Comissão de Saúde e Saneamento abraça causa dos transplantados da Bahia
Comissão de Saúde e Saneamento da Assembleia Legislativa recebeu, em sua quinta reunião deste ano, a presidente da Associação de Pacientes Transplantados da Bahia, senhora Márcia Chaves.
A entidade – que há doze anos oferece apoio social, jurídico e psicológico, acompanhando casos antes e depois do transplante – apresentou a denúncia que, desde o dia 14 de março, 1.300 transplantados que dependem do Governo Estadual só receberam metade da dose prescrita do remédio Azatioprina (um imunossupressor que inibe a rejeição do corpo ao novo órgão). A partir do dia 21 de março, os transplantados deixaram de receber totalmente a medicação.
“Como o Secretário de Saúde Jorge Solla estará aqui na Assembleia para o Dia Mundial da Saúde na quinta-feira, vamos abordar a questão, uma vez que há tantas pessoas precisando tomar essa medicação todos os dias, em horário pré-estabelecido, havendo o risco de perda do órgão transplantado”, destacou o Deputado Estadual José de Arimatéia (PRB), presidente da comissão.
Segundo dados da Associação, com mais de 2 mil transplantados, a Bahia é um dos piores Estados em captação de órgãos, o que leva os baianos a procurarem o tratamento que pode lhes garantir o direito à vida em outros Estados.
No entanto, ao retornarem, muitos pacientes, a maioria de baixo poder aquisitivo, encontram dificuldade em manter o tratamento que se estende por toda a sua vida.
“Para nós, o que interessa é que o transplantado de Salvador ou de qualquer cidade do interior encontre a medicação ao chegar à Farmácia”, declarou Márcia.
Na ocasião, Márcia Chaves também apresentou a reinvindicação dos transplantados de que seja criado “um projeto de lei que equipare os transplantados aos portadores de deficiência, pois é isso que somos” – ela recebeu um rim de seu pai há mais de 12 anos –, pois “não estamos amparados pela legislação”.
O argumento é que o tratamento impõe ao transplantado limitações e efeitos colaterais dos medicamentos e está embasado na Lei: o Estado de São Paulo, através da Lei 811/09, incluiu os transplantados dentro da Lei Federal que regulamenta os Portadores de Necessidades Especiais (ou Portadores de Deficiência Física – 12.907/08), de forma que os transplantados passam a ter os mesmos direitos, como passe livre e ajuda à saúde. “Iremos trabalhar para que haja política pública voltada para o transplantado na instância estadual, em consonância com o que já ocorre nacionalmente”, finalizou José de Arimatéia.
Postado por BLOG DO DENILTON às 15:05