segunda-feira, 18 de abril de 2016

ATX-BA - UTILIDADE PUBLICA - VALORIZAÇÃO DA VIDA.


        Captação de órgãos para transplantes pode parar na Bahia
Postada em 12/04/2016 às 20:57:00

A valorização da vida é um princípio humano fundamental que deve ser compartilhado por todos na sociedade. Já vimos diversas campanhas para doação de órgãos que sensibilizam a população e alcançam grandes resultados. Na Bahia, porém, não é isso que está acontecendo. Os médicos da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos enfrentam graves dificuldades de estrutura, condições de trabalho e, mais recentemente, de redução dos salários.

Essa foi a gota d’água de uma situação praticamente insustentável, que vem se agravando. A Central de Órgãos está com equipamento defasado. Os computadores são obsoletos, não tem sequer aparelho de fax e a internet, quando funciona, é tão lenta que não reponde pela demanda entre a vida e a morte que os profissionais encaram no dia a dia do serviço.

Fora da lei

O governo do Estado, desde novembro, cortou o adicional de insalubridade de várias carreiras médicas, entre elas a dos captadores de órgãos, responsáveis pela base de todo o sistema de transplantes da Bahia. A insalubridade desses profissionais é prevista em lei, por atenderem diretamente os pacientes e fazerem a supervisão do protocolo de morte encefálica, para manutenção de potenciais doadores.

O corte salarial foi questionado através de processo administrativo, mas seis meses se passaram sem que a Secretaria de Saúde sequer se dignasse a responder quando ou mesmo se vai regularizar os salários. Empacou na burocracia. O problema também foi levado ao Ministério Público. Os médicos avisam que, se dentro de 15 dias não houver uma solução, podem entrar em greve, paralisando totalmente os transplantes no Estado.

No final do ano passado, houve um repasse de verbas para a Central de Captação, proveniente do programa de Tratamento Fora de Domicílio (TFD), que consiste em garantir o encaminhamento do usuário para tratamento médico a ser prestado em outra localidade, quando esgotados todos os meios de atendimento onde reside. Até hoje, porém, não se sabe o que foi feito desses recursos, porque a estrutura da Central se deteriora a cada dia.

Colapso iminente

O trabalho de notificação e captação de órgãos, por exemplo, no HGE, enfrenta tantas deficiências que é frequente equipes de outros estados virem à Bahia buscar os órgãos disponíveis porque a Sesab não dá estrutura para os transplantes nos pacientes daqui. Falta até gelo para conservação do que é captado pela Central.

Segundo os médicos, é comum que equipes de Pernambuco, Ceará, Brasília, São Paulo e até do Rio Grande do Sul venham buscar órgãos na Bahia para os transplantes em seus estados de origem. A infraestrutura daqui não sustenta a conservação adequada, nem transporte ou gerenciamento de informação para garantir o direcionamento regional dos órgãos. A situação é tão grave que no último mês de março, apenas oito córneas foram captdas na Bahia.

Até mesmo a entrevista com os familiares dos possíveis doadores é feita em ambiente inadequado, sala minúscula, sem climatização, com grande desconforto para os profissionais e as pessoas que naquele grave momento precisam tomar decisões difíceis e com rapidez suficiente para salvar outras vidas.

FONTE:http://www.sindimed-ba.org.br/2011/noticias/3472-capta%C3%A7%C3%A3o-de-%C3%B3rg%C3%A3os-para-transplantes-pode-parar-na-bahia.html

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