terça-feira, 30 de março de 2010

Jornal Cruzeiro do Sul

vacina - [ 29/03 ]
Confira questionário sobre a gripe causada pelo vírus Influenza A/H1N1
Notícia publicada na edição de 29/03/2010 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 5 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.

Gestantes, crianças e portadores de doenças crônicas começaram a receber a vacina contra a gripe causada pelo vírus Influenza A/H1N1 na última segunda-feira (dia 22).
Em Sorocaba, todos os 30 Centros de Saúde da cidade estão preparados para este atendimento, que pode ser feito de segunda a sexta-feira no horário normal de funcionamento de cada unidade.
A vacina é gratuita e está sendo disponibilizada de acordo com um cronograma definido pelo Ministério da Saúde, que estabeleceu grupos que possuem indicação para imunização.
As pessoas que possuem doenças crônicas e as crianças com idade entre 6 meses e 1 ano e 11 meses (menores de 2 anos), devem procurar as unidades de saúde até dia 02 de abril.
Já para as gestantes o prazo é estendido até dia 21 de maio. Mulheres que confirmarem a gravidez depois deste período poderão procurar os Centros de Saúde após a campanha.
A seguir, tire dúvidas com algumas perguntas formuladas pela reportagem do Cruzeiro do Sul e respondidas pela Secretaria de Saúde de Sorocaba

1 - Existem informações de que a dose teria componentes que podem causar efeitos (mercúrio e óleo de esqualeno que são tóxicos). A informação procede?
Na composição de algumas existem substâncias como as citadas, que são necessárias para efetividade e conservação das vacinas, porém sempre em quantidades seguras que não levam risco à saúde.
2 - Quais os componentes da vacina?
Fragmentos inativados de vírus propagado em ovos, adjuvantes, excipientes e conservantes.
3 - A vacina é eficaz? Tem algum estudo? Quando foi apresentado?
Sim, em estudos realizados comprovou-se a eficácia acima de 90% de proteção.
4 - Foi registrada alguma morte causada pela vacina? Onde?

Não há comprovação de óbito pela vacina até o momento.
5 - As grávidas devem tomar a vacina em que período da gestação?
Devem tomar a vacina em qualquer período da gestação.
6 - É preciso autorização do médico da gestante?
Não.

7 - Porque é importante que a gestante tome a vacina contra a gripe A?
Porque na primeira onda pandêmica foi um dos grupos mais afetados pela doença na sua forma mais grave, com mais complicações e, inclusive, óbitos.
8 - Ela pode ter alguma reação? Qual (is)? Por quê?
Todo medicamento pode levar a eventos adversos. Isso ocorre porque algumas pessoas podem ter algum tipo de incompatibilidade com algum componente. No caso das vacinas, as possíveis
reações incluem: dor, vermelhidão no local da aplicação, febre, cefaleia, astenia (sensação de fraqueza, prostração) e dor muscular.
9 - A vacina pode provocar alguma reação no bebê? Qual (is)? Por quê?
Idem resposta acima.
10 - O bebê também será imunizado se a gestante tomar a vacina?
Sim, existe a possibilidade de que haja a transferência transplacentária de anticorpos de forma indireta ao recém-nascido.
11 - Quais as doenças crônicas que priorizarão os pacientes nesta etapa da vacinação?
Obesidade grau III (para criança menor ou igual a 10 anos - IMC maior ou igual a 25; de 10 a 18 anos - IMC maior ou igual a 35; acima de 18 anos - IMC acima de 40). Para calcular o IMC deve-se dividir o peso pela altura ao quadrado; Pneumopatias (doenças do pulmão) crônicas (asma grave, DPOC etc.); Cardiopatia: Insuficiência cardíaca, miocardiopatia, cardiopatia congênita; Nefropatias (doença dos rins) crônicas ( insuficiência renal, síndrome nefrótica,etc.); Hepatopatias (doenças do fígado) crônicas (cirrose, hepatite crônica); Hemoglobinopatias (doenças do sangue) crônicas (anemia falciforme, talassemia, etc.); HIV/AIDS; Imunossupressão (sistema imunológico enfraquecido) devido ao câncer ou terapêutica;
Transplantados de órgãos sólidos e medula óssea; Diabetes e Doença neuromuscular com comprometimento da função pulmonar.
12 - O paciente com doença crônica precisa de autorização médica?
Não, mas serão avaliados pelas equipes de vacinação.
13 - Porque a dose será priorizada às crianças de seis meses a um ano e onze meses?
Igualmente às gestantes e aos outros grupos que serão vacinados, esta faixa etária apresentou um grande número de casos graves e de internações pela doença durante a primeira onda pandêmica, ocorrida em 2009.
14 - Elas podem ter alguma reação? Qual (is)?
Idem ao 8 e 9.
15 - Quem tomar a vacina H1N1 não pode doar sangue? Por quê?
De acordo com nota técnica nº 2/2010 da ANVISA, recomenda-se que a pessoa que recebeu a vacina, aguarde 48 horas para poder fazer a sua doação.
16 - Foram apresentadas reações pelos adultos que tomaram a vacina na primeira etapa? Quais?
É previsto que algumas pessoas apresentem eventos adversos. Na primeira etapa, eles aconteceram dentro desta previsão e sem
maior gravidade.
17 - São as mesmas reações da gripe sazonal? Quais são os efeitos da vacina da gripe sazonal?
São os mesmos e já descritos no item nº 12.

18 - A rede pública disponibilizará a vacina contra a gripe sazonal? Quando? Quantas e quem poderá tomar?
Sim, a partir de 24 de abril para as pessoas com idade a partir de 60 anos e alguns grupos de risco (ex: asmáticos, cardiopatas etc.).
Para evitar que o idoso se desloque duas vezes aos postos de vacinação, os maiores de 60 anos que são portadores de doenças crônicas receberão as duas vacinas no mesmo período (vacina da gripe sazonal e a vacina contra Influenza A/H1N1). Os que não possuem doenças crônicas receberão exclusivamente a vacina contra gripe comum, como já ocorre anualmente.
19 - As pessoas que tomarem a vacina da gripe A podem tomar a de gripe sazonal?
Sim.
20 - O que é preciso levar, em termos de documentos, para poder tomar a vacina da gripe A?

Carteira de vacinação (se houver) ou documento oficial de identificação.
21 - Onde a pessoa pode tomar a vacina (postos de saúde, quais)?
Em toda a rede de Unidades Básicas de Saúde de Sorocaba, no seu horário de funcionamento. A cidade tem trinta Centros de Saúde.


Comentário ATX-BA:
Os pacientes transplantados devem consultar seus médicos antes.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Agência Senado

24 de março de 2010
Agência


PLENÁRIO / Pronunciamentos
23/03/2010 - 16h27
Tião Viana encaminha reivindicação da Sociedade Brasileira de Hepatologia .

Em pronunciamento nesta terça-feira (23), o senador Tião Viana (PT-AC) leu carta em que a Sociedade Brasileira de Hepatologia reivindica a expansão e a democratização do acesso dos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) àquela especialidade. A entidade de hepatologistas também defende a ampliação do quadro de especialistas do setor, como forma de aprimorar o atendimento a oito milhões de brasileiros que sofrem com a falta de tratamento especializado em doenças do fígado.

Na carta - ser encaminhada a pedido de Tião Viana aos ministros da Saúde, José Gomes Temporão, e da Educação, Fernando Haddad - a entidade também defende o retorno da Hepatologia à condição de especialidade independente da Gastroenterologia, tendo em vista que os hepatologistas são obrigados a realizar atualmente um programa de residência médica com apenas um ano de formação, período considerado insuficiente para a formação de um hepatologista.

No documento, a Sociedade Brasileira de Hepatologia explica ainda que a exigência favorece a escassez de profissionais para o atendimento de portadores de doenças hepáticas no Brasil, onde muitas unidades da Federação não contam sequer com profissionais do setor em seus quadros de saúde.

Atualmente, como área de atuação, o médico hepatologista no Brasil necessita passar dois anos na clínica médica, dois anos na Gastroenterologia e, posteriormente, mais um ano na Hepatologia, esclarece a entidade.

"Trata-se de um longo e tortuoso caminho que também encontra dificuldades nas questões financeiras, visto que o médico residente deverá ficar longo tempo fora do mercado de trabalho para uma especialidade clínica e sem procedimentos", informa o documento.

