07 DE ABRIL
Dia Mundial da Saúde
Só esqueceram de avisar aos nossos gestores...
Sem transplante, sem remédio
Dia Mundial da Saúde
Só esqueceram de avisar aos nossos gestores...
Sem transplante, sem remédio
Além de enfrentarem a paralisação de médicos do Hospital de Bonsucesso, que não estão recebendo pagamento, pacientes que precisam de doação de fígado só conseguem medicamento do SUS se entrarem na Justiça
Rio - Não é só a paralisação da equipe de transplantes de fígado do Hospital Geral de Bonsucesso (HGB) que põe em risco a vida de quem está na fila por um órgão. A falta de medicamentos na grade de distribuição gratuita do Sistema Único de Saúde (SUS) também é uma dificuldade para os que estão em tratamento. Quem necessita dos medicamentos para sobreviver deve entrar na Justiça para obtê-los. Mesmo assim, não é garantido que vá realmente receber o produto.
É o caso de Raphael do Amaral, 16, que, desde setembro de 2009, não recebe os remédios para seu tratamento. A mãe do rapaz, Maria da Penha, que é deficiente visual, conta que entrou na Justiça em fevereiro de 2008, pouco depois de receber a notícia de que o filho sofria de colangite esclerosante e teria que aguardar por um transplante de fígado.
Na sentença, foi definido que governos do estado e do município deveriam fornecer os remédios para o tratamento: Ursacol 300mg, Propanolol 10mg, Sulfato Ferroso 109mg, Omeoprazol 20mg e ácido fólico 5mg. Juntos, eles custam cerca de R$ 460 por mês.
“Pior é quando falta o Ursacol, que custa R$ 130 a caixa. Raphael precisa de três por mês. Já gastei R$ 2.730. Não tenho esse dinheiro, peço emprestado. A última vez que fui na central, dia 25, disseram para aguardar um telefonema, e, até hoje, nada”, lamentou.
O desespero de Raphael e de mais 358 pacientes que aguardam por transplante de fígado não para por aí.
Como O DIA noticiou dia 26/03, transplantes de fígado do HGB estão parados: médicos deixaram de fazer as cirurgias fora do horário de expediente por não receberem o Adicional por Plantão Hospitalar (APH) do Ministério da Saúde, previsto por lei em vigor desde fevereiro de 2009. Para a lei funcionar, falta um decreto ser assinado e regulamentado. Até lá, transplantes só serão realizados no horário do expediente.
O Ministério da Saúde informou que o decreto que regulamenta o APH passa por análise do Ministério do Planejamento e será encaminhado à Casa Civil essa semana. Mas o assessor de imprensa do Planejamento, Orestino Amurim, informou ontem, por telefone, que não há prazo para o decreto ser encaminhado à Casa Civil. Ele recusou-se a explicar o assunto a O DIA por nota e disse ser ‘comum’ a demora para assinatura de decretos.
A Secretaria estadual de Saúde informou que os medicamentos estão à disposição do paciente na Central de Mandados. Já a municipal afirmou que a entrega está agendada para quarta-feira.
Sindicância para apurar perda de R$ 15,6 milhões
O estado abriu sindicância ontem para apurar o desperdício de R$ 15,6 milhões em medicamentos, insumos e materiais médico-hospitalares. Conforme O DIA mostrou com exclusividade em 1º de março, o Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus) constatou que os produtos perderam a validade entre julho e novembro do ano passado na Central Geral de Abastecimento (CGA), em Niterói.
A sindicância deve ser concluída em 30 dias, mas pode ser prorrogada por mais 30 dias, segundo publicação do Diário Oficial que cita as matérias de O DIA.
O desperdício noticiado deixou doentes e parlamentares indignados. O Ministério Pública Federal decidiu dar prosseguimento à ação civil pública contra a Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil para que o órgão normalize o fornecimento dos remédios. Há dois anos, a ação havia sido suspensa porque o estado assinara Termo de Ajustamento de Conduta se comprometendo a regularizar o fornecimento e inaugurar farmácia com condições de armazenar remédios. O termo, no entanto, não foi cumprido.
Jornal O Dia - Pâmela Oliveira e Clarissa Mello
Roberto Pereira
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