quarta-feira, 30 de setembro de 2009

iBahia.com

Doação: falta de banco de tecidos aumenta fila
29/09/2009 - 23h19m

*Da Redação, com informações do BATVredacao@portalibahia.com.br

No Hospital Roberto Santos funciona o único banco de olhos da Bahia

Quem precisa de um transplante de órgão ou tecidos, como ossos e pele, sabe: vai ter que esperar muito tempo na fila. Especialistas afirmam que em alguns casos, o número de transplantes poderia ser 20 vezes maior se o estado tivesse um banco de tecidos. Um problema que deve melhorar a partir do ano que vem.
Mas para aumentar o número de transplantes é preciso enfrentar outra barreira: conseguir a autorização da família do possível doador. No banco de córneas do estado, em 70% das vezes os médicos recebem resposta negativa.
No Hospital Roberto Santos funciona o único banco de olhos da Bahia. As córneas doadas são selecionadas e preparadas para transplante. Este ano, as doações ainda não chegaram a 200. Pouco para uma fila de espera com 1.800 pacientes de todo o estado.
‘Nossa resposta positiva [das famílias doadoras] é em torno de 20% a 30% só’, calcula Márcia Souza, coordenadora de banco de olhos.
Dona Amália ficou mais de um ano na fila, mas a espera foi compensada pelo sucesso da cirurgia. ‘Eu tenho sentimento de agradecimento de uma pessoa ter feito essa doação. Eu acho que é muito importante’, comemora a funcionária pública Amália Borges.
A situação de quem precisa de um transplante de pele, ossos ou válvulas cardíacas, por exemplo, é mais complicada. Como a maioria dos estados brasileiros, a Bahia não possui bancos que ofereçam essas partes do corpo. Os hospitais baianos são obrigados a mandar buscar esses tecidos em outras regiões do país.
Os transplantes de ossos são indicados para casos de câncer, quando há a necesssidade de retirar a parte afetada pela doença, e também para recompor ossos perdidos em acidentes ou substituir próteses de platina nos joelhos e quadris.
‘Eu acredito que o banco de ossos hoje funcionando nós teríamos em torno de dois mil a três mil transplantes por ano. Hoje nós realizamos em torno de 100 transplantes’, analisa o médico Gildásio Daltro.
Esperança - Um banco de tecidos deve ser inaugurado no estado até o meio do ano que vem. Na Bahia, quase quatro mil pacientes aguardam na fila por um transplante. Em Feira de Santana, profissionais da área de saúde estão sendo capacitados para convencer as famílias a fazer a doação.
Só em uma clínica particular de Feira de Santana, 380 pacientes sofrem de insuficiência renal. Trezentos e treze estão na lista estadual de espera do transplante.
‘Só confiando em Deus que um dia eu vou conseguir’, conta a lavradora Maria José Silva, paciente na fila de doações.
‘A gente tenta dar um suporte multiprofissional para eles na parte médica, enfermagem, nutricionista, psicólogos para que, de certa forma, eles tenham um bem estar e consigam suportar a diálise, que é um tratamento dispendioso’, afirma o médico Cassiano Braga.
A fila de transplantes não anda porque muitas famílias não permitem a doação de órgãos de pacientes com diagnóstico de morte encefálica. Só esse ano, no Hospital Geral Clériston Andrade, sete casos de morte encefálica foram registrados. Em nenhum desses casos a família permitiu a doação de órgãos.
Para discutir o assunto e capacitar profissionais, um seminário reuniu estudantes, enfermeiros, fisioterapeutas e médicos.
‘São essas pessoas que vão ter contato com a família para esclarecer o que é morte encefálica e qual a importância de doar’, explica a enfermeira Maristela Freitas.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O POVOonline

Transplantados chamam atenção para doação de órgãos
Os mitos em torno da doação de órgãos diminuem, dizem médicos e transplantados. Mas ainda é preciso falar sobre o assunto.
Caminhada na Beira Mar mostrou o poder da doação
Mariana Toniattimariana@opovo.com.br 28 Set 2009 - 00h45min
Eles sabem a data e a hora precisa do transplante. ``Faz um ano e dois dias``. ``Foi no dia 8 de novembro de 1995``. ``1h15min eu estava pronta``. É como um segundo aniversário. Naquele instante começa uma nova vida. ``Muda tudo``, resume Fábio de Oliveira Costa, 39, transplantado há seis meses. Com um novo rim, os cinco anos de hemodiálise ficaram para trás. ``Agora converso com meus amigos, digo da importância da doação e faço questão de estar aqui``, diz Fábio. Ele percorreu a avenida Beira Mar, do começo até a Praça dos Estressados, acompanhando a Caminhada Pela Doação, parte da XI Campanha Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos, realizada ontem de manhã. Abilenes Gomes Duarte, 32, também foi.
Com um novo coração há um ano, ela ainda chora, mas agora de alegria, ao contar sua história. ``Cada respiração, cada passo que dava dentro da UTI era como se estivesse começando tudo de novo. Como se tivesse nascido de novo mesmo``, conta. A doença de Chagas inchou seu coração até Abilenes não ter forças para comer e tomar banho. Hoje, tudo é prazer e festa. A amiga Sivone de Souza Barbosa, 35, também ``tem sua vida de volta``. Depois de três anos tentando curar o coração lesionado durante a gravidez, o transplante foi a única saída. Com um mês na fila, ``nas últimas``, como conta o marido Adailton Barbosa, 34, ela recebeu o órgão. ``Hoje tenho uma vida regrada, nada de sal, açúcar, essas coisas que todo mundo deveria fazer e não faz, mas cuido da casa, do marido e da filha``. As pessoas não acreditam que Sivone passou por um transplante de coração. Na fila do banco, para evitar aglomerações, ela tem que provar mostrando a carteirinha de transplantada. As histórias de superação se repetem. Lucineide Ferreira, 42, nasceu de novo há 14 anos ao receber um rim da irmã depois de 12 anos na fila.
O médico João David de Souza, coordenador do Transplante Cardíaco do Hospital de Messejana, concorda com Lucineide. As campanhas de conscientização e as reportagens veiculadas na imprensa ajudaram a desmistificar a doação e a aumentar o número de transplantes realizados. ``O problema é a dificuldade de identificar o doador nos hospitais de trauma``, diz João David. Faltam pessoal e equipamento para identificar e manter o doador até a captação.
E-Mais >Das 159 pessoas que esperam por um transplante de fígado hoje no Ceará, 57 são portadoras de hepatite C.
Como a doença é assintomática - pode passar 20, 30 anos sem se manifestar - o paciente, em muitos casos, nem sabe que é portador. Quando descobre, a hepatite já avançou, causando danos mais sérios como cirrose ou câncer de fígado.
> Descoberta cedo, a hepatite tem tratamento e cura. Agrimeire Leite, do Grupo ABC de Apoio ao Portador de Hepatite, tratou com medicamentos uma hepatite B e há cinco anos ficou boa. Participando da caminhada ontem, ela aproveitou para reiterar a importância de manter em dia os exames que fazem o diagnóstico da hepatite. ``E é bom reforçar também a importância de se vacinar contra a hepatite B que pode ser também sexualmente transmissível``, lembra. A vacina gratuita é aplicada em três doses.
FILA >Córnea: 654
>Coração: 10
>Fígado: 159
>Rim: 283
>Medula Óssea: 29
Total: 1.135

