quinta-feira, 31 de março de 2011

PARAÍBA 1

MP entra com ação e Estado libera compra de remédios excepcionais


30-03-2011 10:05:00
Da Redação
Com MPPB

A Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde da Capital ingressou, esta semana, com uma ação civil pública na Justiça para obrigar o Governo do Estado a regularizar o fornecimento de medicamentos de alto custo e de uso excepcional aos pacientes portadores de doenças renais e transplantados. Além de pedir a antecipação de tutela, o Ministério Público solicita na ação que, em caso de descumprimento da decisão judicial, o Estado seja punido com multa diária de R$ 10 mil.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde informou que o Estado já liberou a autorização para a compra dos medicamentos que estavam em falta, inclusive aqueles destinos ao tratamento de alguns tipos de câncer. A expectativa é de que o estoque esteja totalmente normalizado dentro de uma semana, até o dia 8 de abril.

Ainda de acordo com a assessoria, 85% do estoque do Centro Especializado de Dispensação de Medicamentos Excepcional (Cedmex), em Campina Grande, foi reposto.

O motivo para a ação impetrada pelo Ministério Público foi uma série de reclamações de pessoas que precisam dos medicamentos para o tratamento de suas doenças.

“De outubro de 2010 até a presente data ocorreu a interrupção do fornecimento dos medicamentos, sem que se tenha uma previsão da regularização dessa obrigação que é do Estado. Todos os pacientes que nos procuraram registraram o risco que correm de perderem a vida ou de terem complicações graves na sua saúde com danos irreparáveis, o que é enfatizado nos laudos médicos”, explicou o promotor de Justiça João Geraldo Barbosa.

G1.GBLOBO.COM


30/03/2011 18h02 - Atualizado em 30/03/2011 18h02


Tratamentos são interrompidos na BA por falta de remédios para distribuição



Pacientes entram na justiça para garantir que terão remédios necessários.
Mesmo ganhando a causa, não recebem o remédio que não é encontrado.

Da TV Bahia

Pacientes que dependem de medicamentos caros para o controle de doenças como o câncer e diabetes estão sem poder fazer o tratamento porque faltam remédios nas unidades de distribuição na Bahia.

Ana Paula Soares fez transplante de rim há quase dois anos e precisa tomar um remédio todos os dias para evitar a rejeição do órgão. A assistente social, que mora em Feira de Santana, tem o direito de receber a medicação de graça, mas conta que, muitas vezes, há atraso na entrega.

O atraso também é problema para pacientes de Salvador. O estudante Geovani Monteiro, de 14 anos, descobriu que tinha diabetes tipo 1 no ano passado.

Geovani conta que desde novembro de 2010 o Cedeba - Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia - não tem fornecido material para medição da glicose nem insulina. O tratamento, que não pode ser interrompido, custa cerca R$ 450 por mês. Os pais do garoto estão desempregados.

Briga na justiça

O drama de Geovani é parecido com o da enfermeira Emilene dos Santos, que precisou brigar na justiça para ter direito ao remédio que complementa um tratamento contra um tipo grave de câncer de mama.

O medicamento é importante porque aumenta as chances de cura atacando somente as células doentes. O Herceptim não é encontrado em farmácias comuns, e custa entre R$ 5 mil e R$ 11 mil. Quando a entrega do medicamento foi garantida pela justiça, Emilene descobriu que ele estava em falta.

A Secretaria da Saúde de Salvador disse, através de uma nota, que houve um atraso na entrega do medicamento para o tratamento de diabetes por causa do fornecedor, mas garante que a entrega de medicamentos e materiais esta sendo regularizada.
A Secretaria Estadual da Saúde disse que Emilene já está recebendo o remédio para controle do câncer regularmente e que a previsão para entrega da próxima ampola é no dia 13 de abril. A Secretaria da Saúde de Salvador disse que houve falta dos medicamentos para diabetes por causa do fornecedor, mas a entrega deve ser regularizada até maio.


Já em Feira de Santana, começou hoje a distribuição dos remédios que evitam a rejeição do transplante. Uma caixa custa, em média, R$ 1.700.

g1.globo.com/.../tratamentos-sao-interrompidos-na-ba-por-falta-de-remedios-para-distribuicao.html

terça-feira, 29 de março de 2011

CAMPO MAIOR EM FOCO

ABSURDO: Falta medicamento para transplantados renais no Piauí


Qua, 23 de Março de 2011 18:28

Campo Maior é um dos centros de distribuição do medicamento fundamental para recumperação dos doentes renais.

Durante entrevista no Jornal Rádio Notícia 1ª Edição da Rede de Rádios Verdes Campos Sat, a diretora da Unidade de Assistência Farmacêutica da Secretaria de Saúde do Piauí, Natália Ayres, confirmou a falta de medicamento utilizado pelos transplantados renais.

“Realmente existe a falta do medicamento Micofenolato de Mofetila, que é utilizado por transplantados renais, mas esperamos que até o final do mês de março esta situação esteja regularizada”, disse a diretora.

De acordo com Natália Ayres, a falta de medicamentos acontece devido ao atraso dos fornecedores. “Houve atraso por parte do fornecedor para entrega da medicação. No mês de fevereiro, quando já estava próximo de acabar entramos em contato com o fornecedor que acabou renovando o prazo de entrega”, explicou.

