Comissão de Saúde da ALBA discute a situação dos transplantados da Bahia
A situação dos
pacientes transplantados do estado da Bahia foi acompanhada por mais de
quatro horas em audiência pública, que aconteceu na manhã desta
terça-feira (8), na Assembleia Legislativa da Bahia. A
falta e o atraso na entrega de medicamentos, ineficiência na inscrição
para fila de espera para transplante e a discriminação em clínicas
prestadoras de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) foram alguns dos
pontos abordados na ocasião.
O autor do requerimento
para a concretização do encontro é o deputado estadual e presidente da
Comissão de Saúde e Saneamento do parlamento baiano, José de Arimatéia
(PRB), que como parlamentar garantiu intensificar os trabalhos no setor a
fim de que os transplantados tenham outra realidade em seu cotidiano.
“Alguns dos problemas
levantados aqui não eram do conhecimento das autoridades presentes. Está
aí a importância dessa audiência pública. A partir de agora vários
encaminhamentos serão feitos para que esses pacientes não continuem tão
angustiados e correndo até risco de morte”, declarou Arimatéia,
ressaltando a importância de se criar mensalmente ações de educação e
campanhas de conscientização sobre a doação de órgãos.
Em
meio às sérias denúncias, a professora Telma de Novais Coelho, relatou
que está há seis anos aguardando o transplante de rim e ainda foi
impossibilitada de realizar o tratamento de hemodiálise na clínica
localizada no bairro de Itapuã, em Salvador.
“É uma luta porque saí da
cidade de Maracás e vim morar na capital baiana em busca de um
tratamento de saúde eficiente, e uma assistente social de prenome
Gabriela me informou que eu não mais poderia fazer meu tratamento porque
as clínicas não estavam sendo pagas pela prefeitura. Além disso, ela
ainda me comunicou que a fila de espera para transplante estava
suspensa. Não posso continuar nessa situação”, reivindicou Telma.
Segundo informações do
superintendente da Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab), Alfredo Boa
Sorte, todos os entraves serão totalmente direcionados para auditoria do
Sistema Único de Saúde (SUS), além de transmitidas ao secretário
Estadual de Saúde, Jorge Solla. “Todas as denúncias expostas aqui serão
analisadas de forma plena. Estou analisando ainda a possibilidade de
inserir o transplantado no Programa Medicamento em Casa”, garantiu.
A presidente da
Associação dos Pacientes Transplantados da Bahia (ATX-BA), Márcia
Chaves, fez uma explanação sobre a situação do transplante e do
transplantado na Bahia, e em seguida classificou a falta de medicamento
como a situação mais grave para o paciente continuar vivendo.
“Justificativa tem para
tudo, mas quando se fala em falta de medicamento não tem argumento.
Saibam de uma vez por todas que o tratamento pós-transplante é
fundamental. Se o tratamento é interrompido o transplantado corre o
risco de ter o órgão ou tecido rejeitado e morrer”, disse Márcia.
O presidente da Comissão
de Saúde vai encaminhar a ata da reunião à Sesab e fazer uma série de
encaminhamentos para a resolução dos problemas mencionados. Também
participaram da audiência a presidente da Comissão de Biotecnologia e
Biodireito da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Jane Miranda; do
diretor da Assistência Farmacêutica da Sesab, Lindenberg Costa; da
vice-presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia
(Cremeb), Tereza Maltez; do representante do Conselho Estadual da Saúde,
Marco Barroso; e da subsecretária da Saúde de Salvador, Deise Barbosa.
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