A Sociedade Brasileira de Hepatologia assegura que a carência de profissionais do setor pode ser constatada pelo Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/AIDAS) e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, visto que ela é reconhecida como um "ponto negativo" para a implantação das políticas de assistência e prevenção às hepatites virais no Brasil.
Da Redação / Agência Senado

segunda-feira, 22 de março de 2010

Diário do Pará

Domingo, 21/03/2010, 09:14h
Médico critica remédio dado a transplantados

O médico gastroenterologista Sérgio Mies, um dos maiores especialistas em transplante de fígado do mundo, afirma que a Secretaria Estadual de Saúde (Sespa) distribuiu “remédio de fundo de quintal” para centenas de pacientes transplantados de fígado, rim, coração e pâncreas do Estado.

Ele se refere ao medicamento Lifaltacrolimus, fabricado por um laboratório de Alagoas e entregue aos pacientes desde o ano passado. O remédio- sem qualquer explicação da Sespa-, deixou de ser fornecido durante 30 dias aos pacientes, que agora correm risco de rejeição do órgão e até mesmo de morte. Como se isso não bastasse, o Lifaltacrolimus sofre contestação da classe médica de vários estados, para quem não seria eficaz no combate à rejeição de órgãos transplantados.

“Eu nunca ouvi falar do Lifaltacrolimus, distribuído aos transplantados paraenses. Nos hospitais de São Paulo só se usa o Prograph que é o medicamento original”, declarou Mies ao DIÁRIO. Ele é professor do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e comanda a Unidade de Fígado do Instituto Dante Pazzanese. Mies ficou surpreso com o descaso dispensado pela Sespa aos transplantados do Pará.

Com a autoridade de ser o primeiro cirurgião a realizar transplante de fígado na modalidade intervivos (com doador vivo) no mundo, ele dispara: “O que acontece é que tem empresários que abrem um laboratório de fundo de quintal, pegam um apoio político, conseguem aprovação na Anvisa, colocam o preço mais baixo e saem vendendo por aí colocando a vida dos pacientes em risco”.

O conselho que dá aos transplantados é um só: “fuja disso. Não tome essas medicações de fundo de quintal. Você pode ter uma rejeição. Só tome os medicamentos receitados pelo seu médico”. Mies comanda a equipe que realizou o primeiro transplante de fígado no Brasil com sucesso, há mais de vinte anos. Desde então já fez mais de 1.000 transplantes, incluindo a doação entre pessoas vivas.

REAÇÃO

Mies conta que em São Paulo também houve tentativa do Estado de mudar a medicação dos pacientes. “Tivemos o caso do imunossupressor micofenolato mofetil (ou ácido micofenólico). Quiseram substituir o Myfortic que é o medicamento original, por outro similar mais barato, o Cellcept, mas nós não permitimos. Em outros estados ocorreu a mesma coisa. Acabamos conseguindo que fosse distribuído só o original. Em São Paulo só receitamos e distribuímos o medicamento original. A vida dos nossos pacientes não tem preço”, disse o cirurgião.

Desde 2007 no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, realizando transplantes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), Mies orienta uma equipe que é também uma das referências em tratamento de hepatite B e hepatite C, câncer de fígado e outros tipos de cirurgias. O jornalista e publicitário Walter Junior do Carmo relatou que em 2004, quando se submeteu ao transplante de fígado na modalidade intervivos-um irmão dele foi o doador-, foi Mies quem comandou a mesma equipe no hospital Albert Einstein.

“Ele se lembrou do fato, ontem, quando conversávamos”, observou Walter Junior. A cirurgia foi coordenada por Ana Olga Mies, uma das maiores especialistas mundiais em transplantes e tratamentos hepáticos.

>> Processo para garantir remédio

O jornalista e publicitário Walter Junior do Carmo, internado desde domingo passado em São Paulo, onde faz avaliações médicas, não consegue descrever a “expressão de espanto” da médica Michelle Harriz, da equipe da doutora Ana Olga Mies, ao contar a ela ter ficado quatro dias em Belém sem tomar o imunossupressor Tacrolimus, usado no combate à rejeição de órgãos transplantados. Junior foi submetido a transplante de fígado há mais de cinco anos e, a cada trimestre, precisa se deslocar para a capital paulista para fazer as avaliações no Instituto Dante Pazzanese.

Ao analisar os exames de Junior, a médica notou que as taxas do fígado estavam bastante alteradas, revelando uma inflamação no órgão. A taxa de Tacrolimus está em 1,4 ng/ml. O normal varia entre 5,0 a 20,0 ng/ml. Ou seja, o índice atual é insuficiente para evitar a rejeição do órgão. O detalhe é que o jornalista ficou “apenas” quatro dias sem tomar a medicação fornecida pela Sespa.

Perguntei para a médica o que aconteceria com uma pessoa transplantada que passasse mais de trinta dias sem tomar o imunossupressor. Ela respondeu que no caso do fígado a rejeição é inevitável”, relatou Junior. No Pará, 54 pessoas são transplantadas de fígado, segundo o presidente da Associação Paraense dos Amigos do Fígado (Apaf), Benedito Ferreira Almeida. A tentativa de recuperar o fígado requer a aplicação de uma medicação muito mais forte que o Tacrolimus para zerar o sistema imunológico.

Se por um lado os médicos conseguem salvar o órgão transplantado, por outro o paciente contrai centenas de infecções, porque o organismo fica completamente sem defesas. “O risco de morte é muito alto. Na maioria das vezes é necessário fazer outro transplante, mas as chances de o paciente resistir à espera pelo novo fígado são quase nulas”, diz Michelle Harriz.

LAUDOS

No caso de Junior, desde a última segunda-feira (15) a medicação foi reestabelecida. Logo após os exames, ele recebeu um lote de Prograph, o medicamento original com o princípio ativo Tacrolimus, que a Sespa se recusa em voltar a distribuir aos transplantados do Estado. A equipe que monitora Junior disse que durante os próximos três meses ele terá de seguir um tratamento específico, com reforço de outras medicações. Se o fígado não responder, terá de fazer uma biópsia e iniciar um tratamento mais intenso para combater a inflamação.

“Estou levando os laudos e vou entrar com duas ações judiciais contra o Estado do Pará: uma para garantir o fornecimento da medicação receitada pelos médicos, obrigação constitucional do poder público. E a outra será indenizatória, para reparar os transtornos que estou passando”, anunciou o jornalista. Ele sugere que todos os transplantados prejudicados pela Sespa tomem a mesma atitude.

ENTENDA O CASO

A Sespa passou todo o mês de fevereiro sem fornecer a substância ativa Tracolimus, que combate a rejeição de órgãos transplantados.

O medicamento Lifaltacrolimus, fabricado por um laboratório de Alagoas, voltou a ser fornecido no dia 12 de março passado aos pacientes, mas eles se recusam a tomá-lo, alegando efeitos colaterais como náuseas, tontura e insônia.

Os transplantados afirmam que o Prograf, remédio que tomavam antes de a Sespa suspender a compra do produto, em maio do ano passado, não causa os efeitos colaterais do Lifaltacrolimus.

Na sexta-feira, 19, a Sespa, depois de uma série de reportagens do DIÁRIO sobre o assunto, recuou e retirou de suas prateleiras o Lifaltacrolimus, adquirindo 40 mil caixas do remédio Prograf. Ela mantém o Litaltacrolimus “em quarentena” até que a Anvisa se manifeste sobre a eficácia do produto.

O promotor dos Direitos Constitucionais, Waldir Macieira, está reunindo provas para processar o Estado. Ele depende de laudos e pareceres médicos de especialistas, mostrando os prejuízos que a ausência do Tracolimus faz ao organismo. O fato dos pacientes terem ficado 30 dias sem o remédio pode ter provocado ao organismo ameaças de rejeição do órgão transplantado e risco de morte, principalmente no caso de pacientes de fígado.

Segundo exames feitos em São Paulo, o jornalista e publicitário Walter Junior do Carmo, transplantado do fígado, está com baixa quantidade de Tracolimus e apresenta inchaço no órgão. Ele ficou quatro dias sem tomar o remédio por culpa da Sespa. Junior promete processar o Estado e sugere que todos os transplantados paraenses façam o mesmo.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Jornal A Hora Online

HC é o grande vencedor do Prêmio Destaque em Transplantes
da Secretaria de Estado da Saúde

Secretário da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, elogiou desempenho do hospital,
que conquistou três primeiras colocações

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP foi o grande vencedor do Prêmio Destaque em Transplantes 2009, conquistando três primeiras colocações. O evento, realizado nesta segunda-feira, dia 15, pela Secretaria de Estado da Saúde, contou com a participação do secretário Luiz Roberto Barradas Barata, do superintendente do HC, José Manoel de Camargo Teixeira, do coordenador de Saúde do Estado, Ricardo Tardelli, e do médico Adib Jatene.

O HC garantiu as primeiras posições em transplantes de fígado, coração e pulmão. O hospital assegurou, ainda, as segundas colocações no número de notificações de potenciais doadores e de órgãos colocados à disposição para transplante.