No estado do Piauí existem cerca de nove mil usuários de medicamentos excepcionais, o que gera uma despesa de R$ 2 a 3 milhões de reais por mês na receita do governo. E diante disso a diretora da Unidade de Assistência Farmacêutica da Secretaria de Saúde do Piauí, disse que a secretaria já está fazendo um planejamento para evitar a falta de medicamentos.

“Essas faltas de medicamentos foram freqüentes no ano passado e agora o nosso objetivo é fazer um levantamento e um planejamento para que não haja essa falta”, disse Natália.

Natália Ayres acrescentou ainda que a entrega dos medicamentos pode ser feita em um dos oito centros de distribuição que existem no estado. “Ate 2008 só haviam 3 centros e hoje existem 8 centros, sendo em Oeiras, Parnaíba ,Picos, Piripiri, São Raimundo, Bom Jesus, Floriano e Campo Maior e essas farmácias ficam no hospital regional da cidade”.

TV Canal 13

www.consciencia.net

Amapá


MP: falta de remédios matou 70 pessoas em hospitais

MACAPÁ. Um levantamento feito pelo Ministério Público do Amapá aponta que 70 pessoas morreram de janeiro a setembro do ano passado por falta de medicamentos e de equipamentos nos hospitais públicos. "Fizemos vistorias nas principais unidades de saúde e constatamos o caos em que se encontra a saúde no Amapá", disse o promotor Marcelo Moreira. Os mais prejudicados com esta situação, segundo Moreira, são os transplantados cardíacos, doentes renais e portadores de câncer.

"Não foi constatado que estas pessoas morreram por falta de medicamento", rebateu o secretário estadual da Saúde, médico Uilton Tavares. O presidente do Conselho Regional de Medicina no Amapá, Dardeg Aleixo, insiste que as mortes foram por falta de medicamento. "Vamos apresentar relatórios, dados verídicos que comprovam as mortes por falta de medicamentos e pedir medidas federais", disse ele, que está em Brasília tentando uma audiência com o ministro da Saúde.

Em 2 de dezembro, os médicos de plantão no Hospital de Especialidades receberam o paciente Jorge de Azevedo Picanço em estado grave. Sua salvação estava num leito de UTI, mas não havia nenhum disponível. Dos cinco leitos na UTI do Hospital de Especialidades, apenas um tinha aparelhos funcionando, mas já estava ocupado. Jorge Picanço morreu. Os próprios médicos plantonistas denunciaram a situação ao Ministério Público.

No fim de dezembro, o presidente da Assembléia Legislativa, Lucas Barreto, nomeou uma comissão de deputados para visitar as principais unidades de saúde da rede pública. Os parlamentares pediram a presença da Comissão de Direitos Humanos da OAB-AP e do Ministério Público.

Nesta visita ao Hospital de Especialidades constataram que apenas uma das salas do centro cirúrgico funcionava, os banheiros estavam interditados, havia apenas uma lâmpada em todo o centro cirúrgico e a maioria dos equipamentos foram adquiridos há mais de uma década e estão enferrujados; na sala de esterilização, não havia material para fazer a esterilização; os equipamentos estão sucatados ou precisando de manutenção e nem gaze existia e faltava remédio para tudo.

Medicamentos comprados são insuficientes


O Ministério Público federal deu prazo de 24 horas para o governo comprar os medicamentos. O que foi feito, em caráter de urgência, com dispensa de licitação. Mas a quantidade comprada ainda não supre a necessidade, principalmente dos portadores do vírus HIV. "A falta de remédios não é um problema só do Amapá, isso acontece em todo o País", argumenta o secretário de Saúde.

De acordo com o secretário de saúde, hoje apenas uma das salas cirúrgicas não está funcionando e os aparelhos de esterelização estão sendo recuperados. Ele diz que a situação da saúde no Amapá tem como causa a falta de dinheiro. "Precisamos de pelo menos R$ 15 milhões para equipar o hospital. Já temos emenda no Orçamento da União de R$ 6 milhões, recurso que deve ser liberado no próximo ano".

Para o deputado Lucas Barreto, o problema é "má gestão do dinheiro público". O promotor Marcelo Moreira diz que o que há é "negligência criminosa". Segundo ele, há indícios de desvio de verbas. Está sendo feita uma auditoria no Sistema Único de Saúde (SUS) que deverá ou não confirmar as suspeitas do promotor. "Essa auditoria é um procedimento rotineiro, não tem nada de mais", garante o secretário de Saúde.

Em dezembro, o senador João Capiberibe (PSB-AP) denunciou duas vezes o caos em que se encontra a saúde no Amapá e pediu intervenção federal. Outro que também pediu intervenção federal foi o deputado estadual Randolph Rodrigues (PT). "Enviamos em dezembro um ofício ao Ministério da Saúde e até agora não recebemos resposta", disse.

UOL Ciência e Saúde

UOL Ciência e Saúde > Notícias

25/10/2010 - 09h50

Faltam medicamentos de alto custo no SUS

Um ano após União, Estados e municípios terem acordado um novo esquema de compra e distribuição dos medicamentos mais caros fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), houve aumento do atendimento e economia de recursos, mas nas últimas semanas ocorreu racionamento ou falta de ao menos sete tipos de remédios. O problema foi registrado principalmente no Estado de São Paulo, onde está cerca de metade dos 900 mil pacientes beneficiados - e onde os governos federal e estadual vivem uma queda de braço sobre a causa dos desabastecimentos recentes.

