quarta-feira, 24 de junho de 2009

BA está entre estados que menos doam órgãos

18/06/2009 - 22h49m
*Da Redação, com informações do BATV
redacao@portalibahia.com.br
Quatro mil pessoas na Bahia esperam na fila por um transplante de órgão. O número de doadores no estado está entre os menores do país. Mas a solidariedade de duas famílias acabou beneficiando catorze pessoas e permitiu que fosse realizado nesta quinta-feira (18), o primeiro transplante duplo de rim e fígado da Bahia.
A morte de Elisaldo, aos 47 anos, pegou a família de surpresa. Mas apesar da dor, a mulher e o filho mais velho do motorista decidiram doar os órgãos de Elisaldo, que morreu por complicações decorrentes de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). "Um pouquinho dele eu sei que vai estar vivo em outra pessoa", declara a dona de casa Cássia Viana.
Foram retirados os rins, as córneas, o fígado e as válvulas do coração de Elisaldo. A família de uma senhora de 56 anos, que morreu nesta semana, também autorizou a doação dos órgãos da paciente. Ela doou rins e fígado e possibilitou a realização do primeiro transplante duplo da Bahia.
De acordo com a Central de Transplantes da Secretaria Estadual da Saúde, só com essas duas doações, feitas nesta semana, catorze pessoas que estão na fila do transplante podem ser beneficiadas.
"Não só a população, mas muitos profissionais de saúde ainda não entendem esse processo de doação de transplantes", declara Eraldo Moura, coordenador do Sistema de Transplantes. Em 2008, foram realizadas 363 cirurgias desse tipo. Neste ano, 152 transplantes foram feitos até agora.






sexta-feira, 19 de junho de 2009

Cidades
18/06/2009 às 18:38

Transplante duplo de órgãos é realizado pela primeira vez na Bahia

A TARDE On Line

Um transplante duplo de órgãos foi realizado nesta quarta-feira, 17, pela primeira vez na Bahia, segundo informações divulgadas nesta quinta-feira, 18, pela Secretaria da Saúde do Estado da o Estado (Sesab). Uma equipe médica do Hospital Português transplantou rim e fígado em uma paciente de 44 anos, do sexo feminino. De acordo com o boletim médico, o quadro da operada evolui bem.
O transplante só foi possível com a autorização da doação de múltiplos órgãos, feita pelas famílias de dois pacientes que tiveram morte encefálica no Hospital Santa Izabel. Segundo Eraldo Moura, coordenador do Sistema Estadual de Transplantes (Coset), neste ano já foram feitas 23 doações de múltiplos órgãos no estado.



sexta-feira, 12 de junho de 2009

Opinião

Transplante de órgãos: O viver depois da morte!
12.Jun.2009 *Antonio Jajáh Nogueira

Meus amigos você já pensou na possibilidade de seus olhos continuarem vendo depois que você morrer?
Você já pensou na possibilidade de seu coração continuar batendo depois que você morrer?
E de seus rins, seus pulmões, seu fígado continuarem funcionando?

O desejo zerogésimo do ser humano é ser eterno, é não morrer! Mas isso é impossível!
Mas é possível que alguns de seus órgãos continuem vivos mesmo depois que você morrer.
Basta que eles sejam doados para alguém que ainda não morreu.

Estou falando do TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS E TECIDOS.

Você sabe tudo sobre essa questão? Não?
Então vou transcrever algumas perguntas e respostas que o Conselho Federal de Medicina (CFM) oferece em seu site:

O que é transplante?
Transplante é um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão ou tecido de uma pessoa doente (RECEPTOR) por outro órgão normal de um DOADOR, em geral morto. Existem, também, transplantes entre pessoas vivas, no caso de órgãos duplos.

Transplante é cura?
Não. É um tratamento que pode prolongar a vida com melhor qualidade. O transplantado exige cuidados médicos constantes e usa uma série de medicamentos pelo resto da vida. É uma forma de substituir um problema de saúde incontrolável por outro sob o qual se tem controle.

Quando os médicos indicam um transplante?
Os transplantes apenas são indicados quando todas as outras terapias foram consideradas ou excluídas. Nesses casos, em geral, os transplantes constituem-se na única alternativa de sobrevivência e/ou de melhoria da qualidade de vida.

O que é doação de órgãos e tecidos?
A doação de órgãos é um ato pelo qual manifestamos a vontade de que, a partir do momento de nossa morte, uma ou mais partes do nosso corpo (órgãos ou tecidos), em condições de serem aproveitadas para transplante, possam ajudar outras pessoas.

Quem pode ser doador?
Todos nós podemos ser doadores de órgãos, desde que não sejamos portadores de doenças transmissíveis - AIDS, por exemplo -, de infecções graves e de câncer generalizado. Também pessoas sem identidade ou menores de 21 anos sem a autorização dos responsáveis não podem ser doadores.


