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Dois medicamentos contra rejeição aos transplantes serão fabricados no Brasil
Por
ano, são necessárias 260 mil unidades de everolimo e 28,8 milhões de
comprimidos de micofenolato de sódio, que são de uso contínuo pelos
transplantados
A partir de 2014, dois medicamentos
utilizados por pacientes que tenham feito transplantes passarão a ser
produzidos no Brasil, para distribuição gratuita pelo Sistema
Único de Saúde (SUS). Cerca de 28 mil pessoas que utilizam o
micofenolato de sódio e o everolimo para evitar a rejeição de órgão
transplantado serão beneficiadas.
Os remédios serão produzidos pela
Fundação para o Remédio Popular (Furp), laboratório do governo de São
Paulo, estado responsável por 50% dos transplantes feitos no País. Uma
parceria com o laboratório Novartis garantirá transferência de
tecnologia para a fabricação dos produtos, que serão adquiridos pelo
Ministério da Saúde e distribuídos em todo o Brasil.
Segundo os dados do ministério são
necessárias, por ano, 259,8 mil unidades de everolimo e 28,8 milhões de
comprimidos de micofenolato de sódio, que são de uso contínuo pelos
transplantados. A parceria pode ter duração de três a cinco anos, de
acordo com o tempo necessário para a transferência de tecnologia.
Transplante
O número de transplantes realizados no
Brasil no primeiro semestre de 2012 chegou a 12.287, um crescimento de
12,7% em relação ao mesmo período de 2011, quando foram realizados
10.905 procedimentos.
Entre os estados, o Acre contabilizou a
maior alta (1.033%), seguido pelo Amazonas (217%), Pará (104%), Distrito
Federal (76%) e Pernambuco (74%). Em números absolutos, São Paulo
realizou 4.754 transplantes; seguido por Minas Gerais, com 1.097;
Paraná, com 937; Rio Grande do Sul, com 777, e Pernambuco, com 767.
O transplante de pulmão registrou o
maior aumento (100%), seguido pelo de coração (29%), medula óssea (17%),
rim (14%), córnea (13%) e fígado (13%). Para o ministro da Saúde,
Alexandre Padilha, o crescimento no número de doadores está diretamente
ligado ao sentimento de confiança em um sistema público de transplantes.
Foram feitas 7.777 cirurgias de córnea
nos seis primeiros meses do ano, contra 6.891 no mesmo período de 2011.
No caso específico desse transplante, seis estados conseguiram zerar a
fila de espera: Acre, Paraná, Espírito Santo, Rio Grande do Norte,
Distrito Federal e São Paulo.
As operações de rim somaram 2.689 no
primeiro semestre, as de fígado chegaram a 801 e as de medula óssea,
862. A fila maior é para o transplante de rim, que tem 19 mil pessoas, e
sua diminuição é uma prioridade do governo federal. Desde abril, os
hospitais que fazem transplante de rim tiveram um reajuste específico de
30% no repasse de verbas.
O valor pago para transplantes de rim de
doador falecido subiu de R$ 21,2 mil para R$ 27,6 mil. Nos casos de
transplante de rim de doador vivo, o valor passou de R$ 16,3 para R$
21,2 mil.
Doadores
O número de doadores de órgãos também
aumentou, passando de 997 em 2011 para 1.217 em 2012 (22%). O número de
organizações procuradoras de órgãos, serviço da área da saúde que
organiza a captação, subiu de 10 para 62 entre 2011 e 2012.
O primeiro semestre deste ano registrou
12,8 transplantes por um milhão de habitantes, superando a meta para
2012, que era de 12 por milhão. No mesmo período do ano passado, esse
índice era de 11,2.
Capacitação
Uma portaria assinada em setembro
habilita centros de excelência que queiram melhorar ou iniciar a
realização desse tipo de cirurgia. Um dos critérios é fazer parte da
rede pública ou ser entidade sem fins lucrativos que atenda de forma
complementar ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Outros critérios são: ter experiência de
dois anos ou mais na área; realizar, no mínimo, três tipos de
transplantes, sendo dois de órgãos sólidos e/ou um de tecido ou, ainda,
transplante de medula óssea alogênico não aparentado, e desenvolver
estudos e pesquisas na área.
Para estimular a realização de mais
transplantes no SUS, em abril deste ano, o Ministério da Saúde criou
novos incentivos financeiros para hospitais que realizam cirurgias na
rede pública. Os hospitais que fazem quatro ou mais tipos de
transplantes passaram a receber um incentivo de até 60%.
Para os hospitais que fazem três tipos
de transplantes, o recurso cresceu 50%. Nos casos das unidades que fazem
dois ou apenas um tipo de transplante, passou a ser pago 40% e 30%
acima do valor, respectivamente. O impacto para 2012 é de R$ 217
milhões.
Fonte:
Ministério da Saúde
Agência Brasil
Agência Brasil
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