Atraso no fornecimento de remédio para transplantados deixa pacientes com medo
Foto: Reprodução/Google Street View
Pacientes de Salvador que já realizaram transplantes sofrem, há mais de dois meses, com a falta de um dos medicamentos indicados para diminuir a rejeição aos órgãos, a ciclosporina. O remédio é imunossupressor - reduz a possibilidade de o organismo da pessoa recusar o órgão transplantado. O fornecimento da medicação, disponível em diferentes dosagens, deve ser feito pelo governo estadual. A Associação de Pacientes Transplantados da Bahia (ATX-BA) recebeu muitas reclamações de quem não pode custear o medicamento, que pode levar ao gasto mensal de até R$ 1.800.
A presidente da ATX-BA, Márcia Chaves, informa que a ciclosporina começou a faltar no dia 17 de janeiro deste ano, depois de ter sido observada carência também em setembro do ano passado. "Entramos com uma ação civil no [Ministério Público da Bahia]. O promotor entrou com uma ação contra o Estado, obrigando a fornecer o remédio, porque a falta do medicamento vai levar à morte do paciente", explica.
O promotor do Grupo de Atuação Especial em Defesa da Saúde (Gesau) do Ministério Público da Bahia, Luciano Taques, acompanha o caso. "Solicitamos ao Estado informações e verificamos, de acordo com a resposta da Secretaria Estadual de Saúde, e, sob a ótica do Ministério Público, que não estava havendo o fornecimento aos pacientes que necessitam desse medicamento", afirma. O promotor informou que o Gesau entrou com uma ação, tendo em vista que o fornecimento da medicação é urgente e deve ser feito de maneira ininterrupta, sob pena de graves riscos à vida dos pacientes transplantados. "[A ação] foi ajuizada no dia 17 de março e estamos aguardando o juiz se manifestar", informa.
Estado garante regularização
O paciente João Marcos Barreto fez transplante de rim há dois anos e recebia o medicamento no Hospital Ana Nery. "Estou há dois meses sem remédio. Liguei para lá e estão sem previsão de chegar. Eles falam que é o governo que manda. E aí, o transplantado é que sobra", reclama.
O coordenador de Planejamento da Secretaria de Saúde (Sesab), Lucas Andrade, diz que o estado já buscou regularizar a situação. "A gente mudou a sistemática do planejamento para que não aconteça novamente. Para manter um estoque regulador", defendeu. Ele informa que, no final do ano passado, houve aumento da demanda do remédio e o governo precisou captar recursos para comprá-lo.
FONTE:http://www.metro1.com.br/atraso-no-fornecimento-de-remedio-para-transplantados-deixa-pacientes-com-medo-2-60638,noticia.html
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