"Hoje, só não é doador de órgãos quem não quer. Mas quem não quer ajudar a salvar a vida de alguém que precisa de uma doação? Caso seja você, não precisa se sentir constrangido. Se um dia você precisar receber um coração, milhares de brasileiros vão estar dispostos a lhe doar um que seja bom. Faça também como eles. Não deixe de ser doador de órgãos". (De uma peça publicitária da Ampla Comunicação)

Só é possível doar após a morte?
É possível também a doação entre vivos (parentes próximos), no caso de órgãos duplos (rim, por exemplo). No caso do fígado e do pulmão, também é possível o transplante entre vivos. Neste caso, apenas partes dos órgãos dos doadores são transplantadas para os receptores.

Quais (e quantas) são as partes do corpo que podem ser doadas para transplante?
Mais freqüente: 2 rins, 2 pulmões, coração e fígado, 2 córneas, 2 válvulas cardíacas ou 10 partes. Menos freqüente: rim e pâncreas juntos. Fora do Brasil, também são utilizados o estômago e o intestino. Sem contar pele e ossos e até mesmo uma parte completa (mão).

Quando podemos doar?
A doação de órgãos, como rim, parte do fígado e da medula óssea pode ser feita em vida. Mas, em geral, nos tornamos doadores quando ocorre a MORTE ENCEFÁLICA. Tipicamente, são pessoas que sofreram um acidente que provocou um dano na cabeça (acidente com carro, moto, quedas, etc.).

O que é morte encefálica?
Morte encefálica é a morte da pessoa, causada por uma lesão do encéfalo após traumatismo craniano, tumor ou derrame. É a interrupção irreversível das atividades cerebrais. Como o cérebro comanda as atividades do corpo, quando morre, os demais órgãos e tecidos também morrem.

Eu quero ser doador(a). Que devo fazer?
A atitude mais importante é dizer para a família e para os amigos que somos doadores, pois, pela legislação atual, todos nós somos doadores, desde que a família autorize a retirada dos órgãos. Por isso, é muito importante que os amigos e os familiares saibam da sua opção de doar. Use um símbolo (um selo de doador, por exemplo) que indique claramente esta opção em seu documento de identidade.

Meu amigo você sabe responder quantas pessoas podem se beneficiar com o transplante de uma córnea?
Se você responder UMA, você é míope. Sua visão é muito curta. Imagine uma família que tem uma pessoa cega e que esta pessoa passe enxergar... toda a família se beneficia, todos os amigos, toda a sociedade. Trata-se de alguém que não trabalhava e que, agora enxergando, tem a possibilidade de voltar a produzir socialmente, economicamente, familiarmente. Transfira esse raciocínio para as outras possibilidades de transplantes: do coração, do fígado, dos rins, etc.
A sociedade inteira se beneficia quando alguém recupera sua capacidade de viver melhor e de ser útil e produtivo.
Depois de tudo isso, quero encerrar com uma pergunta muito pessoal: Sabendo de tudo o que sabe agora, vai permitir que seus olhos apodreçam? Que seu coração apodreça? Que seus rins, seus pulmões, seu fígado apodreçam? Vai permitir que seus órgãos apodreçam se podem viver em outras pessoas e fazer com que outros vivam. Pense nisso e aja logo.

O autor é médico em Dourados – Mato Grosso do Sul – O Estado do Pantanal
www.jajah.med.br / jajah@jajah.med.br

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Saúde




Tratamento com células-tronco em debate
terça-feira, 9 junho, 2009 19:36

VIII Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca

Evento acontece de 11 a 13 de junho de 2009 com alguns dos principais especialistas do Brasil e do Mundo

Promovido pelo Grupo de Estudos em Insuficiência Cardíaca da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o VIII Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca terá uma programação embasada no papel decisivo do cirurgião no manejo da IC para o sucesso da terapêutica. Dr. Gilberto Barbosa, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV), uma das entidades apoiadoras, adianta pontos importantes dos debates científicos:

“Preparamos palestras que abordem os dispositivos mecânicos implantáveis que auxiliam no funcionamento do coração, além da correção cirúrgica dos distúrbios das válvulas cardíacas, da revascularização miocárdica, da terapia com células-tronco e do transplante cardíaco que, aliás, é o único método curativo da IC”, ressalta.

TERAPIA CELULAR

No Brasil, são registrados 240 mil novos casos de insuficiência cardíaca por ano. Metade dos pacientes morre em um período de cinco anos. A fase final do tratamento da IC é o transplante, sendo que em 2008, foram realizados apenas 200 procedimentos em todo o território nacional.

A terapia celular, chamada cardiomioplastia celular, é uma nova alternativa para regenerar as lesões cardíacas. Ainda em fase experimental, cerca de 500 pacientes receberam o tratamento, mediante aprovação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) e da própria instituição hospitalar.

Em 2008, os Ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia formaram a Rede Nacional de Terapia Celular, com o objetivo de fortalecer as pesquisas na área, uma vez que o Brasil detém o maior estudo do mundo em células-tronco. Serão oito laboratórios especializados nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.

“É importante ações nesse sentido para criar novas perspectivas ao paciente que sofre desta grave doença, com um tratamento que poderá aliviar os sintomas e melhorar a sua qualidade de vida”, afirma dr. Paulo Brofman, professor titular da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, responsável pelo Núcleo de Cardiomioplastia Celular da PUCPR.