De acordo com o superintendente do Complexo, o bom desempenho é resultado do esforço conjunto entre os profissionais do HC e da Secretaria de Estado da Saúde. “O entrosamento dos médicos com os coordenadores intra-hospitalares garantiu um aumento significativo no número de transplantes, ajudando a salvar centenas de vidas”, observa.

O secretário Luiz Barradas ressaltou que a conscientização da população tem sido fundamental nesta área. “O número de doadores tem aumentado e estamos obtendo resultados cada vez melhores”, aponta. Segundo ele, a premiação dos hospitais é uma homenagem àqueles que se destacaram. “O HC tem sido um importante parceiro, prestando atendimentos de alta complexidade, como transplantes, e formando profissionais qualificados para atender toda a rede de saúde”, aponta.

Balanço divulgado pela Secretaria aponta que o recorde de transplantes em 2009 poderá ser quebrado, pois só nos dois primeiros meses de 2010 houve crescimento de 22% no número de doadores de órgãos, em comparação ao mesmo período do ano passado. “Em 2009, o HC colaborou com 91 notificações de doadores. Este ano, temos como meta superar esse número”, aponta José Manoel.

quinta-feira, 18 de março de 2010

noh!

17/03/2010 16:05
Estado
Vacinação contra Hepatite B é ampliada para novos grupos considerados mais vulneráveis
Agência Minas

A partir deste mês a vacinação contra hepatite B irá abranger novos grupos etários, além dos já existentes, que focam menores de um ano e crianças e adolescentes de um a 19 anos.
O Ministério da Saúde inclui agora novos grupos considerados mais vulneráveis para a doença, gestantes, após o primeiro trimestre de gestação, trabalhadores da saúde, bombeiros, policiais militares, policiais civis e rodoviários, carcereiros de delegacias e penitenciárias, coletadores de lixo hospitalar e domiciliar, pessoas que convivem sexualmente com portadores de hepatite B, doares de sangue, lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, pessoas reclusas em presídios, em hospitais psiquiátricos, instituições de menores e forças armadas.

Também foram incluídos manicures, pedicures e podólogos, populações de assentamento e acampamentos e populações indígenas, além de potenciais receptores de múltiplas transfusões de sangue ou politransfundidos, profissionais do sexo, usuários de drogas injetáveis, inaláveis e pipadas, portadores de DSTs e caminhoneiros também deverão receber a vacina.

Conforme indicação médica,
a vacina também estará disponível para pessoas infectadas com HIV, pessoas vivendo com Aids, convívio domiciliar contínuo com pessoas portadores de Hepatite B, doadores de órgãos sólidos ou de medula óssea, imunodeficiência congênita ou adquirida, doenças autoimune, doenças do sangue, fibrose cística (mucoviscidose), hemofílicos, portadores de hepatopatias crônicas e hepatite C, portadores de doenças renais crônicas, diálise, hemodiálise, imunodeprimidos, portadores de neoplasias (câncer) e transplantados de órgãos sólidos ou de medula óssea. Nas situações de abuso sexual e vítimas de exposição sanguínea (acidentes perfuro-cortantes ou exposição de mucosas) e em recém nascidos de mães portadoras de hepatite B, neste caso, além da vacina, é necessária a administração da imunoglobulina humana anti-hepatite B.

Controle da doença

Segundo a coordenadora de Imunização da Secretaria de Estado de Saúde(SES/MG), Tânia Brant, o Ministério da Saúde considera que a ampliação da oferta da vacina para estes grupos contribuirá para a prevenção e o controle da doença. “Também são necessárias a adoção de estratégias para a ampliação da cobertura vacinal. Agora cada município terá mais autonomia e poderá montar ações para que o maior número de pessoas sejam vacinadas”, afirma.

A vacina também para estes grupos entra para o calendário vacinal. Cerca de 660 mil doses contra a doença foram disponibilizadas para este ano em todo o Estado. Em Minas 3.700 salas de vacinas foram disponibilizadas nas unidades básicas de saúde.

Formas de transmissão

Em 2009 foram notificados no Estado 992 casos da doença, já em 2010 não houve, até o momento, notificações da doença. A hepatite viral B é transmitida pelo sangue, esperma e secreção vaginal. Pode ocorrer por meio de relação sexual desprotegida ou compartilhamento de objetos contaminados, como lâminas de barbear e de depilar, escovas de dente, equipamentos de manicures e podólogos, materiais para colocação de piercing e confecção de tatuagens. Também há risco de infecção quando usuários de drogas usam instrumentos comuns, tanto no caso das injetáveis (cocaína, anabolizantes e complexos vitamínicos), como das inaláveis (cocaína) e das pipadas (crack). A transmissão também pode ocorrer da mãe infectada para o bebê. Acidentes com exposição a material biológico e procedimentos cirúrgicos, odontológicos e de hemodiálise, em que não se aplicam as normas adequadas de biossegurança, são fatores de exposição à infecção pela hepatite B.



terça-feira, 16 de março de 2010

GRUPO OTIMISMO


GRUPO OTIMISMO DE APOIO AO PORTADOR DE HEPATITE
ONG - Registro n°.: 176.655 - RCPJ-RJ - CNPJ: 06.294.240/0001-22
Rio de Janeiro - RJ - Brasil
Telefones: Rio de Janeiro (xx21) 4063.4567 - São Paulo (xx11) 3522.3154 (das 11.00 às 15.00 horas)
e-mail: hepato@hepato.com Internet: www.hepato.com

15/03/2010

Triste futuro para os infectados com as hepatites B e C


As hepatites B e C possuem duas importantes características pelas quais deveriam ser consideradas doenças comuns e aceitas socialmente pela população, tal quais são aceitas sem maior temor de convívio social uma simples gripe, um resfriado, pressão alta ou o diabetes, mas lamentavelmente estamos caminhando aceleradamente para o difícil caminho do estigma em relação às hepatites e, como conseqüência a discriminação, sendo esse, tal vez, o maior efeito adverso que um infectado pode suportar.

Para falar nas características pelas quais as hepatites deveriam ser abertamente aceitas pela população no seu convívio social será necessário separar as hepatites. No caso da hepatite B existe uma vacina altamente efetiva, assim, na atualidade somente se contamina com a hepatite B quem bem quiser, o que deveria colocar a hepatite B como uma doença que não causasse temor em relação a poder ser infectado. Não podemos falar em cura para quem já está infectado com hepatite B, mas os medicamentos atuais oferecem um perfeito controle da doença evitando na grande maioria dos casos desenvolverem cirrose ou câncer no fígado.

Na hepatite C não existe uma vacina para prevenir o contagio, mas por ser uma doença que se transmite pelo sangue ou por instrumentos infectados com sangue, os casos de novos infectados e estatisticamente de significância reduzida quando comparado com o total de infectados existentes, haja visto que todo o sangue utilizado em transfusões passa por testes e que os instrumentos são descartáveis ou corretamente esterilizados. A transmissão ainda acontece, mas em grupos limitados e percentualmente de poucos indivíduos em relação ao total da população infectada. Aproximadamente 60% dos infectados com hepatite C que recebem tratamento curam definitivamente e, em curto espaço de tempo a cura superará os 80%, um panorama alentador.

Mas um dos principais efeitos arrasadores das hepatites B e C que afetam os infectados, tal vez um problema maior que desenvolver cirrose ou câncer no fígado, pode ser o estigma, a discriminação e a segregação no seu circulo familiar, social ou de trabalho causado pela falta de informação ou pela divulgação de informações erradas ou incompletas em relação a quem pode estar infectado e os motivos pelos quais um indivíduo ode ter sido infectado.

Faz já 12 anos que estou empenhado não somente na divulgação das hepatites, mas também para tentar evitar que informações distorcidas ou erradas cheguem à população, aos médios de comunicação, aos nossos governantes, pois devemos evitar que seja criada uma idéia totalmente errada do que realmente são as hepatites, como elas são transmitidas, quem pode ser infectado e quem pode estar infectado. Em saúde não existe pior medicamento que a informação incorreta ou incompleta, principalmente quando a informação afeta a qualidade de vida do infectado.

Tristemente devo reconhecer que a cada dia estamos caminhando no sentido inverso à boa e correta informação. Estimo que até estejamos correndo o risco de chegar ao extremo de considerar os infectados pelas hepatites B e C como parias humanos, culpando-os por um passado libertino, sem regras sociais e, por isso, hoje são os únicos culpados por estarem doentes com uma enfermidade de submundo. Se essa interpretação prevalecer, acabarão os infectados com as hepatites B e C excluídos do convívio social, das oportunidades de trabalho digno ou, até poderão ser segredados em guetos.

