge mais freqüentemente em crianças e adultos jovens. Ocorre a destruição das células Beta, geralmente ocasionando deficiência absoluta de insulina, necessitando fazer uso de insulina diariamente. É de natureza auto-imune.
Diabetes tipo 2: é a forma clássica com graus variados de resistência a ação da insulina e uma deficiência relativa de insulina, geralmente está associado a obesidade. A prevalência maior era entre os mais velhos mas com o aumento de crianças obesas tem-se observado uma incidência maior em faixas etárias mais baixas. O tratamento inicial inclui dieta e quando necessário medicação oral.

A Diabetes Gestacional surge em mulheres grávida que não eram diabéticas, ocorre alteração da tolerância a glicose em graus diversos diagnosticado durante a gestação. Geralmente, desaparece quando esta termina. Podem futuramente desenvolver o Diabetes tipo 2.
Outros tipos específicos inclui as várias formas de diabetes do jovem MODY ( Maturity-Onset Diabetes of the Young ).
São situações raras de ocorrer e são causadas por: Defeitos genéticos funcionais das células Beta e na ação da insulina;
Doenças do Pâncreas;
Endocrinopatias;
Induzidos por fármacos e agentes químicos;
Infecções;
Formas incomuns de diabetes imuno-mediado;
Outras síndromes genéticas associadas ao diabetes.
VALORES REFERÊNCIA DE GLICEMIA O Valor de Glicemia normal de 70 a 110mg/dl em jejum oral de 8 horas.
Os Valores intermediários entre 110-126 mg/dl devem ser melhor investigados com outros testes para afastar o diagnóstico de diabetes.
É aceitável a glicemia pós-prandial (após refeição ) de 140mg/dl.
Pacientes acima de 45 anos com história de obesidade e alteração de colesterol e parentes com diabetes devem realizar o teste de glicemia de jejum pelo menos entre 1 a 3 anos.
Sintomas Causados Diabetes Tipo 1 Aumento do número de vezes de urinar - Poliúria
Sede excessiva - Polidipsia
Excesso de fome - Polifagia
Perda rápida de peso
Fadiga, cansaço de desanimo
Irritabilidade


Diabetes Tipo 2 Além de poder apresentar os mesmos sintomas que o Diabetes Tipo 1, freqüentemente menos intenso, o Diabetes Tipo 2 ainda apresenta os seguintes sintomas:

Infecções freqüentes
Alteração visual (visão embaçada)
Dificuldade na cicatrização de feridas
Formigamento no pés
Furunculose

Formas de Tratamento
O tratamento do Diabetes tipos 1 e 2 inclui as seguintes estratégias:
Educação de Modificação do Estilo de Vida que se baseiam em:

Reorganização dos hábitos alimentares
(alimentação equilibrada e orientada por nutricionista);
Atividade física;
Tratamento medicamentoso
(insulina e/ou hipoglicemiante oral)
ALIMENTAÇÃO A alimentação é um dos pontos fundamentais no tratamento do Diabetes. Ela deve ser individualizada levando em consideração o estado nutricional do paciente e hábitos de vida, possibilitando o melhor controle metabólico. Seus objetivos são:

Contribuir para a normalização da Glicemia;
Diminuir os fatores de riscos Cardiovascular;
Fornecer calorias suficientes para obtenção e/ou manutenção do peso corpóreo saudável;
Prevenir complicações agudas e crônicas.
ATIVIDADE FÍSICA A atividade física é de fundamental importância e deve estar integrada na vida do paciente diabético devido aos benefícios do exercício à ação da insulina.

Ela contribui para a redução da glicemia e da necessidade de insulina e medicamentos, pois ela melhora a captação de glicose pelas células.

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO Os portadores de Diabetes tipo 1 têm que aplicar insulina diariamente o que envolve o uso de seringa e agulha, caneta de insulina, ou pode ser fornecida por uma bomba de insulina.

Bombas de insulina são usadas junto ao corpo em um cinto ou no bolso. Elas liberam insulina por meio de um tubo que a conecta a uma agulha colocada sob a pele e quantidades extras de insulina necessárias antes das refeições, dependendo do nível de glicose no sangue e da refeição.

A necessidade de insulina é diferente para cada pessoa e deve ser adequada ao estilo de vida e tipo de atividade física.

A TERAPIA DEVE SER MONITORADA PELO PACIENTE ATRAVÉS DE TESTES DE GLICEMIA COM APARELHOS – GLICOSÍMETROS E COM O TRATAMENTO INTENSIVO COM VÁRIAS DOSES DE INSULINA AO DIA, SEGUINDO ORIENTAÇÃO DE UM MÉDICO ENDOCRINOLOGISTA.
O paciente portador de diabetes tipo 2 faz o tratamento medicamentoso quando necessário. Esses medicamentos podem agir aumentando a secreção de insulina ou melhorando a ação da insulina e deve ser individualizado.

Usam-se hipoglicemiantes orais e, eventualmente haverá necessidade de introdução de insulina nos casos em que o tratamento não está sendo eficaz em atingir os objetivos de glicemia adequada.
O CONTROLE DA GLICEMIA É FUNDAMENTAL NA BOA QUALIDADE DE VIDA E PARA EVITAR O APARECIMENTO DE COMPLICAÇÕES FUTURAS.

ATX-BA - informando - ABTO


Continuamos mantendo a rota

EDITORIAL


Estamos  próximos  da  metade  do  tempo  planejado  de  10 anos, até 2017,  os objetivos propostos em 2007 estão sendo atingidos.  Comparado  com  o  ano  anterior,  obtivemos  um aumento de 15% na taxa de notificação (43,6 pmp), de 21% na taxa de doadores efetivos (12,9 pmp), de 16% na taxa de doadores efetivos com órgãos transplantados (12,3 pmp) e de 5% na taxa de efetivação da doação. (29,7%).