SUPORTE CIRCULATÓRIO MECANICO

Existem três importantes indicações para a utilização dos dispositivos mecânicos em pacientes com insuficiência cardíaca grave.

1. Ponte para recuperação, aplicada em portadores de cardiopatia com potencial de recuperação, como em alguns casos de infarto agudo do miocárdio e miocardite viral aguda. O uso de um DVA permite um repouso ao músculo e a recuperação do coração. Em algumas semanas ou meses, com o órgão recuperado, é possível retirar o aparelho e evitar o transplante cardíaco.

2. Ponte para transplante cardíaco: para pacientes em lista de espera para transplante e que apresentam grave descompensação cardíaca, com alto risco de morte em sete dias. O implante deste dispositivo ajuda o receptor a esperar pela doação de um órgão compatível.

3. Terapia de destino: para aqueles pacientes com cardiopatia grave, porém sem indicação de transplante. Nesses casos, o implante de um dispositivo age como tratamento definitivo.

“Recentemente, incluímos na Diretriz Brasileira de Transplante Cardíaco, a ser divulgada no segundo semestre de 2009, que todo centro transplantador precisa contar com um profissional qualificado no implante destes dispositivos. É uma forma de voltar o olhar do Ministério da Saúde para indicar o suporte circulatório mecânico no rol de procedimentos do SUS, uma alternativa viável que aumenta as chances dos pacientes graves”, comenta dr. Juan Alberto Mejia, coordenador cirúrgico da Unidade de Transplante e Insuficiência Cardíaca do Hospital de Messejana, Fortaleza

MULTIDISCIPLINARIDADE

“Todas as especialidades envolvidas no Congresso atuam, de alguma forma, com a insuficiência cardíaca. Como a IC é a maior causa de internação por doença cardiovascular em todo o mundo, uma vez que se trata da fase final de todas as patologias cardíacas, e muitas vezes é tratada por estes profissionais, é preciso enfatizar a abordagem multidisciplinar”, explica o dr. Felix José Alvarez Ramires, presidente do VIII Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca.

O VIII Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca é voltado aos profissionais que atuam nas áreas de insuficiência cardíaca, cardiologia geral, terapia intensiva, cirurgia cardíaca e clínica médica, além de toda a equipe multiprofissional envolvida no atendimento a portadores de IC. Mais informações e inscrições em http://congresso.cardiol.br/geic/viii/.

Realização
Grupo de Estudos em Insuficiência Cardíaca da Sociedade Brasileira de Cardiologia

Apoio
Associação de Medicina Intensiva Brasileira - AMIB
Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas - SOBRAC
Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular - SBCCV
Sociedade Brasileira de Clínica Médica - SBCM

VIII Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca
Data: De 11 a 13 de junho de 2009
Local: Sheraton São Paulo WTC Hotel
Endereço: Av. das Nações Unidas, 12.559, Brooklin
Informações e inscrições: (51) 3061-2957 / cardiologia@abev.com.br
http://congresso.cardiol.br/geic/viii

Acontece Comunicação e Notícias

segunda-feira, 8 de junho de 2009

O POVOonline
Referência
Vocação para a medicina humanizada

Cerca de 500 transplantes renais no currículo e a defesa incondicional de uma medicina mais humanizada. Por essas vertentes passou a conversa com o médico nefrologista Henry Campos, vice-reitor da UFC. Ele diz que a responsabilidade hoje é maior do que quando iniciou a carreira

Luiz Henrique Campos
da Redação

[08 Junho 01h09min 2009]

No ambiente familiar, o convívio constante com publicações de todos os matizes ideológicos, e o contato com a intelectualidade cearense da época ajudaram a moldar seu perfil cultural. Filho de pai jornalista e mãe formada em Direito, o atual vice-reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Henry de Holanda Campos, poderia muito bem ter seguido carreira voltada a uma dessas profissões. Afinal, experiências e exemplos não lhe faltaram.

A bagagem adquirida, no entanto, lhe encaminhou a outra direção. Não que os ensinamentos humanísticos tenham sido deixados de lado. Ao contrário. Henry Campos escolheu a medicina, justamente, diz ele, por achar que o ofício pudesse lhe proporcionar o máximo em termos de retorno às pessoas do que recebeu de ensinamento ainda na infância e da adolescência.

Já médico, decidiu voltar seu ofício a área de transplantes renais, quando o processo ainda era embrionário no País. Atualmente, Henry é um dos profissionais mais respeitados do Brasil nessa especialidade e um militante na questão das políticas públicas de saúde. Foi secretário e presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos e, durante sua gestão na presidência, construiu junto com o Ministério da Saúde toda a política nacional de transplantes que está vigente.

Entusiasta de modelos de saúde pública como o francês, o inglês e o espanhol, Henry não se acanha em dizer que a política nacional de transplante adotada no Brasil trata-se do maior sistema público de transplante do mundo.

Aliando a prática da medicina e a militância na saúde, Henry Campos também tem sua vocação direcionada a universidade, onde já ocupou cargos como os de diretor da Faculdade de Medicina e pró-reitor de Extensão. E foi nessas funções que passou a pensar nos últimos anos sobre o processo de formação dos médicos. Preocupação que o fez, em 2002, a passar um período de estudos nos Estados Unidos e rever conceitos.