Para tentar explicar de maneira mais fácil e compreensível, pois o assunto e complexo, vou colocar alguns exemplos de situações que são vivenciadas atualmente, fazendo ao final o julgamento para tentar encontrar quem e o culpado em cada uma das situações. Uma leitura com calma pode explicar qual poderá ser o resultado desse tipo de ações e atitudes.

1 - Todo infectado com hepatite C é usuário de drogas!
Estamos caminhando para que a população acredite que todos os infectados com hepatite C utilizaram drogas ilícitas e, que durante sua vida se infectaram com múltiplas doenças sexualmente transmissíveis ou realizaram tatuagens despreocupadamente.

O resultado dessa interpretação e fruto de diversas situações. Por um lado pessoas famosas que somente tem hepatite C raramente querem dar um testemunho, em geral não querem falar publicamente que são portadores ou já curaram a hepatite C por achar que isso as pode prejudicar na sua vida social ou de trabalho.

Mas existem pessoas famosas que sim aparecem e dão testemunhos informando que eles estão com hepatite C, contando como aconteceu o contagio. O problema é que a grande maioria desses famosos se contaminou pelo uso de drogas ilícitas. Qualquer jornalista gosta de dar cobertura com amplo destaque quando alguém famoso decide contar sua historia e isso envolve sexo e drogas, como aconteceu com muitas estrelas internacionais como Keith Moon, Jimi Hendrix, Steven Tyler, o baterista Topper Headon do grupo Aerosmith's, Pamela Anderson, Jack Davenport, ator em Piratas do Caribe, Naomi Judd, David Crosby, etc..

Um anuncio publicitário alertando sobre a hepatite C que está sendo veiculado na TV da Inglaterra e pode ser visto em: http://www.healthcarerepublic.com/news/987634/Rock-stars-highlight-hepatitis-C-risks/ mostra claramente que se você foi ou continua sendo usuário de drogas ou fez tatuagens, pode estar infectado com hepatite C, mostrando todo tipo de instrumento para utilização de drogas.

Ao mesmo tempo, também na Inglaterra, a BBC NEWS dá destaque esta semana a uma matéria que leva o nome de "Meu estilo de vida me colocou em risco" onde a entrevistada e uma mulher que admite que foi por culpa de seu estilo de vida de alto risco, utilizando drogas injetáveis e praticando sexo não seguro que resultaram na contaminação com a hepatite C. "Eu gostava de ser muito rebelde, o uso de drogas foi escolha pessoal e sexo foi uma vontade de mulher". "Eu assumi um monte de riscos, de doenças sexualmente transmissíveis, gravidez indesejada, colocando-me em situações perigosas".

Matérias desse tipo não faltam nos jornais e nas TVs e isso está acontecendo não somente na Inglaterra e sim em muitos países, praticamente no mundo tudo. O resultado é que está se formando uma opinião errada sobre quem pode ter hepatite C devido a que somente a informação dos infectados pelo uso de drogas estarem sendo divulgadas.

Esse tipo de informação começou a ser divulgada nos últimos quatro ou cinco anos e, curiosamente nos países onde mais se divulga que o contagio aconteceu pelo uso de drogas se observa que o número de diagnósticos e de tratamentos está diminuindo. A causa dessa diminuição ainda não foi estabelecida, mas não podemos descartar que se uma pessoa se guia pelas informações mais divulgadas ela vai se questionar sobre a necessidade de realizar o teste, pois se nunca utilizou drogas ilícitas ou se teve uma vida sexual considerada normal, será praticamente certo que não apresenta possibilidades de ter contraído a hepatite C. Então, para que fazer o teste?

Podemos então culpar os famosos que pelo uso de drogas ilícitas contraíram hepatite C por divulgar informações que aumentam o estigma da população em relação a todos os infectados com hepatite C? A minha resposta é um categórico NÃO. Os culpados são os anônimos e famosos infectados somente com a hepatite C que preferem ficar calados e que por medo não assumem a sua condição.

2 - Somente pessoas com HIV/AIDS têm hepatite C!
No mundo todo o movimento social da AIDS e mais antigo e muito mais bem estruturado e capacitado que o movimento social das hepatites. Diversos motivos resultam nessa constatação por ter sido a descoberta da AIDS anterior a hepatite C e, ainda, porque a AIDS vinte anos atrás matava, o que levou os infectados a dar a cara e lutar por atenção por parte dos governos. Aconteceu uma mobilização geral, os governos estabeleceram programas, os infectados formaram ONGs e então passa a acontecer uma parceria onde os lideres do movimento passam a coordenar os programas de HIV/AIDS dos governos.

A contratação dos antigos lideres do movimento social para coordenar os programas governamentais tem seus prós e contras. Na ocasião se divulgava que a AIDS era uma epidemia que atingia somente homens, assim os programas objetivavam evitar a transmissão homossexual, pouco se alertando às mulheres sobre a possibilidade do contagio. As mulheres foram praticamente ignoradas e o resultado e que atualmente em alguns países o número de mulheres com AIDS e superior ao de homens.

Não somente aconteceu o erro estratégico de não discutir o assunto fora dos grupos homossexuais, como também os programas se concentraram na AIDS dando menor atenção a outras doenças sexualmente transmissíveis ou de contaminação pelo sangue, resultando em um efetivo controle da transmissão da AIDS, mas não conseguindo resultados nas outras doenças, até algumas delas tiveram aumento no número de casos.

A falta de dialogo com outros envolvidos fez que a transmissão de doenças entre usuários de drogas injetáveis fosse um sucesso em relação a AIDS. Estudos mostram que nos grupos de usuários de drogas injetáveis a contaminação pelo HIV/AIDS e de somente 3,4%, já nos mesmos grupos a infecção com a hepatite C chega aos 41,8%. (British Medical Journal, doi:10.1136/bmj.38286.841227.7C -published 12 November 2004).

Ao não consultar especialistas em outras doenças foi ignorado que o vírus da hepatite C permanece ativo por até 72 horas numa amostra de sangue com alta carga viral. O vírus da AIDS morre em minutos. Ao não discutir de forma ampla o assunto, o resultado foi o controle da transmissão do HIV/AIDS entre os usuários de drogas, mas a maioria acabou infectada com hepatite C.

Esses erros são coisa do passado e não adianta procurar os culpados, o importante e que não se repitam e devemos pensar no que fazer daqui para frente. Lamentavelmente não é o que podemos observar.

ONGs americanas denunciam que nos Estados Unidos a verba federal para cuidar da hepatite C representa somente 2% da verba destinada aos programas de HIV/AIDS é que a culpa disso e que os programas de hepatites são coordenados por pessoas com HIV/AIDS co-infectadas com hepatite C, assim, todos os esforços estão direcionados para os co-infectados e muito pouco e realizado para os que estão infectados somente com hepatite C.

No Brasil a situação não é muito diferente. As diretrizes de tratamento e os números demonstram isso de maneira fiel e contundente, de forma inquestionável. Por exemplo, um co-infectado HIV/HCV tem direito a tudo dentro da Portaria 34/2007 que regulamentou o tratamento pelo SUS, sem importar o genótipo nem o grau de fibrose. Já quem tem somente hepatite C deverá aguardar piorar seu estado de saúde até chegar a uma fibrose F2 para receber tratamento e, se estiverem infectados com os genótipos 2 e 3 estarão condenados a serem tratados com o ultrapassado interferon convencional.

Em relação aos números e só citar que dos 600.000 infectados com HIV/AIDS, 200.000 recebem tratamento pelo SUS, assim, 1 de cada 3 infectados está recebendo tratamento. Já na hepatite C existem entre 3 e 4 milhões de infectados dos quais aproximadamente 10.000 recebem tratamento a cada ano, a relação resulta em que aproximadamente 1 de cada 350 infectados recebe tratamento pelo SUS.

É necessário se repensar e discutir como os governos estão realizando as estratégias em relação à hepatite C antes que o problema chegue a um ponto irreversível.

Podemos então culpar os co-infectados com HIV/AIDS e hepatite C por terem tomado conta dos programas de hepatites? A minha resposta é um categórico NÃO, inclusive devemos bater palmas para eles, pois primeiro deram a cara assumindo a luta social sem medo de aparecer, depois estudaram como funciona o sistema público de saúde e como fazer o controle social dos governantes, passando então a reivindicar recursos e políticas públicas. Isso resultou em serem convidados para assumir programas de AIDS e agora de hepatites. Se o convite foi realizado para aproveitar o conhecimento ou para os "cooptar" já que eram responsáveis por denuncias, ações judiciais e exposição do problema na mídia não vêm ao caso de ser discutido neste momento. Fica obvio que se eles estão cuidando mais da co-infecção HIV/HCV em detrimento dos mono infectados com hepatite C isso e resultado de que cada um deve cuidar de seu jardim, dos problemas que atingem seu grupo em primeiro lugar, pois e ali que aperta o sapato.

