quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Portal Brasil - MS

 DOAÇÃO DE ÓRGÃOS

O número de doadores de órgãos no Brasil cresce cada dia e, com ele, o índice de transplantes realizados no país. Atualmente, o programa público nacional de transplantes de órgãos e tecidos é um dos maiores do mundo. Para ser doador, não é necessário deixar documento por escrito. Cabe aos familiares autorizar a retirada, após a constatação da morte encefálica. Neste quadro, não há mais funções vitais e a parada cardíaca é inevitável.
 
Embora ainda haja batimentos cardíacos, a pessoa com morte cerebral não pode respirar sem ajuda de aparelhos. O processo de retirada dos órgãos pode ser acompanhado por um médico de confiança da família. É fundamental que os órgãos sejam aproveitados enquanto há circulação sangüínea para irrigá-los. Mas se o coração parar, somente as córneas poderão ser aproveitadas.

Quando um doador efetivo é reconhecido, as centrais de transplantes das secretarias estaduais de saúde são comunicadas. Apenas elas têm acesso aos cadastros técnicos de pessoas que estão na fila. Além da ordem da lista, a escolha do receptor será definida pelos exames de compatibilidade com o doador. Por isso, nem sempre o primeiro da fila é o próximo a ser beneficiado. As centrais controlam todo o processo, coibindo o comércio ilegal de órgãos.

Para ser doador é preciso:
• Ter identificação e registro hospitalar;
• Ter a causa do coma estabelecida e conhecida;
• Não apresentar hipotermia (temperatura do corpo inferior a 35ºC), hipotensão arterial ou estar sob efeitos de drogas depressoras do Sistema Nervoso Central;
• Passar por dois exames neurológicos que avaliem o estado do tronco cerebral. Esses exames devem ser realizados por dois médicos não participantes das equipes de captação e de transplante;
• Submeter o paciente a exame complementar que demonstre morte encefálica, caracterizada pela ausência de fluxo sangüíneo em quantidade necessária no cérebro, além de inatividade elétrica e metabólica cerebral;
• Estar comprovada a morte encefálica. Situação bem diferente do coma, quando as células do cérebro estão vivas, respirando e se alimentando, mesmo que com dificuldade ou um pouco debilitadas.

Observação: Após diagnosticada a morte encefálica, o médico do paciente, da Unidade de Terapia Intensiva ou da equipe de captação de órgãos deve informar de forma clara e objetiva que a pessoa está morta e que, nesta situação, os órgãos podem ser doados para transplante.



Quais órgãos podem ser doados?

• Córneas (retiradas do doador até seis horas depois da parada cardíaca e mantidas fora do corpo por até sete dias);
• Coração (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por no máximo seis horas);
• Pulmão (retirados do doador antes da parada cardíaca e mantidos fora do corpo por no máximo seis horas);
• Rins (retirados do doador até 30 minutos após a parada cardíaca e mantidos fora do corpo até 48 horas);
• Fígado (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por no máximo 24 horas);
• Pâncreas (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por no máximo 24 horas);
• Ossos (retirados do doador até seis horas depois da parada cardíaca e mantidos fora do corpo por até cinco anos);
• Medula óssea (se compatível, feita por meio de aspiração óssea ou coleta de sangue);
• Pele;
• Valvas Cardíacas

Doadores vivos
A doação de órgãos também pode ser feita em vida para algum membro da família ou amigo, após avaliação clínica da pessoa. Nesse caso, a compatibilidade sangüínea é primordial e não pode haver qualquer risco para o doador. Os órgãos que podem ser retirados em vida são rim, pâncreas, medula óssea, parte do fígado e parte do pulmão.

Para doar é necessário:
• Ser um cidadão juridicamente capaz;
• Estar em condições de doar o órgão ou tecido sem comprometer a saúde e aptidões vitais;
• Apresentar condições adequadas de saúde, avaliadas por um médico que afaste a possibilidade de existir doenças que comprometam a saúde durante e após a doação;
• Querer doar um órgão ou tecido que seja duplo, como o rim, e não impeça o organismo do doador continuar funcionando;
• Ter um receptor com indicação terapêutica indispensável de transplante
• Ser parente de até quarto grau ou cônjuge. No caso de não parentes, a doação só poderá ser feita com autorização judicial.

Quem não pode doar?
• Pacientes portadores de insuficiência orgânica que comprometa o funcionamento dos órgãos e tecidos doados, como insuficiência renal, hepática, cardíaca, pulmonar, pancreática e medular;
• Portadores de doenças contagiosas transmissíveis por transplante, como soropositivos para HIV, doença de Chagas, hepatite B e C, além de todas as demais contra-indicações utilizadas para a doação de sangue e hemoderivados;
• Pacientes com infecção generalizada ou insuficiência de múltiplos órgãos e sistemas;
• Pessoas com tumores malignos - com exceção daqueles restritos ao sistema nervoso central, carcinoma basocelular e câncer de útero - e doenças degenerativas crônicas.


Fonte: Ministério da Saúde
http://www.brasil.gov.br/sobre/saude/atendimento/doacao-de-orgaos
<http://www.brasil.gov.br/sobre/saude/atendimento/doacao-de-orgaos#nOCbED7RIpA

ESTADÃO

estadao.com.br, Atualizado: 11/11/2011 12:35

Médicos alertam para necessidade implantação de teste que reduz risco em transfusões

SÃO PAULO - Apesar de o sangue usado em transfusões no país ser considerado seguro, médicos alertam para a necessidade de acelerar o processo de implantação do teste NAT, sigla em inglês para Teste de Ácido Nucleico, na rede pública de saúde. O teste é eficaz para detectar a presença dos vírus HIV e da hepatite C antes de o organismo ter criado anticorpos contra esses vírus e, assim, evitar a transmissão de doenças nas transfusões.

O alerta foi feito no Congresso Brasileiro de Hematologia e Hemoterapia - Hemo 2011, que começou nesta quinta-feira, 10, e vai até domingo, 13, na capital paulista.

Com o NAT, o que se procura no sangue doado são partículas virais, que podem ser detectadas muito antes que os anticorpos o façam. 'Atualmente, o que procuramos no sangue doado e que será transfundido para o doente são anticorpos, que são dirigidos contra esses vírus com os quais o doador pode ter sido infectado antes da doação. A formação desses anticorpos demora alguns dias, semanas ou até meses. De modo que, se eu utilizar um sangue que demonstra a ausência do anticorpo, esse sangue poderá já conter partículas dos vírus, mas ainda o teste ser negativo porque o anticorpo não foi formado', explicou o presidente do congresso, José Orlando Bordim.

De acordo com Bordim, o teste custa caro e está em fase de implementação nos hemocentros brasileiros. O NAT, segundo o médico, pode trazer um índice de segurança de quase 100% para as transfusões. 'Nós estamos quase lá, o mundo está quase lá. Mas nem nos Estados Unidos e na Europa o sangue está isento de qualquer nível de risco. Existe um risco residual que são aquelas situações em que, fazendo todo os testes disponíveis até hoje, ainda não é possível detectar alguma infecção'.