Desmistificando o Transplante
A realização do transplante geralmente é cercada de muitas expectativas, sobretudo quando a pessoa está severamente doente.
Sabemos que o transplante proporciona melhora na qualidade de vida de quem o realiza, conforme já comprovado por inúmeras pesquisas. Para algumas pessoas, portadoras de certas doenças mais graves, a cirurgia representa, inclusive, a única chance de sobrevivência.
Apesar desses benefícios evidentes, queremos abordar aqui algumas questões importantes para você que é candidato ao transplante.
A idealização da cirurgia é bastante comum. O indivíduo doente muito freqüentemente atribui grande importância ao transplante, julgando que este poderá resolver boa parte de seus problemas atuais. Não é raro que alguns pacientes se voltem totalmente para a cirurgia, adiando todos os planos que têm para depois do transplante.
Enquanto você aguarda pela cirurgia, sempre que possível procure pensar em projetos de vida que possam ser colocados em prática na atualidade. Dê preferência aos planos que possam ser, de fato, concretizados, com um começo, meio e fim e que estejam dentro do seu alcance. Agindo assim, você se sentirá mais satisfeito consigo.
Tente encarar a espera pelo transplante como algo que pode lhe trazer benefícios. Lembre-se que nesse tempo você poderá se preparar melhor, não só fisicamente, mas também do ponto de vista emocional.
Outro erro a ser evitado é descuidar de seu estado físico. É comum que alguns pacientes digam que hoje em dia cometem alguns abusos, mas que depois da cirurgia “tudo vai mudar”.
Antes do transplante é essencial que você cuide de seu saúde e que colabore com o tratamento. Saiba que quanto mais seu organismo estiver equilibrado, maiores as chances de que a cirurgia seja bem sucedida.
Na fase pós-transplante é importante ter em mente que o organismo leva um tempo para se recuperar. É um momento no qual seu corpo precisará se acostumar com o novo órgão e com os remédios (imunossupressores) que você passará a usar rotineiramente. Alguns pacientes, por idealizarem demais o transplante, demonstram contrariedade e impaciência, ficam ansiosos ou deprimidos com a hospitalização e a recuperação mais prolongada.
Complicações pós-cirúrgicas podem acontecer, inclusive a rejeição do órgão, perspectiva esta que você deve também levar em consideração. É importante ressaltar, porém, que a equipe de saúde que o atende estará preparada para contornar os problemas que venham a ocorrer e que todo esforço será feito para que o transplante seja bem sucedido.
Após o transplante é importante que você evite se expor ao risco de contrair infecções que podem levar à rejeição do órgão. Você será orientado sobre isso, mas, se ainda tiver dúvidas a respeito, não se acanhe: informe-se com a equipe de saúde que o acompanha.
Aos poucos, você se sentirá em condição de retomar sua rotina e é importante que isso aconteça, logo que for possível.
O transplante deve ser encarado como algo que deve trazer benefícios em sua qualidade de vida. Evite ficar demasiadamente apegado à idéia de que, sendo transplantado, está impossibilitado de realizar coisas que, na verdade, está totalmente apto a fazer.
Isso não significa que você poderá cometer abusos. Vale lembrar que muitos casos de rejeição estão ligados à falta de colaboração do paciente com o tratamento e que este risco aumenta com o passar dos anos. Pacientes transplantados há mais tempo são os que correm maior risco de “relaxar” com o tratamento, mas isso pode também ocorrer com os recém-transplantados.
Lembre-se que o transplante é uma forma de melhorar sua saúde e sua qualidade de vida, mas que a cirurgia ou a equipe de saúde, sozinhas, n ã o poder ã o proporcionar isso a você , sem que haja sua participa çã o .
Tenha em mente que o transplante é um “ caminho ” que pode ser percorrido de diversas maneiras. Muito do que acontece nesse percurso depende exclusivamente de você !
