JN acompanha corrida contra o tempo para realizar transplante de coração
Jornal Nacional mostra esta semana uma série de reportagens especiais sobre uma das maiores proezas da medicina: o transplante de órgãos.
Jornal Nacional vai mostrar esta semana uma série de reportagens especiais sobre uma das maiores proezas da medicina. A capacidade de oferecer uma chance de vida maior para pessoas que precisam de um órgão novo, de um transplante.
Mas essa espécie de renascimento não depende só dos médicos. E é isso que os repórteres Marcos Losekann e Jonathan Santos mostram agora.
Tensão nas ruas de Goiânia. A sirene do carro de Bombeiros abre caminho para a equipe de médicos que veio de São Paulo especialmente para buscar um coração. O doador é um jovem de 22 anos que morreu em um acidente de moto. Ele vai continuar vivo no peito de outra pessoa.
Mas, ainda não é vez de Júlia. Uma menininha que há quase 4 meses está na UTI do Instituto do Coração em São Paulo precisa que o doador seja uma criança, como ela. Tem que pesar entre 6kg e 18kg. E ter sangue do tipo O+. Júlia vai ter que esperar.
“A maioria dos doadores são jovens ou adultos jovens. Então, essa é a grande maioria dos doadores que nós temos. Acidentes, principalmente. Então, crianças já se constitui em uma população mais difícil para proporcionar órgãos de doação”, explica Fabio Jatene, diretor-geral do Incor.
Dois andares acima, no mesmo hospital, um homem se prepara para renascer: Licínio José da Silva saiu do Piauí há 3 meses e foi direto para ponta da fila. Há 30 anos ele luta contra a doença de chagas, que comprometeu 70% de seu coração.
Jornal Nacional: E como é que foi quando os médicos entraram aqui e disseram “se prepara que é agora”?
Licínio José da Silva, aposentado: Isso aí é que pegou a gente se manter firme. Não deixar a emoção tomar de conta.
Jornal Nacional: Até porque o coração não aguenta, não é?
Licínio José da Silva: É.
No hospital de urgência em Goiânia, os médicos do Incor começam a retirar o coração do doador, que teve a morte cerebral confirmada. Este órgão só pode ficar no máximo 4 horas parado. Os médicos correm contra o relógio.
Em Brasília, na casa de Júlia, parece que o tempo não passa. Uma tia da menina assumiu a organização da casa, enquanto a mãe e o pai se revezam no Incor, para cuidar da filhinha. Júlia tem um irmãozinho, Gabriel. Ele sabe exatamente o que a irmã dele precisa para que a vida da família volte ao normal.
Jornal Nacional: E o que que é isso aqui, vermelho?
Gabriel: É o coração da Júlia
Em Goiânia, o carro de bombeiros corre para o aeroporto. Levando a caixa térmica com o precioso conteúdo. A viagem de avião até São Paulo dura 1 hora e 50 minutos. E para fugir do congestionamento da metrópole, um helicóptero completa o percurso do Aeroporto de Congonhas até o Incor. O tempo voa.
Quase quatro horas depois da captação do órgão, em Goiânia, o helicóptero finalmente chega no heliponto do Incor, em São Paulo, levando a bordo o tão esperado coração. Começar uma nova corrida contra o tempo, no centro cirúrgico, um trabalho minucioso, que o Jornal Nacional acompanha.
Ronaldo Honorato, cirurgião cardíaco: Estou literalmente com o coração na mão e trabalhando com muito coração.
Em Brasília, a tia de Júlia mostra que a mala está sempre pronta. Quando a boa notícia chegar, ela não quer perder nem um minuto. Irá voando para São Paulo, para acompanhar a cirurgia da sobrinha.
Toda a família reza para que isso não demore. Júlia sofre de uma cardiomiopatia dilatada gravíssima. Por causa de um vírus, o coraçãozinho dela está seis vezes maior do que o normal. Funciona com apenas 30% da capacidade.
“A condição da Júlia, ela está em uma UTI, ela está em prioridade, ela está precisando de uma medicação que corre na veia, 24 horas, sete dias por semana. E se a medicação não fizer mais efeito no corpinho da Júlia, vai adicionar mais medicação e pode chegar a um ponto em que isso já não é mais possível. Esse transplante tem que ser para ontem”, explica Estela Azeka, cardiopediatra.
No centro cirúrgico, os médicos completam a missão: a cirurgia de Licínio é um sucesso.
Dois andares abaixo, Júlia vive um dia especial também. É o primeiro aniversário dela. Os pais, os médicos, os enfermeiros, todos estão confiantes de que, logo, logo, assim como Licínio, Júlia vai ter sua chance de sair com um presente batendo saudável no peito.
fONTE:http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/12/jn-acompanha-corrida-contra-o-tempo-para-realizar-transplante-de-coracao.html
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