domingo, 27 de setembro de 2009

Portal da Saúde

25/09/2009 , às 14h33


Transplantes de órgãos crescem 24,3%

Aumento é relativo ao número de procedimentos realizados com órgãos de doadores falecidos no primeiro semestre de 2009 em relação ao primeiro semestre de 2008. Ministério da Saúde lança campanha neste domingo para ampliar doações.

Dados mais recentes do Ministério da Saúde mostram que o número de transplantes de órgãos realizados em todo o país, com doador falecido, subiu 24,3% no primeiro semestre de 2009 em comparação com o mesmo período de 2008.

Entre janeiro e junho de 2009, foram feitos 2099 transplantes de órgãos. Em 2008, no mesmo período, foram 1688. Nesse mesmo intervalo, houve crescimento nacional da quantidade de transplantes de rim de 30,28% (ver tabela abaixo). O transplante de fígado aumentou 23,17%.

Para ampliar ainda mais essas estatísticas e sensibilizar a população para a importância de informar os familiares e amigos sobre a intenção de ser doador, o Ministério da Saúde lança, neste domingo (27), a Campanha Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos.Tendo a conversa como tema, a campanha mostrará a importância de comunicar aos familiares a decisão de se tornar um doador. As peças publicitárias esclarecem que uma pessoa não precisa deixar nada escrito, mas simplesmente comunicar sua família a intenção de ser um doador. Com o slogan “A vida é feita de conversas. Basta uma para salvar vidas”, a nova campanha de doação de órgãos começa a ser veiculada no domingo (27) nas televisões e rádios de todo o Brasil.

A grande ação voltada para o aumento no número de doações no país vai começar com partidas de futebol de areia no Rio de Janeiro. Cinco times vão disputar o jogo na Praia de Ipanema, no campo de areia do Posto 10, a partir das 9h. Uma das equipes é formada exclusivamente por pessoas que passaram por transplantes de órgãos. A atriz da novela global Danielli Haloten - a personagem Anita, de Caras e Bocas - é uma das protagonistas da campanha. Danielli, que é deficiente visual, passa a mensagem que não é necessário deixar nenhum documento por escrito, nem uma guia ou mesmo usar a linguagem Braile para deixar claro sua vontade de doar órgãos. Basta usar as palavras ou os gestos para declarar sua vontade.

“De 2004 a 2008, dobramos o nosso gasto com transplantes, mas, além de recursos materiais, precisamos do bem mais valioso e mais escasso, que são os órgãos doados. Por isso, reforçamos a necessidade da população se engajar na campanha, não somente autorizando a doação, mas também exercendo seu direito de informação e decisão sobre este assunto perante a morte de um familiar”, afirma Rosana Nothen, coordenadora do Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Em 2004, o gasto com transplantes foi de R$ 409,4 milhões e, quatro anos depois, atingiu R$ 824,2 milhões.

Muitas vidas têm sido salvas a cada ano no Brasil. No entanto, ainda há muito há ser feito. O balanço de transplantes de córneas, que não está incluso no de órgãos, mostrou leve queda de 2,33% no primeiro semestre de 2009 frente ao mesmo período de 2008. Os transplantes de coração caíram 2,04% e o de pulmão,15,38%.

A quantidade de transplantes de córneas realizados caiu percentualmente porque alguns estados, como São Paulo e Mato Grosso do Sul, conseguiram zerar a lista de espera para córnea e, dessa forma, diminuíram a demanda reprimida de pacientes que necessitavam de córneas. Assim, reduziu-se a quantidade de transplantes. Isso não significa que não há pessoas esperando, já que as inscrições são constantes, mas os pacientes conseguem receber suas córneas com tempo de espera pequeno de, aproximadamente, um mês.

No caso de coração e de pulmão, a queda ocorre devido a impeditivos, como o tempo de isquemia e as condições de manutenção do doador, ou seja, eles resistem menos tempo sem circulação e oxigenação. “Quanto mais tardia a constatação da morte encefálica, mais complicado é o aproveitamento de todos os órgãos, mas sabemos que coração e pulmão acabam sendo os mais prejudicados pela demora no diagnóstico”, afirma Rosana. Estatísticas internacionais estimam que a chance de utilização dos órgãos de cada doador é em torno de 70 a 80 % para os rins e fígado; de 20% para o coração e de 15% para os pulmões.

