segunda-feira, 31 de outubro de 2011

SEGS

30Out2011
Qual será o próximo desafio do ministério da saúde na hepatite C?



Carlos Varaldo NOTÍCIAS - Saúde .02
Carlos Varaldo*

Conforme foi apresentado oficialmente pelo ministro da saúde a mortalidade por causa da hepatite C aumentou cinco vezes nos últimos dez anos, motivo pelo qual recomendou gritar para dar visibilidade ao problema e conseguir os recursos necessários ao enfrentamento da epidemia. A epidemia de hepatite C é uma bomba viral que, com o pavio acesso e começou a explodir!

Governo, sociedades médicas, meios de comunicação, legisladores e o judiciário devem entender que a hepatite C é considerada a grande assassina silenciosa, matando muitos mais brasileiros que a AIDS.

Não interessa se os brasileiros infectados são dois milhões como afirma o governo, ou se são 3,5 milhões como falam as ONGs ou até cinco milhões como estima a OMS. Qualquer uma das estimativas, errada ou correta, reflete um número impressionante, entre três e oito vezes maior que os infectados com HIV/AIDS.

A hepatite C desperta a cada dia maior atenção da mídia e cresce o espaço em jornais e revistas, como conseqüência um maior número de indivíduos estará procurando realizar o teste diagnostico e conseqüentemente descobrindo que está infectado, o que resultará em maior número de tratamentos.

Com a chegada de novos e revolucionários medicamentos para o tratamento da hepatite C, os inibidores de proteases já estão em uso no mundo todo e, muitos outros chegarão ainda nesta década, novos desafios deverão ser enfrentados pela saúde pública para atender a demanda crescente de tratamentos. O maior desafio será orçamentário e de infraestrutura de atendimento.

É por isso que estamos solicitando aos gestores da saúde e aos representantes do povo no legislativo que agora é o momento de concentrar esforços, não somente no desenvolvimento de ações estratégicas, mas também de incluir no orçamento de 2012 que neste momento se encontra em discussão para reservar recursos suficientes para enfrentar a maior epidemia que assola o Brasil.

No orçamento de 2011 foram disponibilizados quinhentos milhões de reais. Parece muito, mas é muito pouco se considerarmos quanto isso representa para cada infectado. Considerando o número otimista do governo vemos que para cada um dos dois milhões de infectados estão destinados duzentos e cinqüenta reais, ou cento e cinqüenta reais por infectado se for considerada a estimativa de infectados realizada pelas ONGs e diversos estudos médicos.

A título de comparação, apesar de que a hepatite C é cuidada pelo mesmo departamento do ministério da saúde, os recursos por infectado pela hepatite C representam somente 5% do reservado no orçamento para cada infectado com HIV/AIDS. Uma desigualdade sem qualquer explicação lógica.

Todos deveriam admitir publicamente que com tão magro recurso será muito difícil o diagnostico e tratamento de um número considerável de indivíduos. Não podemos aguardar muito tempo para aumentar as verbas, pois o avanço da hepatite na destruição do fígado pode ser silencioso, mas ele é inevitável, e leva o infectado a desenvolver cirrose, câncer e conseqüentemente o levará a morte. Se não diagnosticada e devidamente tratada, a cada quatro infectados um morrerá aproximadamente aos 57 anos de idade, perdendo 17 anos de vida. Um custo social e moral impossível de aceitar quando o Brasil já é uma das maiores economias do mundo.

Não enfrentar com recursos suficientes a epidemia de hepatite C no Brasil poderá resultar em até 1.000.000 de casos de cirroses na próxima década. Se detectada precocemente, até 600.000 mortes poderão ser evitadas. "Não saber é ruim, não querer saber é pior, mas não se preocupar com as conseqüências dessa omissão é imperdoável".
 
*Carlos Varaldo é presidente do Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite
http://www.segs.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=54301:qual-sera-o-proximo-desafio-do-ministerio-da-saude-na-hepatite-c&catid=47:cat-saude&Itemid=328




Notícias ATX-BA - Informando

               Campanha doação de sangue.