Se os programas de hepatites não estão sendo conduzidos por infectados somente com hepatite a culpa e a falta de interes e de capacitação dos grupos de pacientes, os quais são tímidos nas reivindicações, poucos capacitados e preferem ser "amigos" do governante de plantão que ficar denunciando a falta de resultados.

3 - Pessoas com hepatite B ou C são altamente perigosas!
É só fazer uma leitura de qualquer edital de concurso público para admissão em qualquer repartição, inclusive no próprio ministério da saúde. Entre os exames solicitados se encontram os das hepatites B e C, mas não são exigidos exames para saber se o candidato tem HIV/AIDS, sífilis, clamídia, gonorréia, HTLV, etc..

Qualquer individuo que tomar conhecimento do exigido no edital vai interpretar que as hepatites B e C são as duas doenças mais perigosas do planeta, muito mais que o HIV/AIDS, sífilis, clamídia, gonorréia, HTLV, pois somente os testes das hepatites B e C são solicitados.

Se o próprio ministério da saúde faz essa exigência, podemos então avaliar o tamanho do descaso que os gestores estão tendo com as hepatites.

Podemos então culpar o governo e em especial o ministério da saúde por isso? A minha resposta, sem medo de estar fazendo novos inimigos é um rotundo e sonoro SIM.

4 - A hepatite B não é um problema!
Pelo menos, pelos critérios de vacinação estabelecidos pelo ministério da saúde do Brasil não parece ser um problema que possa atingir toda a população. Critérios esses incompressíveis já que a vacina custa muito pouco e, ainda, é fabricada pelos laboratórios oficiais, motivos pelos quais ampliar a vacinação não seria uma despesa muito alta.

Não deveriam existir doenças que possuem vacinas efetivas, pois vacinando a população a doença desaparece ou se transforma em um assunto de muitos poucos casos, fáceis de controlar, tal qual acontece com as bem sucedidas campanhas de vacinação na paralisia, febre amarela, rubéola, coqueluche, difteria, sarampo e caxumba.

Países vizinhos como o Peru e a Venezuela, bem mais pobres e com menor estrutura sanitária, já em 2009 e 2010 estão vacinando 80% da população para prevenir a hepatite B. Com certeza a hepatite B será controlada e em alguns anos estará eliminada. Cuba vacinou toda a população e acabou com novos casos de hepatite B. Porque não seguir esses exemplos de nossos vizinhos?

Não devemos esquecer que existem dois milhões de infectados cronicamente com hepatite B no Brasil, sendo por isso a hepatite B a maior DST e a que infecta um maior número de brasileiros. Pior ainda, a transmissão sexual da hepatite B acontece com uma facilidade até 100 vezes maior que a AIDS. Toda pessoa em idade sexual ativa está sujeita a ser infectada com hepatite B, por tanto, o problema de atingir toda a população existe e assim deveria ser interpretado.

A vacina para hepatite B é aplicada gratuitamente em postos de saúde em crianças e adolescentes de até 19 anos de idade e para alguns grupos especiais, como vítimas de abuso sexual, vítimas de acidentes com material biológico positivo ou fortemente suspeito de infecção por hepatite B (VHB), comunicadores sexuais de portadores do VHB, profissionais de saúde, hepatopatias crônicas e portadores de hepatite C, doadores de sangue, transplantados de órgãos sólidos ou de medula óssea, doadores de órgãos sólidos ou de medula óssea, potenciais receptores de múltiplas transfusões de sangue ou politransfundidos, nefropatias crônicas/dialisados/síndrome nefrótica, convívio domiciliar contínuo com pessoas portadoras de VHB, asplenia anatômica ou funcional e doenças relacionadas, fibrose cística (mucoviscidose), doença autoimune, imunodeprimidos, populações indígenas, usuários de drogas injetáveis, inaláveis ou pipadas, pessoas reclusas (presídios, hospitais psiquiátricos, instituições de menores, forças armadas etc.), carcereiros de delegacias e penitenciárias, homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo, coletadores de lixo hospitalar e domiciliar, bombeiros, policiais militares, civis e rodoviários, profissionais envolvidos em atividade de resgate.

Neste momento a vacinação gratuita está sendo ampliada, passando a incluir gestantes, após o primeiro trimestre de gestação, lésbicas, bissexuais e transgêneros, manicures, pedicures e podólogos, populações de assentamentos e acampamentos, portadores de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), caminhoneiros, doenças do sangue e hemofílicos

Aplaudo a atitude da ampliação dos grupos de risco, evidentemente um resultado da incorporação da hepatite B no programa DST/AIDS, mas estão esquecendo que se adultos estão se infectando por via sexual com AIDS, também adultos com vida sexual ativa estão se infectando com hepatite B. Chegou a hora de avaliar a ampliação da faixa etária, fabricar mais vacinas e fazer uma campanha abrangente, pois insisto que a hepatite B é sim um grave problema, já que uma vez infectado não existe ainda a cura.

Em relação a programas do governo continuo a insistir para visitar a página com informações sobre doenças sexualmente transmissíveis do Programa DST/AIDS/Hepatites que se encontra em www.aids.gov.br/data/Pages/LUMIS8B526207PTBRIE.htm onde poderão verificar que absurdamente a hepatite B não está sequer relacionada como uma doença sexualmente transmissível e nenhuma informação e colocada sobre cuidados ou formas de prevenção.

Em palestras, pessoas acima dos 19 anos sem dinheiro para aplicar a vacina em clinicas particulares me perguntam se é possível receber a vacina gratuitamente, pois estão com medo de um possível contagio. Respondo perguntando se sabem se seu parceiro(a) está infectado com hepatite B, o que evidentemente desconhecem, então lembro a eles que a vacina e aplicada gratuitamente a pessoas de qualquer idade que sejam "comunicadores sexuais de portadores de hepatite B". Em resumo, se você suspeitar que esteja saindo com alguém suspeito de estar infectado com hepatite B, o melhor e informar isso no posto e assim receber a vacina gratuitamente.

Uma situação muito mais ética e benéfica para toda a sociedade e a pessoa tornar-se um doador de sangue, para o qual antes de doar é necessário que a pessoa tome a vacina. Nesta condição também a vacina e aplicada gratuitamente nos postos de saúde já que os doadores de sangue de qualquer idade estão incluídos nos grupos beneficiados.

Podemos então culpar o ministério da saúde por isso? A minha resposta é SIM.

FINALIZANDO:

Sei que a visão de um gestor público e muito diferente da que vê ou sente um individuo ou a família de um infectado com hepatite B ou C, com tempos, ansiedades e panoramas diferentes, mas os pontos acima colocados relatam situações reais, nada disso e ficção ou crônica de um romance.

A minha interpretação não é uma teoria conspiratória nem fruto de uma mente paranóica. Podem existir interpretações diferentes, as quais democraticamente respeito e me coloco a disposição para escutar e discutir. A minha interpretação não é uma verdade absoluta.

Carlos Varaldo
Grupo Otimismo


A Organização Mundial da Saúde estima que 1,5 milhão de pessoas morrem a cada ano por culpa das hepatites B ou C. Uma morte a cada 20 segundos!

domingo, 14 de março de 2010

Escolher e Viver

Escolher e Viver
André François


Escolher e viver – Tratamento e qualidade de vida dos pacientes renais crônicos



Em quatro anos de pesquisas e registros na área da saúde, André François encontrou diversos pacientes renais crônicos, acompanhou seu tratamento e seus desafios para fazê-lo. Ao descobrir a diálise peritoneal, uma alternativa à hemodiálise, André decidiu registrar a história de pacientes de diferentes cidades brasileiras que utilizam esse método. A missão desse livro é divulgar essas histórias para contribuir com a divulgação desse tratamento pouco conhecido e incentivar a doação de órgãos.
www.imagemagica.com.br/viver

Para realizar seus dois livros anteriores, Cuidar – Um documentário sobre a medicina humanizada no Brasil, lançado em 2006, e A curva e o caminho – Acesso à saúde no Brasil, 2008, percorreu o país durante dois anos registrando a humanização da medicina e o acesso à saúde.
Ao longo desses projetos, sua atenção se voltou para os pacientes renais crônicos. Enquanto aguardam o transplante – tratamento adequado, mas ainda de difícil acesso –, eles dependem de meios artificiais para sobreviver. Ao observar que a diálise peritoneal é um tratamento acessível e que oferece uma boa qualidade de vida, André decidiu documentar as experiências dos pacientes a ela submetidos.
Essas vivências, narradas por meio de imagens e palavras dos próprios pacientes, de seus cuidadores e de familiares, encontram-se em Escolher e viverTratamento e qualidade de vida dos pacientes renais crônicos, que se insere no trabalho incansável de André de informar, divulgar, ampliar e criar conhecimentos que modifiquem olhares, pensamentos e atitudes com relação à saúde.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Diário Oficial do Legislativo - CMS

Notícias
11/3/2010 13:46:30

Doença Renal Crônica
Sessão especial discute a importância da prevenção

Em comemoração ao Dia Mundial de Prevenção da Doença Renal Crônica, o presidente da Câmara Municipal, o vereador e médico Alan Sanches (PMDB), presidiu na manhã desta quinta-feira (11), uma sessão especial no Plenário Cosme de Farias. Na Praça Municipal, uma feira de saúde ofereceu à população exames gratuitos.

O presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia, Emanuel Burdmann, elogiou a iniciativa de trazer a discussão para a Câmara, por se tratar de uma doença que atinge entre 10 a 12% da população mundial e é considerada problema de saúde pública no Brasil e no mundo.

Burdmann disse que a perda progressiva da função dos rins pode ser detectada inicialmente através de simples exames de rotina, como análises de sangue e urina. Ele desmistificou a ideia de que não há cura e alertou que, se for feito a tempo, o tratamento pode retardar e até paralisar a ação da doença.
O representante da Associação Baiana de Medicina, Paulo Novis, destacou que a maioria das pessoas descobre a doença em fase avançada.

O presidente regional da Sociedade Brasileira de Nefrologia, Marco Antônio Silveira, falou sobre as poucas unidades de saúde no estado para a realização de diálise. Segundo ele, cerca de 207 pacientes de outras cidades vêm à capital para fazer o tratamento.

Diante da carência, o vereador Alan Sanches sugeriu a criação de um fundo do governo estadual, independente do Ministério da Saúde.

Transplantada há dez anos, Márcia Chaves, presidente da Associação dos Pacientes Transplantados da Bahia, lembrou das 2.600 pessoas que estão na fila única à espera de transplante. Ela cobrou a ampliação dos serviços da diálise peritonial (PPDA), na qual o paciente faz o tratamento sem precisar sair de casa.

A sessão contou com a exposição fotográfica “Escolher e Viver”, de André François, que retrata o tratamento e a busca por maior qualidade de vida por parte dos pacientes renais crônicos.

Exames gratuitos

Uma feira de saúde aberta ao público movimentou a Praça Municipal nesta quinta (11) para fortalecer a importância da prevenção da Doença Renal Crônica (DRC). Foram realizados gratuitamente exames que podem prevenir ou detectar precocemente a doença (testes de glicemia, exame de urina, controle da pressão arterial e peso). Hipertensão e diabetes estão entre as principais causas das complicações renais.

A nefrologista do Hospital das Clínicas, Katherine Brito, destacou a importância da prevenção. “Estamos fazendo um check-up, com entrevista clínica, avaliação nutricional e exames de sangue e urina”, diz a médica, lembrando que o objetivo é fazer com que o Dia Mundial de Prevenção da Doença Renal Crônica seja implantado no calendário das atividades da Secretaria Municipal de Saúde.

O coordenador do Laboratório de Análises Clínicas da Apae, Gildásio Carvalho, explicou que o exame de urina identifica a presença de proteína, um indício de deficiência renal. A feira contou com a participação de uma equipe multidisciplinar, formada por médicos, nutricionistas, enfermeiros, psicólogos e demais profissionais ligados à saúde.

Nesta sexta-feira (12) e sábado (13), Salvador sedia o 5º Congresso Nacional de Nefrologia, no Bahia Othon Palace Hotel, como parte das comemorações pelo dia mundial de prevenção da doença.




quarta-feira, 10 de março de 2010

IG Último Segundo

Número de casos de insuficiência renal dobrou em dez anos
Fila de transplante supera 30 mil pessoas e vagas na hemodiálise são insuficientes

Chris Bertelli, iG São Paulo 10/03/2010 06:00

Transplante: mais de 30 mil aguardam um rim
Aproximadamente 13 milhões de brasileiros apresentam algum grau de problema renal, segundo o mais recente levantamento da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN).

O número é duas vezes maior do que há dez anos. Desse total, 95 mil estão em estágio grave, dependendo de hemodiálise ou na fila do transplante, e os casos vêm crescendo a um ritmo de 10% ao ano.

O panorama da doença pode ser ainda mais delicado. “O número de pacientes é inferior ao que deveria ser identificado”, afirma Emmanuel Burdmann, presidente da SBN.

O aumento dos casos de diabetes e hipertensão, além de uma preocupação maior com o diagnóstico da doença, são os principais fatores que levaram a um incremento desses dados. “A doença já mata mais do que o câncer de mama”, afirma a nefrologista Carmen Tzanno Branco Martins, coordenadora do Comitê de Nutrição da SBN e diretora da clínica Renal Class.

Segundo dados da Sociedade de Nefrologia do Estado de São Paulo (Sonesp), 58 milhões de pessoas correm o risco de desenvolver algum tipo de problema no rim por pertencerem ao grupo de risco: têm histórico da doença na família, são idosos, obesos, diabéticos ou hipertensos. Essas duas últimas doenças, muito conhecidas dos brasileiros, respondem por 60% dos casos.

A insuficiência renal é uma doença silenciosa: quando o corpo dá sinais claros e visíveis de que algo está errado em geral o órgão já perdeu 50% de sua capacidade. Por este motivo, 70% das mortes por insuficiência renal acontecem antes mesmo do diagnóstico, conforme estudo da Fundação Pró-Renal, entidade filantrópica que dá assistência a pacientes crônicos.

O rim funciona como um filtro do corpo, removendo sais e outras substâncias que estejam em quantidade excessiva, como a água. Esse órgão, que tem o tamanho de um punho fechado, também é responsável pelo controle da pressão arterial e pela produção e liberação de glóbulos vermelhos pela medula óssea.

Faltam vagas e doadores

Outro fator que contribui para o alto índice de mortalidade da doença é a falta de vagas para a realização de hemodiálises. Seis mil pacientes por ano não têm acesso ao tratamento ambulatorial que seria fundamental para mantê-los vivos. “Noventa por cento da população com a doença fazem tratamento pelo Sistema Único de Saúde. E a quantidade de clínicas disponíveis é a mesma há muitos anos. Deveríamos estar fazendo hemodiálise em trezentas mil pessoas”, alerta Burdmann. “Com a hemodiálise, o paciente ganha tempo de vida. Ele pode esperar pelo transplante de forma mais tranqüila e mesmo se não der certo, pode voltar ao tratamento”, avalia a Carmen.

A máquina realiza o trabalho que deveria ser feito pelo órgão doente, enquanto o paciente aguarda por um novo rim. A fila de espera, no entanto, aumenta a cada ano. De acordo com o levantamento realizado no primeiro semestre de 2009 pelo Ministério da Saúde, 31.270 pessoas faziam parte dela. No mesmo período, foram realizados 1.237 transplantes.

É possível prevenir

Nem todo caso de doença renal leva o paciente à insuficiência. Por isso, a grande frente de batalha dos especialistas está na prevenção e no diagnóstico precoce. Diabéticos e hipertensos devem manter suas taxas controladas, a fim de evitar que um agravamento dessa doença possa levar à perda da função renal. Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Fundação Oswaldo Cruz e do Centro de Controle do Diabetes da Bahia conduziram uma pesquisa que revelou que 76% dos diabéticos não conseguem manter as taxas glicêmicas adequadas.

A recomendação dos médicos é a mesma para todos, inclusive para os que não têm essas doenças: a partir dos 55 anos, toda pessoa deve fazer exames de urina para detectar a presença ou não de albumina e também a dosagem da creatinina no sangue. Duas medidas simples que podem evitar a insuficiência e até a um quadro crônico.Quem faz parte do grupo de risco deve fazer esses exames já a partir dos 30 anos”, recomenda a nefrologista Carmen Tzanno.

Dia mundial do rim

Toda segunda quinta-feira do mês de março comemora-se o dia mundial do rim. Neste ano, a data será celebrada neste dia 11. A campanha de 2010 tem como tema “Proteja seus rins, controle o diabetes”, na tentativa de evitar que novos casos apareçam por conta desse problema, que é causador número 1 de doenças renais nos Estados Unidos. No Brasil, a diabetes é a segunda causa da insuficiência do rim, atrás apenas da hipertensão.


terça-feira, 9 de março de 2010

Estadão

segunda-feira, 8 de março de 2010, 17:21 Online

Seis britânicos se submetem a transplante cruzado de rins
Três pessoas precisavam de um rim e três parentes seus queriam doar, mas eram incompatíveis; transplante cruzado resolveu impasse.