ESPERA
A lista de espera por um transplante no Brasil diminuiu 1% entre dezembro de 2008 e julho deste ano, quando 63,8 mil pessoas aguardavam por um transplante no país. No fim do ano passado, era de 64,4 mil pessoas. O aperfeiçoamento dos processos de gestão das centrais estaduais tem participação nesta redução, à medida que a listas têm sido atualizadas e pacientes recadastrados. O volume de transplantes de córneas realizados no estado de São Paulo também fez a lista geral de espera diminuir. Só no primeiro semestre deste ano, foram 2.948 córneas transplantadas apenas nos hospitais paulistas. No Brasil, foram 6.151 procedimentos desse tipo. “Aumentar o número de doadores é o grande objetivo a ser perseguido para equacionar melhor as demandas por transplantes”, diz Rosana Nothen.
O Brasil ainda apresenta uma quantidade pequena de doadores por morte encefálica por milhão de população (pmp). Em 2008, a cada 1 milhão de brasileiros, havia 7,2 doadores nessa situação. No México, essa taxa era de 3,1 pmp e, na Venezuela, de 3,3 pmp. Na Argentina, a proporção era de 13,1 pmp e, em Cuba, de 16,6 pmp. Nos Estados Unidos, o índice era de 26,3 pmp, na França, de 25,3 pmp e, na Espanha, de 34,2 pmp.

RECURSOS
– O Brasil tem obtido uma melhora expressiva na quantidade de transplantes graças aos investimentos feitos pelo Ministério da Saúde nessa área. Entre 2004 e 2008, os gastos com transplantes aumentaram 101,34%, passando de R$ 409,4 milhões, em 2004, para R$ 824,2 milhões, em 2008. O SUS financia todos os procedimentos relativos aos transplantes, desde os exames para inclusão em lista de espera até o acompanhamento pós-transplante. O SUS fornece também toda a medicação imunossupressora, necessária por toda a vida dos pacientes que se submetem aos procedimentos. “Poucos países no mundo têm uma política de atenção ao paciente já transplantado que garanta toda assistência, inclusive o fornecimento da medicação imunossupressora”, afirma Rosana.
A ampliação em 280% do número de unidades habilitadas para a realização de transplantes em 10 anos também contribuiu para a melhora das estatísticas. Em 1999, eram 140 unidades autorizadas a realizar transplantes. Em 2009, esse número saltou para 532. Além disso, o treinamento dos profissionais ajudou a ampliar a quantidade de doações. De 2000 a 2009, foram realizados 45 cursos de capacitação com a participação de 3.334 profissionais da área de doação para transplantes.
MEDULA – O Brasil já ultrapassou a marca de 1 milhão de doadores de medula, tornando-se o terceiro maior banco de dados do gênero no mundo fica atrás apenas dos registros dos Estados Unidos (5 milhões de doadores) e da Alemanha (3 milhões de doadores). De 12 mil doadores em 2000, o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) evoluiu até 24 de setembro para 1.267.880 doadores inscritos. Dos transplantes de medula realizados em 2000, apenas 10% dos doadores foram brasileiros localizados no Redome. Em 2009, esse percentual passou para 70%. O Redome está integrado ao banco de dados dos Estados Unidos e o Brasil planeja fazer um cadastro comum com os países do Mercosul. “Esse integração é fundamental para atender os pacientes que não têm doadores compatíveis na família”, avalia Rosana. “Apesar de tudo o que foi feito para desenvolver o Redome, ainda achamos apenas 54% dos doadores necessários. É preciso trabalhar com diversidade étnica para que o registro espelhe a representatividade genética da população”, diz Rosana.
CÓRNEA– No primeiro semestre deste ano, foram realizados 6.151 transplantes de córnea no Brasil. Esse tipo de procedimento ocorre em maior quantidade que o de órgãos por diversos motivos. As córneas, os tecidos e ossos podem ser captados de um doador com o coração parado (já não bate coração e nem respira) até seis horas após sua morte, enquanto os órgãos sólidos necessitam necessariamente ser retirados de doadores em morte encefálica (coração batendo e respirando com auxílio de máquinas). Além disso, cada doador pode doar duas córneas. A córnea dura até 14 dias após processada em Banco de Tecidos, enquanto os órgãos sólidos duram algumas horas em isquemia (fora do corpo). O coração e o pulmão, por exemplo, podem ficar somente quatro a seis horas fora do corpo, o fígado, 12 a 18 horas e os rins, 24 a 36 horas. Outra razão é que a cirurgia de córnea pode ser realizada em ambulatórios sem que os pacientes precisem ficar internados de um dia para o outro.
Outras informações Assessoria de Imprensa (61) 3315 3580 mailto:jornalismo@saude.gov.br

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

CORREIO BRAZILIENSE

Dia Nacional do Doador de Órgãos é lembrado neste domingo
Cecília de Castro
Publicação: 23/09/2009 17:04 Atualização: 23/09/2009 17:04