Você pode salvar vidas doando sangue.

Quais os requisitos para doação de sangue?

      ·      Estar em boas condições de saúde
·         Ter entre 16 e 67 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos (menores de 18 anos).
·         Estar descansado e alimentado (evitar alimentação gordurosa nas 4 horas que antecedem a doação).
·         Apresentar documento original com foto emitido por órgão oficial (Carteira de Identidade, Cartão de Identidade de Profissional Liberal, Carteira de Trabalho e Previdência Social).

Impedimentos temporários

·         Gripe: aguardar 7 dias.
·         Gravidez: 90 dias após parto normal e 180 dias após cesariana.
·         Amamentação (se o parto ocorreu há menos de 12 meses).

·         Ingestão de bebida alcoólica nas 4 horas que antecedem a doação.
·         Tatuagem nos últimos 12 meses.
·         Situações nas quais há maior risco de adquirir doenças sexualmente transmissíveis, como não usar preservativo com parceiros ocasionais ou desconhecidos: aguardar 12 meses.

Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Tocantins são estados onde há alta prevalência de malária. Quem esteve nesses estados deve aguardar 6 meses. Quem morou, aguardar 3 anos.

Impedimentos definitivos

·         Hepatite após os 10 anos de idade.
·         Evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue: Hepatites B e C, AIDS (vírus HIV), doenças associadas aos vírus HTLV I e II e Doença de Chagas.
·         Uso de drogas ilícitas injetáveis.
·         Malária.

Respeitar os intervalos para doação

·         Homens 60 dias: até 4 doações por ano.

·         Mulheres 90 dias: até 3 doações por ano.

Honestidade também salva vidas. Ao doar sangue, seja sincero na entrevista.


quarta-feira, 12 de outubro de 2011

CRÔNICA NET

DIA NACIONAL DO DOADOR DE ÓRGÃOS E TECIDOS (27.09)
Como você se sente quando faz uma boa ação? Feliz? É, eu também fico assim, e a maioria das pessoas também. Essa reação é inerente ao ser humano e ajudar ao próximo é algo muito gratificante.
E se você pudesse ir um pouco além? Se você tivesse a oportunidade de salvar a vida de alguma pessoa? Gostou da idéia? Pois bem – Você foi contemplado – Você tem a oportunidade em suas mãos.
Campanha para doação de órgãos desenvolvida pela Fórmula Comunicação.
Hoje, dia 27 de setembro, é o Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos.
Em geral os doadores são pacientes com morte encefálica em tratamento em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). A morte cerebral indica que, em poucas horas, o coração vai parar de bater, e caso a família do paciente autorize, a retirada dos órgãos é feita enquanto ainda há circulação sangüínea.
Assim que um potencial doador é identificado, a entidade responsável pelos Transplantes é acionada. Por atuar como Central de Captação, Notificação e Distribuição de Órgãos, geralmente esta mesma entidade é responsável pela lista de espera dos receptores. Como a concretização do transplante depende de exames de compatibilidade entre doador e receptor, nem sempre o primeiro da fila será o eleito para a cirurgia.

Agora vamos a parte prática da coisa:
Como posso ser doador?
No Brasil não é necessário deixar nada por escrito. Basta comunicar a família do desejo da doação. A doação de órgãos só acontece após autorização familiar.

Que tipos de doador existem?
Doador vivo – Qualquer pessoa saudável que concorde com a doação. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea e parte do pulmão. Pela lei, parentes até quarto grau e cônjuges podem ser doadores; não-parentes, somente com autorização judicial.
Doador cadáver – São pacientes em UTI com morte encefálica, geralmente vítimas de traumatismo craniano ou derrame cerebral. A retirada dos órgãos é realizada em centro cirúrgico.

Quais órgãos e tecidos podem ser obtidos de um doador cadáver?
Coração, pulmão, fígado, pâncreas, intestino, rim, córnea, veia, ossos e tendão.

Para quem vão os órgãos?
Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, controlada pelo Ministério Público.