Nas últimas semanas, São Paulo enfrentou a falta de drogas como adalimumabe (artrite reumatoide), tracolimo, sirolimo e micofenolato de mofetila (transplantados), acetato de glatirâmer e betainterferona (esclerose múltipla) e leuprolide (terapia hormonal), segundo relato de pacientes colhido pelo Estado. Pessoas que não têm outra alternativa para adquirir o medicamento - um remédio pode custar até R$ 8 mil ao mês - são submetidas a burocracia e longas filas.

Há um ano, o Ministério da Saúde decidiu, em conjunto com as secretarias estaduais e municipais, centralizar a compra de 43 medicamentos para melhorar o poder de compra estatal e economizar. Outros remédios ficaram sob responsabilidade dos governos estaduais e municipais. A pasta estima que a medida já poupou R$ 220 milhões, suficientes para aumentar a quantidade adquirida dos remédios. A compra de algumas drogas quase dobrou.

O diretor de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde, José Miguel do Nascimento Júnior, disse que São Paulo é o único Estado que apresentou problemas na distribuição de drogas de alto custo nas últimas semanas. "A própria secretaria estadual reconheceu que teve dificuldade para que os remédios chegassem aos centros de distribuição. A Fundação para o Remédio Popular (órgão do governo paulista que recebe as drogas) ficou em greve por dois meses e por 15 dias o Estado não recebeu nada do que enviamos", afirmou.

Em nota oficial, a Secretaria da Saúde de São Paulo destacou que, da lista de drogas em falta, havia desabastecimento pontual do leuprolide e da betainterferona. Segundo a pasta, a betainterferona chegou na quinta-feira. Em relação ao leuprolide, a secretaria diz que o laboratório Sandoz teve a comercialização da droga suspensa temporariamente pela Anvisa. "Só em 22 de setembro foi publicada a liberação de comercialização dos lotes", apontou, destacando que a regularização está em processo. Segundo a secretaria, o desabastecimento ocorreu porque o ministério considerou o consumo médio mensal em São Paulo, sem levar em conta novos pacientes. As informações são do Jornal da Tarde.


TV VERDES MARES

Pacientes precisam de medicamentos


Estão sem medicamento para hepatite necessário há 90 dias

26/03/11

Pacientes que estão sendo submetidos ao tratamento da hepatite estão sem o medicamento necessário há 90 dias.

Quase 90 pessoas dependem do medicamento no Ceará. Segundo a Secretaria de Saúde do estado, o medicamento está sendo distribuído normalmente pelo Ministério da Saúde e os pacientes que não estão recebendo os medicamentos são aqueles que não atendem aos protocolos clínicos indicados pelo Ministério da Saúde.

Para o presidente da Associação Cearense dos Pacientes Hepáticos e Transplantados, a vida destes pacientes depende do medicamento. A comissão de saúde da OAB foi acionada pelo presidente da associação.

http://tvverdesmares.com.br/cetv2aedicao/pacientes-precisam-de-transplante/

domingo, 27 de março de 2011

Notícias ATX-BA

FALTAM MEDICAMENTOS PARA OS PACIENTES TRANPLANTADOS NA BAHIA

Apesar de todos os apelos que fizemos desde 21.03.2011, ainda estão faltando medicamentos para os transplantados.

No dia 22.03.2011 vários canais de TV (TV Bahia – Jornal de Meio Dia, Aratu Online – 1ª e 2ª edição Aratu Notícias e TVE Jornal da Manhã), mostraram o desespero dos transplantados ao chegarem à farmácia do Hospital Ana Neri e não encontraram a azatioprina, medicamento imunossupressor que impede a rejeição do órgão que foi transplantado.

No Ana Neri cerca de 300 pacientes transplantados pegam mensalmente esta medicação, pessoas que moram aqui e no interior do estado, muitos vêm de longe: Vitória da Conquista, Jequié, etc.

Isto não pode acontecer. Os transplantados não podem esperar, pois, não tomando a medicação diariamente e no horário certo, podem vir a perder o órgão transplantado e em alguns casos a vida.

Lutamos pela vida e qualidade de vida. Depois de esperarmos anos em uma fila pela doação de um órgão ou tecido o mínimo que esperamos é termos a medicação para continuarmos a viver.

São mais de 2.000 pessoas transplantadas no Estado da Bahia.

Em Jacobina (13ª DIRES) está faltando o tracolimus de 1mg (Prograf) há mais de dois meses e agora falta também a azatioprina, e o Myfortic (micofenolato mofetil sódico) de 360mg.

Em Feira de Santana (2ª DIRES) o tracolimus também está faltando há mais de dois meses. Já em Vitória da Conquista falta o tracolimuos há mais de dois meses e no momento também está faltando a azatioprina.

As DIRES distribuem estes medicamentos para várias cidades do interior.

Os transplantados que pegam estas medicações no interior estão vindo para Salvador desesperados a procura de uma solução. É muito triste ver o sofrimento deles e suas famílias.

É preciso um ter compromisso com estes pacientes que ficaram anos na fila esperando pela doação de um órgão, com suas famílias que acompanharam todo seu sofrimento e com os doadores mães, pais, filhos que doaram em vida um rim, uma parte do fígado para seu familiar sobreviver e ter qualidade de vida.

Toda sociedade deve se mobilizar para que isto não aconteça, pois, quem não faz parte do problema pode fazer parte da solução.

Esperamos que na próxima segunda feira (28.03.2011), os transplantados possam encontrar suas medicações e que os danos causados pela falta dos mesmos sejam mínimos.