A doação de órgão é um ato de amor e solidariedade. A frase parece batida, mas o gesto pode devolver a esperança para muitas famílias. Só no Brasil, quase 60 mil pessoas, entre ativos e semi-ativos, aguardam na fila por um transplante. A maioria dos pacientes espera por uma nova córnea e um novo rim, juntos eles totalizam 53.997.
Os dados são do Ministério da Saúde, e se referem ao 1º semestre de 2009. No Distrito Federal, cinco pessoas esperam por um coração, 216 uma nova córnea e 232 um rim. "Se tivéssemos esses órgãos hoje, esses pacientes estariam prontos para serem transplantados", afirma a coordenadora da Central de Capacitação de Órgãos do Distrito Federal, Daniela Salomão.
Outros três pacientes aguardam um coração, 810 uma córnea e 315 um rim, esses são classificados como semi-ativos. "São os pacientes não prontos, se tivesse um órgão disponível hoje eles não teriam condições de receber. Esses não estão em condições clínicas de serem transplantados, alguns deles faltam exames ou não conseguimos contato porque mudaram de endereço ou telefone", explica Salomão.
Entre os Estados brasileiros, São Paulo é o que tem mais gente na fila. São 13.385 na esperança de conseguir uma doação. O Estado também tem a maior população do Brasil. São mais de 40 milhões de habitantes. Em seguida, Rio de Janeiro com 7.744 pacientes (6.186.710 vivem na cidade e 11.812.482 na região metropolitana), Minas Gerais com 6.244 (e 20.033.665 habitantes) e Paraná com 4.285 (10.686.247 vivem no Estado).
Recusa
A coordenadora da Central de Capacitação de Órgão do DF diz estar preocupada com as recusas de doações. Só este ano, 30 possíveis doadores negaram ajudar com o transplante. "Precisamos chacoalhar a sociedade, a recusa tem aumentado e isso nos preocupa", diz. O coração é um dos órgãos mais difíceis de serem doados. "O órgão sofre muita instabilidade e variação de pressão, ainda tem a idade de alguns doadores que compromete o órgão também", explica. Na capital, atualmente, os transplantes são realizados no Hospital de Base do DF (HBDF), Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), Hospital do Coração (localizado no Hospital das Forças Armadas), além de hospitais particulares e clínicas de oftalmologistas. Mais de 90% dos transplantes são realizados pelo sistema público de Saúde. Campanha no DF Neste domingo (27/9), é comemorado o Dia Nacional do Doador de Órgãos. Para lembrar a data, a Central de Capacitação de Órgão do DF estará nesta quinta (24/5) e sexta-feira (25/5) na Procuradoria Geral do Trabalho. Será montado um estande, das 12h às 18h, para cadastro de doadores de medula óssea. No local, também será feito o exame para a tipagem de sangue. Também está prevista uma palestra na próxima quinta-feira (1/10) sobre a importância da doação de órgãos. O evento será no Centro de Ensino 103, em Santa Maria, às 11h. A palestrante será a enfermeira Josiane Gomes Fernandes. E no dia 2 de outubro, sexta-feira, uma divulgação no shopping de Taguatinga, das 12h às 22h, para sensibilizar a população, além do cadastramento de doadores.

Confira legislação sobre o Sistema Nacional de Transplantes


Saiba mais
»Como posso me tornar um doador de órgãos?
O passo principal para você se tornar um doador é conversar com a sua família e deixar bem claro o seu desejo. Não é necessário deixar nada por escrito. Porém, os familiares devem se comprometer a autorizar a doação por escrito após a morte. A doação de órgãos é um ato pelo qual você manifesta a vontade de que, a partir do momento da constatação da morte encefálica, uma ou mais partes do seu corpo (órgãos ou tecidos), em condições de serem aproveitadas para transplante, possam ajudar outras pessoas.
» Quais os requisitos para um cadáver ser considerado doador?
* Ter identificação e registro hospitalar;* Ter a causa do coma estabelecida e conhecida;* Não apresentar hipotermia (temperatura do corpo inferior a 35ºC), hipotensão arterial ou estar sob efeitos de drogas depressoras do Sistema Nervoso Central;* Passar por dois exames neurológicos que avaliem o estado do tronco cerebral. Esses exames devem ser realizados por dois médicos não participantes das equipes de captação e de transplante;* Submeter-se a exame complementar que demonstre morte encefálica, caracterizada pela ausência de fluxo sangüíneo em quantidade necessária no cérebro, além de inatividade elétrica e metabólica cerebral; e* Estar comprovada a morte encefálica. Situação bem diferente do coma, quando as células do cérebro estão vivas, respirando e se alimentando, mesmo que com dificuldade ou um pouco debilitadas. Observação: Após diagnosticada a morte encefálica, o médico do paciente, da Unidade de Terapia Intensiva ou da equipe de captação de órgãos deve informar de forma clara e objetiva que a pessoa está morta e que, nesta situação, os órgãos podem ser doados para transplante.
» Quero ser um doador de órgãos. O que posso doar?
* Córneas (retiradas do doador até seis horas depois da parada cardíaca e mantidas fora do corpo por até sete dias);* Coração (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por no máximo seis horas);
* Pulmão (retirados do doador antes da parada cardíaca e mantidos fora do corpo por no máximo seis horas);* Rins (retirados do doador até 30 minutos após a parada cardíaca e mantidos fora do corpo até 48 horas);
* Fígado (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por no máximo 24 horas);
* Pâncreas (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por no máximo 24 horas);
* Ossos (retirados do doador até seis horas depois da parada cardíaca e mantidos fora do corpo por até cinco anos);
* Medula óssea (se compatível, feita por meio de aspiração óssea ou coleta de sangue);
* Pele; e* Valvas Cardíacas.
» Posso doar meus órgãos em vida?
Sim. Também existe a doação de órgãos ainda vivo. O médico poderá avaliar a história clínica da pessoa e as doenças anteriores. A compatibilidade sangüínea é primordial em todos os casos. Há também testes especiais para selecionar o doador que apresenta maior chance de sucesso. Os doadores vivos são aqueles que doam um órgão duplo como o rim, uma parte do fígado, pâncreas ou pulmão, ou um tecido como a medula óssea, para que se possa ser transplantado em alguém de sua família ou amigo. Este tipo de doação só acontece se não representar nenhum problema de saúde para a pessoa que doa.
» Para doar órgãos em vida é necessário:
* ser um cidadão juridicamente capaz;* estar em condições de doar o órgão ou tecido sem comprometer a saúde e aptidões vitais;
* apresentar condições adequadas de saúde, avaliadas por um médico que afaste a possibilidade de existir doenças que comprometam a saúde durante e após a doação;
* Querer doar um órgão ou tecido que seja duplo, como o rim, e não impeça o organismo do doador continuar funcionando; " Ter um receptor com indicação terapêutica indispensável de transplante;
e* Ser parente de até quarto grau ou cônjuge. No caso de não parentes, a doação só poderá ser feita com autorização judicial.
» Orgãos e tecidos que podem ser doados em vida:
* Rim;* Pâncreas;* Medula óssea (se compatível, feita por meio de aspiração óssea ou coleta de sangue);* Fígado (apenas parte dele, em torno de 70%); e* Pulmão (apenas parte dele, em situações excepcionais).
» Quem não pode doar?
* Pacientes portadores de insuficiência orgânica que comprometa o funcionamento dos órgãos e tecidos doados, como insuficiência renal, hepática, cardíaca, pulmonar, pancreática e medular; * Portadores de doenças contagiosas transmissíveis por transplante, como soropositivos para HIV, doença de Chagas, hepatite B e C, além de todas as demais contra-indicações utilizadas para a doação de sangue e hemoderivados;* Pacientes com infecção generalizada ou insuficiência de múltiplos órgãos e sistemas; e* Pessoas com tumores malignos - com exceção daqueles restritos ao sistema nervoso central, carcinoma basocelular e câncer de útero - e doenças degenerativas crônicas.
» Entre em contato Disque Saúde – Transplantes: 0800 61 1997 E-mail: snt@saude.gov.br