O POVO - Quero começar falando da sua decisão de exercer a medicina. O senhor é filho de um jornalista que viveu a época romântica da profissão e de uma funcionária pública. O que lhe chamou a atenção para o exercício desse ofício?
Henry Campos - Meu pai tinha um respeito grande pelos médicos. Sou de uma geração em que tínhamos médicos de família. O médico era uma pessoa ouvida não somente nas questões de saúde, mas nas de família como um todo. Era um amigo da família, um conselheiro, era ouvido sobre tudo. Uma coisa que me marcava, é que como tínhamos muitos amigos médicos, lembro de um próximo, doutor Henrique de Almeida. Quando chegava lá em casa, se abria um sabonete novo para ele lavar as mãos. Então, meu pai sempre reconheceu a importância do que o médico pode fazer pelas pessoas. E isso nos marcou, tanto que os três filhos mais velhos somos médicos. Acho que por ele todos teriam sido médicos.

OP - Seu pai chegou a expressar isso diretamente?
Henry Campos - Sim, uma coisa que ele tinha orgulho era disso. Mas o referencial mesmo era o social. Tanto que eu nunca fiz medicina privada. Desde que comecei minha carreira faço medicina essencialmente em instituições públicas. Porque entendo que o grande valor da medicina é você poder estar acessível, ou disponível para qualquer pessoa independente de ela poder pagar ou não. Isso é uma coisa presente na minha vida, na defesa intransigente que eu faço do Sistema Único de Saúde (SUS), que é único no mundo. O Brasil foi na contramão da história. Enquanto os países emergentes estavam privatizando, o País tomou uma decisão extremamente acertada.

OP - O senhor hoje fala dessa medicina voltada ao humano, mas em que momento isso se apresentou como uma opção de vida?
Henry Campos - Fui aluno do Colégio Militar, onde tínhamos os melhores professores, e conclui meu secundário nos Estados Unidos. Ali, pude ter uma visão de mundo, uma abertura, a capacidade de se abrir. Nossa casa sempre foi aberta para estrangeiros. Quase todos meus irmãos fizeram programas de estudo fora. E a família do meu pai sempre teve vocação pública. Faziam política em Pacatuba, mas era diferente, para servir, ninguém fez fortuna. Já no ginásio eu tinha minha definição profissional.

OP - A política e o jornalismo nunca lhe interessaram?
Henry Campos - O jornalismo nos seduziu todo mundo lá em casa. Talvez os últimos menos, mas todos tivemos uma veia literária. Meu irmão mais velho, por exemplo, tinha um jornal que ele fazia a mão e distribuía para a família. Mas não era uma coisa que meu pai estimulava porque ele dizia que a vida de jornalista é muito dura. Você precisava ter muita determinação e não tinha o devido reconhecimento. Os tempos eram outros também, né? Acho que era uma coisa mais idealista, romântica. Mas lembro da minha infância nos jornais. Cheguei a ir muito aos jornais. Lembro do cheiro do chumbo, das linotipias, do O POVO ali na Senador Pompeu, do Correio do Ceará, Unitário, Diários Associados.

OP - Ia por vontade própria ou era levado pelo pai?
Henry Campos - De alguma maneira nós mesmos buscávamos, porque a nossa convivência sempre foi com jornalistas, com intelectuais. Nossa casa era um local onde se lia tudo. Inclusive minha mãe, que depois de sete filhos voltou a estudar.

OP - Na época do regime militar o senhor estudava no Colégio Militar? Como foi essa convivência?
Henry Campos - Mexeu muito com a minha cabeça, porque havia um conflito. Ao mesmo tempo em que eu estava em colégio, que era bom, onde tínhamos os melhores professores, era duro conviver com aqueles conceitos em que pessoas contrárias ao regime eram difamadas. Tivemos amigos presos, meu pai chegou em certo momento a ser denunciado. Tínhamos muitos livros em casa e criamos um lugar em que aqueles livros tiveram que ser escondidos. Tive um tio preso, Raimundo Diógenes, pessoa honesta. Nós éramos militares pela doutrina, educação. Isso me chocava. Depois eu fui para o Estados Unidos.

OP - E como foi nos EUA?
Henry Campos - Bom, pois sempre gostei de estudar. E isso me deu a chance de falar línguas fluentemente. Mudou minha visão do mundo.

OP - E o choque cultural em relação ao Brasil?
Henry Campos - Reforcei a minha percepção de que o Brasil é um grande País. E que muitas coisas que funcionavam bem lá, tinha certeza de que algum dia eu veria funcionar bem aqui. Eu nunca deixei de reconhecer também coisas positivas em nossa sociedade. Tenho certeza de que nunca teria feito a opção de me fixar nos Estados Unidos.

OP - Por que diante de uma situação mais vantajosa decidiu voltar?
Henry Campos - Acho que havia muito coisa a ser feita aqui. A contribuição que eu posso dar aqui é bem maior. Na primeira vez que fui para a França, estava seduzido e cheguei a ficar balançado a ficar lá. Mas tinha compromisso com a universidade. Estava produzindo muito em termos de pesquisa, estava em um hospital que era considerado o berço da minha especialidade. Nos EUA, não.