Sandra Amorim
Psicóloga do Serviço de Nefrologia e Ambulatório de Transplante Renal
Santa Casa de São Paulo
Email: sandra-amorim@uol.com.br
Sabemos que o transplante proporciona melhora na qualidade de vida de quem o realiza, conforme já comprovado por inúmeras pesquisas. Para algumas pessoas, portadoras de certas doenças mais graves, a cirurgia representa, inclusive, a única chance de sobrevivência.
Apesar desses benefícios evidentes, queremos abordar aqui algumas questões importantes para você que é candidato ao transplante.
A idealização da cirurgia é bastante comum. O indivíduo doente muito freqüentemente atribui grande importância ao transplante, julgando que este poderá resolver boa parte de seus problemas atuais. Não é raro que alguns pacientes se voltem totalmente para a cirurgia, adiando todos os planos que têm para depois do transplante.
Enquanto você aguarda pela cirurgia, sempre que possível procure pensar em projetos de vida que possam ser colocados em prática na atualidade. Dê preferência aos planos que possam ser, de fato, concretizados, com um começo, meio e fim e que estejam dentro do seu alcance. Agindo assim, você se sentirá mais satisfeito consigo.
Tente encarar a espera pelo transplante como algo que pode lhe trazer benefícios. Lembre-se que nesse tempo você poderá se preparar melhor, não só fisicamente, mas também do ponto de vista emocional.
Outro erro a ser evitado é descuidar de seu estado físico. É comum que alguns pacientes digam que hoje em dia cometem alguns abusos, mas que depois da cirurgia “tudo vai mudar”.
Antes do transplante é essencial que você cuide de seu saúde e que colabore com o tratamento. Saiba que quanto mais seu organismo estiver equilibrado, maiores as chances de que a cirurgia seja bem sucedida.
Na fase pós-transplante é importante ter em mente que o organismo leva um tempo para se recuperar. É um momento no qual seu corpo precisará se acostumar com o novo órgão e com os remédios (imunossupressores) que você passará a usar rotineiramente. Alguns pacientes, por idealizarem demais o transplante, demonstram contrariedade e impaciência, ficam ansiosos ou deprimidos com a hospitalização e a recuperação mais prolongada.
Complicações pós-cirúrgicas podem acontecer, inclusive a rejeição do órgão, perspectiva esta que você deve também levar em consideração. É importante ressaltar, porém, que a equipe de saúde que o atende estará preparada para contornar os problemas que venham a ocorrer e que todo esforço será feito para que o transplante seja bem sucedido.
Após o transplante é importante que você evite se expor ao risco de contrair infecções que podem levar à rejeição do órgão. Você será orientado sobre isso, mas, se ainda tiver dúvidas a respeito, não se acanhe: informe-se com a equipe de saúde que o acompanha.
Aos poucos, você se sentirá em condição de retomar sua rotina e é importante que isso aconteça, logo que for possível.
O transplante deve ser encarado como algo que deve trazer benefícios em sua qualidade de vida. Evite ficar demasiadamente apegado à idéia de que, sendo transplantado, está impossibilitado de realizar coisas que, na verdade, está totalmente apto a fazer.
Isso não significa que você poderá cometer abusos. Vale lembrar que muitos casos de rejeição estão ligados à falta de colaboração do paciente com o tratamento e que este risco aumenta com o passar dos anos. Pacientes transplantados há mais tempo são os que correm maior risco de “relaxar” com o tratamento, mas isso pode também ocorrer com os recém-transplantados.
Lembre-se que o transplante é uma forma de melhorar sua saúde e sua qualidade de vida, mas que a cirurgia ou a equipe de saúde, sozinhas, n ã o poder ã o proporcionar isso a você , sem que haja sua participa çã o .
Tenha em mente que o transplante é um “ caminho ” que pode ser percorrido de diversas maneiras. Muito do que acontece nesse percurso depende exclusivamente de você !
Sandra Amorim
Psicóloga do Serviço de Nefrologia e Ambulatório de Transplante Renal
Santa Casa de São Paulo
Email: sandra-amorim@uol.com.br
Fonte: ABTO
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