Fonte: Ministério da Saúde

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

AVOL


22 de setembro de 2009 às 10h35m
Doar órgãos, o divisor entre a vida e a morte
Mais de 1.100 pessoas estão na fila de espera por um órgão no Ceará. Destes ,13 são crianças. No Brasil, são 60 mil.

Difícil decidir pela doação de órgãos e tecidos, quando um ente querido morre. Foi, no entanto, o gesto de solidariedade de uma família desconhecida que salvou a vida de Nívia Maria Castro Alves, quando a menina tinha apenas três anos. Ontem, ela completou nove anos de idade e cinco de transplantada do coração. Com a mãe, Francisca Alves, a garota foi uma das homenageadas no lançamento da a Campanha Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos 2009.
As estatísticas revelam, no entanto, que o número de doadores vem crescendo. A solidariedade humana se reflete no aumento de 19,57% no número de transplantes no Ceará de 2007 para 2008. Só no primeiro semestre de 2009, foram realizados 501.
Na fila de espera da Central de Transplantes do Estado estão 1.135 pessoas, sendo 13 crianças como Nívia de Castro que esperam pela doação para sobreviver ou melhorar a qualidade de vida.
Em todo o Brasil, são mais de 60 mil pessoas à espera de um transplante. O vice-presidente da ABTO, Ben-Hur Ferraz Neto, que veio à Fortaleza para fazer o lançamento oficial da campanha 2009, disse que o número de doadores cresceu 40%, atingindo 8,6 por milhão da população em 2009, contra seis doadores por milhão da população, de 2006. "O Ceará deu uma forte contribuição nessa conquista, é o quarto estado do País em número de doadores, com 11,7 doadores por milhão de habitantes", enfatizou Ferraz Neto.O vice-presidente da ABTO admite, no entanto, que o número de doadores ainda é insuficiente para atender a demanda na fila de espera. O Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer para alcançar o número ideal de 20 doadores por milhão de habitantes.
Mais próximo dessa meta estão os estados de São Paulo, com 16,9 doadores por milhão de população, e Santa Catarina, com 16,8 doadores por milhão de pessoas.Anualmente 12 mil brasileiros apresentam morte encefálica (é a completa e irreversível parada de todas as funções do cérebro), 50% deles poderiam ser doares, "mas apenas 1.317 se tornaram doadores efetivos em 2008", aponta Ferra Neto.As estatísticas do primeiro semestre deste ano também não são diferentes. Haviam 3.212 doadores em potenciais, somente 818 tiveram os órgãos e tecidos doados.
No Ceará, os dados da ABTO, mostram que dos 116 pessoas que poderiam ser doadores, somente 49 tiveram os órgãos transplantados. Com a campanha, ele espera incentivar a doação, que salva vidas.
DOE DE CORAÇÃO
Campanha é referência no País a favor de mais doações
Em sua sétima edição, o movimento Doe de Coração, da Fundação Edson Queiroz, tem como meta em 2009 repetir a mobilização de anos anteriores, quando se registrou considerável aumento no número de doação de órgãos no Ceará.
Conforme o presidente da Fundação Edson Queiroz, Airton Queiroz, "a conscientização sobre a importância da doação voluntária de órgãos esclarece e sensibiliza todos os segmentos da sociedade".A Fundação Edson Queiroz iniciou o movimento Doe de Coração em 2003. Atualmente, a campanha é uma referência no País na conscientização e sensibilização a favor da doação de órgãos.
No ano passado, a iniciativa foi reconhecida pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) e agraciada com o Prêmio Amigo do Transplante.Cartazes, anúncios de jornal, VT em emissoras de televisão aberta e fechada, contando com o apoio do Sistema Verdes Mares, levam a mensagem da campanha Doe de Coração para milhares de pessoas. A camiseta oficial tornou-se um ícone do movimento, sendo utilizada tanto em clínicas e hospitais de Fortaleza quanto em lojas de produtos e serviços os mais diversos, em dezenas de estabelecimentos da cidade.
A Universidade de Fortaleza (Unifor) encampa o movimento promovendo ações, envolvendo especialistas da instituição, por meio de eventos em seu campus e palestras sobre o tema.
Fonte: Diario on line