Como posso ter certeza do diagnóstico de morte encefálica?
O diagnóstico da morte encefálica é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina. Dois médicos de diferentes áreas examinam o paciente, sempre com a comprovação de um exame complementar.

Após a doação o corpo fica deformado?
Não. A retirada dos órgãos é uma cirurgia como qualquer outra. O corpo é reconstituído após a intervenção cirúrgica e o doador poderá ser velado normalmente.
http://blog.cronicanet.com.br/dia-nacional-da-doacao-de-orgaos-e-tecidos/

 

domingo, 2 de outubro de 2011

R7 Notícias

publicado em 01/10/2011 às 15h11:
 
Norte e Nordeste “somem” do mapa de transplantes por falta de médico e equipamento
Acre e Sergipe têm número insignificante de transplantes
Camila Neumam, do R7

O Brasil comemora o aumento no número de doadores e de transplantes de órgãos a cada ano. No último balanço divulgado na semana passada pelo Ministério da Saúde, pela primeira vez o país chega a 11,1 doadores por milhão. No ano passado, a conta fechou com 9,9.

Em linhas gerais, o índice representa 13% de crescimento no número de transplantes realizados no país neste semestre, passando dos 1.896 em 2010, para 2.144. Ainda segundo o Ministério da Saúde, o país deve atingir a marca de 23 mil transplantes neste ano, contra os 21.040 do ano anterior.

No entanto, essa realidade positiva não é a mesma nos Estados do Norte e Nordeste, cuja média de doadores e de transplantes é bastante inferior, segundo o relatório semestral da ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos), referente aos transplantes realizados em 2011.

Nele, apenas dois Estados da região Norte - Acre e Pará - aparecem na lista, sendo que o primeiro surge com média de zero por milhão, número praticamente insignificante de transplantes.

O Pará, por sua vez, surge com uma média de 2,4 transplantes realizados por milhão de população, totalizando somente nove cirurgias no período.

Os outros cinco Estados da região – Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima e Tocantins – simplesmente não aparecem no relatório. Isto é, não possuem sequer um sistema capaz de captar órgãos e muito menos transplantá-los.

No Acre, foram realizados recentemente dois transplantes de rim de doador morto e outros dois de pacientes vivos, afirma Regiane Ferrari, coordenadora da Central Estadual de Transplantes do Acre. A pouca quantidade ocorre pela falta de um programa específico no Estado, a que a secretária afirma estar em fase de implantação.

- Não temos um grupo preparado ainda para captação. Mas a gente está em fase de implantação da OPO (Organização de Procura de Órgão), o instrumento para fortalecer a busca. Em 60 dias ele estará habilitado no Acre.

Sergipe, no Nordeste, tem exemplo semelhante. A média de zero transplante por milhão é consequência de graves problemas estruturais, como falta de equipamentos básicos e de pessoal capacitado, explica Benito Oliveira Fernandez, coordenador da central de transplantes de Sergipe.

- Foram realizados dois transplantes de múltiplos órgãos, três transplantes de rim e 99 transplantes de córnea em 2011. A dificuldade dos hospitais de conseguir fechar o protocolo de morte encefálica vem levando a essa deficiência.

Isso ocorre porque apenas o Hospital de Urgência de Sergipe possui os equipamentos necessários para detectar a morte cerebral – um eletroencefalograma e um doppler transcraniano – em todo o Estado.

A pouca estrutura obriga outros hospitais do Estado a terem de transferir o corpo de um paciente para esse hospital a fim de se fazer os exames. A maratona torna a possibilidade do transplante de pulmão e coração, por exemplo, praticamente inviável pela falta de agilidade no processo, conta.

- Apesar de o coração ter autonomia [continua batendo, mesmo num corpo morto], o próprio balançar do transporte pode acarretar uma parada cardíaca, impedindo a chance de o paciente ser um doador.

Fernandez afirma, no entanto, que a secretaria já está analisando a compra de mais equipamentos para o Estado.

Alagoas (1,3 pmp), Bahia (4,6 pmp), Maranhão (0pmp), Paraíba (2,7pmp), Pernambuco (7,5 pmp) e Piauí (2,6 pmp) são outros exemplos de Estados nordestinos que ficam bem abaixo da média nacional de doadores por milhão de população.

