Novos Medicamentos para Hepatite C
Associações de Pacientes levarão bandeira de 250 metros a Brasília, e protocolarão ofício ao Ministro da Saúde, em virtude da demora da ANVISA para liberação da circulação no país. As ONGs ainda pleitearão ao Ministro Dr Arthur Chioro, que receba uma comissão de ONGs representando o território nacional.
No dia 4 de dezembro de 2014, ONGs que lutam contra as Hepatites, incluindo os infectados pela hepatite C, farão um manifesto em Brasília, abrindo uma bandeira de aproximadamente 250 metros, totalmente assinada por infectados e solidários com a causa,abraçando o prédio do Departamento de Hepatites.
Com a finalidade de pressionar a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária -ANVISA, em razão da inexplicável demora burocrática para o efetiva aprovação e registro de três novos medicamentos (sofosbuvir, simeprevir e daclatasvir), para que possam ter permissão para circular no país, como ser incorporados no SUS e distribuídos gratuitamente aos portadores. É pertinente ressaltar que o Ministério da Saúde determinou prioridade, e isso já há mais de um mês.
A demora da aprovação pela ANVISA causa indignação dos infectados, médicos especialistas e do povo brasileiro:
O Ministério da Saúde, após inúmeras tratativas, obteve um desconto de 93% sobre os preços desses três medicamentos, em relação aos praticados nos Estados Unidos.
Assim, o custo para o SUS por paciente tratado de hepatite C com os novos medicamentos,de uso oral, passa a ter uma redução de aproximadamente 60% em relação ao atual tratamento triplo da hepatite C. Melhor ainda, enquanto o tratamento atual consegue curar 60% dos pacientes os novos medicamentos curam entre 90 e 100% dos pacientes tratados.
Incorporando esses medicamentos no SUS, com o mesmo orçamento atual, será possível aumentar a oferta atual de 12.600 tratamentos/ano para 30.000 tratamentos/ano, isso sem necessidade de aumentar sequer um centavo no orçamento. Melhor ainda, se hoje resultam curados aproximadamente 6.500 pacientes, com um tratamento longo e sofrido de 48 semanas, com os novos medicamentos a cura estará beneficiando entre vinte e vinte e cinco mil pacientes, em tratamento de somente 12 semanas e com mínimos efeitos colaterais. Considere-se também a economia da não utilização de recursos, inclusive hospitalares, para o manuseio dos eventos adversos, sem falarmos nos impactos da redução de transplantes e re-transplantes hepáticos e suas complicações, e mesmo o aspecto laborativo, pois diminuiria sensivelmente
Esses medicamentos, já aprovados há pelo menos um ano pelas agencias reguladoras dos principais países do mundo e com recomendações expressas da Organização Mundial da Saúde, da Associação Americana para o Estudo do Fígado (AASLD) e pela Sociedade Americana de Doenças Infecciosas (IDSA), ambas dos Estados Unidos da América e da Associação Europeia para o Estudo do Fígado (EASL), da Europa, inexplicavelmente ainda não estão aprovados no Brasil. A demora da ANVISA pune o paciente, o governo e o SUS. Incentiva, lamentavelmente, que os pacientes recorram a justiça, com todos os malefícios decorrentes da judicialização na saúde.
O assunto é de interesse nacional, pois está prejudicando a saúde de milhares de pessoas no Brasil. É natural que os médicos não iniciem tratamento com os fármacos antigos aos recém diagnosticados, ou retratem os que não tiveram sucesso, pois a expectativa da incorporação pelo SUS é eminente, e está praticamente tudo pronto para brevemente ser distribuído gratuítamente aos doentes, portanto é lamentável essa demora do registro pela ANVISA.
Local:
Quinta-feira 4 de dezembro – 12.00 horas
Departamento DST;AIDS/HEPATITES
SAF Sul Trecho 02, Bloco F, Torre 1 Edifício Premium, 70070-600 - Brasília/DF
(Atrás do anexo do ministério da saúde)