domingo, 20 de setembro de 2009

O POVOonline

Ceará participa de campanha nacional de doação de órgãos
A campanha terá doação de sangue e medula óssea na Praça do Ferreira, na sexta-feira, 25. E a "Caminhada pela vida", na Avenida Beira-Mar, no domingo, 27, às 8 horas
19 Set 2009 - 10h25min
De 21 a 27 de setembro acontece em todo o País a XI Campanha Nacional de Doação de Órgãos. E a campanha será lançada no Ceará nesta segunda-feira, 21, às 17 horas, no auditório do Palácio Iracema. Dentro da programação será realizada em Fortaleza, é o “I curso de capacitação em retirada de múltiplos órgãos” que pretente preparar cirurgiões ainda não envolvidos com a captação de órgãos. As cirurgias experimentais serão feitas em animais. Outros destaques da semana são a campanha de informações a população sobre a Doação de Órgãos e Tecidos com mobilizações nos Terminais de Ônibus de Papicu, Antônio Bezerra e no Papicu atravé da distribuição de folders nos terminais de Ônibus, das 7h às 13h. Doação de sangue e medula óssea na Praça do Ferreira, na sexta-feira, 25, das 7h às 12h.
E a “Caminhada pela vida”, na Avenida Beira-Mar, do antigo hotel Esplanada até a Praça dos Estressados, no domingo, 27, às 8 horas. Ainda dentro da programação local, o Hospital Geral de Fortaleza (HGF), realiza no dia 24 de setembro uma programação que contará com a palestra “Manutenção do Potencial Doador”, e uma mesa redonda com o tema “Responsabilidade Social dos Profissionais no Processo de Doação e Transplante”.
Segundo dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). , o Ceará é o Estado que teve o maior crescimento da taxa de doadores no Nordeste e superou a média nacional no número de transplantes de coração nos seis primeiros meses deste ano. Com 2,6 transplantes por milhão de pessoas, bateu a média nacional de 1,1. Nos dois últimos anos o Estado bateu recordes no total de transplantes realizados. Em 2007, o numero chegou a 618 transplantes. Em 2008, o salto foi maior: 739 transplantes. Esses números e as inovações motivam o lançamento da nova campanha nacional de doação no Ceará. Hoje existem na fila de espera 1.128 pessoas 657 esperam por córneas, dez por um coração, 157 por um fígado, 275 por um rim e 29 por uma medula óssea.

domingo, 13 de setembro de 2009

ÚLTIMO SEGUNDO

Falta de médicos capacitados impede aumento da doação de órgãos no País
12/09 - 11:11 - Lecticia Maggi, repórter do Último Segundo

SÃO PAULO – De cada seis potenciais doadores de órgãos no Estado de São Paulo apenas um é identificado, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde. Ao contrário do que se possa imaginar, o aumento da doação de órgãos não acontece por resistência das famílias, mas pela falta de preparo dos médicos em identificar os possíveis doadores.

Divulgação
Boni defende investimentos em hospitais
“Hoje, aproximadamente 70% das famílias autorizam o transplante. Mesmo em um momento de luto, as pessoas são extremamente solidárias”, afirma Sonia A. Coria, da Central Estadual de Transplantes.
Segundo informações da Secretaria de Saúde, o Estado de São Paulo registrou um crescimento de 61% na doação de órgãos de janeiro a agosto de 2009 frente ao mesmo período de 2008. Foram 430 pessoas que tiveram pelo menos um dos órgãos aproveitados, contra 266 do ano anterior.
O número ainda pode aumentar substancialmente nos próximos anos. Mas, para isso, segundo especialistas ouvidos pelo Último Segundo, é preciso investir na formação dos profissionais da área de saúde.
Para os profissionais, mais do que investir em grandes campanhas midiáticas de conscientização o governo deve priorizar a formação dos médicos.

A falta de critérios é o principal empecilho para o crescimento. “Temos muitas notificações [avisos de órgãos para doação], mas que são contraindicadas assim que chegam porque os médicos simplesmente acham que não servem”, critica Reginaldo Carlos Boni, coordenador da Central de Transplantes do Estado e diretor de captação de órgãos da Santa Casa de São Paulo. “Alguns médicos chegam a dizer às famílias para não doar porque é complicado”, acrescenta.

Segundo Boni, ainda há resistência no diagnóstico da morte encefálica – que permite a doação do maior número de órgãos – porque, culturalmente, ela não é bem aceita na sociedade. Pelo fato do coração bater, acredita-se que o paciente esteja vivo. “O cérebro morreu, mas o paciente continua quente, corado. É difícil para a família entender”, acrescenta Leonardo Borges, Coordenador da Organização de Procura de Órgãos do Hospital das Clínicas.

A Finlândia foi o 1º país a reconhecer a morte encefálica como outra morte qualquer, em 1977. No Brasil, porém, apenas com a resolução 1480, de 1997, a morte encefálica foi equiparada à morte clínica.

Segundo Borges, o assunto precisa ser tratado com mais rigor também nas universidades. “Os alunos têm aula de morte encefálica, mas não entendem o processo como um todo”, diz. “É essencial que eles saibam como funciona do início ao fim - desde o diagnóstico, até a entrevista familiar e o transplante”, afirma.

“Tivemos que correr atrás”

Arquivo
Luciene doou órgãos do filho MatheusA falta de profissionais preparados para atender essa situação não é um problema só do Estado de São Paulo. A secretária Luciene Aparecida Lajes, de 28 anos, de Belo Horizonte (MG), conta que teve dificuldades para doar os órgãos do filho Matheus Henrique, de 8 anos, que morreu após um acidente de carro em março de 2007.

“Depois que aceitei a doação, ninguém nos deu atenção. A gente que tinha de ligar para saber como estava o processo”, afirma ela, explicando que seu filho morreu em uma terça-feira e os órgãos só foram retirados na madrugada de quinta-feira.

Mesmo assim, ela diz que não se arrependeu do ato e aconselha outras famílias a tomar a mesma decisão. “É muito difícil fazer isso em um momento de perda, mas deixar que seis pessoas renasçam é uma forma de acalento”, diz. “Hoje, sei que tenho seis filhos espalhados por esse mundo”.

"É uma covardia culpar a população pela falta de gestão pública”

Crescimento das doações
O Estado de São Paulo realiza cerca de 50% dos transplantes de todo o País, conforme a Secretaria de Saúde.
A média de doações no Estado é de 16,8 doadores por milhão de habitantes. Se considerados apenas os municípios da Grande São Paulo, este número sobe para 28 doadores por milhão. A região está bem à frente da média nacional, que no primeiro semestre de 2009 foi de 8,6 doadores por milhão de população, segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). São Paulo ultrapassou inclusive Santa Catarina, tido como Estado modelo na doação de órgãos, que atingiu 16,8 doadores por milhão de população.

Reginaldo Boni afirma que na Santa Casa de São Paulo a meta é chegar a 40 doadores por milhão. O segredo para isso: capacitar os profissionais. “Não podemos ficar na dependência da vontade do médico em identificar o potencial doador. O indivíduo tem que ser pago para essa função”, defende.