Vídeos:
http://ibahia.globo.com/bahiameiodia/BMD_pop_video.asp?video=bmd_ter_01.wmv&ext.asx

http://aratuonline.net/videos/7055,pacientes-transplantados-sofrem-com-falta-de-medicamentos.html

Vermelho

Vermelho
www.vermelho.org.br

21/03/2011

Ceará é o Estado que mais efetiva doações de órgãos no país


De todos os potenciais doadores de órgãos e tecidos identificados pelos estados em todo o Brasil em 2010, foi no Ceará que se efetivou proporcionalmente o maior número de doações. A taxa de efetivação – o número de doações em relação aos potenciais doadores no período – atingiu os 39% no ano passado no Ceará, o Estado que mais se aproximou da meta de 40% proposta pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).

Santa Catarina ficou em segundo lugar, com taxa de efetivação de 36,5%. Em termos absolutos, o Ceará identificou 325 potenciais doadores em 2010 e efetivou 127 doações que ajudaram a confirmar o recorde de 872 transplantes realizados no ano passado.

De acordo o Registro Brasileiro de Transplantes RBT 2010, da ABTO, em termos absolutos o Ceará foi o segundo estado do Nordeste que mais identificou potenciais doadores em 2010. A Bahia identificou 346 doadores. Na efetivação das doações, porém, o Ceará ficou em terceiro lugar no Brasil, atrás de São Paulo, com 872 doadores efetivos, e Minas Gerais, com 161. Em termos proporcionais, o Ceará foi o quarto dos seis estados brasileiros que superaram a meta de 10 doadores efetivos por milhão de habitantes, registrando taxa de 14,8%, atrás de São Paulo (21,2% e 872 doadores efetivos), Santa Catarina (17,7% e 109 doadores efetivos) e Distrito Federal (16,3% e 42 doadores efetivos).

Com essa taxa de efetivação de doações, o Ceará ocupa boas posições no ranking nacional de transplantes. Em 2010, foi o primeiro do Nordeste o terceiro em do país em transplante de coração, com 16 procedimentos realizados. Ficou também em primeiro lugar no Nordeste e em segundo lugar no país em transplantes de fígado, realizando no ano passado 113 transplantes. Em pâncreas, é o primeiro do Nordeste e ocupa a terceira posição em nível nacional, com seis transplantes.
Este ano, até o último dia 17 de março, o Ceará já realizou 188 transplantes. Foram 36 transplantes de rim, 121 de córneas, quatro de coração, 22 de fígado, três de medula óssea e dois de pâncreas.

Fonte: Sesa

sábado, 26 de março de 2011

Saúde IG

Pioneira em transplantes de coração



Luciana da Fonseca foi a primeira médica brasileira a realizar este tipo de cirurgia

Fernanda Aranda, iG São Paulo


Foto: Eduardo Cesar / Fotoarena

Luciana da Fonseca, em 1998, foi a primeira médica a coordenar um transplante. Na foto, ela acaba de operar um paciente cardíaco.

Em 1968, ano em que o médico Euclydes de Jesus Zerbini realizou o primeiro transplante de coração no Brasil, nasceu na zona rural de Minas Gerais a menina Luciana da Fonseca. Três décadas mais tarde, ela fez história na cardiologia brasileira, assim como seu mestre inspirador.

Luciana, aos 30 anos de idade, tornou-se a primeira mulher em território nacional a “orquestrar” um transplante cardíaco. Hoje, batalha para que o sexo feminino não seja mais exceção no comando das equipes que fazem este mesmo tipo de cirurgia.


“Eu fui a primeira em 1998 e, desde então, o mundo dos transplantes permanece majoritariamente masculino no Brasil”, diz a cirurgiã cardiovascular que atua no Hospital paulistano Beneficência Portuguesa.

Este quadro precisa mudar porque já é sabido que as mulheres são maioria nas universidades médicas” – segundo o Conselho Regional de Medicina de São Paulo elas somam 52% dos alunos.

“Se a estatística não reverter nos centros cirúrgico, podemos ter falta de mão de obra em um futuro não tão distante assim”, avalia Luciana.

Até ser um “bendito fruto” entre os médicos do transplante de coração, Luciana “flertou” com a engenharia civil, achou a medicina clínica “um pouco chatinha” e ralou muito para olhar para maca, bisturi e luzes artificiais e ter a certeza absoluta de que ali era, definitivamente, o seu lugar.

No mês da Mulher, o iG Saúde faz uma homenagem a todas as médicas do Brasil por meio da história desta cirurgiã que, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, pertence ao seleto grupo de 34 brasileiras que têm no currículo a especialização nesta área (são 815 homens).


Foto: Eduardo Cesar / Fotoarena Ampliar

Luciana já coordenou 23 transplantes. Espera realizar o 24º em um paciente de 2 anos

O início

Luciana não sonhou ser médica quando pequena, não deu injeção fictícia em suas bonecas e nem brincou de “curar” seus seis irmãos. A primeira memória que tem para justificar a escolha da profissão, na verdade, não é nada feliz.

Meu pai morreu de insuficiência cardíaca quando eu tinha 15 anos. Na época, não pensava em carreira mas acho que ali a vontade de resolver um problema de saúde e prolongar a vida de alguém nasceu em mim”, lembra a médica hoje, aos 42 anos.