Seis britânicos se submeteram simultaneamente a um procedimento cirúrgico incomum que realizou o transplante cruzado de três rins.

Teemir Thakrar, de 32 anos, Chris Brent, de 42, e Andrea Mullen, de 54, precisavam de rins novos.

Lynsey, mulher de Thakrar, Lisa Burton, irmã de Brent, e Andrew, marido de Mullen, estavam dispostos a ceder um de seus rins para salvar seus entes queridos. Porém, seus órgãos eram incompatíveis com os de seus parentes.

Para solucionar o impasse, os seis aceitaram fazer um transplante cruzado de rins, em que uma pessoa saudável doa seu órgão para um estranho em troca de seu ente receber um novo rim de um outro desconhecido.

Assim, Lynsey doou seu rim para Mullen, cujo marido doou para Brent. Já a irmã de Brent, Lisa, doou para Thakrar. Tudo ao mesmo tempo, às 9h da manhã do último dia 4 de dezembro.

Foi a segunda vez que uma doação cruzada tripla ocorreu na Grã-Bretanha, mas foi a primeira em que os envolvidos se dispuseram a aparecer em público para contar suas histórias.

"Eu não podia doar diretamente para Chris porque nós somos incompatíveis, mas desta forma eu pude ajudá-lo. Eu estava assustada no começo e um pouco incerta sobre esse banco de doadores, mas eu estou encantada porque todos estão se saindo bem e porque eu pude ajudar o meu irmão a melhorar", disse Lisa.

"No dia do meu casamento com Lynsey, eu tive de ir para casa à noite fazer diálise (...) Eu estou excitado com a possibilidade de fazer exercícios novamente e voltar à academia. Estou feliz em saber que outras duas pessoas também se livraram da diálise", comentou Teemir Thakrar.

Três transplantes simultâneos

Às 9h da manhã do dia 4 de dezembro de 2009, os três transplantes tiveram início. Depois de extraídos dos doadores, os três rins foram colocados no gelo e transportados para os receptores. Dois deles estavam em Londres, mas um deles estava em Edimburgo, na Escócia. Por isso, os órgãos tiveram de ser transportados de avião.

Segundo os médicos envolvidos, esse tipo de procedimento é complicado, primeiramente, por causa dessa questão logística. Além disso, todos os pacientes precisam estar em boas condições ao mesmo tempo para iniciar os transplantes. Se qualquer um deles não se sentir bem, as cirurgias precisam ser adiadas.

"A cirurgia foi um grande sucesso graças ao excelente trabalho em equipe dos três hospitais", disse Vassilios Papalois, cirurgião renal do Imperial College Healthcare, um dos três centros que realizaram os procedimentos.

"Andrea teve de passar por muita preparação antes desse transplante, então, sem essa operação tripla, que foi planejada com antecedência, seria pouco provável que ela conseguisse um órgão a partir da lista de pessoas falecidas", explicou Lorna Marson, cirurgiã responsável pelo transplante na Royal Infirmary de Edimburgo.

"É imperativo que olhemos para todas as opções e uma lista de doadores como essa proporciona aos pacientes uma chance muito melhor e os ajuda a se libertarem de uma vida presa à diálise", disse o cirurgião Geoff Koffman, do hospital Guy's and St Thomas, em Londres.

Segundo Papalois, nos Estados Unidos já são realizados transplantes cruzados envolvendo até doze pessoas.

Prática incomum

Esse tipo de transplante cruzado foi legalizado na Grã-Bretanha em 2006. Desde então, cerca de 20 procedimentos duplos foram realizados. Os dois primeiros triplos, incluindo o citado nesta reportagem, ocorreram no final do ano passado.

O governo britânico informa que, atualmente, cerca de 7 mil pessoas estão na lista de espera por um rim. O prazo de espera dura em média três anos.

"Nós esperamos que esse seja apenas o começo de coisas que estão por vir e que essa prática singular se torne possível em hospitais por todo o país", declarou um porta-voz do NHS, o sistema público de saúde da Grã-Bretanha. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

sexta-feira, 5 de março de 2010

FAXAJU


Saúde

Publicado em: 04/03/2010 06:46:18
Transplantes de córnea registram crescimento de quase 80% em um ano

“Senti uma sensação de alívio, porque a deficiência visual é uma prisão, onde se vive num mundo adverso. Poder enxergar e ter a visão total é uma sensação de liberdade muito grande”.
A declaração é do fisioterapeuta Breno Santiago Almeida, 27 anos, ao descrever o sentimento que teve após se submeter, em março do ano passado, ao segundo transplante de córnea e poder se livrar definitivamente de um problema que começou a se agravar aos 13 anos de idade.



O fisioterapeuta, que fez a primeira cirurgia em 2004, quando se submeteu ao transplante da córnea do olho esquerdo, foi um dos beneficiados com a agilização do processo de captação, decorrente da implantação do Banco de Olhos de Sergipe, em janeiro de 2009. A unidade funciona no ambulatório de retorno do Centro de Acolhimento e Diagnóstico por Imagem (Cadi), localizado no Centro Administrativo Augusto Franco, bairro Capucho, zona oeste da capital.


Em 2008, quando o Banco de Olhos ainda não existia, foram realizados 59 transplantes de córnea no Estado. No ano passado, foram 102, o que representa um aumento de quase 80%. “Tivemos 66 doadores com a captação de 132 córneas, que nos permitiu realizar esses 102 transplantes”, explica Benito Fernandez, coordenador da Central de Transplantes de Órgãos e Tecidos de Sergipe (CNCDO/SE), unidade vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Diretoria de Gestão de Sistemas.


Segundo ele, das 132 córneas captadas, cerca de 70% a 80% foram de pacientes que morreram por parada cardiorrespiratória no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), onde há a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT). O não aproveitamento das outras 30 córneas se deu por diversos fatores. “Algumas foram de pacientes que apresentaram sorologia reagente a doenças infectocontagiosas, como hepatites B e C, enquanto em outras havia deficiências no tecido, com poucas células”, diz Fernandez.


Êxito

Os dados apresentados por Sergipe vão na contramão das estatísticas nacionais. No final de fevereiro, o Ministério da Saúde divulgou que, apesar dos investimentos em transplantes aumentarem 343% em oito anos, no último balanço as cirurgias de córnea (tecidos) apresentaram leve queda de 1,76%. Em 2008, foram realizados no país 12.951 transplantes desse tipo contra 12.723 em 2009.


Para a secretária de Estado da Saúde, Mônica Sampaio, maior que o impacto numérico causado pelos dados apresentados por Sergipe é a importância desses transplantes na vida das pessoas. “Ampliar a captação de doadores e fazer a Central de Transplantes aumentar a sua produção é garantir uma nova possibilidade de vida àqueles que sofrem devido às limitações físicas congênitas ou provocadas”, destacou.


Banco de Olhos

Antes da unidade começar a funcionar em Sergipe, o tempo médio entre a captação da córnea, avaliação, processamento e o transplante era de 12 dias. “Com o Banco de Olhos, esse tempo foi reduzido à metade”, informa o coordenador da CNCDO/SE, acrescentando que a equipe que atua 24 horas na unidade é formada por seis enfermeiros, dois médicos e um atendente


Até o final de 2008, as córneas captadas em Sergipe eram avaliadas e processadas no Banco de Olhos do Distrito Federal. “Isso demandava muito tempo e contribuía para a redução da qualidade do tecido a ser transplantado”, explica Benito Fernandez. Depois do óbito, as equipes da CNCDO ou da CIHDOTT têm até seis horas para a retirada da córnea e mais 12 horas para preservá-la, podendo utilizá-la até 14 dias depois.


Doação
Além dos investimentos do governo na área, o aumento do número de doações depende do envolvimento dos profissionais que atuam nos hospitais e dos familiares. “Graças à solidariedade de 66 famílias, ampliamos em quase 80% o número de cirurgias no ano passado, em comparação a 2008”, ressalta o coordenador da CNCDO.