É exatamente a recente criação do cargo de coordenadores intra-hospitalares de doação - onde um profissional é destacado para auxiliar na identificação e notificação do potencial doador – que a Secretaria de Saúde atribui como fator principal para o aumento das doações.

Criado em maio, o projeto “Doar São Paulo” garante remuneração extra de R$ 4 mil a estes profissionais, que passam por cursos de 3 dias de especialização.

Eles são indicados pela diretoria dos hospitais, que, por sua vez, são escolhidos com bases em dados demográficos. Atualmente, há 31 hospitais que contam com este tipo de serviço.

Campanhas X treinamento
Divulgação
Dr. Antón fala sobre sucesso espanhol
Para os profissionais, mais do que investir em grandes campanhas midiáticas de conscientização o governo deve priorizar a formação dos médicos. “Dizer na TV seja doador não funciona”, critica Borges. É preciso, segundo ele, primeiro explicar à população o que é morte encefálica, para que não conheçam o termo somente na hora de um sofrimento extremo.

O coordenador hospitalar também pode desempenhar um papel educacional. “A população não pode andar na frente dos médicos, senão chega uma família em um hospital sem assistência e vive a verdadeira condenação do processo: ‘eu queria doar, mas não consegui’”, critica Joel de Andrade, coordenador da Central de Transplantes de Santa Catarina, acrescentando que é uma “covardia culpar a população pela falta de gestão pública”.

Boni, da Central de Transplantes de São Paulo, partilha da mesma opinião dos demais médicos: quando o recurso é escasso, deve ser priorizado. “O dinheiro público tem que ser bem aplicado e hoje, fundamentalmente, precisamos dele nos hospitais”.

Quanto o assunto é doação, a solidariedade não é o essencial, é complemento

Modelo a ser seguido

Criada em 1989, a Organização Nacional de Transplantes (ONT) da Espanha permitiu que o País saltasse de 14 para 35 doadores por milhão. Hoje, é o primeiro do mundo em doação de órgãos, com cerca de 70 mil transplantes todos os anos.

Além da criação de uma rede voltada para o transplante, o médico Antón Fernández Garcia, do Complexo Hospitalar Juan Canalejo, em La Coruña, explica que o sucesso se deve também à possibilidade dos hospitais de receber um reembolso do governo com o que gastam com captação e transplantes de órgãos.

Quanto o assunto é doação, a solidariedade não é o essencial, é complemento. Segundo Garcia, uma pesquisa de rua mostrou que apenas 57% dos espanhóis consultados são a favor da doação de órgãos, o que coloca o País dentro da média europeia. “O motivo do sucesso é uma boa gestão”, afirma.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

ZERO HORA

10 de setembro de 2009 AÇÃO SOLIDÁRIA
Difícil foi perder um filho, não doar os órgãos”
Entrevista: Maria Isabel Santos, 49 anos, mãe que doou os órgãos do filho

Na madrugada de 19 de outubro de 2008, a vida da jornalista Maria Isabel Santos, 49 anos, virou do avesso: recebeu a notícia de que seu filho, o estudante Igor Santos Carneiro, 18 anos, não voltaria mais para casa.
Decidida a transformar a tragédia de sua família na esperança de outras, a jornalista autorizou a doação dos órgãos do rapaz, que teve as córneas retiradas para um transplante.
Confira trechos da entrevista concedida a ZH:
Zero Hora – Como foi ter de decidir por doar os órgãos do filho?
Maria Isabel Santos – A enfermeira-chefe do HPS nos procurou para perguntar se iríamos autorizar a doação. Nós já sabíamos que a situação era irreversível e já tínhamos falado nesse assunto muitas vezes em família. Já tínhamos a consciência de que não adianta ser egoísta nessa hora. É preciso salvar a vida dos que ficam.
ZH – Foi difícil esse processo?
Maria Isabel – Não. Difícil foi perder um filho, não doar os órgãos. O Igor sempre foi muito solidário. Eu autorizei a doação de todos os órgãos, mas só puderam aproveitar as córneas. Ele costumava ficar impressionado com os cegos, com a forma como eles conseguiam viver mesmo sem poder ver. No fim, acabou ajudando alguém a voltar a enxergar.
ZH – Você sente que, com isso, uma parte dele continua viva?
Maria Isabel – Sim. O Banco de Olhos me ligou na época para dizer que a cirurgia de transplante tinha sido um sucesso. Eu perguntei se poderia conhecer a pessoa que recebeu as córneas dele, mas me explicaram que não. Se um dia for possível, eu gostaria muito de ter esse contato, porque de alguma forma sei que o Igor está ali, nos olhos de alguém.
ZH – O que você diria a outras pessoas que passam pela mesma situação?
Maria Isabel – A dor da perda não tem cura. Mas a doação é um alento. O mais importante é discutir isso em casa, conversar sobre o assunto.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

iBahia.com



Terça, 8/9/2009
Doação de órgãos será incentivada em jogo da Seleção
*Da Redação, com informações de assessoriaredacao@portalibahia.com.br
Uma campanha de incentivo à doação de órgãos, a Torcida pela Vida, vai convocar os torcedores que forem assistir ao jogo da Seleção Brasileira contra o Chile pelas eliminatórias da Copa do Mundo, marcado para a próxima quarta-feira (9), no Estádio de Pituaçu.
A iniciativa é da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), por meio do Sistema Estadual de Transplantes. Durante a campanha, também será abordado o combate à dengue. No local, a Secretaria de Saúde pretende orientar o público sobre o assunto.
Um estande será instalado na entrada do estádio, onde técnicos do Sistema Estadual de Transplantes vão convidar os torcedores para que se cadastrem como doadores. Os que aderirem à campanha ganharão uma camisa da Torcida pela Vida.
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domingo, 6 de setembro de 2009