OP - Sua carreira sempre foi dedicada à medicina, mas sempre voltada para a academia...
Henry Campos - É. No segundo ano do curso de medicina nós criamos um projeto. Chamava-se Pacatuba. Ali já trabalhávamos na lógica do saúde da família. Visitávamos os domicílios, cadastrávamos com todos os dados sociais e atendíamos a família. Essa ideia foi minha e de alguns colegas de turma e, durante todo o nosso curso, todos os sábados mantínhamos essas visitas, de acordo com o período em que o aluno estava cursando. Cada equipe dentro do conhecimento que já havia adquirido. E tínhamos sempre um professor acompanhando e se responsabilizando por isso. Por que Pacatuba? Porque a prefeitura se dispôs a nos ajudar. Meu tio era prefeito e se colocou a disposição para nos apoiar. Primeiro dava autorização para usarmos os postos de saúde, que nós mobiliamos inteiramente com doações de beliches usados em uns jogos universitários. A prefeitura dava o lanche, a universidade, o ônibus e nos saíamos toda manhã cedo. Agora esse projeto sempre teve uma desvinculação política. Tanto que, na eleição seguinte, a oposição ganhou e o projeto foi mantido. A nossa turma toda, até se formar, manteve o compromisso com esse projeto. E foi uma coisa extremamente importante para nós. Em menos de dois anos a mortalidade infantil tinha baixado para zero. Agora, havia um envolvimento. E todo esse atendimento era feito com a perspectiva de uma visão integral, não assistencialista. Esse trabalho nasceu no antigo Departamento de Medicina Preventiva. São essas coisas que fazem com que a vocação da gente vá se afirmando.

OP - Não seria também natural que essa vocação se voltasse mais para a medicina preventiva? Como foi que surgiu o interesse pela nefrologia?
Henry Campos - Acho que o meu lado de investigador, de pesquisador, de lidar com dados mais concretos, com possibilidades maiores de intervenções... a nefrologia é muito instigante, provocativa. O rim é um órgão que mexe com tudo. E era uma época, ainda é, em que se tratava de uma especialidade de ponta, ainda mais com você vislumbrando a possibilidade do transplante, que é uma modalidade de tratamento diferente. Entra a questão ética, humana. E também o desafio da imunologia, da rejeição. Então você une tudo isso....

OP - O retorno para a França também reforçaram a perspectiva desse desafio?
Henry Campos - Acho que sim. Na França encontrei exatamente o ambiente que considero ideal para o médico trabalhar. Tudo que há de melhor para o paciente, ou seja, sem se preocupar com o que ele ganha, o que ele faz. É você chegar em casa, botar a cabeça no travesseiro e saber que fez tudo que poderia fazer nas melhores condições, independente de qualquer coisa. Isso reforçou profundamente a minha crença nessa prática. Foi um momento importante para mim de afirmação de uma medicina socializada. E tenho uma gratidão a universidade por ter me dado a oportunidade de ter podido ampliar esses conhecimentos.

OP - Esse retorno da França também não se deu em uma perspectiva de um desafio a ser encarado no Brasil? O senhor também pensou nisso?
Henry Campos - Pensei, claro. Na minha ida a França ganhei o apoio do professor Jean Dausseut, ganhador de um prêmio Nobel, que me ajudou a montar o nosso laboratório de imunologia de transplante. Posteriormente fizemos um intercâmbio grande. E ainda tinha uma coisa que é marcante para mim que era a necessidade de construirmos no Brasil um sistema de transplante. De transplante público, ético. Porque isso até os anos 90 praticamente não existia. Éramos um País que se falava, e era verdade, de que quem tinha dinheiro se beneficiava rapidamente com um transplante. Não estou dizendo que havia desvios. Mas não havia um sistema que desse acesso a isso. Éramos uma rede de médicos que lutava por isso. De ter um sistema transparente, de lutar pela doação de órgãos. Criamos aqui nesta universidade a primeira campanha de doação de órgãos do Brasil, oficialmente, quando era reitor o professor Hélio Leite, chamada “Quem ama, doa”. E temos defendido essa bandeira até hoje com grandes avanços. Somos atualmente (o Brasil) o maior sistema público de transplante do mundo. O nosso SUS paga hoje mais de 90% do custo dos transplantes e garante toda a medicação.

OP - Quando foi o primeiro transplante que o senhor realizou e qual foi a sensação?
Henry Campos - Foi em março de 1976, no meu primeiro ano de residência na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, no Hospital Pedro Ernesto. Para mim foi uma coisa mágica. Primeiro ver o processo de escolha do doador. Observar que uma coisa dessa atinge toda uma família. Como uma pessoa jovem, de repente, tem que se submeter a um processo de diálise, extremamente penoso. A vida muda totalmente. E aí a perspectiva de ter uma qualidade de vida melhor, de reabilitação, é o transplante. O transplante é uma coisa especial. O profissional de transplante não tem hora. Quando você utiliza o doador cadáver, por exemplo, a etapa de definir a morte cerebral, contatar a família, é um processo que consome tantas horas, tanta energia... Mas ao mesmo tempo, o próprio ato da doação é uma coisa extraordinária. Hoje até que o médico não se envolve tanto com isso. Mas antes tinha que fazer. E não é uma aproximação fácil, mesmo com o tempo em que se foi assimilando mais essa questão da morte encefálica.