Nascida na cidade Coronel Pacheco, em uma família que não tinha condições financeiras de arcar com os estudos de todos os filhos, Luciana desde sempre soube que para fazer faculdade teria de custear seus estudos. Fazia curso técnico de edificações em Juiz de Fora, amava matemática e as ciências exatas, por isso, em 1986 e aos 18 anos, achou natural prestar vestibular para engenharia civil.

Passou em 10º lugar na Universidade Federal de Juiz de Fora, mas nem bem conseguiu dar a boa notícia para a mãe e já bateu de frente com a dúvida se aquela carreira era mesmo a que iria fazer para o resto da vida. “No mesmo dia em que fui aprovada, pensei que na verdade queria ser médica.” Em vez da universidade, ela fez matrícula no cursinho. Estudou por mais um ano e, em 1987, entrou em medicina na mesma universidade de Juiz de Fora e na mesma 10ª colocação.

Realização

Os três primeiros dos seis anos da graduação de medicina trouxeram muito aprendizado para Luciana da Fonseca mas, até então, ela não tinha encontrado nada que a realizasse completamente. “Adorava a faculdade, mas não me via atendendo em consultórios. Queria algo de solução mais imediata, mais certeira. Tudo parecia a longo prazo.”

Em 1992, ainda estudante, assistiu a uma cirurgia cardíaca e foi flechada certa, amor à primeira vista. “Me encontrei naquele ambiente”, lembra. Luciana definiu ali qual seria seu habitat. Residência médica escolhida, no ano seguinte ela foi a São Paulo especializar-se nos bisturis que consertam corações.

“Ao comunicar a minha família que seria cirurgiã cardíaca, ouvi de uma prima querida que, por não ser pediatra, não cuidaria dos filhos que um dia ela iria ter. Tempos mais tarde, ela engravidou e a sua filha nasceu com síndrome de down e um problema cardíaco congênito importante. Operei a menina e toda vez que encontro com ela, sadia e com o coração perfeito, tenho a certeza de que fiz a escolha certa.”

As cirurgias cardíacas, engenhosas, trabalhosas e longas, já haviam conquistado o coração da médica Luciana mas nada fazia pulsar tão forte como os transplantes de cardíacos que ela adorava assistir.

“Era admirável ver um órgão ser retirado de uma pessoa morta, olhar para ele em uma caixinha parado e colocar no peito de outro paciente, fazendo-o bater no ritmo certo. Era uma cirurgia que, de fato, trazia uma nova vida para alguém.”

Um belo dia, em 1998, Luciana que já havia participado de inúmeros transplantes foi escalada para ser a “maestrina” de uma operação. Seria a primeira mulher brasileira a comandar um transplante cardíaco. A paciente a ser operada, Edna, também era do sexo feminino. O coração doado, da mesma forma, saiu de uma mulher. Do lado de fora, uma menina, filha de Edna, esperava ansiosa pela recuperação da mãe que, se não transplantada imediatamente, não sobreviveria.

Pela primeira vez, um toque cor-de-rosa cobriu o mundo dos transplantes. “Terminamos a cirurgia e a equipe, toda muito jovem, bateu palmas, tiramos fotos, foi uma festa.”

Edna e os outros 22

Luciana encontrou Edna outras vezes e, de certa forma, Edna também sempre acompanhou Luciana nos 22 outros transplantes realizados pela cirurgiã.

Não tenho nenhum ritual antes da cirurgia, mas antes de transplantar, lembro de cada paciente que já operei. Como são poucos, perto de todas as outras cirurgias cardíacas, sei o nome de cada um e também de suas histórias”, diz.

Entre estes 23 transplantados por Luciana, o 4º submetido à cirurgia, foi o único que torceu o nariz ao ser informado que uma mulher seria a responsável por conduzir um procedimento tão complexo de delicado.

“Quando me apresentei, lembro que ele disse que não queria que fosse eu. Pediu para que o José Pedro (da Silva cirurgião cardíaco renomado e na época só professor de Luciana) fizesse o transplante. Ele não disse que a recusa era pelo fato de eu ser mulher. Mas senti, não sei explicar como, que o preconceito era sexista mesmo.”

A médica ficou bem frustrada naquele dia. Mas concentrou-se na cirurgia. O paciente saiu da mesa de operação bem e não teve complicações, trajetória de 20 dos 23 transplantados por Luciana. “Tenho três pacientes que não saíram vivos da UTI após o transplante”, lamenta.

Apesar do índice de mortalidade ser baixíssimo em pacientes submetidos ao transplante de coração, a médica virginiana e perfeccionista lembra deles de uma maneira especial antes de orquestrar os bisturis. “Refaço passo a passo destas operações.”

Excetuando seu 4º paciente, Luciana não consegue lembrar-se de nenhum outro preconceito – ainda que velado. “Se existiu, passei batido.”

Coração e maternidade

De tanto mexer com o coração dos outros, foi na constância de estar em mesas de cirurgia que Luciana teve o seu próprio coração tocado. O professor e ídolo José Pedro da Silva – aquele mesmo requisitado pelo 4º transplantado por Luciana – ganhou contornos que foram além da admiração. Em 2001, virou marido da médica. Em 2008, pai do seu filho.

“Nós temos uma parceria muito bacana, tanto na profissão quanto no ambiente familiar. Não é uma divisão igual de tarefas, é um entrosamento que levamos para a vida”, diz – derretida e quase suspirando – a médica.

Depois de se tornar mãe, a rotina ficou ainda mais apertada e algumas mudanças na conduta médica foram sentidas.