O POVOonline

Doação de medula óssea
Hemoce pretende dobrar cadastro
O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) alcançou em agosto a meta de 50 mil pessoas cadastradas para doação de medula óssea
Larissa Limalarissalima@opovo.com.br 05 Set 2009 - 19h27min

Pacientes que esperam por um transplante de medula óssea têm apenas uma chance em 100 mil de encontrar doador compatível fora da família.
Mesmo entre irmãos de sangue, a chance de compatibilidade é de 25%. Para aumentar as possibilidades de tratamento, centros de todo o País fazem campanhas para cadastrar doadores, por meio de amostra de sangue.
O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) conseguiu, alguns dias antes do esperado, alcançar a meta de pessoas cadastradas no Estado: 50 mil. No Ceará, cerca de trinta pessoas estão na fila pelo procedimento. “São 50 mil possibilidades de cura. A gente agradece a quem se cadastrou, a quem atendeu às nossas solicitações e abre o convite para as pessoas que ainda não se cadastraram”, comemora Nágela Lima, coordenadora da captação de doadores do Hemoce.
A meta havia sido fixada para 31 de agosto deste ano. Agora, a instituição prepara nova campanha para alcançar outro objetivo. Em setembro de 2010, o Hemoce quer ter 100 mil nomes no cadastro de possíveis doadores. O cadastro é unificado com outros estados pelo Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), administrado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca). Nágela Lima considera que, mesmo com a meta alcançada, o número de 50 mil nomes cadastrados ainda é pequeno para o Ceará. “As pessoas ainda têm muito medo, associam a medula óssea à medula espinhal, acham que vão ficar com algum problema na coluna. Ou acham que isso é um órgão, que se tirar a pessoa morre”, pondera. O médico Fernando Barroso, coordenador da equipe de transplante de medula óssea do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), da Universidade Federal do Ceará (UFC), concorda que o desconhecimento sobre o transplante ainda é obstáculo para que as pessoas façam o cadastro. Ele ressalta, no entanto, que a doação de medula é um procedimento simples, não é doloroso e traz risco mínimo para os doadores. No Estado, ainda não é feito o transplante de medula óssea no qual é preciso encontrar um doador compatível. A expectativa, segundo Fernando Barroso, é de que o procedimento comece a ser feito no HUWC em 2010.
Desde setembro do ano passado, bons resultados já foram alcançados no Ceará com oito pacientes que passaram por outro tipo de transplante, o “autólogo”. Nesse caso, a pessoa doa para si mesma.
ENTENDA
> O que é medula óssea?
É um tecido líquido que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecido popularmente por “tutano”. Na medula óssea são produzidos os componentes do sangue: hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas.
> Qual a diferença entre medulas óssea e espinhal?
Enquanto a medula óssea é um tecido líquido que ocupa a cavidade dos ossos, a medula espinhal é formada de tecido nervoso que ocupa o espaço dentro da coluna vertebral e tem como função transmitir os impulsos nervosos.
> O que é o transplante de medula óssea?
É a substituição de uma medula óssea doente, ou deficitária, por células normais de medula óssea.
> Quem precisa do transplante?
Pacientes com doenças do sangue, como anemia aplástica grave e alguns tipos de câncer.
> Como é feita a doação?
A medula doada pode ser retirada por meio de uma máquina, que filtra das veias do doador as células da medula. Outra forma de fazer a doação é por meio da coleta diretamente da região da bacia, com agulha e seringa.
Fonte: Inca e Hemoce

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

JORNAL DA MÍDIA

Saúde
Autoridades mundiais em transplantes se reúnem na Bahia
Terça-feira, 01/09/2009 - 19:16

Salvador - O 3º Curso Ibero-Americano de Controle de Gestão da Qualidade das Atividades relacionadas com Tecidos Humanos, que começa nesta quarta-feira (2), às 8h30, no Bahia Othon Palace, vai capacitar profissionais ligados à área de transplantes, bancos de tecidos (córnea, osso, pele e válvula cardíaca) e bancos de cordão umbilical para o melhor controle de qualidade dos tecidos doados, bem como para todo o funcionamento desses serviços e avaliação dos doadores.O encontro, que já foi realizado na Argentina e no Rio Grande do Sul, prossegue até sábado (5), reunindo autoridades mundiais sobre os respectivos assuntos.
O curso é promovido pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab)/Sistema Estadual de Transplantes, em parceria com o Ministério da Saúde, Organização Nacional de Transplantes da Espanha, Hospital das Clínicas de Porto Alegre, Hospital Albert Einstein e Universidade Federal da Bahia. Para o médico Eraldo Moura, coordenador do Sistema Estadual de Transplantes da Sesab, o encontro será de grande importância para os profissionais que atuam na área de captação e transplante de órgãos e tecidos.“O funcionamento de bancos de tecidos e de cordão umbilical de outros estados brasileiros e de países como a Espanha e o Uruguai e os Estados Unidos serão apresentadas durante o curso, que terá inclusive aulas práticas, no Núcleo de Cirurgia Experimental e Transplantes do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes)”, informou.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

ESTADÃO

segunda-feira, 31 de agosto de 2009, 11:43 Online
Total de doações de órgãos em SP aumenta 61%
FABIANA MARCHEZI - Agencia Estado
SÃO PAULO - O número de doadores de órgãos viáveis (que tiveram pelo menos um deles aproveitado para transplante) ficou em 430 no Estado de São Paulo entre janeiro e a primeira quinzena de agosto, o que representa um aumento de 61% em relação aos 266 registrados no mesmo período de 2008. O levantamento foi divulgado hoje pela Secretaria de Estado da Saúde, com base nos dados da Central de Transplantes. O total de cirurgias realizadas cresceu 54%.
Com isso, o Estado caminha para novo recorde em doação e transplantes de órgãos. Neste ano, já foram realizados 65 transplantes de coração, 75 de pâncreas, 644 de rim, 359 de fígado e 20 de pulmão. Em 2008, neste mesmo período, foram contabilizados 43 transplantes de coração, 60 de pâncreas, 390 de rim, 235 de fígado e 27 de pulmão.