OP - Depois de quase 500 transplantes, a sensação que o senhor tem é muito diferente?
Henry Campos - Acho que é diferente porque a responsabilidade é maior. O primeiro transplante tinha o mesmo encantamento, a mesma magia, mas não havia a noção tão presente da responsabilidade. Porque você põe na balança, benefícios, riscos. Nem tudo é perfeito. A gente trabalha em condições que são sempre limitadas, por uma razão ou outra. Infelizmente, ainda não é aquele sistema de saúde que a gente possa ter 100% a garantia de que estamos prontos para oferecer naquele percurso que o paciente vai ter o que há de melhor. Pode faltar remédios, pode faltar um acesso a alguma coisa. Você se interroga muito, é uma grande responsabilidade que você assume.

OP - A questão técnica não se basta. É isso que o senhor quer dizer?
Henry Campos - A questão técnica é superada. É uma coisa estabelecida, mas que você sabe que enobrece, transforma a vida das pessoas.

OP - Vou entrar em um tema que lhe tem sido caro, que é a humanização da medicina. Como o senhor acha que nossos estudantes são formados em relação a isso?
Henry Campos - Não é só a medicina, mas também do profissional em geral. É muito interessante você parar em determinado momento da sua vida e fazer uma reflexão sobre o que você vem fazendo ao longo dos anos. Isso aconteceu quando eu já estava como diretor da Faculdade de Medicina. Nós nos defrontávamos com essa questão e achei que era hora de começarmos a enfrentar essa discussão que já vinha há dez anos. Mas percebi também que precisa me preparar para isso. Ai fui fazer um período de estudos de educação médica nos Estados Unidos. Fiz isso em 2002 e aí é que a gente entra nessa questão da importância da clareza da missão de professor e nos perguntarmos: será que estamos realmente educando para uma profissão? As profissões da saúde, a medicina principalmente, acho que estão bem a frente nessa discussão. Porque como esses profissionais lidam mais diretamente com a vida humana, há uma clareza também de que se as escolas formadoras não assumirem este compromisso de repensar essa formação a coisa só vai se agravar. Aumenta-se custo, incorpora-se tecnologia, no entanto, o que se vê na prática são as pessoas se referindo a medicina desumana, impessoal, onde você não é escutado, supervalorizando a questão dos procedimentos. As pessoas estranham até quando vão ao médico e ele não pede exames. E a resposta na maioria das vezes não está aí. Existem estudos, documentos, tudo mais indicando que a grande maioria das situações são diagnosticadas a partir de um exame clínico competente, de uma conversa com o paciente. E essa relação está desvalorizada. E a formação para o enfrentamento dessa realidade é um desafio, porque é bem mais confortável o útero morno e aconchegante da academia, do que ir lá para fora e enfrentar o caos, o buraco negro, a pobreza. Essas questões precisam estar presentes na formação.

OP - O senhor acha que com a descentralização do ensino, ao se levar as instituições para o Interior, caminha nessa direção?
Henry Campos - Com certeza. Na hora que a universidade se expande, pensa no potencial de desenvolvimento do Estado. Procura ouvir a sociedade, cria cursos onde não há, articula-se com a secretaria de Educação do Estado na formação de professores. Esse dia-a-dia tem que estar dentro da universidade. Temos que estar preparados para esse desafio que não é só do governador, da secretaria, mas sobretudo da universidade, que tem o dever de trazer essas coisas para a agenda das pessoas que estamos formando. A mesma coisa é com a saúde. Está havendo uma transformação do Ceará e a universidade tem muito a ver com isso. Temos um desafio enorme. Precisamos formar 70 mil profissionais para termos uma cobertura completa do Programa Saúde da Família, precisamos formar cerca de 110 mil gestores nos diferentes níveis do sistema de saúde. Então precisamos formar profissionais para o mundo do trabalho. E formar para o mundo do trabalho é formar com elementos de realidade, preparar para os desafios do dia-a-dia. Tenho que formar um médico que tenha competência para sair da faculdade e resolver aqueles problemas prevalentes que são muitos na população. Ao invés de ter um cara pensando na especialização, nisso, naquilo. Mas que seja antes de tudo um bom médico, e isso se estende para as demais profissões.


A entrevista com Henry Campos foi realizada no final da tarde de uma quarta-feira no gabinete do vice-reitor, no prédio da reitoria, no Benfica. Da janela aberta, quase sem barulho, era possível ter uma visão da Concha Acústica. Ao se referir à Vila Santana, na rua ao lado da universidade, onde o médico morou com a família quando criança, o próprio Henry se surpreendeu ao lembrar-se do seu primeiro contato com a UFC.