Vinculada à Diretoria de Gestão de Sistemas da SES, a Central de Transplantes é responsável pelo cadastro de pacientes na fila de espera e pela distribuição dos órgãos captados. “A participação dos profissionais de saúde é vital para o processo de detecção do potencial doador, assim como da família, que é quem autoriza a doação”, destaca Benito Fernandez.
O fisioterapeuta Breno Santiago, desde que se submeteu ao primeiro transplante, passou cinco anos na fila de espera por um novo doador. “Em abril de 2004, houve uma inflamação na córnea esquerda, que chegou ao ponto de romper, e tive que fazer às pressas uma cirurgia de urgência”, recorda. Desde a infância, em consequência de um problema genético, ele sofria com a perda progressiva da visão, problema que se agravou aos 13 anos.
“Depois dessa cirurgia, a primeira vez que enxerguei algo nítido com o olho esquerdo foi um ano e quatro meses depois, mas entre três e quatro meses após o transplante já pude voltar a fazer simples atividades diárias, como até mesmo transitar de carro”, lembra. Segundo ele, a segunda cirurgia, realizada no olho direito no ano passado e que lhe permitiu abandonar de vez o tratamento com lentes de contato, foi menos traumática.

terça-feira, 2 de março de 2010

Notícias ATX-BA

Ao ler o livro “C sua vida mudasse”, o recomendo como pessoa e presidente da ATX-BA para todos portadores ou não de Hepatite C, pois, de acordo com Dr. Raymundo Paraná que fez o prefácio do livro no Brasil “Trata-se de um instrumento educativo para médicos e pacientes de qualquer especialidade, mas, sobretudo, oferece uma história apaixonante, cujo desfecho é recompensador” e vai além “A amplitude do que é descrito neste livro e as conseqüências em cada um que surgiram de um paciente portador de hepatite C reforçam em cada um de nós a redescoberta de valores como cidadania, a compaixão e o compromisso humanitário”.

Kennedy lança livro sobre hepatite C para pacientes em São Paulo

“C sua vida mudasse” é o resultado da convicção de que a defesa de uma causa pode resultar em boas políticas na área de saúde. Neste livro, Christopher Kennedy Lawford, sobrinho do ex-presidente americano J.F. Kennedy e portador de hepatite C, e a médica Diana Sylvestre, presidente da Califórnia Hepatitis Alliance, dialogam com o leitor e contam as próprias experiências, discutindo os medos e as frustrações, o estigma social e outras dúvidas que surgem após o diagnóstico dessa doença crônica, trazendo informações médicas sobre os riscos, os exames médicos necessários, os tratamentos, etc. Ambos mostram como encarar as dificuldades e divulgar esses esclarecimentos, oferecendo esperança aos pacientes, amigos e familiares.

O lançamento do livro foi no dia 04 de dezembro 2009, onde Christopher Kennedy Lawford, sobrinho do ex-presidente norte-americano John F. Kennedy, lançou o livro “C sua vida mudasse” para pacientes e representantes de ONGs relacionadas, às 8h, no Hotel Renaissance, em São Paulo.

Promovido pelo Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite, o evento discutiu a recente incorporação do Programa epatites Virais pelo Ministério da Saúde, além de atualizar os pacientes sobre os tratamentos disponíveis em apresentação do Dr. Raymundo Paraná, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, e mostrar como a saga contra a doença motivou Christopher Kennedy a combater a falta de informação sobre a hepatite C. No Brasil, a doença atinge mais de 3 milhões de pessoas.

Assim como os pacientes brasileiros, Christopher Kennedy encarou seu próprio medo, o preconceito das pessoas, as escolhas e conquistou o sucesso com o tratamento. O livro, cuja versão original é registrada sob o título “Healing Hepatitis C”, intercala capítulos com relatos da história pessoal com detalhes sobre a luta contra a hepatite C ao lado de capítulos pontuados pela médica Diana Sylvestre, que traz o lado do especialista no trato com o vírus – ainda desconhecido à época do diagnóstico.

Na ocasião, pacientes e representantes de ONGs discutiram como a hepatite C deve ser encarada pelos próprios pacientes e sociedade. Para Christopher, ter hepatite C não é motivo de vergonha, e o diagnóstico pode salvar uma vida. “Você não precisa morrer de hepatite C se não quiser”, afirma Christopher no livro.

O evento contou ainda com o apoio da Aliança Independente de Grupos de Apoio, AIGA (da qual a ATX-BA faz parte), Sociedade Brasileira de Hepatologia, Fórum de Patologias do Estado de São Paulo (FOPESP), Hotel Renaissance e Roche Brasil.

Sobre Christopher Kennedy Lawford: Christopher é filho da irmã do ex-presidente americano John F. Kennedy, Patrícia, com o ator Peter Lawford. Nascido na Califórnia cresceu em meio à vida de Hollywood e ao mundo da política. Bacharel em Artes pela Tufts University e em Direito pela Boston College Law School, Christopher possui mestrado em Psicologia Clínica pela Harvard Medical School e trabalhou mais de 15 anos em Hollywood como ator, advogado, executivo e produtor. Também atuou como executivo do The Democratic National Committee, no The Community Action for Legal Services Agency, e no escritório do senador Edward M. Kennedy, além de trabalhar em campanhas políticas. Atualmente, Chris trabalha com ações sem fins lucrativos na Fundação Joseph P. Kennedy Jr., The Special Olympics e The Center on Addiction and Substance Abuse na Universidade de Columbia. Ele também atua como consultor público do Caron Treatment Centers e é disseminador internacional em campanhas sobre Hepatite C.

Márcia Chaves
ATX-BA

segunda-feira, 1 de março de 2010

Vida e Saúde

segunda-feira, 1 de março de 2010, 12:32 Online

Brasil avança na área de transplantes de órgão, diz associação
Segundo a ABTO, há Estados brasileiros com números comparáveis ao dos melhores países do mundo
Agência Brasil

Arquivo AE
Questão da morte encefálica ainda é uma das principais barreiras para os transplantes

BRASÍLIA - O Brasil está progredindo na área de transplante de órgãos e hoje é reconhecido internacionalmente pelo trabalho que desenvolve, segundo o presidente da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), Ben-Hur Ferraz Neto.

Doação de órgãos no Brasil cresce 26% em 2009

"Hoje, o país é reconhecido internacionalmente pela sua participação nessa área. Há estados com números comparáveis ao dos melhores países do mundo", disse, em entrevista à Rádio Nacional. "Uma das coisas boas desse programa é que ele é subsidiado, na sua totalidade, pelo Sistema Único de Saúde (SUS)."

Apesar do progresso, ressaltou o presidente da ABTO, há um longo caminho a percorrer, já que algumas regiões ainda encontram dificuldades para realizar os transplantes. "A gente está no caminho certo. No entanto, ainda tem muita coisa a ser feita. A gente tem diferenças regionais muito grandes. Há regiões onde é muito difícil o serviço de transplante de órgãos."

De acordo com Ferraz, muitas pessoas ainda têm resistência em autorizar a doação de órgãos por achar que a morte encefálica é algo reversível ou por pensar que o parente pode estar em de coma ou em estado vegetativo.

"É importante que as pessoas entendam que a morte encefálica é uma morte como outra qualquer. O diagnóstico da morte encefálica é extremamente rigoroso. A legislação brasileira é uma das mais rigorosas do mundo. Não há nenhuma possibilidade de haver erro nesse diagnóstico."

Segundo o médico, um doador em morte encefálica pode salvar mais de dez pessoas. Ele lembrou que somente a família pode autorizar a doação de órgãos.
estadao.com.br

Correio Brazilienze

Brasil avança na área de transplantes de órgão, diz presidente de associação
Agência Brasil
Publicação: 28/02/2010 15:33

O Brasil está progredindo na área de transplante de órgãos e hoje é reconhecido internacionalmente pelo trabalho que desenvolve, segundo o presidente da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), Ben-Hur Ferraz Neto.
“Hoje, o país é reconhecido internacionalmente pela sua participação nessa área. Há estados com números comparáveis ao dos melhores países do mundo”, disse, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional. “Uma das coisas boas desse programa é que ele é subsidiado, na sua totalidade, pelo Sistema Único de Saúde [SUS].”

Apesar do progresso, ressaltou o presidente da ABTO, há um longo caminho a percorrer, já que algumas regiões ainda encontram dificuldades para realizar os transplantes. “A gente está no caminho certo. No entanto, ainda tem muita coisa a ser feita. A gente tem diferenças regionais muito grandes. Há regiões onde é muito difícil o serviço de transplante de órgãos.”

De acordo com Ferraz, muitas pessoas ainda têm resistência em autorizar a doação de órgãos por achar que a morte encefálica é algo reversível ou por pensar que o parente pode estar em de coma ou em estado vegetativo.

“É importante que as pessoas entendam que a morte encefálica é uma morte como outra qualquer. O diagnóstico da morte encefálica é extremamente rigoroso. A legislação brasileira é uma das mais rigorosas do mundo. Não há nenhuma possibilidade de haver erro nesse diagnóstico.”

Segundo o médico, um doador em morte encefálica pode salvar mais de dez pessoas. Ele lembrou que somente a família pode autorizar a doação de órgãos.