segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Notícias ATX-BA

27 de SETEMBRO "DIA NACIONAL DO DOADOR DE ÓRGÃOS E TECIDOS" 

Um transplante, muitas vezes, é a única solução para sanar uma falha irreversível do rim, fígado, coração, pulmão, córneas, ou de outra parte do corpo. Se esta é a sua situação ou de alguém que você gosta, é muito importante saber que, cada vez mais, a melhor rota de resgate de pessoas em fase terminal ou cronicamente incapacitadas é através do transplante.

Mesmo esta não sendo sua situação, acreditamos que também seja importante saber que o transplante, muito além de uma intervenção médica, é a terapia que mais mobiliza emoções e atitudes de boa vontade de muitas pessoas ao mesmo tempo. Esta prática somente é possível com os avanços da medicina, que a torna viável e com a participação de um personagem fundamental: o doador.

Por mais evoluída que seja a tecnologia médica disponível e o funcionamento da estrutura hospitalar, não existe transplante sem o envolvimento da sociedade em todas as etapas do processo: quer seja no apoio às campanhas de esclarecimento público e de estímulo à doação de órgãos, no acompanhamento e controle das listas de espera, quer seja na compreensão e aceitação - desde que obedecidos os limites das fronteiras da bioética - dos avanços científicos que beneficiam a humanidade.

Ao falarmos do envolvimento da sociedade não estamos nos referindo a algo abstrato. Estamos falando de nós próprios, pois somos nós, em última instância, os doadores de órgãos.

Existem poucas situações mais angustiantes do que esperar por um transplante. A lista formada pelas pessoas que precisam de um transplante para voltar a ter uma vida normal, ou para sobreviverem, não pára de crescer. E cresce também, felizmente, a quantidade de doadores. Estima-se que no Brasil esse crescimento seja da ordem de 20% desde que entrou em vigor a atual “lei dos transplantes”, como resultado de várias medidas do poder público no que diz respeito à organização do sistema de captação de órgãos, treinamento dos profissionais e financiamento dos procedimentos. Atualmente, mais de 80% dos transplantes são pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), através do Fundo Nacional de Transplante. Esse aparente privilégio concedido a uma terapia é necessário, porque os transplantes constituem da boa vontade da sociedade para que ela própria seja beneficiada.

A despeito do mencionado crescimento do número de doadores, é preciso que esse número seja ainda maior, porque, como já foi dito, a “fila” de espera não pára de crescer. Existem pedras no caminho. Por um lado, a cada ano no Brasil seria possível a alocação de dez mil potenciais doadores, mas menos da metade chega ao conhecimento das Centrais de Transplantes. Por outro, para uma importante parcela dos potenciais doadores, as Centrais de Transplantes recebe um NÃO dos familiares.

Sub-notificação da Morte Encefálica e negativa familiar são as principais pedras no caminho dos transplantes.

A remoção desses entraves não depende apenas de leis e de financiamento. Depende de um intenso e contínuo trabalho de educação e informação de toda a sociedade, sem deixar de contar com o incentivo para atitudes de boa vontade de todos, em especial dos profissionais da área de educação, principal elo da cadeia doação-transplante.

Neste sentido, ser doador é um ato de boa vontade que não significa apenas permitir que uma parte de nós, seja em vida ou depois da morte, passe a integrar o corpo de outrem. É também doar as nossas aptidões pessoais e profissionais para tornar a vida - através dos transplantes – possível.

A pessoa que, consciente e espontâneamente, toma a decisão de doar uma parte do seu corpo em vida à outra pessoa querida, ou de destina, após a morte o seu coração, fígado, pulmão, rim, etc., para um desconhecido está praticando um ato de generosidade que transcende os limites do compromisso ou dever formal.

Em nome da Associação de Pacientes Transplantados da Bahia (ATX-BA), nós pacientes transplantados queremos agradecer  aos "DOADORES", que doaram "VIDA" e "QUALIDADE DE VIDA" à milhares de pessoas

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