Outro momento da entrevista marcado pela coincidência deu-se quando falou sobre sua primeira viagem para fora de Fortaleza, que foi a cidade de Sobral. Anos depois, coube a ele conduzir o processo de criação da primeira universidade de medicina daquela cidade, tendo recebido o título de Doutor Honoris Causa por isso .

Henry Campos fez questão de citar alguns nomes de professores que atuaram como pioneiros no Ceará nessa questão dos transplantes, destacando as figuras de Lacerda Machado, João Evangelista, Roberto Marques, João Evangelista Júnior. Em 1985 a UFC criou um programa de transplante com doador cadáver e uma rede de transplante no Nordeste.

Henry Campos confessou que está estudando a possibilidade de voltar a exercer a antiga função médica que ocupava antes de assumir um cargo na administração da universidade. “Quando a gente envereda pela área administrativa vai deixando um pouco de lado essa idade (nefrologia). Mas esta semana mesmo eu discuti com alguns colegas a possibilidade de pelo menos dois dias por semana me voltar mais a nefrologia”.

Nascido em Fortaleza, Henry Campos é filho do ex-jornalista Pádua Campos, que atuou no O POVO e foi presidente do Sindicato dos Jornalistas. Dos seis irmãos, dois também seguiram a carreira médica. Ele tem Doutorado em Medicina (Nefrologia) pela Universidade Federal de São Paulo, e Pós-Doutorado pela Université de Paris V.

Formado pela UFC em 1975, Henry foi em seguida fazer residência no Rio de Janeiro, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, em nefrologia. Concluiu mestrado em 1980 e voltou para Fortaleza quando prestou concurso para área docente. Entrou como professor assistente da Faculdade de Medicina, no Departamento de Medicina Clínica. Nessa época, ganhou uma bolsa de estudos para a França onde passou quatro anos e meio, de 1991 a 1995, principalmente trabalhando na área de transplante renal e na parte de imunologia de transplantes.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Brasília, 22 de maio de 2009 - 17h30
Transplantes: laboratórios e transporte de órgãos terão novas regras
Duas medidas colocadas em discussão pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) podem impactar na diminuição do tempo de espera para quem está na fila por um transplante, além de melhorar a qualidade de vida dos pacientes transplantados.
A consulta pública 25/09, cria regras específicas para os laboratórios de histocompatibilidade e imunogenética para fins de transplante existentes no Brasil. A proposta estabelece, por exemplo, que em situações de emergência, os laboratórios deverão definir mecanismos para liberar os resultados com agilidade. São esses laboratórios que testam as amostras de doares e receptores para concluir se há compatibilidade com a finalidade de se obterem melhores resultados no transplante, reduzindo as chances de rejeição do receptor ao órgão. É possível participar do debate enviando sugestões por carta, fax ou e-mail até 18 de julho.

Já a consulta pública 17/09, que recebe contribuições até 21 de junho, propõe uma padronização de todo o processo de transporte dos órgãos destinados a transplantes, desde a captação até a chegada ao receptor. O texto define regras sobre qualidade, segurança e integridade dos órgãos humanos transportados, além de prevenir a contaminação do material e do pessoal envolvido no transporte.

Segundo o Sistema Nacional de Transplantes (SNT), mais de 64 mil pessoas estão na fila de espera por um órgão no Brasil, principalmente rins e córneas. Se transportado de forma adequada, um rim pode permanecer por mais de 24 horas acondicionado, antes de ser transplantado. Mais vulnerável, um coração precisa chegar ao receptor em no máximo 4 horas. Veja abaixo o detalhamento de cada proposta:

Transporte de órgãos é padronizado
Laboratórios de histocompatibilidade ganham regras específicas

Como participar

Laboratórios de histocompatibilidade ganham regras específicas
Coleta, identificação, avaliação, processamento, armazenamento e descarte de amostras biológicas são exemplos das atividades desenvolvidas pelos laboratórios de histocompatibilidade e imunogenética para fins de transplantes. O objetivo da proposta em discussão é garantir padrões técnicos e de qualidade mais rigorosos em todo o processo de realização dos exames. O texto traz, por exemplo, exigências relativas à capacitação e educação continuada dos profissionais, à infra-estrutura mínima de funcionamento, à coleta e transporte de amostras e ao gerenciamento de resíduos.
Além disso, os laboratórios deverão ter sistema de garantia da qualidade implantado, que contemple normas de biossegurança, revisão periódica das instruções escritas, auditorias internas e procedimentos para a detecção e prevenção de erros. O laboratório deverá possuir também um regimento interno no qual esteja definido quem é o responsável técnico e a estrutura administrativa e técnico-científica.