“Sempre tive uma atenção especial com a família dos pacientes, mas isso aflorou depois da maternidade. Tenho mais consciência sobre as angústias das mães que esperam suas crianças do lado de fora do centro cirúrgico. Elas também fazem parte deste processo todo, precisam ser tratadas com muita consideração.”

Esta preocupação materna com seus pacientes, se tudo der certo, deve ser novamente despertada em breve. Um menino de apenas 2 anos, acompanhado pela médica, está na fila de espera por um coração e internado na UTI. Dedos cruzados para que o 24º transplantado por Luciana da Fonseca tenha o mesmo final feliz que a maioria dos que entrou para o currículo desta cirurgiã pioneira no Brasil.

Saúde IG

Doador de órgão fica mais velho no Brasil


País bate recorde de transplantes em 2010. Veja o panorama nacional da cirurgia, fila de espera e evolução de operações

Fernanda Aranda, iG São Paulo


O novo perfil de doador de órgãos no País mostra que as vidas têm sido salvas por pessoas cada vez mais velhas. Em 2008, segundo os dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), 6% dos doadores tinham mais de 60 anos. A parcela subiu para 7% em 2009 e chegou ao índice de 10% no ano passado, um recorde histórico.

O envelhecimento da idade do doador é uma mistura de aumento da expectativa de vida do brasileiro atrelado aos avanços das tecnologias da medicina, que permitem agora conservar por mais tempo o coração, fígado, rim, pulmão ou pâncreas de uma pessoa mais velha, além de terem disponíveis técnicas que diagnosticam com mais eficiência a morte encefálica (situação exigida para a doação de órgãos).

Além do perfil do doador brasileiro, este infográfico especial do iG ainda mostra a fila de espera para cada órgão, os Estados que mais realizam as operações e a evolução do número de cirurgias nos últimos dez anos. Um outro diferencial é que o gráfico mostra em que situações você pode precisar de um transplante. Confira


http://saude.ig.com.br/minhasaude/doador+de+orgao+fica+mais+velho+no+brasil/n1596820983982.html Atenciosamente, Equipe do portal iG www.ig.com.br

quinta-feira, 24 de março de 2011

Notícias ATX-BA

FALTA MEDICAMENTOS PARA OS TRANSPLANTADOS


Apesar de todos os apelos que fizemos ainda está faltando os medicamentos para os transplantados.

Estes medicamentos são chamados de imunossupressores e  evitam a rejeição dos órgãos.

Pela imprensa a resposta da SESAB foram várias: vão fazer o pedido com seis meses de
antecedência, o problema foi com os laboratórios que fornecem estas medicações e finalmente deve chegar até o final do mês.

Isto não pode acontecer. Os transplantados não podem esperar, pois, não tomando a medicação diáriamente e no horário certo podem vir a perder o órgão transplantado e em alguns casos podem vir a falecer.

Lutamos pela vida e qualidade de vida. Depois de esperarmos anos em uma fila pela doação de um órgão ou tecido o mínimo que pode ser feito é termos a medicação para continuar a viver.

Na farmácia do Ana Neri falta a azatioprina para cerca de 300 transplantados. O mesmo acontece no interior do estado: Feira de Santana, Vitória da Conquista e Jacobina.

Em Jacobina (13ª DIRES) está faltando o tracolimos de 1mg (Prograf) há mais de dois meses e agora falta também a azatioprina, e o Myfortic (micofenolato mofetil sódico) de 360mg.

Em Feira de Santana (2ª DIRES) o tracolimos também está faltando há mais de dois meses. Já em Vitória da Conquista falta o tracolimos há mais de dois meses e no momento também está faltando a azatioprina.

As DIRES distribuem estes medicamentos para várias cidades do interior.
Os transplantados que pegam estas medicações no interior estão vindo para Salvador desesperados a procura de uma solução. É muito triste ver o sofrimento deles e suas famílias.

Queremos um compromisso de que tal fato não se repita.

ATX-BA

sexta-feira, 18 de março de 2011

NOTÍCIAS ATX-BA

FALTA MEDICAMENTOS PARA OS TRANSPLANTADOS NA BAHIA

Infelizmente mais uma vez falta medicamentos que impedem a rejeição dos órgãos transplantados (os imunossupressores).

Estes medicamentos não podem faltar nem por um dia ou pular o horário de tomar (de acordo com o SNT - Lei 9434/Lei 10.211).

Hoje vários pacientes da capital e do interior se dirigiram à Farmácia do Hospital Ana Neri para pegar AZATIOPRINA e a resposta foi" não temos nem um comprimido nem data de previsão para chegar, pois, ainda vão fazer a compra"


O pânico é geral pois estes pacientes mesmo que tivessem poder aquisitivo não podem comprar a maioria dos imunossupressores, pois, a venda é proibida.

Alguns voltam para o interior sem a medicação pondo em risco o órgão transplantado e a sua vida.

Em JACOBINA/BA (13ª DIRES) a situação é mais crítica, pois, falta há mais de dois meses o TRACOLIMUS de 1mg (PROGRAFF) e nada foi feito pela SESAB para fornecer o mesmo.

Ao ligarmos para DASF/SESAB no mês passado eles disseram que a medicação chegaria em 27.02.11.

Hoje ligamos para farmácia de JACOBINA e a farmacêutica nos informou que o estoque de vários imunossupressores estão zerados:
tracolimus 1mg. - estoque zero.
micofenolato mofetil de 360 mg. - estoque zero.
azatioprina 50 mg. - estoque zero.

