Continuamos mantendo a rota
EDITORIAL
Estamos
próximos
da
metade
do
tempo planejado de 10 anos, até 2017, os objetivos propostos em 2007 estão sendo atingidos.
Comparado com
o
ano
anterior,
obtivemos
um
aumento de 15% na taxa de notificação (43,6 pmp), de 21% na
taxa de doadores efetivos (12,9
pmp), de 16% na taxa de doadores efetivos com órgãos transplantados (12,3 pmp) e de
5% na taxa de efetivação da
doação. (29,7%).
Houve um crescimento de 9,4% na taxa de transplantes renais
(28,5 pmp) e de 10,5%
na taxa de transplantes hepáticos e uma queda de 13,1% na de transplante de pâncreas. Deve- se comemorar o aumento expressivo da taxa de transplantes
cardíacos (39%) e pulmonares (34%), ressaltando, entretanto, que esses números
estão
muito abaixo
do
esperado em relação a taxa de doadores do país e a necessidade estimada
de transplantes.
Os transplantes de córneas cresceram 6,8% (82,1pmp)
e estão muito próximos de atingirem a necessidade estimada
(90 a 95
pmp), a chamada ”fila zero”. Cinco estados e o Distrito Federal
já realizam mais transplantes que a necessidade: DF (188 pmp), GO
(161 pmp), SP (140 pmp), PE (119 pmp), PR (102 pmp) e
ES
(92 pmp). A lista de espera, de acordo com o crescimento no número de transplantes, vem caindo sendo atualmente de 6.451 pacientes.
Um aspecto que deve ser melhor
avaliado é o número de pacientes em lista de espera para transplante de órgãos. A diminuição dos pacientes em lista para o transplante de rim, atualmente de 20.005,
não deve ser creditada ao aumento dos
transplantes (ainda insuficiente), mas a talvez um pequeno ingresso em lista (no RS há grande dificuldade dos pacientes do
SUS marcarem consulta de investigação para ingresso em
lista de espera por problemas burocráticos) e por inativação por vários motivos dos pacientes
em
lista
de
espera (soro
vencido, recusas
de transplante, etc).
O número esperado em lista de espera para o transplante renal seria em torno de 30.000 a 35.0000. Há também uma diminuição no número de pacientes em lista de espera para transplante hepático (1.351) e
um persistentemente pequeno
número de pacientes em lista de espera para transplante de coração (192) e de pulmão
(152).
Em relação
a
taxa de doadores
efetivos
destacaram-se
SC
(25,6 pmp), CE (22,1 pmp), DF (20,8 pmp) e SP (19,1 pmp),
seguidos pelo RS (17,0 pmp), RN (15,6 pmp), ES (15,2 pmp) e
RJ (15,0 pmp). A negativa familiar foi responsável por 27,4%
das causas de não efetivação da doação, mas 45% das famílias entrevistadas
recusaram a doação (1.178 de 2.617), sendo as
taxas mais elevadas observadas no MA (80%), AC ( 75%), PB (67%), MS (60%) e BA (60%), sugerindo que se deveria trabalhar de forma mais aprofundada
esse
tema nesses estados. A morte
encefálica não pode ser confirmada em 522 casos
(8%), sendo os estados com maior dificuldade RO (50%),
AC (48%), PB (32%) e ES (32%), também nesses estados se deveria
atuar mais nesse aspecto. Já a parada cardíaca, que ocorreu
em 895 casos (14%),
com maior frequência
no MS (45%) e em GO (45%), não está apenas relacionada a problemas de manutenção do potencial
doador, mas também
a
demora no diagnóstico de ME ou outras situações. Também se está
utilizando doadores mais idosos, em torno de 14% tinham acima de 60 anos de idade.
No transplante renal destacaram-se RS (50,5
pmp), SP (47,7 pmp) e PR (41 pmp). O RS é o único estado que realiza mais do
40 transplantes pmp com doador falecido (42,1 pmp), graças
ao projeto de receber
rins não utilizados em outros estados,
enquanto que PR (15,8
pmp) e SP (14,4 pmp) são ainda os
únicos estados que realizam mais do que 10 transplantes renais
com
doador vivo pmp.
A queda no número de transplantes
com doador vivo persiste, sendo responsável
por
apenas
26,7% dos transplantes renais,
quando era em torno de 50%
há cinco ou seis anos. A taxa de doador
vivo não parente e não
cônjuge, está caindo (5,1%).
No transplante hepático, a taxa com doador vivo foi de 7,9%, e está diminuindo de forma mais lenta que no transplante renal., sendo
realizado de forma consistente, apenas
em SP (2,2 pmp),
RJ (1,2 pmp) e PR (0,8
pmp). Destacaram-se CE
(20,2 pmp), SC (18,1 pmp), PE (15,9 pmp) e DF (15,6 pmp)
nessa modalidade de transplante.
O transplante cardíaco
foi realizado em nove estados e o DF (6,7 pmp) e o CE (3,6 pmp) apresentaram o
melhor desempenho, enquanto que o transplante pulmonar foi realizado em somente
três estados, RS (2,9 pmp), SP (0,8 pmp) e CE (0,5 pmp).
Apenas sete estados realizaram transplante de pâncreas,
sendo PR (2 pmp) e SP (2 pmp) os mais ativos, seguidos por MG (1,4 pmp) e CE (1,4 pmp). O transplante simultâneo
de rim e pâncreas foi a modalidade mais empregada (76,4%), seguido do
transplante de pâncreas após rim (16,2%) e do transplante isolado de pâncreas
(7,4%).
Portanto, apesar de dificuldades como portarias
de imunossupressãoo não condizentes com a realidade atual, dificuldades burocráticas
para o ingresso de pacientes do SUS em lista de espera, em pelo menos um
estado, que devem ser revertidas, as novidades são positivas com reajustes nos
valores de remoção de órgãos e de transplantes (falta o reajuste do ambulatório,
há 14 anos com o mesmo valor) e com as tutorias e os resultados obtidos
refletem o trabalho das equipes de transplante, das coordenações hospitalares e OPOs, das Centrais
Estaduais, da Central Nacional e do SNT, com a atuação da ABTO. Entretanto, o
desafio é grande e não podemos baixar a guarda.
Dretoria
e Conselho da ABTO
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