É necessário que o responsável técnico seja um profissional de nível superior da área biológica ou da saúde, legalmente habilitado, e tenha realizado treinamento teórico e prático por no mínimo 24 meses em um ou mais laboratórios de histocompatibilidade e imunogenética. “É uma maneira de garantir a capacidade técnica dos profissionais, que na graduação tomam contato com esse conhecimento de maneira muito dispersa”, afirma Dirceu Barbano.
Infra-estrutura e amostras
A infra- estrutura mínima exigida para o funcionamento dos laboratórios deve conter uma sala para o atendimento de pacientes e outra para a coleta de amostras, além de laboratório de biologia molecular e laboratório de sorologia.
As amostras biológicas de doadores e receptores, com exceção de linfonodos e baço, podem ser coletadas no próprio laboratório. Quando a coleta for realizada por equipes de retirada, centros transplantadores, hemocentros e outros laboratórios licenciados, o laboratório de histocompatibilidade que vai analisar as amostras deve disponibilizar instruções escritas sobre o preparo dos doadores e receptores, sobre a coleta, acondicionamento e transporte das amostras.
Nesse último caso, o transporte até o laboratório deve ocorrer em recipiente higienizável e impermeável, com a identificação da simbologia de risco biológico, nome e endereço do laboratório de destino e com os dizeres “Amostras Biológicas para Exames Laboratoriais”. As condições para o descarte de amostras devem estar previstas no Plano de Gerenciamento de Resíduos do laboratório
Transporte de órgãos é padronizado
A lei 9434/97, que dispõe sobre a remoção de órgãos e tecidos para transplantes, chega a abordar o transporte de forma geral. No entanto, ainda não existe uma legislação específica. Padronizar as condições sanitárias de transporte dos órgãos destinados a transplantes pode impactar diretamente no bem-estar do receptor.

“ Minimizar os riscos sanitários durante o transporte é garantir que as condições fisiológicas do órgão sejam preservadas, que não ocorra contaminação e consequentemente, reduzir as possibilidades de rejeição no paciente”, pontua o diretor da Anvisa, Dirceu Barbano.

A padronização pode ainda fazer com que o órgão chegue mais rápido ao receptor. “Se há procedimentos já estabelecidos, padronizados, eles tendem a ser executados em um tempo ideal”, sinaliza Barbano.

Acondicionamento e transporte
Pelo texto, o responsável técnico pela equipe de retirada dos órgãos deverá elaborar e manter instruções escritas e atualizadas de acondicionamento e armazenamento dos órgãos. Os profissionais de saúde que acondicionam os órgãos devem possuir treinamento permanente e os envolvidos no deslocamento devem estar bem orientados quanto aos cuidados necessários.

“ A idéia da legislação é alcançar todos os envolvidos na cadeia do transporte”, explica Dirceu Barbano.

O acondicionamento deve se dar de forma asséptica, utilizando-se uma embalagem primária (que fica em contato direto com o material), duas secundárias (que ficam entre a primária e a externa) e uma terciária, a mais externa de todas. As embalagens primária e secundárias devem ser estéreis, transparentes, resistentes e impermeáveis, além de não oferecer risco de citotoxicidade. A embalagem terciária deve ser preenchida com gelo em quantidade suficiente
para manter a temperatura pelo tempo necessário.

Se o profissional de saúde designado pela equipe de retirada do órgão acompanhar o transporte, o mesmo poderá ser realizado em veículo não oficial. Se esse profissional não estiver junto, o transporte só poderá ocorrer em veículo oficial ou terceirizado. Neste último caso, é necessário que exista um plano de transporte com a definição das responsabilidades e que a empresa transportadora seja legalmente constituída.
Ainda pela proposta, fica terminantemente proibido transportar órgãos com outro tipo de carga, que ofereça riscos de contaminação.
Como participar
Para participar das consultas públicas basta preencher o formulário disponível no link http://www.anvisa.gov.br/divulga/consulta/index.htm com os dados requisitados. Não se esqueça de preencher o número da consulta pública com a qual você está contribuindo e o ano, para que sua sugestão seja encaminhada corretamente. Depois de preenchido, o formulário pode ser enviado para o fax (61) 3462.6825 ou para o endereço eletrônico ggsto@anvisa.gov.br.
Quem optar por carta, pode enviar o formulário preenchido para Agência Nacional de Vigilância Sanitária / Gerência Geral de Sangue,Tecidos, Células e Órgãos no seguinte endereço: SIA, trecho 5, Área Especial 57, Bloco D, 2º. andar, sala 01, Brasília/DF. CEP: 71.205-050.
Informações: Ascom/Assessoria de Imprensa da Anvisa

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Informativo SAMU

PORTAL DO TÉCNICO SEGURANÇA NO TRABALHO
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As ambulâncias e emergências médicas perceberam que muitas vezes nos acidentes da estrada os feridos têm um celular consigo.
No entanto, na hora de intervir com estes doentes, não sabem qual a pessoa a contatar na longa lista de telefones existentes no celular do acidentado.
 
Para tal, o SAMU lança a idéia de que todas as pessoas acrescentem na sua longa lista de contatos o NUMERO DA PESSOA a contatar em caso de emergência.
 
Tal deverá ser feito da seguinte forma: 'AA Emergência' (as letras AA são para que apareça sempre este contacto em primeiro lugar na lista de contatos).
 
É simples, não custa nada e pode ajudar muito ao SAMU ou quem nos acuda.
Se lhe parecer correta a proposta que lhe fazemos, passe esta mensagem a todos os seus amigos, familiares e conhecidos. É tão somente mais um dado que registramos no nosso celular e que pode ser a nossa salvação.
 
Por favor, não destrua esta mensagem! Reenvie-o a quem possa dar-lhe uma boa utilidade.
 
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