Queira Deus que as outras DIRES não estejam na mesma situação.

Pedimos respeito pelas vidas destas pessoas que já sofreram muito em uma fila esperando pela doação de um órgão.
 
ATX-BA


quarta-feira, 16 de março de 2011

Folha.com

16/03/2011 - 12h46

Brasil registra número recorde de doações de órgãos em 2010


COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Brasil registrou um número recorde de doações de órgãos em 2010. Segundo dados do ministério da Saúde, foram registrados 1.896 doadores contra 1.658 no ano anterior. O número de doadores efetivos cresceu 14% em apenas um ano.

Com isso, o país atingiu a marca histórica de 9.9 doadores por milhão de pessoas (pmp). A média nacional de doações teve um aumento de 13,8% em relação a 2009, quando o índice era de 8,7 pmp. Nos últimos sete anos, a média de crescimento anual foi de 7%.

Alguns Estados, como São Paulo e Santa Catarina, mantêm índices de doações próximos aos de países altamente desenvolvidos no setor, como Espanha e Canadá, que mantêm médias acima de 20 doadores pmp. Os índices de São Paulo e Santa Catarina são, respectivamente, de 21 pmp e 17 pmp.

O número de transplantes de órgãos sólidos --coração, fígado, pulmão, rim e pâncreas-- cresceu 7% em apenas um ano, seguindo a tendência de crescimento sustentado. No último ano, foram realizados 6.422 transplantes do tipo no Brasil, contra 5.999 em 2009.

Comparadas as quantidades de transplantes de órgãos sólidos realizadas em 2003 e 2010, o crescimento foi de 53,12%. Em 2003, foram realizados 4.194 procedimentos.

Já o total de transplantes, considerando órgãos sólidos, tecidos (córneas) e células (medula), subiu de 20.253 em 2009 para 21.040 no ano passado.

MEDULA

O número de transplantes de medula óssea apresentou um expressivo aumento: de 1.531 cirurgias em 2009 para 1.695 em 2010, um crescimento de 10,7% em um ano e de 74,38% desde 2003, quando foram registrados 972 transplantes.

O Brasil possui dois milhões de doadores cadastrados, sendo o terceiro maior banco de dados do gênero no mundo, ficando atrás apenas dos EUA (5 milhões de doadores) e da Alemanha (3 milhões de doadores). Em 2003, o cadastro brasileiro contava com apenas 49,5 mil voluntários.

Endereço da página:
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/889467-brasil-registra-numero-recorde-de-doacoes-de-orgaos-em-2010.shtml

terça-feira, 15 de março de 2011

Band.com.br

JORNALISMO
Terça-feira, 15 de março de 2011 - 09h46

Chegam a 160 mil os casos de hepatite B no Rio Da BandNews FM RJ


A Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro está preocupada com o aumento do número de casos de hepatite B no Estado. De acordo com a Secretaria, 160 mil pessoas tem a doença no Rio, mas apenas 2 mil infectados sabem que têm o vírus.

Para tentar frear o crescimento da Hepatite B, o Governo do Estado pede que as gestantes façam o teste da doença no pré-natal para evitar a transmissão para o bebê na hora do parto.

Segundo a coordenação do Programa de Hepatites do Estado, quando a mãe tem o vírus, o risco de transmissão para o bebê no parto é de até 90%, mas com o diagnóstico precoce, é possível evitar com vacinas e produtos biológicos o contágio em até 95% dos casos.

quarta-feira, 9 de março de 2011

ABTO - Diretrizes Básicas para Captação e Retirada de Múltiplos Órgãos e Tecidos

ABTO - RBT - Ano 2010
Causas da não efetivação da doação de órgãos e tecidos por estado 

 













  


















Coordenação Geral:Walter Antônio Pereira
Coordenação Executiva:Pono de Carvalho Fernandes
                                      Wangles de Vasconcelos Soler

quarta-feira, 2 de março de 2011

SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DA BAHIA


ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

4 de janeiro de 2011

BAHIA REGISTRA AVANÇOS NA ÁREA DE TRANSPLANTES

Os investimentos feitos pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) na área de transplantes durante o ano passado tiveram um impacto positivo, inclusive em municípios do interior, onde foram registradas as primeiras notificações de morte encefálica e as primeiras doações e captações de órgãos. Em Salvador, o Hospital do Subúrbio contabilizou a primeira captação de órgãos com apenas uma semana de funcionamento, e o Hospital da Criança, em Feira de Santana, realizou sua primeira captação com pouco mais de um mês de inaugurado.

Em todo o estado, a Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) registrou, em 2010, um total de 57 doações de múltiplos órgãos, representando um aumento de 7,5% em relação ao ano anterior (2009), quando foram registradas 53 doações. Para o coordenador do Sistema Estadual de Transplantes, Eraldo Moura, o número de doações ainda é muito baixo no estado em decorrência, principalmente, do elevado índice de negativa familiar - cerca de 50% das famílias de potenciais doadores não autorizam a doação.

Ampliação do número de leitos de UTI; promoção de cursos de capacitação para profissionais de saúde; desenvolvimento de ações educativas para difundir informações sobre o processo de doação junto à população em geral; estabelecimento de parcerias entre o Sistema Estadual de Transplantes e empresas de ônibus intermunicipais, possibilitando o transporte gratuito de material biológico, e o apoio constante da Casa Civil, disponibilizando transporte aéreo para equipes envolvidas na captação de órgãos foram alguns dos investimentos feitos pela Sesab durante o ano passado, com o objetivo de ampliar o número de transplantes na Bahia.