Saúde pública influencia na precariedade

A disparidade entre Estados se dá pela descentralização dos programas de transplante, que dependem da vontade política dos Estados para ser concluídos, explica Heder Borba, coordenador-geral do SNT (Sistema Nacional de Transplantes) do Ministério da Saúde.

- Há um acúmulo de profissionais capacitados em regiões mais desenvolvidas e uma dificuldade de fixação desses profissionais em regiões como o Acre e Tocantins.

Enquanto São Paulo possui um programa de captação de órgãos e de transplantes há mais de dez anos, Tocantins e Acre ainda estudam a implantação dos seus. Por isso, o grande objetivo do governo é levar esses programas a regiões mais remotas, afirma Borba.

- O maior desafio é conseguirmos que nesses locais de difícil acesso se desenvolva alguns transplantes. Mas não temos a pretensão de que todos os tipos sejam feitos em todos os Estados porque pode cair a qualidade.

Além da política, a capacitação de profissionais nessas regiões ainda precisa ser reforçada. Borba dá como exemplo o bem-sucedido programa do Rio Grande do Norte, que ultrapassou a média nacional, e agora fechou o semestre com 16,4 doadores por milhão, de acordo com a ABTO. A taxa de doadores praticamente triplicou no Estado em relação aos anos anteriores.

Mas é o Ceará que mais destoa da realidade nordestina. O Estado apresentou a maior média de transplantes por milhão de população da região (16,8), neste semestre. E na taxa de transplante de fígado atingiu 18,2 pmp, índice maior do que de São Paulo (16,5 pmp).

O sucesso nos dois Estados partiu de investimentos estaduais na capacitação de profissionais. No RN, por exemplo, hospitais receberam especialistas de outros Estados já treinados para trabalhar com a captação e transplantes.

Falta de capacitação e investimentos também

Os dois exemplos acima dão o tom: quanto maior o investimento em pessoal e equipamentos, maiores as chances de aumentarem as doações e os transplantes. Isso porque a pessoa capacitada para trabalhar no sistema sabe todo o trâmite necessário, desde conversar com a família, fazer o diagnóstico de morte cerebral até encaminhar o órgão para a pessoa certa, que o espera numa imensa fila.

E, no Brasil, ainda há poucas pessoas capazes de fazer tudo isso, explica Ben-Hur Ferraz Neto, presidente da ABTO.

Para suprir essa lacuna, a associação oferece cursos de capacitação até mesmo para quem não é da área médica, já que o intuito é que as pessoas tenham mais informações sobre como doar.

- Faltou investimento por muitos anos e não acontece [uma mudança] da noite para o dia. E até quem treinamos nos últimos anos fica sem trabalho por falta investimento dos Estados.

A imensa fila de pessoas que esperam um transplante é outro meio que deve ser mais bem administrado a fim de melhorar o sistema.

Filas precisam ser superadas

De acordo com ministério, até o dia 30 de setembro, mais de 31 mil pessoas esperam por um transplante no Brasil. Apesar de ter havido uma queda de 12% em relação a dezembro de 2010 (36.256), a intenção é diminuir a fila e, em casos de órgãos mais fáceis de serem captados e transplantados, como rins, e tecidos, como a córnea, extingui-la, diz Borba.

- É como enxugar gelo. Você tira a pessoa da fila, mas continua a ter doentes do coração, dos rins, da visão. A meta é zerar a fila de córnea em 2015, mas a fila do rim e do coração é muito difícil de zerar porque o número de pacientes é sempre maior do que o de órgãos à disposição para doação.

Apesar de todas as dificuldades, o Brasil se destaca em número absoluto de transplantes como o terceiro país do mundo, perdendo somente para Espanha e Estados Unidos e tem o maior sistema público de transplantes do planeta.

 
Segundo Borba, "o governo brasileiro investe R$ 1,2 bilhão por ano e aqui o paciente não paga pela cirurgia, nem pelos medicamentos, como nos Estados Unidos".