Houve um crescimento de 9,4% na taxa de transplantes renais (28,5 pmp) e de 10,5% na taxa de transplantes hepáticos e uma queda de 13,1% na de transplante de pâncreas. Deve- se comemorar o aumento expressivo da taxa de transplantes cardíacos (39%) e pulmonares (34%), ressaltando, entretanto, que  esses  números  estão  muito  abaixo  do  esperado  em relação a taxa de doadores do país e a necessidade estimada de transplantes.

Os transplantes de córneas cresceram 6,8% (82,1pmp) e estão muito próximos de atingirem a necessidade estimada (90 a 95 pmp), a chamada ”fila zero. Cinco estados e o Distrito Federal já realizam mais transplantes que a necessidade: DF (188 pmp), GO (161 pmp), SP (140 pmp), PE (119 pmp), PR (102 pmp) e ES (92 pmp). A lista de espera, de acordo com o crescimento no número de transplantes, vem caindo sendo atualmente de 6.451 pacientes.

Um aspecto que deve ser melhor avaliado é o número de pacientes em lista de espera para transplante de órgãos. A diminuição dos pacientes em lista para o transplante de rim, atualmente de 20.005, não deve ser creditada ao aumento dos transplantes (ainda insuficiente), mas a talvez um pequeno ingresso em lista (no RS grande dificuldade dos pacientes do SUS marcarem consulta de investigação para ingresso em lista de espera por problemas burocráticos) e por inativação por  vários  motivos dos  pacientes  em  lista  de  espera  (soro vencido, recusas de transplante, etc).   O número esperado em lista de espera para o transplante renal seria em torno de 30.000 a 35.0000.   também uma diminuição no número de pacientes em  lista de espera para transplante hepático (1.351) e um persistentemente pequeno número de pacientes em lista de espera para transplante de coração (192) e de pulmão (152).


Em  relação  a  taxa  de  doadores  efetivos  destacaram-se  SC (25,6 pmp), CE (22,1 pmp), DF (20,8 pmp) e SP (19,1 pmp), seguidos pelo RS (17,0 pmp), RN (15,6 pmp), ES (15,2 pmp) e RJ (15,0 pmp).   A negativa familiar foi responsável por 27,4% das causas de não efetivação da doação, mas 45% das famílias entrevistadas  recusaram a doação (1.178 de 2.617), sendo as taxas mais elevadas observadas no MA (80%), AC ( 75%), PB (67%), MS (60%) e BA (60%), sugerindo que se deveria trabalhar de  forma  mais  aprofundada  esse  tema  nesses  estados.    A morte  encefálica  não  pode  ser  confirmada  em  522  casos (8%), sendo os estados com maior dificuldade RO (50%), AC (48%), PB (32%) e ES (32%), também nesses estados se deveria atuar mais nesse aspecto. a parada cardíaca, que ocorreu em   895 casos (14%), com maior frequência no MS (45%) e em GO (45%), não está apenas relacionada a  problemas de manutenção  do  potencial  doador,  mas  também  a  demora no diagnóstico de ME ou outras situações.  Também se está utilizando doadores mais idosos, em torno de 14% tinham acima de 60 anos de idade.
No transplante renal destacaram-se RS (50,5 pmp), SP (47,7 pmp) e PR (41 pmp). O RS é o único estado que realiza mais do 40 transplantes pmp com doador falecido (42,1 pmp), graças ao projeto de receber rins não utilizados em outros estados, enquanto que PR (15,8 pmp) e SP (14,4 pmp) são ainda os únicos estados que realizam mais do que 10 transplantes renais com doador vivo pmp.  A queda no número de transplantes com  doador  vivo  persiste,  sendo  responsável  por  apenas 26,7% dos transplantes renais, quando era em torno de 50% há cinco ou seis anos. A taxa de doador vivo não parente e não cônjuge, está caindo (5,1%).
No transplante hepático, a taxa com doador vivo foi de 7,9%, e está diminuindo de forma mais lenta que no  transplante renal., sendo realizado de forma consistente, apenas em SP (2,2 pmp), RJ (1,2 pmp) e PR (0,8  pmp). Destacaram-se CE (20,2 pmp), SC (18,1 pmp), PE (15,9 pmp) e DF (15,6 pmp) nessa modalidade de transplante.

O transplante cardíaco foi realizado em nove estados e o DF (6,7 pmp) e o CE (3,6 pmp) apresentaram o melhor desempenho, enquanto que o transplante pulmonar foi realizado em somente três estados, RS (2,9 pmp), SP (0,8 pmp) e CE (0,5 pmp).

Apenas sete estados realizaram transplante de pâncreas, sendo PR (2 pmp) e SP (2 pmp) os mais ativos, seguidos por MG (1,4 pmp) e CE (1,4 pmp). O transplante simultâneo de rim e pâncreas foi a modalidade mais empregada (76,4%), seguido do transplante de pâncreas após rim (16,2%) e do transplante isolado de pâncreas (7,4%).

Portanto, apesar de dificuldades como portarias de imunossupressãoo não condizentes com a realidade atual, dificuldades burocráticas para o ingresso de pacientes do SUS em lista de espera, em pelo menos um estado, que devem ser revertidas, as novidades são positivas com reajustes nos valores de remoção de órgãos e de transplantes (falta o reajuste do ambulatório, há 14 anos com o mesmo valor) e com as tutorias e os resultados obtidos refletem o trabalho das equipes de transplante, das  coordenações hospitalares e OPOs, das Centrais Estaduais, da Central Nacional e do SNT, com a atuação da ABTO. Entretanto, o desafio é grande e não podemos baixar a guarda.
Dretoria e Conselho da ABTO