CAPACITAÇÕES E DIVULGAÇÃO

Um número significativo de profissionais de saúde que atua no Sistema Estadual de Transplantes e em unidades hospitalares públicas e privadas foi contemplado com cursos de capacitação durante o ano passado. O coordenador do Sistema Estadual de Transplante destaca a participação de 10 profissionais em treinamentos realizados nos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein, em São Paulo, e a realização, em Salvador, do Curso de Comunicação de Más Notícias. O curso foi viabilizado através de parceria entre a Sesab e o Instituto Nacional de Ablacion e Implante (INCUCAI), instituição argentina que é referência na América Latina para a área de formação de profissionais de saúde em comunicação de más notícias - estratégias utilizadas para o acolhimento e comunicação humanizada de familiares de pacientes com doenças terminais, morte encefálica e outras situações que envolvem prognósticos não favoráveis. O treinamento, que pela primeira vez foi realizado no Norte/Nordeste do país, beneficiou 40 profissionais de saúde de diversos hospitais das redes públicas e privadas, além de profissionais que deverão atuar como multiplicadores.

Foram também promovidos cursos de capacitação em captação de córneas, em extração e perfusão de órgãos, em morte encefálica e de atualização em transplante de órgãos, este último em parceria com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), beneficiando 32 médicos intensivistas, coordenadores de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de hospitais públicos e privados de Salvador e municípios do interior.

O médico Eraldo Moura ressalta ainda a realização, no ano passado, do Curso Teórico Prático de Doppler Transcraniano, com o objetivo de capacitar médicos para a utilização do equipamento. O curso foi ministrado pela médica argentina Sílvia Curcurullo, referência na América Latina para a capacitação de profissionais, além de dois cursos para a capacitação de coordenadores de CIHDOTTs - Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante, e um curso de Simulação Realística em Diagnóstico e Manutenção.

No que se refere às ações voltadas para a população em geral, o psicólogo Fabrício Góes, técnico do Sistema Estadual de Transplantes, menciona a participação da Sesab em eventos como a Ação Global, na CajaArte, iniciativa de lideranças comunitárias de Cajazeiras, do evento Senai Casa Aberta e de várias iniciativas do Sesc, sempre com a finalidade de divulgar informações sobre morte encefálica, doação e transplante de órgãos.

A Escola de Educação Percussiva Integral (EEPI) foi também um espaço importante para chamar a atenção para a doação de órgãos. Uma parceria firmada há cerca de seis meses entre a Sesab e EEPI levou aos alunos da escola informações sobre doação e transplante de órgãos. Segundo o coordenador do Sistema Estadual de Transplantes, a parceria faz parte do projeto Educatransplante, que busca levar para estudantes informações sobre o assunto, além de como se prevenir de doenças que podem levar à necessidade de um transplante. "O aluno aprende sobre o tema e também leva a informação para seus familiares e amigos", comentou Eraldo Moura.

"AMIGO DO TRANSPLANTE"

Em 2010, mais uma vez a Sesab fez a entrega do Troféu "Amigo do Transplante", integrando a programação da Semana Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos, comemorada na última semana do mês de setembro, por iniciativa da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), Ministério da Saúde e secretarias estaduais de Saúde.

Em sua terceira edição, o troféu, que é uma homenagem a profissionais e instituições que se destacaram no incentivo à doação de órgãos e tecidos, foi entregue às empresas de ônibus Viação Águia Branca, Camurugipe, São Luis e Santana; aos médicos Jorge Bastos, Patrícia Marback, Carlos Marcílio e Margarida Dutra; ao diretor do Hospital Geral Ernesto Simões Filho, César Martins, e ao coronel Expedito Barbosa dos Santos, chefe da Casa Militar do Governo do Estado.

Em 2011, conforme Eraldo Moura, a Sesab deve continuar investindo em campanhas educativas, com o objetivo de conscientizar a população para a importância da doação de órgãos. "Vamos também continuar avançando no projeto de interiorização do programa de transplantes, que já vem rendendo bons frutos, a exemplo das primeiras notificações de morte encefálica em Irecê, Juazeiro, Porto Seguro e Teixeira de Freitas e das primeiras captações de órgãos em Alagoinhas, Santo Antônio de Jesus e Jequié", ressalta o médico.

A implantação da Organização de Procura de Órgãos (OPO) em unidades hospitalares de municípios do interior baiano é outro projeto do Sistema Estadual de Transplante que se encontra em andamento e poderá resultar na ampliação do número de captação de órgãos. As OPOs são equipes médicas responsáveis pela vigilância dos casos de morte encefálica nas unidades de terapia intensiva (UTI) de hospitais de determinada área de abrangência.

FILA DE ESPERA

Existem atualmente, na Bahia, 3.740 pessoas em fila de espera para transplante, sendo 2.621 de rim, 995 de córnea e 124 e fígado. Para Eraldo Moura, a falta de informações adequadas sobre o processo de doação e transplante de órgãos ainda é um dos principais obstáculos para a ampliação do número de transplantes e a consequente redução da fila de espera pelo procedimento. "A Bahia registra um grande índice de negativa familiar, mas é importante lembrar que uma doação pode salvar inúmeras vidas e que qualquer pessoa pode precisar de um transplante e, consequentemente de uma doação", finaliza o médico.

A.G. Mtb 696/Ba
Central de Transplante/balanço